Amaral Vieira (1952) – Te Deum e Requiem in memoriam

Dá pra perceber que, mesmo aparecendo pouco, tenho estado bastante lacônico – isso devido aos meus afazeres profissionais. Fica difícil canalizar boas ideias, mesmo que curtas, para compartilhar com vocês.

Se não tenho preparado textos tão bacanas quanto antes, pelo menos tenho tentado compensar com algumas gravações solicitadas, tal qual esta. Mas pretendo dar um basta em Amaral Vieira ainda este ano, pois tem gente na fila. É porque os fãs do compositor paulista constituem uma claque garantida neste blog – ainda por cima, muito educada e muito entusiasmada.

Volto no dia 17 de novembro…

***

Amaral Vieira – Te Deum e Requiem in memoriam

1. Te Deum, Op.181: I. Te Deum Laudamus
2. Te Deum, Op.181: II. Te Ergo Quaesumus
3. Te Deum, Op.181: III. Aeterna Fac
4. Te Deum, Op.181: IV. Salvum Fac Populum
5. Te Deum, Op.181: V. In Te Domine Speravi
6. Requiem in Memoriam, Op.203: I. Introitus
7. Requiem in Memoriam, Op.203: Kyrie
8. Requiem in Memoriam, Op.203: II. Offertorium
9. Requiem in Memoriam, Op.203: III. Sanctus
10. Requiem in Memoriam, Op.203: Benedictus
11. Requiem in Memoriam, Op.203: IV. Agnus Dei

Solistas: Vladimir Kubovcik, Denisa Slepkovska, Adriana Kohutkova, Simon Somorjai
Orquestra Sinfônica Eslovaca, regida por Marian Vach

BAIXE AQUI

CVL

26 comments / Add your comment below

  1. É uma música maravilhosa e agradeço por disponibilizar este CD de um compositor que respeito e admiro profundamente. Estou realizado, pois este CD do TE DEUM e REQUIEM IN MEMORIAM foi roubado da minha casinha em Peruíbe e fiquei sem condições financeiras de repor tudo o que os ladrões levaram. O meu computador está ruinzinho e obsoleto e pode ser por esse motivo que está dando um pequeno defeito na primeira faixa do Te Deum (logo no início, na marca de 10 segundos). Estou danado com o Rapidshare, que está forçando a barra, querendo obrigar todo mundo a comprar os serviços premium… precisei ficar na fila mais de 40 minutos para conseguir baixar este CD! Mas valeu a pena! CVL, amigo, por favor não esqueça do pedido que eu fiz em agosto solicitando o STABAT MATER de Amaral Vieira, outro CD que os amigos do alheio acabaram surrupiando… MUITO OBRIGADO PELO MARAVILHOSO SERVIÇO CULTURAL QUE VOCÊS ESTÃO PRESTANDO. Abraços a todos, ótimo final de semana e bom feriado! Moacyr Almeida

  2. Este site está cada vez melhor. Podemos baixar agora o Te Deum e o Requiem in memoriam de Amaral Vieira, CD que está esgotado e que não se encontra mais por aqui. Sim, faço parte (com grande orgulho) dos muitos admiradores de Amaral Vieira, um músico de primeira grandeza e exilado em seu próprio país. Estive no começo de setembro escutando um recital dele no Teatro Municipal de São Paulo e saí de lá em estado de graça. Sua versatilidade não tem paralelo em nosso país. O homem é pianista de carreira internacional, compositor premiadíssimo com um catálogo de mais de 500 obras escritas em quase todos os gêneros musicais, é musicólogo dos mais ativos (foi Presidente da Sociedade Brasileira de Musicologia), mantém há 20 anos um programa de música sacra na Rádio Cultura FM de São Paulo, e não estou mencionando suas atividades como professor de pianistas que hoje brilham nos palcos internacionais, como autor de artigos publicados nos principais jornais e revistas do Brasil e assim por diante… Basta ouvir este CD de obras sacras e os demais que já foram postados neste site para que se tenha uma idéia da estatura de Amaral Vieira, de modo que se alguém faz por merecer os meus aplausos na área da música erudita, é ele, sem sombra de dúvida. Aplausos tonitruantes também para PQP Bach, em especial para o CVL!

  3. Transcrevo aqui as informações sobre as obras gravadas neste magnífico CD, de autoria de James Melo da Universidade de New York, esperando que sejam úteis para quem baixar as músicas. Encontrei os textos na Internet e peço desculpas por eventuais incorreções.
    O Te Deum opus 181 foi composto em 1984 para a inauguração do Auditório Baccarelli em São Paulo, e teve sua estréia mundial naquele teatro em 9 de junho do mesmo ano. A linguagem modal, a ausência de interlúdios orquestrais, o uso de quartas e quintas paralelas, e o tratamento das vozes corais freqüentemente em uníssono empres-tam a esta obra um caráter bastante austero e imponente, sem contudo minimizar a expressão de triunfo que parece impregná-la do começo ao fim. Estruturalmente, a obra divide-se em cinco seções que seguem as divi-sões do texto (Te Deum laudamus, Te ergo quaesumus, Aeterna fac, Salvum fac populum, In te Domine speravi) sendo que cada seção recebe um tratamento musical distinto. Respondendo ao tom de louvor e agradeci-mento que impregna o texto do Te Deum, Amaral Vieira usa os tímpanos de maneira magistral, a fim de intensificar a alegria inten-sa e jubilosa que parece se desprender do som das vozes corais e da orquestra. Com a mudan-ça do caráter do texto na seção “Te Ergo Quaesumus”, o compositor cria uma atmosfera de intenso lirismo e recolhimento, baseada na alternância entre as vozes solistas e os “tutti” corais. Um dos momentos mais sublimes da obra é o uso do coro “a capella” no “Extolle illos”, criando um clima meditativo cuja beleza tem muito a ganhar pelo contraste criado com a ausência súbita do acompanhamento instru-mental. Logo em seguida, porém, coro e instrumentos voltam a se unir, com o retorno do material temático inicial, recapturando o clima triunfante do início da obra. A cir-cularidade do desenho musical é enfatizada por este retorno do material temático da primeira parte, antes da apoteose final. A últi-ma parte da obra, baseada num contraponto de grande complexidade em que todas as par-tes participam em diversas combinações, po-de ser vista como um símbolo de triunfo e agradecimento ao Criador.
    O Requiem in Memoriam opus 204, escrito em 1985, foi motivado pelo enorme impacto emocional causado pela morte do Presidente Tancredo Neves. Esta obra massiva, escrita para coro e orquestra sinfônica, foi completada num prazo de apenas vinte dias, e um tom processional e de cerimônia coletiva parece impregná-la do começo ao fim. Dividida em seis partes, ela segue o modelo tradicional estabelecido pela Igreja Católica, também no uso da língua latina (deve-se notar que, até 1963, todas as cerimônias litúrgicas da Igreja Católica eram celebradas em latim, mas após as deliberações do Concílio Vaticano II o uso das línguas vernáculas foi permitido nas celebrações da missa e outras funções litúrgicas). Este Re-quiem de aspecto grandioso e eloqüente, tem como colorido instrumental característico a fusão das vozes corais com os sons amplos e penetrantes dos metais. Esta sonoridade im-pregna toda a obra, especialmente as cinco primeiras partes. Em alguns momentos, como, por exemplo, no “Kyrie eleison”, o colorido sonoro das vozes e dos metais chega a lembrar motetos policorais renascentistas de Veneza, como aqueles de Giovanni Gabrieli. Como decorrência desta textura musical, um tom vitorioso e afirmativo emerge da obra, o qual é intensificado pela citação do hino nacional brasileiro durante o “Sanctus”. O “Agnus Dei” que se segue constitui uma marcha fúnebre de grande dignidade, enquanto que o “Amen” final novamente evoca o clima grandioso do início, como um símbolo de vitória da vida sobre a morte.

  4. É com satisfação que constato que o número de gravações de obras de Amaral Vieira disponibilizadas em PQP Bach tem aumentado significativamente. Estou impressionado com este último post. O Te Deum op.181 e o Requiem in memoriam são obras que se impõem desde a primeira nota. É um compositor muito seguro de si mesmo, profundo conhecedor do seu ofício. fuga final do Te Deum é deslumbrante. Vamos em frente: os intérpretes são excelentes e a gravação, de altíssima qualidade, de modo que esse foi um presentão para o fim de semana. E o Requiem será perfeito para o feriado de Finados. Portanto, só me resta agradecer e muito humildemente pedir mais, muito mais. Quem saberia em dizer onde posso comprar as partituras das obras sacras de Amaral Vieira?

  5. CVL, sei que o amigo deve estar sobrecarregado, mas não dê um basta em Amaral Vieira, pelo amor de Deus! Onde é que encontraremos as gravações de suas obras? Muitos dos freqüentadores de PQP Bach aprenderam a conhecer e a gostar das obras de Vieira justamente neste site e agora que estamos felizes, você quer dar um basta no compositor? Imagino que a lista de pedidos de obras deva ser interminável, porém… miserere nobis, CVL… avise se posso ajudar. É o mínimo que posso fazer diante do que vocês fazem por nós. M.O.S.

  6. Este post supera as melhores expectativas pela qualidade das composições, pelas interpretações impecáveis (essa soprano Adriana Kohutkova é simplesmente fantástica – tenho um CD dela interpretando a ópera La bella dormente nel bosco de Respighi e a mulher é mesmo de tirar o fôlego) e pelo bem que faz à nossa alma saber que temos por aqui um compositor de música sacra como Amaral Vieira. Uma curiosidade: o primeiro movimento do Te Deum opus 181 foi tocado para o Papa Bento 16 durante a missa que o pontífice celebrou na Sé de São Paulo por ocasião de sua visita ao Brasil em 2007. Obrigado pela atenção. Saudações cordiais do Mauricio Tavares.

  7. É totalmente incompreensível que essas obras nunca sejam tocadas por aqui. Li no comentário do Mauricio que o primeiro movimento do Te Deum foi executado para o Papa Bento XVI, mas pobres mortais como nós não puderam entrar na Catedral da Sé para aquela celebração!!! Só o altíssimo clero! Acabo de escutar pela segunda vez a seleção musical completa e sei que não vou parar por aí.Um recado para o João Pedro Robinet: as partituras das obras sacras de A.Vieira podem ser encontradas na Ponteio Publishing de Nova Iorque – http://www.ponteio.com ou então escrevendo para [email protected] – fui muito bem atendida e consegui comprar a partitura do Te Deum in stilo Barocco. Longa vida a PQP Bach, abraços aos amigos internautas! Malu

  8. Caro CVL, neste Brasil tão cheio de incertezas e de erros ainda temos coisas maravilhosas; e uma das melhores é, sem dúvida, Amaral Vieira e sua bela música que fala diretamente ao coração! Os agradecimentos meus e de todos os fãs do compositor Paulista por mais esta magnífica postagem.
    Estas obras são uma linda mensagem de esperança para um mundo melhor, reconduzindo-nos, ao ouvi-las, ao equilíbrio emocional de que tanto necessitamos.
    Os grandes artistas que as gravaram são de altíssimo nível fazendo jus às intrincadas dificuldades técnicas e interpretativas das obras. E senti que as fizeram com a alegria e o empenho de quem reconhece o valor de uma régia criação.
    Por favor, CVL, não deixe de nos dar mais Amaral Vieira!
    Tenho acompanhado a trajetória deste magnífico gigante brasileiro e sei que ele tem muito mais a oferecer-nos. E você, meu caro, tem sido o caminho entre ele e nós.
    Parabéns a Amaral Vieira e a você.

  9. Complementando : sou fluminense mas apoio integralmente os paulistas em sua adoração por Amaral Vieira. E faço minhas as palavras de Roberta Zeiss.
    Paulo de Carvalho – artista plástico e amante da música erudita.

  10. PQP,

    Quando quiser e puder poste o cd do Amaral Vieira com o Stabat Mater e a Missa pro defunctis.

    Esse compositor é simplesmente grandioso!

    Abraços.

  11. Endosso o pedido de Zomkowski. O Stabat Mater de Amaral Vieira é na minha opinião a melhor obra sacra brasileira escrita em todo o século 20. Abraços a todos.

  12. Duas obras de envergadura, em interpretações sensacionais. Agradeço ao Eduardo Pereira por postar as notas de programa deste belo CD. Não há muito o que acrescentar aos comentários já publicados, todos merecidamente elogiosos e que enaltecem as muitas qualidades de Amaral Vieira, considerado o mais importante compositor brasileiro de música sacra da atualidade. Mas baixei também o Vieira’s World e pude constatar que sua produção profana nada fica a dever às composições de inspiração religiosa. Tenho procurado sem sucesso a gravação do Quinteto Fronteiras de Amaral Vieira, escrito para a mesma formação do célebre Quinteto A Truta de Schubert. Sei que foi gravado nos Estados Unidos pelo Ensemble Capriccio e lançado depois no Brasil. Fico grato por alguma dica onde posso adquirir essa gravação e deixo a sugestão de que seja postada neste blog que é o porto seguro das pessoas de bom gosto e sensibilidade. Muito obrigado. Murilo

  13. Li recentemente que o Papa Bento XVI organizou no dia 20 de novembro no Vaticano um Encontro Internacional de Artistas (músicos, escritores, pintores, cineastas) para discutir assuntos relacionados com a Arte Sacra do nosso tempo. Curiosamente, de acordo com a matéria, o único representante brasileiro convidado pela organização foi um pianista paranaense! Não sei se Amaral Vieira teria tido interesse e/ou disponibilidade para participar do Encontro, mas no campo da música sacra brasileira, seria obrigatoriamente o primeiro nome a ser lembrado. Basta ouvir as gravações postadas neste blog, para comprovar o que estou afirmando. Ainda bem que música sacra dessa qualidade é sobretudo música de conteúdo espiritual. O aspecto religioso fica subordinado à elevadíssima manifestação artística. Nota dez para cvl e nota zero para o Vaticano!

  14. Estou empolgado com as obras sacras de Amaral Vieira que tenho baixado deste blog. São esplêndidas. Eu estava escutando as gravações hoje de manhã e os meus dois filhos adolescentes (15 e 13 anos de idade) de passagem pela sala, perguntaram que música era aquela, sentaram-se e ficaram ouvindo até a última nota! Acho que isso tem um significado muito especial e demonstra a capacidade de comunicação dessas obras.

  15. Duas obras grandiosas, magistralmente interpretadas. Acompanho assiduamente o programa de música sacra de Amaral Vieira na Rádio Cultura FM SP “Laudate Dominum”, vai ao ar sempre aos domingos às 9 da manhã. Para quem mora em São Paulo, é 103.3 mhz, mas pode também ser escutado online:

    http://www2.tvcultura.com.br/radiofm/radio.html

    É uma lástima que não seja reprisado e que não possa ser baixado em podcast, mas a transmissão é ótima. Mas vocês nunca ouvirão uma obra do próprio Vieira, que por excesso de zelo se recusa a incluir as suas peças sacras. O programa de domingo às 8 horas é também excelente, Organum Plenum, e como diz o título apresenta obras para órgão.

  16. Socorro, não estou conseguindo baixar o Stabat Mater. A mensagem que aparece é a seguinte:

    Error

    This file is neither allocated to a Premium Account, or a Collector’s Account, and can therefore only be downloaded 10 times.

    This limit is reached.

    To download this file, the uploader either needs to transfer this file into his/her Collector’s Account, or upload the file again. The file can later be moved to a Collector’s Account. The uploader just needs to click the delete link of the file to get further information

  17. Pedro, algumas vezes o Rapidshare dá essa mensagem, decerto quando está sobrecarregado. Baixei o Stabat Mater agora mesmo e funcionou perfeitamente. Se gosta de música sacra, não deixe de baixar o post recente C.P.E. Bach — Die Auferstehung und Himmelfahrt Jesu. É a maravilha das maravilhas! Vou baixar agora este Te Deum e Requiem.

Deixe um comentário para Gilberto Cancelar resposta