Beethoven 1802: Variações op. 34 e 35, Sonata “Tempestade”, Bagatelas op. 33 (J. Vitaud, piano)

Um belo disco de obras da fase intermediária de Beethoven, quanto ele tinha trinta e poucos anos. Jonas Vitaud não é exatamente um fenômeno midiático: calvo desde jovem, faz mais o perfil sério e intelectualizado, a exemplo de pianistas das antigas como Alfred Brendel, Paul Badura-Skoda e Arnaldo Estrella. Sendo assim, e vivendo em nossos tempos, é claro que Vitaud se interessou pelos instrumentos da época de Beethoven e pelas práticas informadas, mesmo tocando em um piano de fabricação bem mais recente. Isso se nota na sua sonoridade, nos fortes e pianos com certa suavidade em ambos os extremos, nas ligações entre notas, no uso do pedal, etc.

No texto do livreto, escrito por Vitaud, ao invés de falar sobre aspectos técnicos do piano de Beethoven, ele explica sua escolha de obras para o álbum, todas de 1802, anos em que sua audição ia piorando e ele ia alternando entre períodos de pessimismo e de esperança, com esta última sendo uma marca distintiva de suas obras entre as de todos os outros compositores. Escreve Vitaud, em tradução minha com certos cortes:

Ano de 1802. Beethoven, que havia se mudado de Bonn para Viena dez anos antes, vive uma crise pessoal sem precedentes. Desde 1796, sua audição começava a declinar. Ele tenta vários remédios, vai a muitos médicos. No meio de 1801, ele se apoxima do professor Johann Schmidt, que aconselha ao compositor, para melhorar sua audição e acalmar seus nervos, um período na pequena vila de Heiligenstadt, longe da agitação vienense. Beethoven permanecerá ali de abril a outubro de 1802, período de “férias” extremamente longo para os seus padrões. Após esses seis meses, sem constatar qualquer melhora, ele perde a esperança da cura.

É então que ele escreve, em outubro de 1802, um forte testemunho a ser lido após sua morte, o famoso “testament de Heiligenstadt”, dirigido aos seus irmãos e também a toda a humanidade, no qual ele fala se seu sofrimento com a progressão da surdez e a vontade de suicídio.

Pianoforte de Conrad Graf,1822, que pertenceu a Beethoven. Aqui, Vitaud usa um Steinway moderno

A sonata opus 31 n° 2, de apelido Tempestade, é a única que reflete realmente a angústia, a desorientação moral e o desespero de Beethoven naquele período. Iniciada em 1801, esta obra leva ao extremo as noções de contraste, de imprevisibilidade, de conflito. No 1º movimento, todos os parâmetros fornecem o máximo de contrastes: sonoridades, dinâmicas, articulações, andamentos. Entre o primeiro e o último movimento, nos quais a tensão parece atingir níveis insuportáveis, Beethoven coloca um movimento lento, contemplativo e profundo, fazendo renascer a esperança.

Beethoven se consola na natureza, é ela que lhe dá a força para resistir. “Como estou feliz de poder passear nos bosques, florestas, entre as árvores, ervas e rochedos; ninguém conseguiria amar os campos mais do que eu”, escreve ele a uma amiga. Os dois conjuntos de variações opus 34 e opus 35, compostos no seu período em Heiligenstadt, fazem parte das suas obras marcadas por lirismo sereno e paz interior.

Essa esperança como princípio está no cerne da obra de Beethoven, exprime a sua crença em uma transformação da humanidade, sua capacidade de ir além do horizonte imediato para falar às gerações futuras. Em nosso período de crise cultural e sanitárias [2021], quando o Outro é muitas vezes visto como uma ameaça, um potencial contaminador, a música de Beethoven pode nos oferecer o sentimento de ligação entre humanos sem distinção. Essa música nos ajuda a resistir. (Jonas Vitaud, 2021)

BEETHOVEN 1802:
01. Variações “Eroica” en mi bemol maior opus 35
02-08. Bagatelles opus 33
09-11. Sonata “Tempestade” em ré menor opus 31 n°2
12. Variações em fá maior opus 34

Jonas Vitaud, piano
Gravado em: ’Abbaye-école de Sorèze (France), agosto-setembro de 2020

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“Como em Goethe, a esperança tem em Beethoven um papel decisivo como categoria mística secularizada. … A imagem da esperança sem a mentira da religião.” (T.W. Adorno, in: Beethoven – Philosophie de la musique)

Pleyel

W. A. Mozart (1756-1791): Trios para Piano K. 502, 542, 548

Postagem de 2021, link atualizado

Eu ia postar um álbum de Alberto Ginastera rico em trechos misteriosos, noites cheias de estrelas e cenas impressionistas. Mas Ginastera vai ter que esperar. Após a morte de nosso colega de blog, o saudoso Ammiratore, que nos deixou chocados e indignados, não consigo postar nada que não seja Mozart. O mal tem vencido diariamente. Por isso mesmo, como diria Walter Benjamin (6ª Tese sobre a História), é preciso acender as centelhas, as faíscas da esperança.

Mozart é necessário em tempos de tristeza. A música dele não é sempre solar e esperançosa, é claro. Mas há inúmeras obras que nos deixam de queixo caído com a forma como tudo se encaixa positivamente e tudo se encaminha para a alegria. É o caso de alguns dos concertos para piano, algumas das sinfonias e também estes três trios. Mesmo os movimentos lentos aqui são um larghetto e dois andantes de uma beleza bucólica: um é grazioso, o outro é cantabile.

As interpretações deste disco, em instrumentos de época por um músico holandês e dois japoneses, colocam os três instrumentos no mesmo nível, como três personagens de um diálogo. Mozart foi um dos maiores mestres da ópera (teatro com música) e conhecia a arte de fazer também os instrumentos dialogarem em réplicas e tréplicas mas, como falei logo acima, as discussões aqui sempre tendem para a paz e o entendimento. Todas as gerações têm algo a aprender com o gênio de Salzburgo.

W. A. Mozart (1756-1791): Trios para Piano K. 502, 542 & 548
1 Piano Trio in B-flat major, KV 502: I. Allegro
2 Piano Trio in B-flat major, KV 502: II. Larghetto
3 Piano Trio in B-flat major, KV 502: III. Allegretto

4 Piano Trio in E major, KV 542: I. Allegro
5 Piano Trio in E major, KV 542: II. Andante grazioso
6 Piano Trio in E major, KV 542: III. Allegro

7 Piano Trio in C major, KV 548: I. Allegro
8 Piano Trio in C major, KV 548: II. Andante cantabile
9 Piano Trio in C major, KV 548: III. Allegro

Stanley Hoogland, fortepiano (after Walter, Wien, ca.1795)
Natsumi Wakamatsu, violin (by Tononi, Bologna, 1700)
Hidemi Suzuki, violoncello (after Guadagnini, Parma, 1759)
Recorded: Chichibu Myuzu Park Ongakudo, Saitama, Japan, 2007

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Em 1782 Mozart comprou um piano construído por Anton Walter. Este da foto é uma cópia idêntica ao original de Walter.

PS: Hidemi Suzuki é provavelmente o mais famoso músico deste trio, ao menos aqui no PQPBach, onde ele já apareceu tocando Haydn (aqui) e Bach (aqui).

Pleyel

Carl Philipp Emanuel Bach (1714-1788): Sonates pour Viole de Gambe et basse continue (Medlam, Egarr, Hunt, London Baroque)

Carl Philipp Emanuel Bach (1714-1788): Sonates pour Viole de Gambe et basse continue (Medlam, Egarr, Hunt, London Baroque)

Este CD é um mistério. Não sei onde o consegui, não sei seu número de referência, mas gravei alguns detalhes a respeito. Ele não é tão bom quanto aquele da dupla Pandolfi e Alessandrini (dois posts abaixo), mas é digno e não faz feio num final de tarde de sábado. A música de CPE Bach estava à frente de seu tempo em muitos aspectos, com sua profundidade emocional e experimentação de novas formas. Foi um grande compositor, assim como seu irmão WF. As sonatas para viola da gamba de CPE Bach são conhecidas por sua expressividade emocional, característica marcante da música do compositor. Elas foram escritas durante o período em que CPE Bach esteve em Hamburgo, onde assumiu papel significativo como compositor e diretor musical. Sua música para viola da gamba reflete a busca de um novo tipo de expressividade, mais livre e com maior liberdade emocional, alinhada à ideia do Empfindsamkeit, ou “estilo sentimental”, que era um movimento musical da época.

Carl Philipp Emanuel Bach (1714-1788): Sonates pour Viole de Gambe et basse continue (Medlam, Egarr, Hunt, London Baroque)

Sonate en Re majeur pour viole da gambe et basse Wq.137
19 – Adagio ma non tanto.mp3
20 – Allegro di molto.mp3
21 – Arioso.mp3

Sonate n°1 pour clavecin en la mineur Wq.49-1
22 – Moderato.mp3
23 – Andante.mp3
24 – Allegro assai.mp3

Sonate en Ut majeur pour viole da gambe et basse Wq.136
25 – Andante.mp3
26 – Allegretto.mp3
27 – Arioso.mp3

Preussische Sonate n°3 pour clavecin en Mi majeur Wq.48-3
28 – Poco allegro.mp3
29 – Adagio.mp3
30 – Presto.mp3

Sonate en sol mineur pour viole da gambe et basse Wq.88
31 – Poco allegro.mp3
32 – Adagio.mp3
33 – Allegro assai.mp3

London Baroque
Charles Medlam, viole de gambe
William Hunt, viole de gambe (continuo)
Richard Egarr, clavecin

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A Lição de Música, de Vermeer. Cravo e, deitadinha, uma Viola da Gamba

PQP

Olivier Messiaen (1908-1992): Et exspecto resurrectionem mortuorum (Lyon National Orchestra, Märkl)

Olivier Messiaen (1908-1992): Et exspecto resurrectionem mortuorum (Lyon National Orchestra, Märkl)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Que música extraordinária!!! Uma obra-prima desconhecida da maioria de nós. Et exspecto resurrectionem mortuorum (E espero a ressurreição dos mortos) é uma peça para orquestra de sopros e percussão de Olivier Messiaen, escrita em 1964 e estreada no ano seguinte. É composta por cinco movimentos. Encomendada pelo Ministro da Cultura (há isso na França), o escritor André Malraux, para lembrar os mortos das duas guerras mundiais, a peça foi escrita para ser executada em grandes espaços como igrejas, catedrais e ao ar livre. Messiaen inspirou-se na paisagem dos Alpes com suas grandes montanhas, mas também nas imagens imponentes das igrejas góticas e românicas, assim como nos monumentos religiosos antigos do México e do Egito Antigo. Também também estudou A Ressurreição, parte da Summa Teológica de Tomás de Aquino. A peça utiliza seções de madeiras, metais e percussão. A seção de cordas é totalmente omitida. A voz musical poderosamente expressiva de Olivier Messiaen usa a força da fé religiosa e da natureza. Ah, Le tombeau resplendissant e Hymne são obras da juventude de Messiaen, também cheias de mistério e simbolismo.

Olivier Messiaen (1908-1992): Et exspecto resurrectionem mortuorum (Lyon National Orchestra, Märkl)

1. I. Des profondeurs de l’abime, je crie vers toi, Seigneur: Seigneur, ecoute ma voix! 04:26
2. II. Le Christ, ressuscite des morts, ne meurt plus; la mort n’a plus sur lui d’empire 06:13
3. III. L’heure vient ou les morts entendront la voix du Fils de Dieu … 04:57
4. IV. Ils ressusciteront, glorieux, avec un nom nouveau, dans le concert joyeux des etoiles et les acclamations des fils du Ciel 09:21
5. V. Et j’entendis la voix d’une foule immense … 07:34

Le tombeau resplendissant
6. Le tombeau resplendissant 18:13

Hymne
7. Hymne 15:11

Orchestre National de Lyon
Jun Märkl

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Olivier Messiaen reclama da arbitragem
Olivier Messiaen reclama da arbitragem

PQP

Beethoven (1770 – 1827): Sonata para Piano No. 29 “Hammerklavier” – An die ferne Geliebte – Nobuyuki Tsujii (piano) ֎

Beethoven (1770 – 1827): Sonata para Piano No. 29 “Hammerklavier” – An die ferne Geliebte –  Nobuyuki Tsujii (piano) ֎

Touching the sound

O segundo B no panteão pqpbachiano…

Este é o disco de estreia do artista para o selo amarelo e traz um repertório impactante – a Hammerklavier – acompanhada do ciclo de canções An die ferne Geliebte, transcrito para piano. Beethoven e o selo amarelo vão de mãos dadas, mas o pianista chama a atenção, mesmo não sendo mais uma surpresa, pois que o sorridente rapaz da foto da capa já está no circuito musical há um bom tempo.

Nobuyuki Tsujii, Nobu, como é chamado, nasceu cego e foi encontrado pela música bem cedo. Seu feito mais notável foi ter arrebatado o Concurso Van Cliburn em 2009, assim como os corações da audiência e dos jurados, como foi o caso de Menahen Pressler.

Há grandes músicos que nasceram cegos o que ficaram cegos ao longo da vida, mas quando pensamos no dia-a-dia deles não deixamos de nos perguntar como conseguem suplantar tal obstáculo. Cada caso tem suas próprias peculiaridades e a mente humana pode ter muitos outros caminhos além dos habituais para chegar onde realmente quer.

No caso de Nobu, ele aprendia as partituras das músicas escritas em Braile, mas era um processo lento. Seu professor passou a gravar em tape cada parte da música – mão esquerda, mão direita – num processo bem técnico. Isso encurtou o tempo para que ele ‘aprendesse’ a música que passava a interpretar, com seus dons e sua própria sensibilidade.

Para o caso de música com orquestra, ele explica de maneira natural, que se deixa levar pela atmosfera que o cerca e que até os sons da respiração do maestro lhe serve de guia.

Se você tiver tempo e interesse, há muita informação sobre Nobuyuki na internet, mas o documentário ‘Touching the Sound’, da PBS, é particularmente revelador. [aqui]

Eu confesso não ter grande afinidade com a música de Franz Liszt, mas alguém que tem amor pelas canções (Lieder) assim como é o meu caso, merece grande consideração. Essa transcrição do ciclo de canções do grande Ludovico, na interpretação do Nobuyuki ficou supimpa. E a Hammerklavier está ótima. O grande movimento lento não está tão lento assim como em certas famosas interpretações, mas tem a concentração e o afeto que a coloca lá bem no alto.

Ludwig van Beethoven (1770 – 1827)

An die ferne Geliebte, Op. 98
Arr. Liszt for Solo Piano as S. 469
  1. Auf dem Hügel sitz ich, spähend (2:27)
  2. Wo die Berge so blau (1:58)
  3. Leichte Segler in den Höhen (1:38)
  4. Diese Wolken in den Höhen (1:04)
  5. Es kehret der Maien, es blühet die Au (2:20)
  6. Nimm sie hin denn, diese Lieder (4:10)
Piano Sonata No. 29 in B-Flat Major, Op. 106 “Hammerklavier”
  1. Allegro (11:33)
  2. Scherzo. Assai vivace – Presto (2:45)
  3. Adagio sostenuto, appassionato e con molto sentimento (17:34)
  4. Largo – Allegro – Allegro risoluto (11:46)

Nobuyuki Tsujii, piano

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MP3 | 320 KBPS | 132 MB

Nobuyuki, que decora cada partitura por conta de sua cegueira, comentou sobre a natureza assustadora do Hammerklavier: “É um trabalho tão longo que é muito difícil manter a concentração. Passei muito tempo me preparando para a gravação… tornando a música minha. … Quanto mais você toca, mais profundamente você a sente. Há aspectos da experiência de Beethoven que se sobrepõem à minha — ele perdeu a audição, mas ainda assim escreveu peças maravilhosas e muito difíceis como esta sonata. Então trabalhei nela com grande respeito.”

Tsujii é reverenciado tanto pela pureza e beleza de suas notas quanto por sua excelente técnica de execução, mas em vez de permitir que sua própria personalidade musical domine, ele busca fielmente expressar as profundezas e complexidades atraentes de qualquer obra-prima que esteja tocando. Mais do que tudo, ele encontra alegria em compartilhar a música com seu público, e isso realmente transparece em suas performances. Essa franqueza o torna tão amado por públicos de todas as nações. “Eu amava me apresentar para as pessoas quando era muito jovem, e essa paixão nunca vacilou. Sempre que toco, tento o meu melhor para ser um com o público.”

Aproveite!

René Denon

Eugène Ysaÿe (1858-1931): 6 Sonatas for Solo Violin, Op. 27 (Kaler)

Eugène Ysaÿe (1858-1931): 6 Sonatas for Solo Violin, Op. 27 (Kaler)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Esta música foi publicada por Ysaye em 1924. Conforme discutido nas notas, cada sonata foi dedicada a um violinista contemporâneo. Se você gosta das Sonatas e Partitas para violino solo de Bach, há uma boa chance de que você goste desta música. A música é tecnicamente muito desafiadora para o violinista e Kaler parece não ter dificuldades com ela. São obras diabolicamente difíceis, tanto técnica quanto musicalmente, então acho que nunca a ouvi tocada como deveria ser até ouvir esta gravação. Uma revelação! As Sonatas de Ysaye são algumas das músicas mais belas e comoventes já escritas. Se você não gostar desta gravação de Ilya Kaler, então você simplesmente não gosta destas peças, até porque acho que ninguém poderia tocá-las melhor. As seis sonatas solo de Ysaÿe representam uma espécie de Everest violinístico, abrangendo literalmente todos os aspectos de técnica e musicalidade do instrumento. Poucos violinistas as tocam (ou já tocaram). Ilya Kaler é um que o faz. Nenhuma obstáculo é contornado na apresentação de cada sonata, tudo emerge com uma importância impressionante, uma mudança refrescante da maioria das outras execuções em que o violinista atinge todas as notas e não muito mais.

Eugène Ysaÿe (1858-1931): 6 Sonatas for Solo Violin, Op. 27 (Kaler)

Sonata for Solo Violin in G Minor, Op. 27, No. 1
1 I. Grave 04:53
2 II. Fugato 04:20
3 III. Allegretto poco scherzoso 05:04
4 IV. Finale: Con brio 02:23

Sonata for Solo Violin in A Minor, Op. 27, No. 2
5 I. Prelude, “Obsession”: Poco vivace 02:25
6 II. Malinconia: Poco lento 03:14
7 III. Sarabande, “Danse des ombres”: Lento 04:22
8 IV. Les furies: Allegro furioso 02:49

Sonata for Solo Violin in D Minor, Op. 27, No. 3, “Ballade”
9 Sonata for Solo Violin in D Minor, Op. 27, No. 3, “Ballade” 07:34

Sonata for Solo Violin in E Minor, Op. 27, No. 4
10 I. Allemande: Lento maestoso 05:56
11 II. Sarabande: Quasi lento 03:29
12 III. Finale: Presto ma non troppo 03:19

Sonata for Solo Violin in G Major, Op. 27, No. 5
13 I. L’aurore: Lento assai 05:01
14 II. Danse rustique: Allegro giocoso molto moderato 05:06

Sonata for Solo Violin in E Major, Op. 27, No. 6
15 Sonata for Solo Violin in E Major, Op. 27, No. 6 07:56

Ilya Kaler

Total Playing Time: 01:07:51

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Ysaÿe, quem seria?

PQP

.: interlúdio :. Edu Lobo (1943): Edu e Bethânia (1966) / Camaleão (1978) / Tempo Presente (1980) / Elis Canta Edu (2009) / Tantas marés (2010)

.: interlúdio :. Edu Lobo (1943): Edu e Bethânia (1966) / Camaleão (1978) / Tempo Presente (1980) / Elis Canta Edu (2009) / Tantas marés (2010)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Eu sei lá de onde consegui este CD-R pirata com 5 discos de Edu Lobo. Eles dão uma passada muito aleatória e sem critério do que é a carreira deste gênio. Há dois discos feitos em parceria com cantoras. O primeiro com Maria Bethânia e o quarto desta série com Elis Regina, sendo este um CD muito doido que junta tudo o que Elis gravou de Edu. O resultado é excelente. Camaleão é a obra-prima do grupo. Tempo Presente é o pior. Tantas Marés é bom. Uma seleção um tanto tola para o enorme artista que é Edu, mas é o temos no momento.

Edu e Bethânia (1966)

1 . Upa, Neguinho
Edu Lobo , Gianfrancesco Guarnieri
2 . Cirandeiro
Edu Lobo , José Carlos Capinan
3 . Sinherê
Edu Lobo , Gianfrancesco Guarnieri
4 . Lua Nova
Edu Lobo , Torquato Neto (Torquato Pereira de Araújo Neto)
5 . Candeias
Edu Lobo
6 . Borandá
Edu Lobo
7 . Pra Dizer Adeus
Edu Lobo , Torquato Neto (Torquato Pereira de Araújo Neto)
8 . Veleiro
Edu Lobo , Torquato Neto (Torquato Pereira de Araújo Neto)
10 . O Tempo E O Rio
Edu Lobo , José Carlos Capinan

Camaleão (1978)

1 . Lero-Lero
Edu Lobo , Cacaso (Antônio Carlos Ferreira Brito)
2 . O Trenzinho Do Caipira (de “Bachianas Brasileiras Nº 2”)
Ferreira Gullar , Heitor Villa-Lobos , Edu Lobo (adaptação)
3 . Coração Noturno
Edu Lobo , Cacaso (Antônio Carlos Ferreira Brito)
4 . Canudos
Edu Lobo , Cacaso (Antônio Carlos Ferreira Brito)
5 . Camaleão
Fernando Leporace
6 . Sanha Na Mandinga
Edu Lobo , Cacaso (Antônio Carlos Ferreira Brito)
7 . Branca Dias
Edu Lobo , Cacaso (Antônio Carlos Ferreira Brito)
8 . Bate-Boca
Edu Lobo , Paulo César Pinheiro
9 . Descompassado
Edu Lobo , Cacaso (Antônio Carlos Ferreira Brito)
10 . Memórias De Marta Saré
Edu Lobo , Gianfrancesco Guarnieri

Tempo Presente (1980)

1 . Rei Morto, Rei Posto
Edu Lobo , Joyce Moreno
2 . Desenredo
Paulo César Pinheiro , Dori Caymmi
3 . Angu De Caroço
Edu Lobo , Cacaso (Antônio Carlos Ferreira Brito)
4 . Tempo Presente
Edu Lobo , Joyce Moreno
5 . Balada De Outono
Edu Lobo
6 . Rio Das Pedras
Edu Lobo
7 . Dono Do Lugar
Edu Lobo , Cacaso (Antônio Carlos Ferreira Brito)
8 . Laranja Azeda
Cacaso (Antônio Carlos Ferreira Brito) , Novelli
9 . Quase Sempre
Edu Lobo , Cacaso (Antônio Carlos Ferreira Brito)
10 . Ilha Rasa
Edu Lobo , Cacaso (Antônio Carlos Ferreira Brito)

Elis Canta Edu (2009)

1 Casa Forte (Instrumental)
2 Corrida de Jangada
3 Upa, Neguinho
4 Pra Dizer Adeus
5 Memórias de Marta Saré
6 Chegança (Ao Vivo)
7 Jogo de Roda
8 Canto Triste
9 Arrastão
10 Estatuinha
11 Canção Do Amanhecer (Ao Vivo)
12 Aleluia
13 Veleiro
14 Reza
15 Zambi (Ao Vivo)

Tantas marés (2010)

1 . Dança Do Corrupião
Edu Lobo , Paulo César Pinheiro
2 . Coração Cigano
Edu Lobo , Paulo César Pinheiro
3 . Acalanto (Primeira Cantiga)
Edu Lobo , Paulo César Pinheiro
4 . Angu De Caroço
Edu Lobo , Cacaso (Antônio Carlos Ferreira Brito)
5 . Perambulando
Edu Lobo , Paulo César Pinheiro
6 . Qualquer Caminho
Edu Lobo , Paulo César Pinheiro
7 . Ode Aos Ratos
Edu Lobo , Chico Buarque
8 . Tantas Marés
Edu Lobo , Paulo César Pinheiro
9 . Ciranda Da Bailarina
Edu Lobo , Chico Buarque
10 . Senhora Do Rio
Edu Lobo , Domínio Público (letra)
11 . A Bela E A Fera
Edu Lobo , Chico Buarque
12 . A História De Lily Braun
Edu Lobo , Chico Buarque

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PQP

J. S. Bach (1685-1750): Obras Orquestrais Completas (CD 4 de 8) (Cologne Chamber Orchestra, Helmut Müller-Brühl)

J. S. Bach (1685-1750): Obras Orquestrais Completas (CD 4 de 8) (Cologne Chamber Orchestra, Helmut Müller-Brühl)

Um excelente disco com vários dos Concertos para Cravo(s) de Bach, incluídas algumas transcrições que vocês, conhecedores, dirão se são de Bach ou não. Os caras de Colônia são realmente ótimos e nos deixam completamente felizes. O primeiro concerto do CD é muito mais conhecido pela versão original para violino solo e o último é mais conhecido pela versão para 3 cravos — que é terceiro concerto do CD. De resto, eu diria que futebol é bola na rede e mais meio quilo de farofa. Ah, tenho que ir na feira que está fechando. Vou logo senão minha mulher me mata.

J. S. Bach (1685-1750): Obras Orquestrais Completas (CD 4 de 8) (Cologne Chamber Orchestra, Helmut Müller-Brühl)

BACH, J.S.: Harpsichord Concertos, Vol. 4

Harpsichord Concerto in D major, BWV 1042
Performed by:Cologne Chamber Orchestra
Conducted by:Helmut Muller-Bruhl
Robert Hill, harpsichord
Allegro 07:25
Adagio e piano sempre 05:59
Allegro 02:48

Harpsichord Concerto in G minor, BWV 1058
Performed by:Cologne Chamber Orchestra
Conducted by:Helmut Muller-Bruhl
Gerald Hambitzer, harpsichord
Allegro 03:39
Andante 04:45
Allegro ma non tanto 03:48

Concerto for 3 Harpsichords in C major, BWV 1064
Performed by:Cologne Chamber Orchestra
Conducted by:Helmut Muller-Bruhl
Gerald Hambitzer, harpsichord
Robert Hill, harpsichord
Christoph Anselm Noll, harpsichord
Allegro 06:21
Adagio 05:18
Allegro 04:33

Concerto for Three Harpsichords in D minor, BWV 1063
Performed by:Cologne Chamber Orchestra
Conducted by:Helmut Muller-Bruhl
Michael Behringer, harpsichord
Robert Hill, harpsichord
Christoph Anselm Noll, harpsichord
Allegro 04:32
Alla Siciliana 04:10
Allegro 04:42

Concerto for 3 Harpsichords in D major, BWV 1064 (arr. for violins)
Performed by:Cologne Chamber Orchestra
Conducted by:Helmut Muller-Bruhl
Elisabeth Kufferath, violin
Christine Pichlmeier, violin
Winfried Rademacher, violin
Allegro 06:00
Adagio 05:59
Allegro 04:28

Total Playing Time: 01:14:27

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PQP

J.S. Bach (1685 – 1750) & S.L. Weiss (1687 – 1750): Suítes e outras peças com alaúde – Diego Cantalupi (alaúde) & Davide Pozzi (cravo); Alberto La Rocca, (violão) & Carlo Lazari (violino) ֎

J.S. Bach (1685 – 1750) & S.L. Weiss (1687 – 1750): Suítes e outras peças com alaúde – Diego Cantalupi (alaúde) & Davide Pozzi (cravo); Alberto La Rocca, (violão) & Carlo Lazari (violino) ֎

Em casa com Bach

Leipzig fica a 120 quilómetros de Dresden, para onde viajou Johann Sebastian Bach em diversas ocasiões, para testar novos órgãos e onde esperava obter um rendoso emprego, que nunca veio. Mas, hoje, vamos celebrar uma viagem que ocorreu no sentido inverso, de Dresden para Leipzig.

Em 1739, Wilhelm Friedemann Bach, o filho mais velho de Johann Sebastian, foi de Dreden para Leipzig e levou junto seu amigo Sylvius Leopold Weiss assim como um de seus alunos de alaúde, Johann Kropfangs. Podemos imaginar quanta música esse encontro produziu. Essa visita foi registrada no dia 11 de agosto no diário de Johann Elias Bach, sobrinho e secretário particular de Johann Sebastian: «Hoje, algo incrível aconteceu no mundo da música: meu primo [Wilhelm Friedemann Bach] veio nos visitar e ficou por quatro semanas. Ele veio com dois alaudistas, o Sr. Weiss e o Sr. Kropfgans [seu aluno], que nos encantaram com muitos concertos».

Esta postagem reúne dois discos que, de certa forma, celebram esse encontro de músicos geniais. No disco de Diego Cantalupi e Davide Pozzi temos principalmente peças de Weiss, além de uma fuga para alaúde, de Bach. As peças são interpretadas ora ao cravo, ora ao alaúde e em certos momentos, ambos tocam juntos. Veja este lindo vídeo postado no Youtube, música primorosamente interpretada em um cenário encantador.

No disco de Alberto La Rocca e Carlo Lazari temos a Suíte SW 47, de Weiss, que deve ter sido ouvida diversas vezes nessa estadia em Leipzig, assim como a adaptação feita por Bach, acrescentando o violino sobre a transcrição para cravo. No disco ouvimos uma versão com violino e violão, arranjo feito por Alberto La Rocca.

Sylvius Leopold Weiss (1687 – 1750)

Lute Sonata No. 54
  1. Andante
  2. Allegro primo e secondo
  3. Largo
  4. Tempo di Minuetto
Fantasia e fuga, for solo lute
  1. Fantasia
  2. Fuga
Harpsichord Sonata No. 47
  1. Entreé
  2. Courante
  3. Rondeau
  4. Sarabande
  5. Menuet
  6. Allegro

Johann Sebastian Bach (1685 – 1750)

Fugue in G minor for lute, BWV1000
  1. Fugue

Sylvius Leopold Weiss (1687 – 1750)

Concerto e Giga, for lute & harpsichord
  1. Adagio
  2. Allegro
  3. Adagio
  4. Gique

Diego Cantalupi, alaúde

Davide Pozzi, cravo

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MP3 | 320 KBPS | 182 MB

Diego Cantalupi

Bach e Weiss eram amigos e se encontraram em várias ocasiões. Johann Friedrich Reichardt até os descreve desafiando um ao outro para uma competição de improvisação: ‘Qualquer um que entenda o desafio de tocar modulações harmônicas e contraponto decente no alaúde ficará surpreso e espantado ao ouvir uma testemunha ocular dizer que Weiss, o grande alaudista, competiu com J.S. Bach, o grande cravista e organista, tocando fantasias e fugas.’

___ o O o ___

Silvius Leopold Weiss (1687-1750)

Suite in A SW47 for lute
  1. Entrée
  2. Currante
  3. Rondeau
  4. Sarabande
  5. Allegro
  6. Men[uet]

Alberto La Rocca guitar & arrangement

Silvius Leopold Weiss / Johann Sebastian Bach 1685-1750

Suite in A BWV1025 for violin & harpsichord

after Weiss’s Suite SW47

with violin accompaniment composed by Bach

  1. Fantasia (by J.S. Bach)
  2. Courante
  3. Entrée
  4. Rondeau
  5. Sarabande
  6. Menuet
  7. Allegro

Alberto La Rocca guitar & arrangement

Carlo Lazari violin

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MP3 | 320 KBPS | 130 MB

Alberto La Rocca
Carlo Lazari

A “melodia adicionada” de Bach, composta com sua habilidade sobre-humana usual, lança uma nova luz sobre a suíte original, como se a vestisse com um traje extraordinariamente elegante. A parte do violino comenta a textura original do alaúde sem sufocá-la, quase como uma improvisação livre acima do topo. Ela brinca com os vários elementos da música de Weiss, extrapolando ideias para temas, imitando-os ou simplesmente vagando livremente. A parte de Bach também é altamente imaginativa e variada em sua expressão, frequentemente adicionando encaixe rítmico complexo e virtuosismo significativo, enquanto sempre se mantém fiel às emoções dos movimentos de Weiss.

Celebre você também essa amizade!

Aproveite!

René Denon

PS: No segundo disco da postagem indicada a seguir você encontrará a versão de Bach para a Suíte do compadre Weiss, aquela denotada por BWV 1025:

Bach 339 anos !!! – Johann Sebastian Bach (1685-1750): Kammermusik 5 CDs (Musica Antiqua Köln / Reinhard Goebel)

Igor Stravinsky (1882-1971): A Sagração da Primavera / O Rouxinol (Craft)

Igor Stravinsky (1882-1971): A Sagração da Primavera / O Rouxinol (Craft)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Será um exagero meu? Sinceramente, acho que não. Este registro de Robert Craft (1923-2015) é, na minha opinião, o melhor que ouvi até hoje da Sagração da Primavera. OK, tem a gravação do Esa-Pekka Salonen que é também extraordinária. E não é por Craft ter sido amigo de Igor e de ter escrito livros sobre ele. Achei a gravação insuperável. Por falar nisto: já ouviram falar em Stravinsky: Crônica de uma amizade, de Robert Craft, Difel, 2002, tradução de Eduardo Francisco Alves, 760 páginas, com ilustrações? No livro, Craft traça um retrato completo de Stravinsky, como compositor, pessoa, marido e celebridade amante do jet set. A versão de Craft é selvagem e agressiva como deve ser. A gente pode ter uma ideia do pasmo dos parisienses elegantes quando estreia da peça. Ah, gravação extraordinária da Naxos.

Igor Stravinsky (1882-1971): A Sagração da Primavera / O Rouxinol (Craft)

Le sacre du printemps (1913 version)
1. Part I (Adoration of the Earth): Introduction 00:03:19
2. Part I (Adoration of the Earth): The Augurs of Spring / Dances of the Young Girls 00:03:14
3. Part I (Adoration of the Earth): Ritual of Abduction 00:01:19
4. Part I (Adoration of the Earth): Spring Rounds 00:03:09
5. Part I (Adoration of the Earth): Ritual of the Rival Tribes 00:03:10
6. Part I (Adoration of the Earth): Dance of the Earth 00:01:18
7. Part II (The Sacrifice): Introduction 00:03:31
8. Part II (The Sacrifice): Mystic Circles of the Young Girls 00:03:08
9. Part II (The Sacrifice): Glorification of the Chosen One 00:01:37
10. Part II (The Sacrifice): Evocation of the Ancestors 00:00:41
11. Part II (The Sacrifice): Ritual Action of the Ancestors 00:02:58
12. Part II (The Sacrifice): Sacrificial Dance 00:04:34

London Symphony Orchestra
Robert Craft, conductor

The Nightingale (Le rossignol)
13. Scene 1 (The Forest at Dawn): Introduction 00:03:05
14. Scene 1 (The Forest at Dawn): Fisherman 00:03:32
15. Scene 1 (The Forest at Dawn): Nightingale’s Aria 00:03:01
16. Scene 1 (The Forest at Dawn): Chamberlain, Bonze, Cook, Courtiers 00:02:50
17. Scene 1 (The Forest at Dawn): Second Entrance of the Nightingale 00:00:47
18. Scene 1 (The Forest at Dawn): Chamberlain and Bonze 00:00:24
19. Scene 1 (The Forest at Dawn): Nightingale’s Second Aria 00:00:44
20. Scene 1 (The Forest at Dawn): Chamberlain and Bonze 00:00:52
21. Scene 1 (The Forest at Dawn): Fisherman 00:01:26
22. Scene 2 (The Porcelain Palace of the Chinese Emperor): Prelude 00:01:27
23. Scene 2 (The Porcelain Palace of the Chinese Emperor): Cook 00:00:20
24. Scene 2 (The Porcelain Palace of the Chinese Emperor): Prelude (reprise) 00:00:22
25. Scene 2 (The Porcelain Palace of the Chinese Emperor): Chinese March 00:03:10
26. Scene 2 (The Porcelain Palace of the Chinese Emperor): Chamberlain 00:00:14
27. Scene 2 (The Porcelain Palace of the Chinese Emperor): Song of the Nightingale 00:04:12
28. Scene 2 (The Porcelain Palace of the Chinese Emperor): The Japanese Envoys 00:01:18
29. Scene 2 (The Porcelain Palace of the Chinese Emperor): The Mechanical Nightingale 00:00:59
30. Scene 2 (The Porcelain Palace of the Chinese Emperor): The Emperor, Chamberlain, Courtiers 00:00:59
31. Scene 2 (The Porcelain Palace of the Chinese Emperor): Chinese March (reprise) 00:00:50
32. Scene 2 (The Porcelain Palace of the Chinese Emperor): Fisherman 00:00:59
33. Scene 3 (The Emperor’s Bedchamber): Prelude 00:02:43
34. Scene 3 (The Emperor’s Bedchamber): Chorus of Ghosts, Emperor 00:01:08
35. Scene 3 (The Emperor’s Bedchamber): Nightingale 00:02:12
36. Scene 3 (The Emperor’s Bedchamber): Death and the Nightingale 00:01:29
37. Scene 3 (The Emperor’s Bedchamber): Nightingale’s Aria 00:01:25
38. Scene 3 (The Emperor’s Bedchamber): Emperor and Nightingale 00:01:41
39. Scene 3 (The Emperor’s Bedchamber): Funeral Procession 00:01:14
40. Scene 3 (The Emperor’s Bedchamber): Fisherman 00:01:06

Trifonova, Olga, soprano
Tear, Robert, tenor
Longworth, Pippa, soprano
Whelan, Paul, bass-baritone
Richardson, Stephen, bass
Greenan, Andrew, baritone
Burgess, Sally, alto
Hall, Peter, tenor
Preece, Simon, bass
London Voices
Philharmonia Orchestra
Craft, Robert, Conductor

Total Playing Time: 01:16:27

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Meu amigo Craft nunca negou fogo, que baita execução!
Meu amigo Craft nunca negou fogo, que baita execução!

PQP

Olivier Messiaen (1908-1992): Quarteto para o Fim dos Tempos (Desurmont, Yordanoff, Tetard, Barenboim)

Olivier Messiaen (1908-1992): Quarteto para o Fim dos Tempos (Desurmont, Yordanoff, Tetard, Barenboim)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Já que Clara Schumann e Rameau estão vivendo uma febre de música francesa, aproveito para falar sobre o fim do mundo.

Brincadeira, claro. Publico a seguir uma das maiores e mais importantes obras de nosso tempo. E francesa. Deixo o comentário desta gravação – realizada em 1979 na presença de Messiaen e distribuída com sua autorização – a cargo do crítico português Paulo Carvalho. Encontrei-a aqui.

O Quarteto para o Fim dos Tempos, de Olivier Messiaen, é daquelas obras que, uma vez escutadas, se impõem ao ouvinte (auditor, no original): quem a escuta não esquece a experiência e, se é melómano, a ela voltará muitas vezes — algumas certamente para se interrogar sobre o que procura de facto na Música. Porque se está aqui na presença de uma música da estirpe do Requiem de Mozart-Süssmayr, do Quarteto de Cordas n.º 8 de Chostakovitch, do Andante tranquillo da Música para Cordas, Percussão & Celesta de Bartók; uma música que celebra o homem e que o condena, que na sua consumação o enaltece e que na tragicidade pungente que lhe é intrínseca decreta a necessidade da sua ultrapassagem; uma música sumamente humana, mas para lá de todos os equívocos do humanismo. E, se isto parece um exagero aplicado a um mero produto artístico, então que se ouça até ao fim — mas mesmo até ao fim — o último andamento do Quarteto, intitulado Louange à l’Immortalité de Jésus. Mas não será preciso esperar por tanto: ao quinto andamento, uma espécie de versão desta loa, já o fôlego terá falhado.

Composta sob o signo da convulsão e do colapso, entre o Verão de 1940 e o início de 1941, aquando da prisão do autor, então membro das forças armadas francesas, pelas forças alemãs, no campo de detenção de Görlitz, na Silésia — a obra propõe-se ser uma meditação sobre o Apocalipse de João, mais exactamente sobre a passagem: “Eu vi um anjo pleno de força, descendo do céu, revestido de uma nuvem, tendo sobre a cabeça um arco-íris. O seu rosto era como o sol, seus pés como colunas de fogo. Pousou o seu pé direito sobre o mar e o seu pé esquerdo sobre a terra, e, mantendo-se sobre o mar e sobre a terra, elevou a mão para o Céu e jurou por Aquele que vive pelos séculos dos séculos, dizendo: não haverá mais Tempo: mas no dia da trombeta do sétimo anjo, o mistério de Deus se consumará.” (Ap.10, 1-ss.)

São conhecidas as motivações místicas de Messiaen, mas estas, não sendo secundárias para a compreensão de uma música frequentemente difícil para o auditor de obras menos exigentes, não devem impedir — bem pelo contrário — de fazermos desta sua obra leituras mais mundanas; não nos devem distrair, por exemplo, de realçar a diversidade de efeitos “físicos” que uma tal música é susceptível de provocar no auditor: desde o enlevo lírico ao alvoroço convulsivo ou à perturbação angustiante, desde a meditação à dança (de ritmos não habituais, bem entendido), desde a melancolia ao êxtase.

A obra foi concebida em oito partes ou andamentos, símbolo da eternidade ou da cesura do tempo. A inusitada composição instrumental do quarteto (violino, violoncelo, clarinete e piano) ter-se-á devido não tanto a um desejo do autor quanto a uma adequação à circunstância de serem os instrumentos que existiam ao seu dispor no campo de detenção. Não seriam, ao que parece, instrumentos de grande qualidade — o que não impediu que o compositor, mais tarde, se tivesse referido à primeira audição, ocorrida ainda no campo, nestes termos: “nunca eu fui escutado com tanta atenção e compreensão”.

1. Liturgie de cristal (3’01)

O clarinete, logo suportado por salpicos assimétricos de acordes no piano, abre o andamento com uma melodia quase bucólica no que é seguido por outra de natureza idêntica ao violino, enquanto o violoncelo num registo agudo vai distendendo lânguidas notas que dão ao todo uma cor diluída, um ambiente. O diálogo entre clarinete e violino (dir-se-ia entre dois pássaros) vai decorrendo ao sabor de um sem-tempo plácido, crescendo pouco a pouco em intensidade, mas sem nunca chegar a um paroxismo. A peça não termina propriamente: como que se extingue num sopro. O que não é de todo arbitrário, pois esta é baseada numa estrutura lógica e complexa (de “cristal”) que, se consumada, demoraria cerca de duas horas a tornar ao ponto de partida. Uma clara interrogação sobre a experiência moderna do tempo útil.

2. Vocalise, pour l’Ange qui annonce la fin du temps (5’06)

O piano irrompe enérgica e abruptamente com aglomerados de notas (clusters), pontuado ou interrompido ora pelo clarinete, ora pelos dois instrumentos de corda. A tensão aumenta sobretudo entre as cordas e o piano, mas resolve-se dali a pouco numa conclusão do piano, primeiro subtil e graciosa, depois peremptória, sublinhada pelo clarinete. Eis a introdução para o vocalizo que se seguirá após uma curta pausa e que estará a cargo do violino e do violoncelo, tocando à distância de oitavas longas e suaves notas, iluminadas pelos pingos de água do arco-íris ao piano. A atmosfera criada é misteriosa e leve, quase insustentável, ficando deliciosamente insuportável à medida que os segundos se escoam. Para tal contribuem as notas insistentes e cadenciadas do piano. A música torna-se então esparsa, soluçante, conhecendo pausas, silêncios que se vão introduzindo, fracturando um discurso que inicialmente, apesar de incomum, se previa lógico. Até que o silêncio se instala — para pouco depois ser invadido por um quase tutti que remata o andamento com violência.

3. Âbime des oiseaux (7’31)

E é chegada a vez de um completamente imprevisto — tratando-se a obra de um quarteto — solo de clarinete. Um longo solo de clarinete de mais de sete minutos, alternando entre dois estados: um, de longas notas, maximamente em registo grave, representando o abismo, a negação, as experiências humanas da angústia, da opressão e da morte; outro, de notas breves, saltitantes, soltas e agudas, anunciando a alegria e a participação do homem na experiência da eternidade. Seja ela o que for. Acresce dizer que Messiaen era um ornitólogo amador e que neste quarteto, como em muitas das suas obras, incorpora o profundo conhecimento que tinha do canto dos pássaros. Aliás, chega a dedicar obras inteiras a esse canto, como é o caso do monumental Catalogue des Oiseaux (1956-57).

4. Intermède (1’46)

Fazendo uso de uma imagética cara à linguagem apocalíptica, este andamento poderia perfeitamente ter recebido o nome de “racapitulação e anúncio”, porque é precisamente disso que se trata, uma recapitulação fragmentária de temas dos andamentos precedentes e anúncio embrionário de outros temas nos andamentos que se seguirão. Além disso, é um scherzo composto ele mesmo por sete movimentos (bastante coloridos pela alternância entre a agitação e a graciosidade). “Sete é o número perfeito, a criação de 6 dias santificada pelo sabbat divino; o 7 deste repouso prolonga-se na eternidade e torna-se o 8 da luz indefectível, da inalterável paz”, diz Messiean. Curioso é que neste andamento germinal, musicalmente genésico, o compositor não usa o seu instrumento, o piano, imobilizando-se, por assim dizer, na escuta — ou na contemplação.

5. Louange à l’Eternité de Jésus (8’36)

Quem quiser saber o que é a utilização do silêncio em
música, deve ouvir o segundo andamento da obra, mas quem quiser compreender como é possível que uma música caminhe para o seu silêncio deverá escutar este movimento (dueto de piano e violoncelo) e o oitavo (dueto de piano e violino). Até ao fim: isto é, muito para lá do eco do último acorde dado ao piano, muito para lá da extensíssima nota deixada a soar pelo violino, como que alheando-se do próprio instrumento. Aconselhável é que se suspenda por algum tempo a audição (quanto, o auditor saberá) para não sofrer o violento sobressalto da peça que se segue. A indicação para os músicos “infinitamente lento, extático” é suficientemente sugestiva do que aí se ouve, mas infinitamente insuficiente para descrevê-lo. De resto, descrever tal música seria quase obsceno: no fim, há só paz e respiração. A respiração pacificada de quem escuta. E quantas peças em toda a História da Música facultam tal experiência?

6. Danse de la fureur, pour les sept trompettes (6’45)

Seguindo as indicações de dinâmica, um decidido e vigoroso tutti em uníssono, quase orquestral na cor, ocupa a primeira parte desta “dança”. Uma “música de pedra”, como a descreve o próprio Messiaen, chamando ainda a atenção que o uníssono funciona aqui como sugestão do conjunto de trombetas. As frases melódicas começam por ser curtas, desenvolvendo-se imperceptivelmente para outras mais extensas, mas sempre angulosas, de dinâmica contrastante, marcadas por um ritmo poderoso, quase frenético, que adiante se adoça numa espécie de eco ou comentário. Por pouco tempo. O tutti regressa em toda a sua força, repetindo o tema da dança do furor — até que sobrevém a bonança através de um tema que aqui e ali evoca sonoridades e escalas orientais. O andamento prossegue com uma agitação de sacudidelas e contrastes ainda mais violentos que de início, plena de aceleramentos, abrandamentos bruscos, pausas, tendo o piano por protagonista das fracções mais lentas e os restantes instrumentos das mais rápidas. Após uma breve citação do tema “da bonança”, o andamento acaba categórico como um axioma.

7. Fouillis d’arcs-en-ciel, pour l’Ange qui annonce la fin du temps (7’35)

Este andamento evoca bem toda a cor do seu título. Inicia, no entanto, com um tema pleno de melancolia (como exige um “anúncio do fim dos tempos”), uma retoma do tema do vocalizo do segundo andamento sob a forma de variação. Para o “efeito melancólico” contribui grandemente a instrumentação (o dueto do piano com o violoncelo em movimento lento, “sonhador”, conforme indicação do compositor). Este tema (ou variações do mesmo) alternará, ao longo do andamento, com momentos de vivacidade, representantes do vórtice de cores do arco-íris que no relato bíblico encima a cabeça do anjo. Nestes momentos intervêm os restantes instrumentos, quer com subtis mudanças de intensidade, quer com bruscas contravoltas nos tempos musicais.

8. Louange à l’Immortalité de Jésus (8’14)

Similar ao quinto andamento na estrutura e no tipo de instrumentos utilizados: o piano e as cordas em dueto, neste caso o violino. Celebra-se aqui a ressurreição de Cristo, como vencedor do tempo.

Uma última nota. O título da obra, bem como a tradução que lhe dei de início, carecem de uma explicação mais aprofundada. O original, Quatuor pour la Fin du Temps, exigiria que se traduzisse “para o fim do tempo”, tal como no inglês se traduz “for the end of time” e no alemão “auf das Ende der Zeit”. Contudo, o tempo a que aqui se alude é, como se disse, o tempo do Apocalipse (apocalipse significa revelação), tempo que em português recebe, geralmente, a designação de “fim dos tempos” — tal como se utiliza “plenitude dos tempos” para designar o tempo propício, kairologico, da encarnação do Verbo. “Os tempos”, no plural, é uma expressão feliz, na medida em que dá conta de uma continuidade, de uma infinidade de momentos históricos que se sucederam, séculos, que sequencial e geneticamente estiveram ligados — tal como na música os compassos, ou a métrica regular. O título aponta para o fim de ambos: fim da História (não esqueçamos que se estava em plena Segunda Grande Guerra e que o mundo estava prestes a conhecer a dupla infâmia dos campos de concentração nazis e das Bombas Atómicas), fim da História do homem tal como o conhecêramos até então, e fim da música metrificada, da música “a tempo”. De facto, não é insignificante ou abstrusa esta referência ao tempo da e na música. A música ocidental conhecida começa praticamente com o Canto Gregoriano, um canto que, quando passou a escrita, não compreendia a divisão de compasso. Porque a interpretação, não era ainda interpretação, mas acto (de louvor e adoração, levado a cabo por monges); não era ainda leitura de uma pauta, mas percurso simultaneamente íntimo e plural, ad libitum, ao sabor da memória e do presente nu do canto. Digamos que a gramática musical não pretendia ainda abranger (pode-se dizer: medir) o pulsar da música, o tempo sem tempo do acto musical. Ao levar ao extremo a métrica irregular, prescindindo na prática da barra de compasso, Messiaen retoma esta tradição perdida, apelando para o eterno presente do som (o tempo kairologico, por oposição ao tempo cronológico do metrónomo), da vibração sonora ela mesma e da sua cor — ele que confessava padecer de sinestesia, pelo que via música nas cores e cores na música. Um dado importante para compreender toda a simbólica da obra…

Olivier Messiaen (1908-1992): Quarteto para o Fim dos Tempos (Desurmont, Yordanoff, Tetard, Barenboim)

1. Liturgie De Cristal
2. Vocalise Pour L’ange Qui Annonce La Fin Du Temps
3. Abîme Des Oiseaux
4. Intermède
5. Louange à L’éternité De Jésus
6. Danse De La Fureur Pour Les Sept Trompettes
7. Fouillis D’arc-en-ciel Pour L’ange Qui Annonce La Fin Du Temps
8. Louange De L’immortalité De Jésus

Claude Desurmont (clarinete),
Luben Yordanoff (violino),
Albert Tetard (violoncelo),
Daniel Barenboim (piano).

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Messiaen ouvindo e anotando o canto dos pássaros.

P.Q.P. Bach

Wilhelm Friedemann Bach (1710–1784): Harpsichord Concertos (Egarr, Medlam, London Baroque)

Wilhelm Friedemann Bach (1710–1784): Harpsichord Concertos (Egarr, Medlam, London Baroque)
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Bebum, talentoso e indisciplinado, W. F. Bach contaria com toda minha simpatia se não tivesse herdado — e perdido!!! — cerca de 100 Cantatas de papai. Era o primogênito e preferido de papai, o putão. Estava sempre endividado, claro, mas deixou grande demonstração de talento, o olho do cu. Costumava trocar MANUSCRITOS por bebida e teve a pachorra de imortalizar-se numa gravura com uma garrafa de vinho na mão. Uma figura simpática. Dizem que ele era o mais talentoso de todos nós, mas sempre preferiu a noite e a diversão. Eu o compreendo. Poucos sabem que, em verdade, WF foi o segundo filho de Bach. O primeiro rebento foi uma FILHA, o que equivalia a quase nada numa época em que as mulheres conheciam seus lugares e por lá ficavam. HAHAHAHA!

Este CD é bem bom, viram? WF era um compositor original, fluente e de voz própria. Gosto muito. Divirtam-se. Não é necessário embriagar-se para se chegar à conclusão que o cara é bom pra caralho.

(Tô a fim de escrever palavrão hoje! O que é? Vão querê encará?)

Wilhelm Friedemann Bach (1710–1784): Harpsichord Concertos (Egarr, Medlam, London Baroque)

Concerto in F major F 44
10. 1. Allegro ma non troppo
11. 2. Molto adagio
12. 3. Presto

Concerto in a minor F 45
13. 1. Sem indicação
14. 2. Larghetto (Cantabile)
15. 3. Allegro (assai) ma non troppo

Concerto in D major F 41
16. 1. Allegro
17. 2. Andante
18. 3. Presto

Richard Egarr, clavecin
London Baroque
dir. Charles Medlam

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Jan Steen – Jovem moça tocando cravo para um rapaz, 1659

PQP

Carl Philipp Emanuel Bach (1714-1788): Sonate per Viola da Gamba e Basso Continuo (Pandolfo, Alessandrini)

Carl Philipp Emanuel Bach (1714-1788): Sonate per Viola da Gamba e Basso Continuo (Pandolfo, Alessandrini)

ABSOLUTAMENTE IMPERDÍVEL !!!

Talvez mais do que nenhuma outra — pela diversidade de sonoridades e abordagens — a música barroca seja aquela que dependa mais da qualidade e da concepção que seus intérpretes têm das obras. Neste CD, a habitual dupla Paolo Pandolfo e Rinaldo Alessandrini elevam a música de Carl Philipp a rara altura. Creio nunca antes ter ouvido estas obras serem recriadas com tanta intensidade e sensibilidade. Tal sensibilidade vai tanto na direção do sublime quanto na da agressividade. Já havia notado que Paolo Pandolfo era um mestre — nas Sonatas análogas de J.S. Bach –, mas aqui, fazendo a transição para o clássico, parece que a dupla fez ainda mais. Rinaldo Alessandrini é cravista e grande regente; deve ter dado seus pitacos. Este é um CD para ser ouvido muitas vezes. Nos dois “Arioso” é adequado que você fique de joelhos. Descanse durante o tremendo contraste dos “Allegro”.

Carl Philipp Emanuel Bach (1714-1788): Sonate per Viola da Gamba e Basso Continuo (Pandolfo, Alessandrini)

1. Sonata for Viola da Gamba and Basso Continuo in D major, Wq 137/H 559 – Adagio, ma non tanto
2. Sonata for Viola da Gamba and Basso Continuo in D major, Wq 137/H 559 – Allegro di molto
3. Sonata for Viola da Gamba and Basso Continuo in D major, Wq 137/H 559 – Arioso

4. Sonata for Viola da Gamba and Basso Continuo in C major, Wq 136/H 558 – Andante
5. Sonata for Viola da Gamba and Basso Continuo in C major, Wq 136/H 558 – Allegretto
6. Sonata for Viola da Gamba and Basso Continuo in C major, Wq 136/H 558 – Arioso

7. Sonata for Viola da Gamba and Harpsichord in G minor, Wq 88/H 510 – Allegro Moderato
8. Sonata for Viola da Gamba and Harpsichord in G minor, Wq 88/H 510 – Larghetto
9. Sonata for Viola da Gamba and Harpsichord in G minor, Wq 88/H 510 – Allegro assai

Paolo Pandolfo, viola da gamba
Rinaldo Alessandrini, clavicembalo

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Quem toca Viola da Gamba tem que ser feliz.

PQP

Cecilia Bartoli e os castrati: Sacrificium (2009)

Cecilia Bartoli e os castrati: Sacrificium (2009)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

1. É CD para ser comprado. Ele vem acompanhado de um livrinho de 108 páginas chamado “A-Z of the castrato”, além de 3 bônus tracks que não tenho aqui. Já encomendei o meu.

2. Cecilia Bartoli não é mais uma dessas divas que ficam pegando repertórios mais ou menos óbvios para (re)lançar em suas coletâneas. Ela transformou tais discos em obras de arte. E de tese.

3. Ela é a campeã dentre as mezzo. Este CD vendeu 500.000 cópias nos primeiros 30 dias depois do lançamento. E ela não está cantando Abba nem K-pop, está cantando música rara, de primeira linha, acompanhada de um conjunto fantástico que utiliza instrumentação original. Ou seja, não há embuste ou concessão.

4. Ela é a campeã porque canta divinamente. Ela não sai em revistas de moda, não mostra o umbigo em decotes e passaria desapercebida na rua (apesar de eu achá-la linda).

5. Ela não canta óperas de Wagner. Alega não ter alcance. Não é a mulher perfeita???

6. Ah, a edição de luxo, a das 109 páginas + bonus CD, só importando. Reclamações noutro guichê.

Deixemo-la explicar o CD:

Vejam a louca entrando no palco… (e depois cantando):

E mais um:

Bem, o CD é sobre os castrati, meninos de boa voz que eram castrados a fim de mantê-la intacta. A esmagadora maioria não vingava e acabava prostituída nas ruas. A igreja, na época, impedia as mulheres de cantarem em seus atos religiosos e, bem, alguém tinha que fazer os agudos, né? Mas a absurda história destes mutilados está disponível em todo o lugar. O que me interessa é dizer que trata-se de mais um esplêndido trabalho da cantora preferida das gentes: Cecilia Bartoli.

Cecilia Bartoli — Sacrificium (2009)

1. Nicola Porpora – Come nave in mezzo [ 4:05] allonde [Siface] [ ]
2. Antonio Caldara – Profezie di me diceste [ 7:38] [Sedecia] [ ]
3. Francesco Araia – Cadro ma qual si mira [ 6:16] [Berenice] [ ]
4. Nicola Porpora – Parto ti lascio o cara [10:48] [Germanico in Germania] [ ]
5. Nicola Porpora – Unsignolo sventuratom [ 5:12] [Siface] [ ]
6. Carl Heinrich Graun – Misero pargoletto [10:08] [Demofoonte] [ ]
7. Nicola Porpora – In braccio a mille furie [ 2:52] [Semiramide riconosciuta] [ ]
8. Leonardo Leo – Qual farfalla [Zenobia in [ 5:29] [Palmira] [ ]
9. Nicola Porpora – Nobil onda [Adelaide] [ 4:56]
10.Carl Heinrich Graun – Deh tu bel Dio [ 3:43] damore [Adriano in Siria] [ ]
11.Leonardo Vinci – Chi temea Giove regnante [ 6:20] [Farnace] [ ]
12.Antonio Caldara – Quel buon pastor son io [10:29] [La morte dAbel fugura di quella…] [ ]

Cecilia Bartoli
Il Giardino Armonico
Giovanni Antonini

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O Ministério da Saúde adverte…

PQP

Guitar Classics from Spain – Marcelo Kayath, violão ֎

Guitar Classics from Spain – Marcelo Kayath, violão ֎

Peças Clássicas Espanholas para Violão

Marcelo Kayath

Na época em que eu ouvia música dos CDs tive duas referências no gênero ‘música espanhola para violão’: Julian Bream tocando peças de Albeniz e Granados e o disco desta postagem, Guitar Classics from Spain, de Marcelo Kayath.

O disco de Julian Bream é um primor, quem sabe em um futuro não muito distante ele seja postado aqui, mas hoje é dia de Marcelo Kayath!

Eu sempre quis saber algo mais sobre esse tremendo violonista, mas a ocasião não aparecia, até agora. Sabia virtualmente apenas que ele é brasileiro. Nenhuma grande surpresa até aí, pois que nossa terra é fértil em excelentes violonistas.

Retrato do artista quando jovem…

Descobri que Marcelo é um destes raros exemplos de pessoas que conseguem ter duas carreiras muito distintas, ambas com muito sucesso. No caso dele, a carreira de músico veio primeiro. Nascido em 1964, estudou no Rio de Janeiro com Turíbio Santos e aos 16 anos ganhou o Prêmio Segóvia no Concurso Internacional Villa-Lobos. Em 1984 conseguiu um feito extraordinário ao ganhar dois concursos internacionais para violão, o de Toronto e o de Paris. Isso levou a uma carreira de concertos e gravações. Este disco da postagem é o segundo de uma sequência de seis. Mas então, emergiu uma segunda carreira e isso acabei descobrindo ao assistir uma entrevista que ele deu ao também excelente violonista brasileiro, Fábio Zanon e lendo um artigo no Valor Econômico – À mesa com o Valor – Marcelo Kayath: Ex-Credit Suisse concilia a carreira musical com o mercado financeiro, escrito por Adriana Abujamra [aqui].

Marcelo Kayath havia conciliado a música com o curso de Engenharia na UFRJ até os 20 anos, quando então a música prevaleceu. Mas, um ano depois ele retomou os estudos e como era fascinado pelo mercado de ações, onde aplicava o dinheiro ganho nos concertos, inscreveu-se e foi aceito em um seletíssimo MBA na Universidade de Stanford e daí seguiu outra carreira. Música continuou a fazer parte de sua vida, assim como as boas relações com o mundo musical, até surgirem novas oportunidades. Em 2014 voltou a gravar um disco, sobre o qual ele fala na entrevista mencionada, e que pode ser acessado no Spotify, por exemplo.

Vamos ao conteúdo do disco da postagem, que traz música de diversos compositores. Começamos mui propriamente com um prelúdio, seguido de duas figurinhas carimbadas, peças de Francisco Tarrega. Ele, que foi ótimo pianista, mas fez muito pelo violão, incluindo instigar o lutier Antonio Torres a construir novos instrumentos, mais robustos, para os quais apurou e aperfeiçoou a técnica. Para esses instrumentos, Tarrega compôs música nova e também fez transcrições de músicas dos mais diversos compositores. Capricho Árabe e Recuerdos de la Alhambra são duas peças suas que se firmaram absolutamente no repertório do violão clássico.

Granados e Albéniz eram pianistas, mas suas músicas eram muito adequadas para as transcrições. Eles foram amigos de Tarrega e certamente conheciam muitas de suas peças nas versões preparadas por ele. As próximas peças do disco são deles, mas em transcrições do próprio Marcelo Kayath ou de Andrés Segóvia, outro imenso violonista espanhol. Nessas peças, tais como La maja de Goya ou Mallorca, podemos vivenciar grandes modelos desse universo musical que eu tanto admiro. Mesmo que seja ligeiramente inebriante, como poderiam dizer alguns…

Dois compositores violonistas mais recentes, do século 20, completam o repertório – Federico Torroba e Joaquin Rodrigo, com seu Zapateado. A título de bis, completando o disco, uma música tradicional natalina catalã, que se tornou popular nos concertos de Andrés Segóvia. Resumindo, uma pérola de disco, papa fina!

Francisco Tarrega (1852 – 1909)

  1. Prelude In A Minor
  2. Capricho Arabe
  3. Recuerdos De La Alhambra

Enrique Granados (1867 – 1916)

  1. La Maja De Goya

Isaac Albéniz (1860 – 1909)

  1. Granada
  2. Zambra Granadina
  3. Sevilla
  4. Mallorca

Federico Moreno Torroba (1891 – 1982)

  1. Prelude In E
  2. Sonatina
  3. Nocturno

Joaquín Rodrigo (1902 – 1999)

  1. Zapateado

Tradicional

  1. El Noy De La Mare

Marcelo Kayath, violão

Arranjos: Marcelo Kayath (4, 5, 7, 13) & Andrés Segóvia (6, 8)

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MP3 | 320 KBPS | 144 MB

I bought this recording 33 years ago and have never stopped enjoying it. Although I have since purchased other versions by more well known guitarists, there are few that come close to the quality of the playing or of the recording. If you only buy one guitar record buy this one. [Resenha na Amazon]

Aproveite!

René Denon

Marcelo Kayath

Se você gostou dessa postagem, poderá se interessar por essa aqui:

Stephen Hough’s Spanish Album – Peças de A. Soler, E. Granados, I. Albeniz, F. Mompou, F. Longas, C. Debussy, M. Ravel, F. X. Scharwenka, W. Niemann e S. Hough

Guilherme Bauer (1940): Partita Brasileira e outras obras

Guilherme Bauer (1940): Partita Brasileira e outras obras

Guilherme BAUER (1940)

Intérpretes:

  • Eduardo Monteiro e Alexandre Eisenberg, flautas
  • Trio Fibonacci
  • Erich Lehniger, violino
  • Andreas Polzberger, violoncelo
  • Sven Birch, piano
  • Quarteto Moyzes
  • Orquestra Sinfônica Brasileira (Henrique Morelenbaum, reg.)

Guilherme Carneiro da Cunha Bauer, compositor e professor carioca, é atualmente um dos principais compositores da geração de vanguarda nascida nos anos 40 e 50. Formado exclusivamente no Brasil, foi aluno de violino de Iolanda Peixoto e Oscar Borgerth, e participou de grupos de câmara e da Orquestra Sinfônica Nacional da Rádio MEC. Em 1977 organizou o grupo Ars Contemporânea que, durante sete anos, realizou inúmeros concertos visando divulgar, principalmente, o repertório brasileiro. Como compositor, teve aulas com Cláudio Santoro (contraponto e composição), Esther Scliar (análise musical) e Guerra-Peixe (harmonia, contraponto, fuga, composição e orquestração), constituindo, com este último, sólida e enriquecedora amizade.Lecionou composição e orquestração na Universidade Estácio de Sá / RJ (1986 a 1999) e, desde 1983, vem lecionando na Escola de Música Villa-Lobos / RJ harmonia, contraponto, fuga, orquestração e composição.

Foi idealizador de dois importantes projetos de divulgação da música nacional: a gravação, em CD, de mais de 50 obras de compositores brasileiros pelo selo RioArte Digital, da Prefeitura do Rio de Janeiro e do Projeto Estréias Brasileiras, patrocinado pelo CCBB (Centro Cultural Banco do Brasil) que, em 1997, encomendou e estreou 33 obras de autores nacionais.

Deu palestras sobre música brasileira, em 1996, nas universidades da Flórida, Miami e Houston, nos EUA. Em 1999, no Conservatório Bruckner, Linz (Áustria), participou de um ensaio público de sua obra Reflexos, encomendada e estreada pelo George Crumb Trio.

Seguiu, em seu período inicial, a estética do atonalismo. Posteriormente adotou uma linguagem livre apoiada, muitas vezes, nas tradições musicais populares. Contabiliza um total de oito prêmios em concursos de composição, com destaque para o Prêmio ESSO de Música Erudita, Concurso Latino-Americano da UFBa e Prêmio da Sociedade Cultura Artística de São Paulo/SP. Recebeu, em 1998, o Prêmio APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte) pelo Quarteto de Cordas nº 2.

O cd Partita Brasileira, lançado em outubro de 2002 e portador da etiqueta RioArte Digital, mais a chancela da Academia Brasileira de Música, aglomera parte da produção compreendida entre 1981 e 2001.

Durante a XVI Bienal de Música Brasileira Contemporânea, em novembro de 2005, foi realizada a primeira audição das Cadências para Piano e Orquestra, obra escrita através de uma Bolsa Vitae de Arte.

***

Partita Brasileira

1. Sugestões de inúbias (1991)
Flautas: Eduardo Monteiro e Alexandre Eisenberg

Trio (1980)
2. I. Andante com embolada
3. II. Allegro – batucada
Trio Fibonacci

Partita brasileira (1994/2001)
4. I. Prelúdio
5. II. Clamor
6. III. Canto
7. IV. Abaianado
8. V. Rabecando
Violino: Erich Lehninger

Duas peças para violoncelo e piano (1989/1993)
9. Recitativo
10. Retornos
Andreas Polzberger (cello) e Sven Birch (piano)

11. Quarteto n° 2 (1997)
Quarteto Moyzes

12. Cadências para violino e orquestra (1982)
Orquestra Sinfônica Brasileira, regida por Henrique Morelembaum
Violino: Erich Lehninger

13. Variações rítmicas, para piano e orquestra (1991)

Orquestra não identificada
Regente: Dante Anzolini
Piano: Ruth Serrão

Já que mencionei as Cadências para piano e orquestra, me lembrei elas ganharam semana passada o prêmio de melhor obra experimental de 2008 (não sei o que elas têm de experimental) da APCA. Mando-as junto com uma pecinha curta em dois movimentos.

14. Cadências para piano e orquestra (2005)

Gravado ao vivo na Sala Cecília Meireles, durante a XVI Bienal de Música Contemporânea Brasileira, em 2005

Orquestra Sinfônica Brasileira, regida por Luís Gustavo Petri
Piano: Midori Maeshiro

Instantes pianísticos (2003)
15. I. Mutações
16. II. Frequências

Piano: Midori Maeshiro

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Guilherme Bauer

CVL

Antonio Vivaldi (1678-1741): Intro, RV 636 / Dixit Dominus, RV 594 / Magnificat, RV 611 / Beatus Vir, RV 598 (Negri)

Antonio Vivaldi (1678-1741): Intro, RV 636 / Dixit Dominus, RV 594 / Magnificat, RV 611 / Beatus Vir, RV 598 (Negri)

Desejando a todos um excelente Domingo de Páscoa, FDP Bach traz mais uma primorosa gravação de da música sacra de Vivaldi com Victorio Negri. É música para se meditar, para se refletir, mesmo sendo um agnóstico, enfim, para ficar em paz consigo mesmo.

As excepcionais solistas Margareth Marshall, Felicity Lott e Ann Murray trazem um brilho extra a esta gravação, apesar de considerar o John Alldis Choir a grande estrela destas gravações.

Antonio Vivaldi (1678-1741): Intro, RV 636 / Dixit Dominus, RV 594 / Magnificat, RV 611 / Beatus Vir, RV 598 (Negri)

Introduzione Al Dixit, RV 636
1 Allegro: Canta In Prato 4:34
2 Recitativo: Sacra Fulgescit Nobis 0:49
3 Allegro: Avenae Restrictae Sinceri 0:52

Dixit Dominus, RV 594
4 Allegro: Dixit Dominus 2:24
5 Largo: Donec Ponam 5:13
6 Allegro: Virgam Virtutis Tuae 2:57
7 Andante: Tecum Principium 4:03
8 Adagio – Allegro: Juravit 2:47
9 Allegro: Dominus A Dextris Tuis 1:58
10 Largo – Allegro Molto: Judicabit 3:20
11 Andante: De Torrente 3:34
12 Allegro: Gloria Patri 1:29
13 Allegro: Sicut Erat 2:42

Magnificat, RV 611
14 Adagio: Magnificat 1:38
15 Allegro: Et Exultavit 2:13
16 Andante Molto: Quia Respexit 3:28
17 Andante: Quia Fecit 2:21
18 Andante Molto: Et Misericordia 3:01
19 Presto: Fecit Potentiam 0:31
20 Allegro: Deposuit Potentes 0:58
21 Allegro: Esurientes 2:23
22 Largo – Allegro – Adagio: Suscepit Israel 1:01
23 Andante: Sicut Locutus Est 2:52
24 Largo – Andante – Allegro: Gloria Patri 2:07

25 Beatus Vir, RV 598 7:51

Margareth Marshall, Felicity Lott, Sally Burgess – Sopranos
Susan Daniel, Ann Murray – Mezzo-Sopranos
Linda Finni, Anne Collins – Contraltos
Anthony Rolph-Johnson – Tenor
Robert Holll – Bass

John Alldis Choir
English Chamber Orchestra
Vittorio Negri

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FDP

Antonio Vivaldi (1678-1741): Lauda Jerusalem, RV 609 / Introduzione al Gloria, RV 642 / Gloria, RV 589 / Laudate Pueri, RV 602, Laudate Dominum, RV 606 (Negri)

Antonio Vivaldi (1678-1741): Lauda Jerusalem, RV 609 / Introduzione al Gloria, RV 642 / Gloria, RV 589 / Laudate Pueri, RV 602,  Laudate Dominum, RV 606 (Negri)

Caro PQP, creio que ninguém tenha reclamado do seu recente barroquismo simplesmente porque todos adoram o barroco. Por isso, voltarei ao barroco, e novamente com Vivaldi. Além disso, temos o aniversário de nosso pai, no próximo dia 21, portanto, mais um festival barroco. Esse cd que estou postando faz parte de uma caixa da Philips intitulada “Vivaldi – Sacred Choral Music”, e vem bem ao encontro com a Semana Santa. Pretendo postar alguns volumes da série até o domingo de Páscoa.

Antonio Vivaldi (1678-1741): Lauda Jerusalem, RV 609 / Introduzione al Gloria, RV 642 / Gloria, RV 589 / Laudate Pueri, RV 602, Laudate Dominum, RV 606 (Negri)

Choral Music
1-1 Lauda Jerusalem RV609 (Psalm 147) 8:02

Introduzione Al Gloria RV642
1-2 1.Ostro Picta (Allegro) 3:07
1-3 2.Sic Transit Vana (Recitativo) 1:09
1-4 3.Linguis Favete (Allegro) 3:09

Gloria In D RV589
1-5 1.Gloria In Excelsis (Allegro) 2:12
1-6 2.Et In Terra Pax (Andante) 5:06
1-7 3.Laudamus Te (Allegro) 2:26
1-8 4.Gratias Agimus Tibi (Adagio-Allegro) 1:34
1-9 5.Domine Deus, Rex Coelestis (Largo) 4:16
1-10 6.Domine Fili (Allegro) 2:08
1-11 7.Domine Deus, Agnus Dei (Adagio) 4:56
1-12 8.Qui Tollis (Adagio-Allegro) 1:02
1-13 9.Qui sedes (Allegro) 2:27
1-14 10.Quoniam (Allegro) 0:46
1-15 11.Cum Sancto Spiritu (Allegro) 2:58

Laudate Pueri RV602 (Psalm 112)
1-16 1.Laudate Pueri (Allegro) 2:41
1-17 2.A Solis Ortu (Allegro) 2:21
1-18 3.Excelsus Super Omnes (Andante) 1:08
1-19 4.Quis Sicut Dominus (Andante) 3:05
1-20 5.Sit Nomen Domini (Allegro) 0:29
1-21 6.Suscitans (Allegro) 1:35
1-22 7.Ut Collocet (Allegro Molto) 1:18
1-23 8.Sit Nomen Domini (Allegro) 0:03
1-24 9.Gloria Patri (Andante) 2:57
1-25 10.Sicut Erat (Allegro) 1:45

1-26 Laudate Dominum RV606 2:04

Margareth Marshall, Felicity Lott – Sopranos
Ann Murray – Mezzo-Soprano
Birgit Finnila – Contralto
John Alldis Choir
English Chamber Orchestra
Vittorio Negri – Direction

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FDP

J. S. Bach (1685-1750): Obras Orquestrais Completas (CD 2 de 8) (Cologne Chamber Orchestra, Helmut Müller-Brühl)

J. S. Bach (1685-1750): Obras Orquestrais Completas (CD 2 de 8) (Cologne Chamber Orchestra, Helmut Müller-Brühl)

Estou ouvindo todos os meus CDs. Esta série já foi postada no passado e agora deverá voltar sem prazo ou ordem. Quando postamos pela primeira vez, postamos sem texto. Devo explicar algo sobre a excelente orquestra responsável pela série. A Orquestra de Câmara de Colônia (Kölner Kammerorchester) executa principalmente música clássica e barroca, mas também é conhecida por tocar uma variedade de músicas dos séculos XIX e XX, incluindo obras contemporâneas. A orquestra utiliza um conjunto padrão de instrumentos orquestrais modernos em suas apresentações. O que achei curioso é a forma com que eles combinam práticas performáticas históricas com instrumentação contemporânea.

J. S. Bach (1685-1750): Obras Orquestrais Completas (CD 2 de 8) (Cologne Chamber Orchestra, Helmut Müller-Brühl)

Violin Concertos, BWV 1041-1043 and BWV 1052

Violin Concerto in A minor, BWV 1041
Performed by:Cologne Chamber Orchestra
Conducted by:Helmut Muller-Bruhl
Kolja Blacher, violin
I. Allegro 03:21
II. Andante 05:32
III. Allegro assai 03:36

Violin Concerto in E major, BWV 1042
Performed by:Cologne Chamber Orchestra
Conducted by:Helmut Muller-Bruhl
Kolja Blacher, violin
I. Allegro 07:14
II. Adagio 05:38
III. Allegro assai 02:44

Violin Concerto in D minor, BWV 1052
Performed by:Cologne Chamber Orchestra
Conducted by:Helmut Muller-Bruhl
Kolja Blacher, violin
I. Allegro 07:23
II. Adagio 06:10
III. Allegro 07:27

Concerto for 2 Violins in D minor, BWV 1043
Performed by:Cologne Chamber Orchestra
Conducted by:Helmut Muller-Bruhl
Christine Pichlmeier, violin
Lisa Stewart, violin
I. Vivace 03:36
II. Largo ma non tanto 06:24
III. Allegro 04:43

Total Playing Time: 01:03:48

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PQP

Ludwig van Beethoven (1770-1827): Piano Sonatas – CDs, 6, 7 e 8 de 8 (Ronald Brautigam)

Ludwig van Beethoven (1770-1827): Piano Sonatas – CDs, 6, 7 e 8 de 8 (Ronald Brautigam)

Muito bem, depois de um pequeno período de férias, no qual deixei o PQPBach matar saudades dos senhores, e vice-versa, estou trazendo os três últimos cds desta ótima coleção das sonatas para piano de Beethoven. E aqui só tem petardo, começando com a “Waldstein”, passando pela “Appassionata”, e “Hammerklavier”, entre outras obras primas do repertório. São obras consolidadas, definitivas. Não precisam de apresentação, verdadeiros tour-de-force para os intérpretes. E Brautigam é um senhor pianista,com certeza um dos grandes nomes do instrumento neste novo século, e todas suas recentes gravações são de primeira linha, sem dúvidas.

Pois bem, então concluo mais uma integral. Espero que tenham gostado e vamos em frente porque atrás vem gente e quem fica parado é poste.

Ludwig van Beethoven (1770-1827): Piano Sonatas – CDs, 6, 7 e 8 de 8 (Ronald Brautigam)

CD 6

01 – Sonate Nr.21 C-Dur ‘Waldstein,’ Op.53 – Allegro Con Brio
02 – Sonate Nr.21 C-Dur ‘Waldstein,’ Op.53 – Adagio Molto — Attacca Subito Il Rondo
03 – Sonate Nr.21 C-Dur ‘Waldstein,’ Op.53 – Allegretto Moderato – Prestissimo

04 – Sonate Nr.22 F-Dur, Op.54 – In Tempo D’un Menuetto
05 – Sonate Nr.22 F-Dur, Op.54 – Allegretto — Più Allegro

06 – Sonate Nr.23 F-Moll ‘Appassionata’, Op.57 – Allegro Assai
07 – Sonate Nr.23 F-Moll ‘Appassionata’, Op.57 – Andante Con Moto – Attacca l’Allegro
08 – Sonate Nr.23 F-Moll ‘Appassionata’, Op.57 – Allegro Ma Non Troppo – Presto

09 – Sonate Nr.24 F#-Dur, Op.78 – Adagio Cantabile – Allegro Ma Non Troppo
10 – Sonate Nr.24 F#-Dur, Op.78 – Allegro Vivace

11 – Sonate Nr.25 G-Dur, Op.79 – Presto Alla Tedesca
12 – Sonate Nr.25 G-Dur, Op.79 – Andante
13 – Sonate Nr.25 G-Dur, Op.79 – Vivace

CD 7

01 – Sonata No.26 in E flat major, Op. 81a ‘Das Lebewohl’ – Das Lebewohl
02 – Sonata No.26 in E flat major, Op. 81a ‘Das Lebewohl’ – Abwesenheit
03 – Sonata No.26 in E flat major, Op. 81a ‘Das Lebewohl’ – Das Wiedersehen

04 – Sonata No.27 in E minor Op. 90 – Mit Lebhaftigkeit und durchaus mit Empfindung
05 – Sonata No.27 in E minor Op. 90 – Nicht zu geschwind  und sehr singbahr vorgetragen

06 – Sonata No.29 in B flat major Op. 106 ‘Hammerklavier’ – Allegro
07 – Sonata No.29 in B flat major Op. 106 ‘Hammerklavier’ – Scherzo. Assai vivace
08 – Sonata No.29 in B flat major Op. 106 ‘Hammerklavier’ – Adagio sostenuto (Appassionato e con molto sentimento)
09 – Sonata No.29 in B flat major Op. 106 ‘Hammerklavier’ – Largo – Allegro risoluto – Fuga a tre voci, con alcune licenze

CD 8

01 – Sonata No.28 in A major, Op. 101- Etwas lebhaft
02 – Sonata No.28 in A major, Op. 101- Lebhaft. Marschmassig
03 – Sonata No.28 in A major, Op. 101- Langsam und sehnsuchtsvoll
04 – Sonata No.28 in A major, Op. 101- Geschwinde

05 – Sonata No.30 in E major, Op. 109 – Vivace
06 – Sonata No.30 in E major, Op. 109 – Prestissimo
07 – Sonata No.30 in E major, Op. 109 – Gesangvoll

08 – Sonata No.31 in A flat major, Op. 110 – Moderato cantabile
09 – Sonata No.31 in A flat major, Op. 110 – Allegro molto
10 – Sonata No.31 in A flat major, Op. 110 – Adagio ma non troppo – Fuga

11 – Sonata No.32 in c minor, Op. 111 – Maestoso
12 – Sonata No.32 in c minor, Op. 111 – Arietta

Ronald Brautigam – Piano

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FDP

J.S. Bach (1685-1750): As Seis Partitas para teclado (Martin Helmchen)

J.S. Bach (1685-1750): As Seis Partitas para teclado (Martin Helmchen)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Abramos o ano de 2025 de forma brilhante. Aproveito para desejar-lhes um ano com muita saúde, felicidades e prisões de bolsonaristas. Além da prisão do próprio, é claro.

Bem, este foi um dos melhores lançamentos de 2024 — as muito amadas Partitas tocadas pelo excelente Martin Helmchen. “Partita” é um nome alternativo para “Suíte”, gênero que reúne diversas danças de andamentos diferentes. Bach publicou suas seis Partitas para teclado separadamente entre 1726 e 1730. Em 1731, elas foram editadas com o título de Clavier-Übung (Prática de Teclado). O conjunto logo se tornou parte do repertório fundamental. Exatamente como os outros grupos de suítes prévias, as francesas e as inglesas, todas as Seis Partitas seguem o esquema básico da suíte: allemande-courante-sarabande-giga”. Neste esqueleto, Bach coloca um movimento de abertura (um prelúdio, uma sinfonia ou fantasia, ou mesmo uma abertura) que determina o tom de cada uma delas e, em seguida, entra o esqueleto quase sempre com outros acréscimos.

OK, mas isso é uma descrição fria. O fato é que todas eles têm sua própria personalidade, luz e são belíssimas. E que Helmchen faz jus a tudo isso no tangent piano, um troço muito raro que já não é cravo, mas que ainda não é piano. Dizem que há 20 desses pianos no mundo. Falo de originais do século XVIII, bem entendido.

J. S. Bach (1685-1750): As Seis Partitas para teclado (Martin Helmchen)

Partita No. 1 In B Flat Major, BWV 825
1-1 I. Prelude 2:08
1-2 II. Allemande 4:02
1-3 III. Courante 2:43
1-4 IV. Sarabande 5:04
1-5 V. Menuett I & II 2:59
1-6 VI. Gigue 2:16

Partita No. 3 In A Minor, BWV 827
1-7 I. Fantasia 2:54
1-8 II. Allemande 3:13
1-9 III. Courante 3:02
1-10 IV. Sarabande 3:56
1-11 V. Burlesca 2:26
1-12 VI. Scherzo 1:01
1-13 VI. Gigue 3:17

Partita No. 4 In D Major, BWV 828
1-14 I. Ouverture 5:45
1-15 II. Allemande 8:57
1-16 III. Courante 3:28
1-17 IV. Aria 2:32
1-18 V. Sarabande 5:54
1-19 VI. Menuett 1:26
1-20 VII. Gigue 3:50

Partita No. 2 In C Minor, BWV 826
2-1 I. Sinfonia 4:36
2-2 II. Allemande 4:47
2-3 III. Courante 2:16
2-4 IV. Sarabande 3:35
2-5 V. Rondeau 1:34
2-6 VI. Capriccio 3:30

Partita No. 5 In G Major, BWV 829
2-7 I. Preambulum 2:22
2-8 II. Allemande 4:43
2-9 III. Corrente 1:48
2-10 IV. Sarabande 4:41
2-11 V. Tempo Di Minuetto 2:04
2-12 VI. Passepied 1:44
2-13 VII. Gigue 3:49

Partita No. 6 In E Minor, BWV 830
2-14 I. Toccata 7:31
2-15 II. Allemande 3:33
2-16 III. Corrente 4:26
2-17 IV. Air 1:38
2-18 V. Sarabande 6:30
2-19 VI. Tempo Di Gavotta 2:13
2-20 VII. Gigue 5:10

Tangent piano – Martin Helmchen

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Martin Helmchen

PQP

Georg Christoph Wagenseil (1715–1777): Concertos escolhidos (Echo Du Danube, Weimann)

Georg Christoph Wagenseil (1715–1777): Concertos escolhidos (Echo Du Danube, Weimann)
Version 1.0.0

IM-PER-DÍ-VEL !!! (para os amantes do barroco)

Você conhece Wagenseil? Provavelmente não, mas trata-se de um bom e divertido compositor que se encrava bem naquela época complicada do mano CPE Bach: Mozart ainda não era Mozart e Haydn estava meio enfurnado. Época estranha e das mais interessantes em que os homens que abriram caminho para Beethoven ainda não eram grandes.

Wagenseil nasceu em Viena e se tornou o pupilo favorito de Johann Joseph Fux, Kapellmeister da corte de Viena. Wagenseil compôs para a corte desde 1739 até a sua morte em 1777. Viajou muito pouco durante a sua vida e veio falecer em Viena, onde passou a maior parte de seu tempo. Foi uma figura muito conhecida em seu tempo, pois tanto Wolfgang Amadeus Mozart quanto Joseph Haydn tinham conhecimento e familiaridade com suas composições. Seus primeiros trabalhos possuem influência barroca, enquanto as obras posteriores seguem uma tendência do estilo galante. Ele compôs várias peças de óperas, corais, sinfonias, concertos, obras de câmara e para instrumentos de teclado.

Georg Christoph Wagenseil (1715–1777): Concertos escolhidos (Echo Du Danube, Weimann)

1. Concerto for oboe, bassoon, winds, strings & continuo in E flat major, WWV 345: Allegro assai
2. Concerto for oboe, bassoon, winds, strings & continuo in E flat major, WWV 345: Andantino più tosto Allegro
3. Concerto for oboe, bassoon, winds, strings & continuo in E flat major, WWV 345: Presto

4. Concerto for harp & strings in F major, WWV 281: Allegro
5. Concerto for harp & strings in F major, WWV 281: Andante
6. Concerto for harp & strings in F major, WWV 281: Tempo di Minuetto

7. Concerto for fortepiano, violin & strings in A major, WWV 325: Vivace
8. Concerto for fortepiano, violin & strings in A major, WWV 325: Larghetto
9. Concerto for fortepiano, violin & strings in A major, WWV 325: Tempo di Minuetto

10. Concerto for flute, strings & continuo in D major, WWV 342: Allegro
11. Concerto for flute, strings & continuo in D major, WWV 342: Largo
12. Concerto for flute, strings & continuo in D major, WWV 342: Allegro vivace

Echo Du Danube
Alexander Weimann

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Um belo tipo de homem, pensava a mãe dele.

PQP

Johann Nepomuk Hummel (1178-1837) – Sinfonias de Mozart de nº 35 a 41 em arranjo para Quarteto com Piano, Flauta, Violino e Violoncelo

É difícil para quem conhece estas obras há quase uma vida, em gravações históricas, com orquestras com diversos músicos, em gravações historicamente informadas ou não, enfim, é difícil absorver estas gravações destes arranjos das Sinfonias de Mozart para um quarteto formado por uma Flauta, um Piano, um Violino e um Violoncelo. Tudo bem que os arranjos foram feitos por Hummel, aluno e amigo de Mozart, e um dos grandes nomes do classicismo. Mesmo com todo o esforço e competência do ótimo quarteto de músicos reunidos para este projeto, fica a sensação de que falta alguma coisa. Ou não, dependendo do que se for esperar.

Como comentei acima, Hummel foi aluno de Mozart, este já um compositor estabelecido, entrando na fase final de sua vida, enquanto que o aluno ainda era uma criança. Mas se tratava de uma criança bem dotada, que foi um compositor interessante, com muitas obras publicadas, além de exímio pianista, e que acompanhou o mestre na fase de criação de obras primas como das óperas “Don Giovanni” e “Bodas de Fígaro”.

Trago dois CDs para os senhores. No primeiro teremos as Sinfonias de nº 35, 36 e a maior de todas, de nº 41. Deve ter sido uma tarefa difícil para Hummel fazer estes arranjos, afinal a riqueza da orquestração, adaptar os diferentes timbres para apenas quatro instrumentos, enfim, deve ter sido uma tarefa quase ingrata, mas podemos sentir nestes arranjos o amor e o respeito que ele sentia pela obra de Mozart. E ele encarou esta empreitada já na década de 1820, quando ainda era Kappelmeister em Weimar, já entrando nos últimos anos de sua vida, como comentei acima, era um compositor respeitado.

As três sinfonias favoritas de muita gente estão no segundo CD, as de nº 38, 39 e 40, a mais bela de todas, em minha humilde e inútil opinião. Lembro que ainda na adolescência ouvi esta de nº 40 em um belíssimo LP com o Karl Böhm, com a Orquestra Filarmônica de Viena (já postado por aqui). Foi paixão na primeira audição. Eu ainda era um adolescente aprendendo o básico da vida, e aquela música me deixou sem ação. É este o impacto que a música de Mozart provoca em nós em um primeiro momento: nos deixa sem direção, sem rumo.

Para alguns puristas, pode soar blasfêmia transformar estas obras primas orquestrais em um mero Quarteto com Flauta. Não sei, acho que a música de Mozart é tão intensa e perfeita que sempre vai soar bem de qualquer forma. Tirando o estranhamento inicial, as mudanças nos ritmos, a falta da massa orquestral, acabamos por nos acostumar, e de repente, aí está a genialidade mozartiana em todo o seu esplendor. Vale a pena conferir.

Symphony No. 36 in C major, ‘Linz’, K. 425
1 Adagio – Allegro spiritoso
2 Poco adagio
3 Menuetto
4 Presto
Symphony No. 35 in D major, ‘Haffner’, K. 385
5 Allegro con spirito
6 Andante
7 Menuetto
8 Presto
Symphony No. 41 in C major, ‘Jupiter’, K. 551
9 Allegro vivace
10 Andante cantabile
11 Menuetto: Allegretto
12 Molto allegro

Symphony No. 38 in D major, ‘Prague’, K. 504 (AE 546)
1 Adagio – Allegro
2 Andante
3 Presto
Symphony No. 40 in G minor,K. 550 (AE 547)
4 Allegro molto
5 Andante
6 Minuetto: Allegro
7 Finale: Allegro assai 4
Symphony No. 39 in E flat major, K. 543 (AE 548)
8 Adagio – Allegro
9 Andante
10 Minuetto: Allegretto
11 Finale: Allegro

Uwe Grodd – Flute
Friedemann Eichhorn – Violin
Martin Rummel – Cello
Roland Krüger – Piano

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D. Shostakovich (1906-1975): Sinfonia Nº 10 (Mravinsky)

D. Shostakovich (1906-1975): Sinfonia Nº 10 (Mravinsky)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Uma das melhores sinfonias que conheço. Tipo uma das músicas de minha vida. Uma daquelas obras-primas indiscutíveis. Se a sétima é misteriosa; a oitava é poderosa; a nona, jocosa; a décima, nervosa. Shosta foi um grande amigo de Mravinsky, que estreou a maioria de suas sinfonias até cagar-se de medo e ser substituído por Kondrashin da 13ª até o final. A décima foi a primeira sinfonia pós-Stalin e possuiria uma “homenagem” ao ditador. O Allegro seria uma descrição da personalidade do todo-poderoso recém falecido e o Allegretto insiste na sequência de notas D-S-C-H (o nome do compositor em alemão, com Sch, claro), uma presumível afirmação da permanência de Shostakovich. Hoje, há gravações bem melhores do que esta inicial e meio mal gravada de Mravinsky, mas ela é histórica, com a sensacional e histórica orquestra de Leningrado e o próprio Shosta deveria tê-la em casa.

Mravinsky conducts the Leningrad Philharmonic Orchestra in
Shostakovitch’s Symphony No. 10.

Symphony No. 10, in E minor, Op.93
1. Moderato (22.24)
2. Allegro (4.08)
3. Allegretto (11.10)
4. Andante – Allegro (11.17)

Leningrad Philharmonic Orchestra
Evgeny Mravinsky

Total playing time: 48:58

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Duas raras fotos de Shostakovich feliz:
Duas raras fotos de Shostakovich feliz: …
... ambas em jogos de futebol.
… ambas em jogos de futebol.

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Suk / Herbert / Dvořák: Inspiration – Música para Cordas (Metamorphosen Berlin)

Suk / Herbert / Dvořák: Inspiration – Música para Cordas (Metamorphosen Berlin)

Um belo disco de capa feia. Recebi este CD da ex-esposa de um atual membro do dream team de postadores do PQP. Ela é uma das violas do grupo. Josef Suk foi um compositor e violinista tcheco que estudou com Antonín Dvořák e do qual arrebatou a filha, não o talento. A influência do sogrão deve ter sido enorme. Ele era uma sujeito meio mórbido, pois escreveu uma Marcha Fúnebre para si mesmo, o que revela que seu narcisismo era uma grande fonte de inspiração. Sua Serenata é bem boa. Victor Herbert era muito prolífico. Escreveu 43 operetas. Herbert nasceu em Dublin, mas adquiriu cidadania estadunidense. Foi violoncelista e maestro. Ele estudou piano, flauta e flautim, até finalmente chegar no cello. Sua música parece um doce de leite que não foi feito no Uruguai. O CD vale pela excelente versão da famosa Serenata, Op. 22, de Dvořák, que é um fenômeno escrito em menos de 15 dias. E vale pelo carinho da dedicatória. Desconheço quem seriam estes Elena e Milton.

Suk / Herbert / Dvořák: Inspiration – Música para Cordas (Metamorphosen Berlin)

Josef Suk
1 I. Allegro Con Moto – Metamorphosen Berlin
2 II. Allegro Ma Non Troppo E Grazioso
3 III. Adagio
4 IV. Allegro Giocoso, Ma Non Troppo Presto
5 Love Song, Op. 7, No. 1 – Metamorphosen Berlin

Victor Herbert
6 Yesterthoughts, Op. 37 – Metamorphosen Berlin
7 Puchinello, Op. 38 – Metamorphosen Berlin
8 Ghazel – Metamorphosen Berlin

Antonín Dvořák
9 I. Moderato – Metamorphosen Berlin
10 II. Tempo Di Valse
11 III. Scherzo. Vivace
IV. Larghetto
V. Finale. Allegro Vivace

Metamorphosen Berlin
Wolfgang E. Schmidt, conductor & cello
Indira Koch, concertmaster

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