Há uma tríade maravilhosa nesta postagem: (1) Sergiu Celibidache. O maestro romeno, morto em 1996, era uma figura formidável do mundo da regência. As interpretações do maestro eram absolutamente pessoais e diversas de quaisquer outras que se conheça. É o que podemos testemunhar neste post maravilhosamente imperdível. Há algo de misterioso e fascinante em seus trabalhos. Há uma força que nos chama, que nos convoca à apreciação. É sempre bom ouvir peças regidas pelo velho Sergiu – filósofo, físico e matemático. (2) Mussorgsky. O russo é um dos meus compositores favoritos. Os Seus Quadros em uma exposição são uma das peças mais conhecidas do repertório erudito de todo o mundo. É música genuinamente russa elevada ao cubo. Os Quadros em uma Exposição buscam retratar musicalmente uma visita à exposição das obras de Hartmann, na qual o ouvinte tem como guia o próprio compositor, simbolizando na obra nas diversas Promenades que separam as diferentes seções. (3) Ravel. Aqui temos o Bolero, uma das peças mais conhecidas e aclamadas do século XX. É sempre agradável ouvir o Bolero de Ravel. A melodia do Bolero é simples, repetitiva e envolvente. É uma música que anda em círculos, em volteios, que vão se intensificando e eivando de complexidade. Somos compelidos a acompanhá-lo em sua ciranda agradável. Em suma: este CD deve ser ouvido para ser entendido. Não deixe de ouvir e apreciar. Boa contemplação!
Modest Mussorgsky (1839-1881) – Quadros em uma Exposição
01. Applause
02. Promenade
03. Gnomus
04. Promenade
05. Il vecchio castello
06. Promenade
07. Tuileries
08. Bydlo
09. Promenade
10. Ballet des petits poussins dans leurs coques
11. Samuel Goldenberg und Schmuyle
12. Limoges- le marché
13. Catacombae- Sepulchrum Romanum
14. Cum mortuis in lingua mortua
15. La Cabane de Baba-Yaga sur des pattes de poule
16. La Grande Porte de Kiev
17. Applause
Maurice Ravel (1875-1937) – Bolero
18. Applause
19. Tempo di Bolero moderato assai
20 Applause
Münchner Philharmoniker
Sergiu Celibidache, regente
Carlinus
Só pode ser telepatia. Passei o dia todo pensando em Quadros de uma exposição – me veio do nada a melodia das Catacumbas.
Eu volta e meia tenho o tema de “Bydlo” na cabeça. É meu quadro favorito.
Mas esse disco do Celi é uma atrocidade. Acho que o regente romeno quis apresentar a exposição do ponto de vista de um caramujo que se arrasta no chão da galeria. Só pode ser.
Cara, é o do Bydlo mesmo, não o das catacumbas. Confundi-me e fui conferir agora no YouTube.
Essa é uma característica do maestro Sergiu. A coisa vai se alongando, lentamente.
Eu, particularmente, gosto.
Gosto muito da obra e gostei muito dessa interpretação. O interessante nessa obra, é que consigo gostar das versões mais rápidas e até mesmo dessa versão, que me parece mais lenta em alguns trechos.
Também não sou muito fã do Celi, mas esta versão do Mussorgsky está muito boa.
Unparalleled accuracy, unqeuivcaol clarity, and undeniable importance!
Eu sou fã incondicional de Celibidache e só agora estou vendo estes links, pena que todos estejam indisponíveis para biaxar!!!