Antonin Dvorák – Piano Concerto in G Minor, op. 33 – Aimard, Harnoncourt, Royal Concertgebow Orchestra

Eu desconhecia este concerto até pouco tempo atrás, quando me caiu em mãos uma caixa com 12 cds do grande Sviatoslav Richter, e em um dos cds, tinha uma gravação deste concerto.

Algum tempo depois, encontrei esta gravação do Pierre-Laurent Aimard, acompanhado de um de meus regentes favoritos, Nikolaus Harnoncourt. Digamos que não é comum encontrarmos gravações deste concerto. Trata-se de uma obra um tanto quanto obscura do repertório tradicional de Dvorák.

Mas temos dois grandes músicos aqui, e inspiradíssimos. Nikolaus Harnoncourt dispensa apresentações, é um dos grandes maestros dos últimos 40 anos, tendo um repertório que abraça desde o barroco, tendo gravado praticamente toda a obra de papai, vide coleção que o mano PQP está postando aqui no blog, até o século XX.

Pierre-Laurent Aimard talvez não seja tão conhecido no Brasil quanto deveria. Já na casa dos 60 e poucos anos, sua especialidade é o repertório contemporâneo, sendo o favorito de Boulez quando este estréia alguma nova composição, e foi um dos fundadores do Ensemble InterContemporain, ao lado do próprio Boulez.

A outra obra interpretada por Harnoncourt é um Poema Sinfônico, Zlaty kolovrat, “The Golden Spinning Wheel”, traduzido para o inglês, um dos 4 que Dvorák compôs baseado nos poemas de Karel Jaromír Erben. Trata-se de um conto de fadas. Consegui o seguinte resumo da obra aqui:

Erben’s Zlatý kolovrat tells the tale of a king who falls in love with a simple peasant girl. After he has invited her to his castle, her evil stepmother kills her, cuts off her feet and hands and removes her eyes, and substitutes her own daughter — who is apparently the stepdaughter’s spitting image — in her place. Unwittingly, the king weds the evil daughter, but, fortunately, an old man stumbles across the body of the king’s beloved. He sends his young lad up to the castle three times — to exchange three items, including a golden spinning wheel, for the hands, feet, and eyes of the dead daughter — and then proceeds to resurrect the king’s beloved. The golden spinning wheel turns out to be the stepmother’s and daughter’s undoing: when the king’s new bride begins to spin, the magic spinning wheel spins out the awful truth. The king seeks out his true beloved in the forest and the two live happily ever after, while the evil stepmother and daughter are eaten by wolves.

Uma belíssima interpretação, espero que os senhores gostem. Apreciem sem moderação.

Antonin Dvorák – Piano Concerto in G Minor, op. 33, Zlaty kolovrat, Op. 109

01. Piano Concerto in G minor, Op. 33 – I. Allegro agitato
02. II. Andante sostenuto
03. III. Allegro con fuoco
04. Zlaty kolovrat, Op. 109

Pierre-Laurent Aimard – Piano
Royal Concertgebow Orchestra
Nikolaus Harnoncourt – Conductor

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

FDP Bach

4 comments / Add your comment below

  1. FDP muito obrigado por nos presentear nesse natal com tantos posts de Dvorak. Esse homem simples, filho de açougueiro e que conquistou o mundo com seu célebre Stabat Mater.

  2. Puxa, finalmente vim a conhecer!

    Enquanto ouvia esse concerto, pouco a pouco me veio à memória uma das memoráveis conversas de bar pós-concerto em Curitiba, anos 70, em que nós estudantes da “Belas Artes” sentávamos com o compositor Henrique Morozowicz e o pianista Cláudio Stresser – este tão precocemente desaparecido, de certo modo triturado pela mediocridade do meio acadêmico-musical curitibano de então, bem como pelo sufocante ‘astral’ pequeno-burguês que dominava (?) a cidade…

    Num desses papos o Cláudio, depois de muitos conhaques como de costume, se referiu ao Concerto para Piano de Dvorak, e todos nós rimos, inclusive o Henrique: “Você está inventando, Cláudio” – mas ele insistiu: “EXISTE… Eu estou dizendo que existe E É BONITO…”

    Pois é, de fato existe!! Mas se eu ouvisse sem aviso jamais diria que é Dvorak: provavelmente iria apostar num recém-descoberto terceiro concerto de Chopin…

    Fui até checar as datas: os 2 concertos de Chopin foram compostos por volta de 1830, e o de Dvorak em 1876. Dvorak estava com 35 anos. O para cello é de 1895, Dvorak com 54 anos (procurei na Wikipedia alemã e transcrevo abaixo). Saio com a impressão de que foi bastante tardio, na vida de Dvorak, o amadurecimento da linguagem própria e característica que costumamos reconhecer como sua.

    Mas saio ao mesmo tempo impressionado com uma coisa de que nunca havia me dado conta: o pioneirismo de linguagem de Chopin! Seus dois concertos foram compostos só 2 a 3 anos depois da morte de Beethoven – e no entanto já é outro mundo, já é de certa forma o romantismo do resto do séc.XIX, enquanto Beethoven ou ainda ecoa o séc.XVIII ou já sai fora do tempo. A medida em que Chopin foi fundador, determinante do que veio depois, talvez esteja nos escapando. Ou pelo menos a mim certamente tinha escapado!

    DVORAK – Werk mit Soloinstrument

    * Konzert A-Dur für Violoncello und Klavier (1865)
    * Romanze f-Moll für Violine und Orchester op. 11 (1873)
    * Konzert g-Moll für Klavier und Orchester op. 33 (1876)
    * Mazurek für Violine und Orchester op. 49 (1879)
    * Konzert a-Moll für Violine und Orchester op. 53 (1879/80)
    * Konzert h-Moll für Violoncello und Orchester op. 104 (1895)

    http://de.wikipedia.org/wiki/Anton%C3%ADn_Dvo%C5%99%C3%A1k

  3. Caro Pqp, não lembro bem se foi você, Strawa ou outro que prometeu a integra dos Choros do Villa com o Neschling, natal chegando e os senhores teriam aí um ótimo motivo para a postagem dessa inovadora obra do século XX.

Deixe um comentário para Ranulfus Mónacus Cancelar resposta