Astor Piazzolla (1921-1992) – Arthur Moreira Lima interpreta Piazzolla

Aproveitando o sucesso do projeto Um piano pela estrada, de Arthur Moreira Lima, e dos downloads do CD Tangazo, segue este álbum do famoso pianista, dedicado a Piazzolla. A capa que tá aí do lado no link da Amazon foi a da versão internacional; há outra pra edição brasileira.

Não tenho muito a falar. AML toca com o coração – pode ser brilhante para uns e contestável para outros – e Piazzolla é pra ser tocado por quem ama sua música. Então, excelente audição.

***

Arthur Moreira Lima interpreta Piazzolla

Tangata Silfo y Ondina (19:22)
01. Fugata (3:17)
02. Soledad (7:40)
03. Finale (8:25)

04. Libertango (3:56)
05. Invierno Porteño (7:46)
06. Decarísimo (3:33)
07. Oblivion (3:57)
08. Tango-Preludio (2:36)
09. Onda Nueve (7:56)
10. Balada Para Un Loco (6:46)
11. Adíos nonino (9:42)

Transcrições: Laércio de Freitas

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CVL

17 comments / Add your comment below

  1. Carissimo PQP..
    gostaria que postasse novamente os concertos p/ piano de mozart na versao do Jos Van Immerseeel (somente os CDS 8,9 e 10)..
    sou muito grato,
    Daniel.

  2. É uma pena.
    Pessoalmente eu lamento.
    Contudo, mesmo lamentando, não consigo ser testemnha da decadência sistemática deste que já foi um dos grandes pianistas do mundo.
    Não sei por que ele está sendo postado por aqui.
    Acho que é por ele já ter sido Pianista.
    Este blog é vidrado em pianistas.
    Bem.
    O mundo é assim mesmo.
    Abração a todos.
    Edson

    1. Moreira Lima está sendo postado aqui pelas excelentes transcrições das obras de Piazzolla e porque se tratam de obras de Piazzolla, das quais muito gosto. 🙂

  3. Não sou muito fã dele também, mas que os pianistas têm um papel crucial isso é incontestável. É talvez o instrumento mais importante (sozinnho) da história da música! (Não tiro a importância individual dos outros nessa afirmação, não me entendam mal) Apoio qualquer fissura em pianistas! 😀 Mesmo não sendo fã, não lamento nada. O número de prazeres baixados nesse site já é altíssimo e continua subindo!! Não há do que reclamar… Estou baixando para poder julgar melhor. Sem mais,

    Bruno

  4. Oi Bruno!
    Bem, caro amigo, a História da Música Universal não é assim tão curta quanto a do Piano.
    De fato este instrumento tem um parcela temporal bem reduzida na mesma.
    Mas é claro que tornou-se um instrumento muito importante, importância esta que vai diminuindo na medida em que a parafenália eletrônica torna mais fácil e importante outros tipos de música e maneiras de as fazer.
    Claro que nada é tão importante que deva ocupar maior espaço do que aquele que lhe é devido.
    Contudo,prezado Bruno, não foi minha intenção lamentar o que este “blog” faz ou deixa de fazer, pois, concordo com você que ele é ótimo.
    O que eu lamentei foi que um Pianista como o Moreira Lima, que já foi e poderia ter continuado a ser um expoente internacional, tenha caido tanto e ande por ai, com um Piano Itinerante montado sobre um caminhão ou coisa que o valha. Eu já tive um desentendimento com um Secretário da Cultura porque ele, ao invés de levar a população mais pobre para ouvir música de qualidade dentro dos Teatros, preferia levar a Orquestra Sinfônica às favelas para que, lá, elas a ouvissem ao ar livre.
    Acho isto de uma discriminação revoltante, pois, o local adequado para se ouvir essa qualidade de música necessita de um ambiente e de uma acústica adequados, sem vendedores de pipoca, cachorro quente, refrigerantes e mil quinquilharias a inviabilizar um percepção adequada da informação estética de Obras de Arte.
    Não adiantou nada, o atrito que tive com ele.
    O problema era Político e não Educativo ou Cultural.
    Mas não me sai da lembrança o “ar de extase” de tantas pessoas assim tão humildes quanto as que acima eu me referi, ao sairem do Teatro Municipal do Rio de Janeiro ou de São Paulo, nos quais tiveram a verdadeira oportunidade de conviver com a Arte. É totalmente diferente.
    Mas… …é assim mesmo… …quando se tem, custa-se a perceber que outros não têm.
    Custa-se, igualmente, perceber que não se pode explorá-los, política ou comercialmente, usando-os em seu próprio benefício.
    Foi isto que eu lamentei e continuarei lamentando neste País que é de todos mas no qual não são todos os agraciados.
    Cada cabeça pensa o que pensa, não é mesmo?
    Um grande abraço.
    Edson

    1. Uma pergunta: nessas cidades todas do interiorzão do Brasil que não possuem um teatro, seria então preciso esperar até que cada uma delas construísse seu o próprio, a fim de poder propiciar o ambiente adequado para se ouvir música clássica?

      E, daí, outra pergunta: o povo, até lá, ficaria privado da boa música?

      Penso ainda em tantas igrejas que abrigam concertos – sobre as quais se faz um marketing lugar-comum de que são os lugares ideais, fora os teatros e salas de concerto, para se ouvir música clássica – e cuja má acústica torna a audição de um concerto extremamente incômoda.

      Onde é pior para se ouvir música: em tais igrejas ou no meio da rua, com microfones botando a perder os harmônicos de qualquer piano?

  5. Ora amigo Villa!
    Acho que o melhor é nos TEATROS mesmo.
    A vida tem dessas coisas.
    Eu sou do interior de Minas Gerais.
    Um cidadezinha de nada.
    Lá não tem mar.
    Só tem montanhas, mas… …nem neve tem…
    Tem só uns riachinhos… …naquela época não tão poluídos.
    Como fazer para eu tomar um banho de mar?
    Minha família não tinha nada de abastada.

    Bem… mas eu tinha o riachinho…

    Mas… …você nem de leve pode imaginar a emoção indescritível que invadiu minha alma quando, aos 14 anos de idade, eu vi o Oceano pela primeira vez.

    Foi em Vitória… …no Espirito Santo..

    Emoção indescritível e inequecível!

    Inesquevível e imorredoura.

    Agora… …eu podia fingir que estava tomando um banho no Oceano Atlântico ao mergulhar em um riachinho de nada?

    Bem… …fingir eu poderia… …mas seria só um fingimento todo irreal e que de nada adiantaria, pois, não mudaria a realidade.

    Um riacho é só um riacho e eu não posso levar o oceano até ele…

    O primeiro recital que eu dei foi nessa cidadezinha.
    Eu tinha 11 anos.
    Claro! Eu não tinha nenhum piano de cauda tipo Horowitz.
    A primeira vez que eu ouvi um violoncelo eu tinha 16 anos.
    Outra emoção indescritível e imorredoura.
    Mas eu não penso ter perdido coisa alguma, pois, as descobertas que se faz, sem fingirmos que já sabiamos, são fontes inegotáveis não apenas de prazer mas, sobretudo, de sabedoria.

    É mágico!!!

    Francamente, eu lhe digo: a indescritível emoção de ver aquele maravilhoso Oceano, que ultrapassava em tudo o que eu já tinha infantilmente sonhado, perdura em mim até hoje com toda a intensa beleza.

    Eu sei que são essas coisas verdadeiras que nos fazem ser mais humanos, ou seja, nos permitem viver a vida com um intensidade que nenhum menino que já sabe tudo porque viu na televisão ou na internet sequer imagina viver.

    Não sei se deu para entender. Mas, pode-se dar um recitalzinho em uma cidadezinha bem pequenininha sem que isto em nada afete, negativamente, o recitalzão que, um dia, você poderá dar em Viena.
    Ao contrário! Afeta positivamente.
    Aliás há alguma coisa postada no J. J. Fux que me fez recordar minha infância. E isto ocorreu com tal intensidade que, como criança, eu comecei a brincar com Fux, Bach e a filharada ilegítima do Sebastian que vive entre nós a nos proporcionar tantas alegrias.
    Se você tiver paciência, de uma olhadinha lá… …mas bem descontraido, tá?
    Um grande abraço, amigo Villa.
    As vidas vividas com a “intensidade do sentir” são melhores do que as que se vive com um “faz de conta que é assim”.
    Mais um abração.
    Felicidade Villa.
    Edson

    PS- As cidades que não têm TEATROS são como as cidades SEM MAR. Não era cruel para mim nunca haver visto nem me banhado no mar. Era apenas um sonho e, afinal, eu tinha o riachinho.
    Mas… …se aquela criança que eu era tivesse vivido em uma cidade como o Rio de Janeiro e não permitissem que ela visse, ouvisse, e se banhasse naquela imensa beleza… …seria de uma crueldade indescritível, você não acha?

  6. Edson, faço minhas as palavras do Ciço… que belíssima resposta… diga-me uma coisa: você já lançou algum livro? Seu texto é cativante, poético… em alguns momentos até visualizei o riachinho de sua cidade, e fiquei com inveja dele… o rio que passava por trás de minha casa não permitia banhos, a não ser que você fosse um excelente nadador, pois tinha uma fortíssima correnteza. Ah, até tínhamos um cine-teatro, mas infelizmente foram pouquíssimas as ocasiões em que tivemos a oportunidade de assistir a um espetáculo nela… era mais para assistir matinés… ah, me esqueci, em certa ocasião, tive a oportunidade de assistir aos canarinhos de Petrópolis, acho que era esse o nome.
    Daniel, não sei o que aconteceu com a postagem dos últimos concertos de Mozart… vou corrigí-los ainda hoje.

  7. Olá amigos!
    Fiquei feliz com as respostas.
    Ah! fdp! Somos de cidades gêmeas!
    Já tinha desconfiado disto. Que beleza!
    Não, meu caro.
    Nunca publiquei livros. Quer dizer: livros mesmo.
    Apenas algumas teses defendidas e publicadas além de alguns artigos com o jeitão de científicos.
    Nas palavras do Reitor: as Artes são “áreas light”.
    As ciências, estas sim, são “Hard”.
    E por sermos “light”, o “pessoal hard” julga e determina que um excelente Piano Steinway (tipo Horowitz) que lutamos durante oito anos para conseguirmos adquiri-lo, pode sobreviver sendo emprestado à MIMO para suas produções nas Igrejas de Olinda, como descrito pelo Villa.
    O Steinway é pesadão,mas, politicamente, é muito “ligth”.

    Mas, não é um piano? Não foi feito para ser tocado?

    Pois é! Mas em breve ele estará findo e nunca mais teremos outro.

    Porém, voltando aos escritos. Tenho algumas coisas “light” escritas assim meio ao léu.
    Penso sempre em organizá-las.
    Contudo, não é o material adequado para uma Universidade tão Séria.
    A UFPE é muito séria. Tudo muito científico.

    Mas… …quem sabe um dia…

    Um abração a todos.
    Obrigado e felicidade.
    Edson

  8. Bela discussão. Bela resposta. Mas o foco do pensamento aqui é, na minha humilde opinião, um pouco equivocado. Não deve ser uma coisa OU outra. Sorte sua, Edson, que na sua cidadezinha, você tinha o seu riachinho. Que não era nada em comparação à praia de Vitória. Mas era melhor que nada. Imagino que você se divertiu um bocado por lá. Concordo, Edson, que a população mais pobre deve sim ouvir boa música em teatros. Que as pessoas que vivem em cidades como o Rio de Janeiro possam ter o imenso prazer de banhar-se no mar. Mas que bom que também existem os riachinhos e os pianos em cima de caminhões, levando algum prazer a quem, de outra forma, não teria nenhum.

    Abraço,
    Ali

  9. Concordo plenamente, Ali. Temos o habito de fazer escolhas excludentes desnecessarias. Idealmente todas as cidades e vilas e bibocas deveriam ter seu teatro e ser capazes de produzir e receber bons artistas.
    Mas o mundo real mora longe disso e tende a centralizar as “boas coisas” empobrecendo brutalmente tudo o que nao eh entorno.
    A complexidade nos ensina que esse mundo atual real permite nos mover nos sentidos de centralizar e pulverizar concomitantemente,

    Ateh mais!
    Eu

  10. Concordo com o Ali e com Eu. Pode-se muito bem – apesar de parecer logicamente absurdo – centralizar pulverizando. Edson, achei linda a história do riacho também! Sua infância com certeza não foi menor pelo desconhecimento do mar. O riacho proporcionou-lhe com certeza momentos muito ricos! Um piano em um caminhão pode levar muitas novas idéias a brotar naqueles que não têm muito acesso… Acho válida a iniciativa do controverso pianista. Se um dia a possibilidade de construirem teatros por aí for concretizada (o ideal), seremos todos muito felizes pela possibilidade da veiculação adequada dessa arte esteticamente tão delicada e rica que é a nossa música.

    Com relação ao piano, definitivamente sua história é comparativamente muito curta (ainda mais se formos levar em conta todas as manifestações musicais, desde o princípio dos tempos humanos…)! Sou pianista também, e não creio que a parafernália eletrônica esteja competindo por espaço com o nosso querido instrumento. A magia do piano junto com suas possibilidades harmônicas e polifônicas serão muito dificilmente substituídas! Creio que todos pensem o mesmo…
    Abraços a todos,

    Bruno

    1. Com certeza, Bruno. Ainda estou até agora sob o impacto das palavras cordiais e inesperadas de Edson, mas o ponto de vista de vocês três foi a “síntese dialética” do que estava sendo discutido. Pelo menos desta vez a discussão saiu fortalecida e sem exaltação de ânimos – e espero que assim seja sempre.

  11. O Arthur não consegue mais fazer boas apresentações ao vivo pois esbarra muito nas notas, mas suas gravações são muito boas. Essas transcrições foram feitas em parceria com Laércio de Freitas e o cd foi apontado como cd do ano na França.
    PQP, você teria a gravação do Arthur tocando o terceiro concerto de Rachmaninov e o segundo de Brahms?

  12. buaaaaa…. o Link caiu… Será que dá para rsetaurar? Procurei este disco por uma semana dias!!!

    E aproveito para comentar que sua página é um bálsamo, um porto seguro, uma salvação no caos. Vida eterna ao PQPBach.

    Forte abraço, M

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