Por amor ao contraditório

Tão infindáveis quanto as discussões sobre política ou futebol são as comparações entre interpretações de música erudita. Na opinião deste P.Q.P. Bach, tão bom quanto descobrir uma nova obra é comparar gravações. Àqueles estranhos a este mundo deve parecer curioso falar no “Beethoven de Karajan”, no “Bach de Gould”, no “Bruckner de Jochum” ou no “Mozart de Maria João Pires”. Eles também ignoram que há pessoas dispostas a matar ou roubar para defender Otto Klemperer ou qualquer outro como o maior de todos os maestros interpretando determinada obra… Os amantes da ópera costumam ser piores ainda neste quesito, pois são obrigados a recorrer a incríveis analogias a fim de descrever sua opinião acerca de um agudo de um soprano, por exemplo. Já vi pessoas romperem definitivamente por causa de Maria Callas.

Muitas vezes tais discussões advém realmente de diferenças de concepção deste ou daquele músico ou cantor, porém, outras vezes, alguns registros são defendidos apenas por alguns compassos em que fulano ou sicrano foi, na opinião do ouvinte, sublime.

A fim de este hábito não se perca, P.Q.P. Bach irá contrapor outra gravação ao Op. 25 de Brahms, recentemente disponibilizado por F.D.P. Bach. Deixo aqui para vocês a esplêndida interpretação do Trio Beaux Arts mais o violista Walter Trampler. Não sei se F.D.P. teria a gravação deste conjunto para o Op. 60. Se tivesse, gostaria que ele nos permitisse ouvir, pois… pois… bem, quero fazer uma comparação entre os andantes do Rubinstein e do Beaux Arts, ora.

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  1. Caros, Em minha opinião, as divergências que ocorrem entre ouvintes de determinadas interpretações de obras “clássicas” são salutares, e sou favorável à elas, desde que dentro dos padrões civilizados, coisa que muitas vezes não ocorria na finada comunidade orkutiana “Música Clássica Online”. Com relação a esta gravação do Beaux Arts Trio deste opus específico de Brahms, obviamente o tenho, e assim que possível o disponibilizo. Minha escolha por esta gravação específica se deveu a dois fatores, um pessoal, outro de ordem técnica: o de ordem pessoal diz respeito à minha veneração por Rubinstein, a quem considero o maior pianista do século XX, e o Quarteto Guarnieri faz juz à honra de acompanhá-lo. A de ordem técnica tem a ver com a já divulgada epopéia brahmsiana que irei empreender aqui no blog,a saber, sua integral da obra de câmera pelo selo Philips, por acaso o mesmo selo que abriga este fantástico conjunto de câmera, o Beaux Arts Trio, de quem sou fã confesso, e PQP sabe disso. Quem viver, verá… digamos que a gravação do Rubinstein com o Quarteto Guarnieri foi apenas um aperitivo para o que virá pela frente.Saudações, F.D.P.Bach

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