.: interlúdio :. Diana Krall: Live in Paris

Conheci Diana Krall por meio do DVD da qual foram tiradas as faixas deste CD, um registro ao vivo em Paris lá nos inícios do novo século. E foi um choque, lhes garanto. Depois disso virei fã de carteirinha dela.

Minha vida era um tanto quanto conturbada ali nos inícios dos anos 2000. Por motivo de estudo e de trabalho, vivia longe de minha esposa, então minha rotina era trabalho – universidade – casa, e no sábado após o trabalho, embarcava para a cidade onde minha esposa residia, também por motivos de trabalho e também por estar na época cuidando de seus pais, já idosos. Enfim, era uma rotina cansativa, desgastante, mas que ajudou a solidificar a relação. E foi também nesta época que comecei a colecionar mp3. E então foi nesta época que este disco da canadense me caiu em mãos por meio de um amigo, também fã de Jazz, que disse que era para ouvir. De posse então de meu velho discmann da Panasonic, inseri o disco e o ouvi em uma destas viagens. Foi um choque, pois ela reunia o que eu procurava: um talento nato, uma voz de veludo, tocava piano com muita propriedade, e neste disco abordava um repertório pelo qual eu já era apaixonado, o das velhas canções norte americanas, de Irvin Berlin a Cole Porter, passando por Gershwin, Burt Bacharach e concluindo com Billy Joel.

As canções interpretadas com muita qualidade, e com uma banda absolutamente perfeita, liderada pela dupla John Clayton e Jeff Hamilton, baixista e baterista respectivamente, e acompanhada em certos momentos por uma orquestra. Aquilo me pareceu de um nível altíssimo de sofisticação e elegância. Ela era muito discreta, mas podíamos sentir que tocava com alma. Comprei então em seguida o DVD do show, que traz outras canções, e o mais importante, pude vê-la e aos seus músicos, e entender que aquilo que senti ao ouvir era real, e que a discrição e uma certa timidez eram a cereja do bolo daquele disco.

Diana Krall continua sendo muito discreta, ainda mais depois que se casou com o cantor Elvis Costello, suas apresentações se tornaram mais esporádicas, assim como seus discos. Já veio ao Brasil algumas vezes, onde gravou um DVD, encarando ‘Garota de Ipanema’, entre outros clássicos da Bossa Nova, mas isso é assunto para outra postagem.

Considero ‘Look of Love”, “Devil May Care”, “Fly Me to the Moon” e “Just the Way Yoy Are” os grandes momentos do CD, mas ele é muito bem conduzido e produzido. O que ouvimos aqui é gente que leva muito a sério o que faz, e o que talvez seja mais importante, que se respeita muito e a própria música que faz em altíssimo nível, faço questão de salientar novamente. Nada de estrelismos, pelo menos enquanto estão tocando.

Espero que apreciem. Estou ouvindo este CD agora creio que pela milésima vez, e continuo tendo as mesmas sensações, mesmo após vinte e poucos anos. Também colocarei abaixo o link para o Show Completo no Youtube.

1 I Love Being Here With You
2 Let’s Fall In Love
3 ‘Deed I Do
4 The Look Of Love
5 East Of The Sun (And West Of The Moon)
6 I’ve Got You Under My Skin
7 Devil May Care
8 Maybe You’ll Be There
9 ‘S Wonderful
10 Fly Me To The Moon
11 A Case Of You
12 Just The Way You Are

Diana Krall – Piano e Voz
John Clayton – Contrabaixo
Jeff Hamilton – Bateria
Anthony Wilson – Guitarra
Paulinho da Costa – Percussão
Orchestre Symphonique Europeen
Alan Broudband – Condutor

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.: interlúdio :. Inspirations – Romain Leleu (trompete) & Ensemble Convergences ֎

.: interlúdio :. Inspirations – Romain Leleu (trompete) & Ensemble Convergences ֎

This is a musical letter from my heart: my Inspirations.

Um ótimo disco para ouvir na tarde de domingo, depois daquele almoço de família, quando todo o mundo busca algum cantinho para relaxar e esperar o futebol. A vovó e a acompanhante se atracam num desses filmes de terror que as fazem dar gritinhos e dizerem ah… a todo momento. A vovó aqui é adepta da TV por streaming e só vê a novela se for de época. O tiozão prefere o sofá em frente da outra TV onde verá o jogo de Palmeiras contra o Mirassol, o Brasileirão está na reta final e pegando fogo. A patroa prefere um soninho na cama mesmo e eu vou de Romain Leleu com sua corneta.

Cheguei aos discos dele quase por acaso, primeiro um com Concertos clássicos para trompete, Haydn, Hummel e Neruda. Depois outro com concertos mais recentes, um composto por Jolivet e outro que foi composto para ele, o cara é bom.

O foco de hoje é em um disco de 2016 no qual ele é acompanhado por um Quinteto de Cordas.

Eu adorei o disco, ouvi logo duas vezes, deu tempo certinho antes do começo do jogo. O disco faz uma mistura de canções arranjadas para trompete e cordas, realmente do arco da velha. A batidíssima ‘Ária na Corda Sol’ me soou muito bem e o que dizer do virtuosismo da Fantasia Carmen? Só ouvindo… E tem o tema de Cinema Paradiso, pois é, diversidade.

Deixe de ser preconceituoso, relaxe na poltrona e deixe-se envolver por essas ondas de som, a combinação das cordas com o trompete está ótima. Gostei também das três canções brasileiras, como são bonitas! Águas de Março e Chega de Saudade, de Tom Jobim, e Manhã de Carnaval, de Luiz Bonfá, que fecha o disco.

Eu certamente vou me divertir durante o jogo, os rubro-negros aqui de casa certamente estarão com um secador de cabelo em cada mão….

  1. Joseph Kosma (txt. Jacques Prévert), Les Feuilles mortes (4’24)
  2. Grigoraş Dinicu, Hora Staccato (2’01)
  3. Astor Piazzolla (txt. Horacio Ferrer), Fuga y misterio (5’34)
  4. Ennio & Andrea Morricone, Cinema Paradiso (5’23)
  5. Gabriel Fauré (txt. Romain Bussine), Après un rêve (3’05)
  6. Georges Bizet & Manuel Doutrelant, Fantaisie sur Carmen (11’29)
  7. Reynaldo Hahn (txt. Paul Verlaine), L’Heure exquise (2’39)
  8. Louis-Claude Daquin, Le Coucou (1’48)
  9. Antônio Carlos Jobim, Águas de Março (3’44)
  10. Antônio Carlos Jobim (txt. Vinícius de Moraes), Chega de saudade (3’58)
  11. Vincent Peirani, Random Obsession (creation) (8’21)
  12. Johann Sebastian Bach, Aria (extrait de / from BWV 1068) (2’53)
  13. Pablo de Sarasate, Zapateado (3’47)
  14. Kurt Weill (txt. Roger Fernay), Youkali (extrait de / from Marie Galante) (3’42)
  15. Luiz Bonfá (txt. Maria Antonio), Manhã de Carnaval (5’18)Romain Leleu (soloist)

Romain Leleu, trompete

Ensemble Convergences, quintette à cordes

Guillaume Antonini et Manuel Doutrelant, violons

Claudine Legras, alto

Gregorio Robino, violoncelle

Mathieu Petit, contrebasse

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MP3 | 320 KBPS | 160 MB

Leleu e Convergences

“The man who is restoring the trumpet’s prestige” is how Télérama described Romain Leleu, both a worthy representative of the purest tradition of the French trumpet school and a musician-adventurer, always ready to explore new universes.

Veja o recado dele, Romain Leleu:

My chosen palette was rich in warm and primary colours, a sonority that was at once both brilliant and lyrical, even sensual. Day in, day out, we, as an ensemble, tried out new work, commissioned new arrangements and played them before live audiences to get their response.

This new album represents the results of my search for that purest and richest of sounds.

This is a musical letter from my heart, a soundscape that is both personal and mythic: my Inspirations.

Thanks to everyone who encouraged me to share this music with you.

Aproveite!

René Denon

.: interlúdio .: Charles Mingus – Charles Mingus’s Finest Hour

.: interlúdio .: Charles Mingus – Charles Mingus’s Finest Hour

Difícil de comentar. O CD “Charles Mingus’s Finest Hour” é uma compilação da série Finest Hour da gravadora Verve Records, que selecionaria o que há de “mais essencial” na carreira de artistas lendários. Neste caso, não chegou nem perto de uma boa amostragem. Há coisas maravilhosas e outras que francamente… Não servem nem como uma porta de entrada para conhecer Mingus: é uma mistureca de registros antigos e mais novos. A presença de obras-primas junto a gravações bem comuns baixam o nível de tudo. OK, pode ser ótimo para entender a força musical de Mingus como baixista, compositor e líder de banda, pela larga temporalidade variada das peças selecionadas. Enfim, é uma compilação de diferentes fases de Mingus — que não demonstra a enorme força de seu lirismo, fúria e complexidade.

Charles Mingus – Charles Mingus’s Finest Hour

1 Charles Mingus– Jump Monk
Written-By – Charles Mingus
2:49
2 Lionel Hampton and his Orchestra– Mingus Fingers
Written-By – Charles Mingus
3:06
3 Charles Mingus– Theme For Lester Young (aka Goodbye Pork Pie Hat)
Written-By – Charles Mingus
5:50
4 Charlie Parker and his Orchestra– If I Love Again
Written-By – Ben Oakland, Jack Murray*
2:25
5 Charles Mingus– Bemoanable Baby
Written-By – Charles Mingus
4:23
6 Charles Mingus– Weird Nightmare
Written-By – Charles Mingus
3:37
7 Charles Mingus– Zoo-Baba-Da-Oo-Ee
Written-By – Charles Mingus
2:35
8 Mingus*– Old Portrait
Written-By – Charles Mingus
3:45
9 Charles Mingus– Prayer For Passive Resistance
Written-By – Charles Mingus
3:50
10 Charles Mingus– Consider Me
Written-By – Charles Mingus
3:19
11 Charles Mingus– Freedom
Written-By – Charles Mingus
5:10
12 Quincy Jones and his Orchestra– A Sleepin’ Bee
Written-By – Harold Arlen, Truman Capote
4:39
13 Charles Mingus– Group Dancers
Written-By – Charles Mingus
7:20
14 Charles Mingus– Better Get Hit In Yo’ Soul
Written-By – Charles Mingus
6:28

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Stefano Landi (1587-1639): Homo fugit velut umbra… (L’Arpeggiata)

Um belo disco de música antiga, modernizada pelo excelente L`Arpeggiata. Às vezes, parece música popular bem mais recente. É tudo muito lindo. Vamos falar sério: a improvisação sempre foi uma parte significativa da música dos séculos XVI e XVII. Então, por que nossa época deveria preocupar-se em fazer interpretações exatinhas e matemáticas? Curtam,  é um baita CD.

O poema da primeira faixa é este:

O come t’inganni
Se pensi che gli anni
non hann’da finire,
bisogna morire.

E’ un sogno la vita
Che par si gradita,
è breve il gioire
bisogna morire.
Non val medicina
Non giova la China,
non si può guarire,
bisogna morire.

Non vaglion sberate,
minarie, bravate
che caglia l’ardire,
bisogna morire.
Dottrina che giova,
parola non trova
che plachi l’ardire,
bisogna morire.

Non si trova modo
di scioglier’sto nodo,
non val il fuggire,
bisogna morire.
Commun’è il statuto,
non vale l’astuto
‘sto colpo schermire,
bisogna morire.

Si more cantando,
si more sonando
la Cetra, o Sampogna,
morire bisogna.
Si more danzando,
bevendo, mangiando;
con quella carogna
morire bisogna.

La Morte crudele
a tutti è infedele,
ogn’uno svergogna,
morire bisogna.
E’ pur ò pazzia
o gran frenesia,
par dirsi menzogna,
morire bisogna.

I Giovani, i Putti
e gl’Huomini tutti
s’hann’a incenerire,
bisogna morire.
I sani, gl’infermi,
i bravi, gl’inermi,
tutt’hann’a finire
bisogna morire.

E quando che meno
ti pensi, nel seno
ti vien’a finire,
bisogna morire.
Se tu non vi pensi
Hai persi li sensi,
sei morto e puoi dire:
bisogna morire.

E sua tradução pelo Google:

Oh, como você se engana!
Se pensa que os anos
nunca acabam,
você deve morrer.

A vida é um sonho
Que parece tão agradável,
A alegria é breve,
você deve morrer.

Nenhum remédio
da China serve para nada,
você não pode se curar,
você deve morrer.

Nenhum tiro,
palavras ameaçadoras, bravatas
que azedam sua coragem,
você deve morrer.

Doutrina não serve para nada,
palavras não encontram
que acalmem sua coragem,
você deve morrer.

Não há como
desatar este nó,
é inútil fugir,
você deve morrer.

O estatuto é o mesmo,
este golpe astuto
de defesa não serve para nada,
você deve morrer.

Morre-se cantando,
morre-se tocando
cítara ou sampogna,
morre-se.

Morre-se dançando,
bebendo, comendo;
Com essa carniça,
morre-se.

A Morte Cruel
é infiel a todos,
desgraça a todos,
um deve morrer.

É loucura
ou grande frenesi,
fingir que se conta uma mentira,
um deve morrer.

Jovens, crianças
e todos os homens
devem ser incinerados,
um deve morrer.

Os saudáveis, os doentes,
os corajosos, os indefesos,
todos devem acabar,
um deve morrer.

E quando você menos
pensa nisso, chega ao fim em seu coração,
um deve morrer.

Se você não pensa nisso,
você perdeu a consciência,
você está morto e pode dizer:
um deve morrer.

Stefano Landi (1587-1639): Homo fugit velut umbra… (L’Arpeggiata)

1. Passacalli della vita (‘Homo fugit velut umbra’)
2. Augelin
3. Sinfonia à 3
4. Invan lusinghi
5. Altri amor fugga
6. Canzona detta La Pozza, for lute, theorbo & harp
7. T’amai gran tempo
8. A che più l’arco tendere
9. Alla guerra d’amor
10. Balletto delle Virtù
11. Canta la cicaleta
12. Dirindin
13. Quando Rinaldo
14. Quest’Acqua
15. Amarillide, deh vieni

Christina Pluhar
Johannette Zomer
Stephan Van Dyck
Alain Buet
Marco Beasley
L`Arpeggiata

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Esta parece ser a única imagem disponível de Landi
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Tickmayer / Franck / Kancheli: Hymns And Prayers (Kremer)

Tickmayer / Franck / Kancheli: Hymns And Prayers (Kremer)

IM-PER-DÍ-VEL !!! (em razão do Kancheli)

Juntar o sérvio Tickmayer, o belga Franck e o georgiano Kancheli é fácil, o problema é aguentar Franck no meio deles. OK, o segundo movimento de seu Quinteto para Piano é bonito, mas o resto é complicado.

Tickmayer começou a escrever seus Eight Hymns em dezembro de 1986, ao saber da morte de seu cineasta favorito, Andrei Tarkovsky e tocou a obra em formato solo em seus concertos por vários anos. Ele o revisou em 2003, depois de trabalhar com os músicos da Kremerata — “os mensageiros ideais”, devido às suas origens no Leste Europeu — nesse luto musical. Tickmayer é eclético, estudou com Kurtág desde meados dos anos 90 e também colaborou com músicos de rock, como Chris Cutler, Fred Frith e Peter Kowald.

Gidon Kremer e Giya Kancheli têm uma longa associação que já resultou em várias gravações, incluindo o soberbo Music of Mourning in Memory of Luigi Nono (gravado em 1998) e Time… and Again (1999) e ainda na peça V & V (2000) do álbum In l’istesso tempo. Silent Prayer foi composta por ocasião do 80º aniversário de Mstislav Rostropovich e do 60º aniversário de Gidon Kremer em 2007. É dedicada a estes dois grandes músicos, ambos amigos próximos de Kancheli. Depois que Rostropovich morreu, o compositor intitulou a obra recém-terminada como Silent Prayer (Oração Silenciosa). A estreia mundial teve lugar a 7 de Outubro de 2007 no Festival de Violoncelo de Kronberg, que foi dedicado à memória do Rostrô, interpretado por Gidon Kremer e a Kremerata Baltica. Esse georgianos…. QUE MÚSICA, MEUS AMIGOS! É como uma névoa de lentidão infinita. Kremer cria linhas finas flutuando das alturas, como se fosse um guia para uma paisagem etérea. Kancheli foi um gênio, não se enganem, trata-se de um notável compositor, do porte de Pärt.

E dentro deste luto todo, aparece o muy coqueto Franck. Os amantes do belga podem achar esta obra um monumento, mas eu acho uma grande chateação romântica.

Tickmayer / Frank / Kancheli: Hymns And Prayers

Stevan Kovacs Tickmayer (1963)– Eight Hymns In Memoriam of Andrei Tarkovsky
Composed By – Stevan Kovacs Tickmayer
Conductor – Roman Kofman
Ensemble – Kremerata Baltica
Piano – Khatia Buniatishvili
Vibraphone – Andrei Pushkarev
(11:47)
1.1 – Calmo
1.2 – Tranquillo
1.3 – Pesante
1.4 – Sereno
1.5 – Molto Tranquillo
1.6 – Pregando
1.7 – Dolce
1.8 – Molto Semplice

César Franck (1822-1890) — Piano Quintet In f Minor
Composed By – César Franck
Piano – Khatia Buniatishvili
Viola – Maxim Rysanov
Violin – Marija Nemanytė*
Violoncello – Giedrė Dirvanauskaitė*
(36:20)
2 – Molto Moderato Quasi Lento. Allegro 15:55
3 – Lento, Con Molto Sentimento 10:45
4 – Allegro Non Troppo, Ma Con Fuoco 8:40

5 Giya Kancheli (1935-2019) — Silent Prayer
Composed By – Giya Kancheli
Ensemble – Kremerata Baltica
Vibraphone – Andrei Pushkarev
Violin – Gidon Kremer
Violoncello – Giedrė Dirvanauskaitė*
Voice [Voice On Tape] – Sofia Altunashvili
(26:40)

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A cara de Kancheli quando soube da companhia. Franck? Pelamor…

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Shostakovich Edition (CDs 25, 26 e 27 de 27)

Shostakovich Edition (CDs 25, 26 e 27 de 27)

IM-PER-DÍ-VEL !!! SÉRIE IM-PER-DÍ-VEL !!! E MAIS UMA SÉRIE FINALIZADA !!!

CD 25

Os quartetos de números 9, 10 e 11 são semelhantes em estrutura e espírito. São os três muito bons e têm em comum o fato de manter por todo o tempo a alternância entre movimentos rápidos e lentos, sendo tais contrastes ampliados pelo fato de o nono e o décimo primeiro serem compostos por movimentos executados sem interrupções. O décimo ainda separa os primeiros movimentos, porém o Alegretto final surge de dentro de um o Adágio. A postura de fazer com que surjam movimentos antagônicos um de dentro do outro é uma particularidade que torna estes quartetos ainda mais interessantes, sendo que o décimo primeiro é um quarteto de 17 minutos com sete movimentos; isto é, Shostakovich brinca com a apresentação de temas que fazem surgir de si outros muito diversos em estilo, como se o compositor estivesse sofrendo de uma incontrolável superfetação (*). É, no mínimo, desafiador ao ouvinte. Melodicamente, são muito ricos, e exploram com insistência incomum os ostinatos, os quais são sempre belíssimos e curiosos. Merecem inteiramente o lugar que modernamente obtiveram no repertório dos quartetos de cordas. É curioso como é fácil confundi-los. Estou ouvindo-os enquanto escrevo e noto quando o CD passa de um para outro, pois têm personalidades muito próprias, mas nunca sei se o que estou ouvindo é o nono ou o décimo. Pode ser uma limitação minha! Já no décimo primeiro, o paroxismo da criação de melodias chega a tal ponto, seus ostinatos são tão alucinados, que é mais fácil reconhecê-lo.

Aliás, o décimo primeiro apresenta aqueles finais tranquilos que constituíram-se uma das assinaturas do Shostakovich final. Esqueçam o gran finale. Sem fazer grande pesquisa, sei que eles podem ser encontrados na 13ª, 14ª e 15ª sinfonias, neste quarteto e no sensacional Concerto para Violoncelo que será comentado a seguir.

(*) Palavra pouco utilizada, não? Significa a concepção que ocorre quando, no mesmo útero, já há um feto em desenvolvimento.

String Quartet No. 5 in B flat major Op. 92 (1952)
1. Allegro non troppo  10:44
2. Andante  10:41
3. Moderato  10:25

String Quartet No. 11 in F minor Op. 122 (1966)
4. Introduction (andantino)  2:15
5. Scherzo (allegretto)  2:57
6. Recitativo (adagio)  1:18
7. Etude (allegro)  1:19
8. Humoresque (allegro)  1:08
9. Elegy (adagio)  4:15
10. Conclusion (moderato)  3:41

String Quartet No. 12 in D flat major Op. 133 (1968)
11. Moderato  6:41
12. Allegretto  20:29

Total:  76:15

Rubio Quartet
Dirk van de Velde, violin I
Dirk van den Hauwe, violin II
Marc Sonnaert, viola
Peter Devos, cello

CD 26

Talvez apenas aficionados possam gostar do esquisito Quarteto Nº 6. Ele tem quatro movimentos, dos quais três são decepcionantes ou descuidados. O intrigante nesta música é o extraordinário terceiro movimento Lento, uma passacaglia barroca que é anunciada solitariamente pelo violoncelo. É de se pensar na insistência que alguns grandes compositores, em seus anos maduros, adotam formas bachianas. Os últimos quartetos e sonatas para piano de Beethoven incluem fugas, Brahms compôs motetos no final de sua vida e Shostakovich não se livrou desta tendência de voltar ao passado comum de todos. Enfim, este quarteto vale por seu terceiro movimento e, com certa boa vontade, pelo Lento – Allegretto final.

String Quartet No. 4 in D major Op. 83 (1949)
1. Allegretto  4:27
2. Andantino  6:35
3. Allegretto  4:07
4. Allegretto  10:28

String Quartet No. 6 in G major Op. 101 (1956)
5. Allegretto  6:42
6. Moderato con motto  4:56
7. Lento  5:57
8. Lento-allegretto  7:44

String Quartet No. 10 in A flat major Op. 118 (1964)
9. Andante  4:32
10. Allegretto furioso  4:16
11. Adagio  6:13
12. Allegretto  9:08

Total:  75:18

Rubio Quartet
Dirk van de Velde, violin I
Dirk van den Hauwe, violin II
Marc Sonnaert, viola
Peter Devos, cello

CD 27

Quarteto de Cordas Nº 14, Op. 142 (1972-73)

Este é quase um quarteto para violoncelo solo e trio de cordas, tal é a proeminência dada àquele instrumento. É um quarteto inspiradíssimo, escrito em três movimentos (Allegretto – Adagio – Allegretto), e que tem seu centro dramático num dilacerante adagio de 9 minutos. Não consigo imaginar uma audição deste quarteto sem a audição em sequência do Nº 15. Eles, que costumam aparecer juntos, seja em vinil ou em CD, formam, em minha imaginação, uma obra só.

Quarteto de Cordas Nº 15, Op. 144 (1974)

Este trabalho, assim como a sonata a seguir, são tidas como obras-primas e seriam os dois principais “réquiens privados” de Shostakovich. Concordo com esta opinião.

O que dizer de um obra escrita em seis movimentos, em que quatro deles são adagio e os outros dois deles são adagio molto, sendo que, destes dois últimos, um é uma marcha funeral e outro um epílogo…? Ora, no mínimo que é lenta. Porém, como estamos falando do Shostakovich final, estamos falando de uma obra que tem como fundo a morte. Há três movimentos realmente notáveis nesta música: a Serenata: Adagio, a Marcha Fúnebre – Adagio Molto e o musicalmente espetacular Epílogo – Adagio Molto. O Epílogo recebeu vários arranjos sinfônicos e costuma aparecer – separadamente ou não do resto do quarteto – em gravações orquestrais.

String Quartet No.1 in C major Op. 49 (1935)
1. Modearto  3:57
2. Moderato  4:43
3. Allegro molto  2:12
4. Allegro  3:03

String Quartet No.14 in f sharp major Op.142 (1973)
5. Allegretto  8:22
6. Adagio  10:57
7. Allegretto  8:44

String Quartet No.15 in E flat minor Op. 144 (1974)
8. Elegy (adagio)  12:23
9. Serenade (adagio)  5:15
10. Intermezzo (adagio)  1:49
11. Nocturne (adagio)  4:54
12. Funeral March (adagio molto)  4:38
13. Epilogue (adagio)  6:40

Total:  78:00

Rubio Quartet
Dirk van de Velde, violin I
Dirk van de Hauwe, violin II
Marc Sonnaert, viola
Peter Devos, cello

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Shostakovich felicita seu filho Maxim após a apresentação do “Concertino” para dois pianos, op. 94, na Sala Maly da Filarmônica de Leningrado, em 15 de janeiro de 1955.

PQP

Antonín Dvořák (1841-1904): Sinfonia nº 9 “do Novo Mundo”; Bedřich Smetana (1824-1884): Vltava (Karajan)

Antonín Dvořák (1841-1904): Sinfonia nº 9 “do Novo Mundo”; Bedřich Smetana (1824-1884): Vltava (Karajan)

CD lindão, hein !

Se tem uma coisa que Herbert von Karajan fazia bem, era conduzir obras de compositores do romantismo. Creio que ele gostava mesmo daquelas orquestras enormes, do grande volume de som e do grande poder que emana da reunião de tanta gente junta para produzir uma mesma peça. Se pensarmos nisso, é uma coisa extraordinária, mesmo, não?

Nervosão, o maestro austríaco conseguia extrair da orquestra um vigor retumbante. Aqui ele comanda a Sinfonia nº 9 de Dvořák, talvez uma das sinfonias mais conhecidas do mundo, de fama merecida, pela força que emana da obra e a brilhante orquestração de Dvořák. Depois, para não ficar um CD curtinho e dar mais de uma hora de gravação, acrescentou-se do compositor conterrâneo (tcheco) contemporâneo, Smetana, a estonteantemente bela Vltava, na qual Smetana descreve o percurso do Rio Moldávia, que corta a República Tcheca, como se o rio narrasse o que vê pelo caminho que percorre.
Um passeio musical!

E como eu não poderia deixar de recomendar: Ouça, ouça! Deleite-se!

Antonín Dvořák (1841-1904): Sinfonia nº 9 “do Novo Mundo”; Bedřich Smetana (1824-1884): Vltava (Karajan)

Dvořák, Smetana

Antonín Dvořák (1841-1904)
Sinfonia nº 9 em Mi menor, “do Novo Mundo”
01. I. Adagio – Allegro molto
02. II. Largo
03. III. Scherzo: Molto vivace – Poco sostenuto
04. IV. Allegro con fuoco
Bedřich Smetana (1824-1884)
05. Vltava, de Ma Vlast

Orquestra Filarmônica de Viena
Herbert von Karajan, regente

CLIQUE AQUI – DOWNLOAD HERE (128Mb)

Seja legal e bonzinho com a gente!
Não nos deixe sós: comente!

Bisnaga

Dvořák: Quarteto Americano / Borodin: Quarteto Nº 2 / Shostakovich: Quarteto Nº 8 (Janáček Quartet, Borodin Quartet)

Dvořák: Quarteto Americano / Borodin: Quarteto Nº 2 / Shostakovich: Quarteto Nº 8 (Janáček Quartet, Borodin Quartet)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

O Quarteto Americano é uma ótima composição. Gosto dele. Mas o destaque deste CD chama-se Alexandr Borodin e seu esplêndido Quarteto Nº 2. Aqui, o compositor acertou em cheio, escrevendo música sublime de ponta a ponta. Idem para o Shosta que fecha o disco. o nº 8 é o mais famoso de seus quartetos e é muito do caraglio. Repertório de primeira, boas interpretações, você vai querer mais o quê? Uma cerveja artesanal, um chocolatinho, um harém feminino ou masculino (não temos problemas com gênero), o rebaixamento do Grêmio, a prisão dos Bolsonaro, mais Tarcísio, Zema, Castro, Ciro, Nikolas, o quê?

Dvořák: Quarteto Americano / Borodin: Quarteto Nº 2 / Shostakovich: Quarteto Nº 8 (Janáček Quartet, Borodin Quartet)

Dvořák | String Quartet op.96 »American«
1. String Quartet No. 12 in F major (‘American’), B. 179 (Op. 96): 1. Allegro ma non troppo
2. String Quartet No. 12 in F major (‘American’), B. 179 (Op. 96): 2. Lento
3. String Quartet No. 12 in F major (‘American’), B. 179 (Op. 96): 3. Molto vivace
4. String Quartet No. 12 in F major (‘American’), B. 179 (Op. 96): 4. Finale: Vivace ma non troppo

Borodin | String Quartet No.2
5. String Quartet No. 2 in D major: 1. Allegro moderato
6. String Quartet No. 2 in D major: 2. Scherzo: Allegro
7. String Quartet No. 2 in D major: 3. Notturno: Andante
8. String Quartet No. 2 in D major: 4. Finale: Andante – Vivace

Shostakovich | String Quartet No.8 op.110
9. String Quartet No. 8 in C minor, Op. 110: 1. Largo
10. String Quartet No. 8 in C minor, Op. 110: 2. Allegro molto
11. String Quartet No. 8 in C minor, Op. 110: 3. Allegretto
12. String Quartet No. 8 in C minor, Op. 110: 4. Largo
13. String Quartet No. 8 in C minor, Op. 110: 5. Largo

Janáček Quartet (Dvořák)
Borodin Quartet (Borodin, Shosta)

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Alexandr Borodin

PQP

Antonin Dvorák (1841-1904): Cello Concerto – "Dumky" Trio – Queyras – Faust – Prague Philharmonia

Antonin Dvorák (1841-1904): Cello Concerto – "Dumky" Trio – Queyras – Faust – Prague Philharmonia


Belo e ensolarado domingo, e nada como um belo e bem interpretado Concerto para Violoncelo de Dvorák para tornar o dia ainda mais agradável. Não entendo como o mano PQP pode não gostar deste compositor mas tudo bem, cada um tem seu gosto e isso aprendi a respeitar nas pessoas.

Já trouxe outras duas versões para esta mesma obra, primeiramente a mais consagrada de todas, com um dos maiores violoncelistas do século XX, quem sabe talvez o maior deles, Rostropovich. Para muitos, trata-se da gravação definitiva. Pode ser. Particularmente, a minha favorita é com o Pierre Fournier, mas não vem ao caso discutir isso aqui agora.

Posteriormente trouxe outra gravação, desta vez com a Jacqueline Du Pré, que viveu pouco entre nós, mas que deixou sua marca.

Hoje trago mais uma gravação deste concerto, e desta vez é com o jovem Jean-Guihen Queyras. Resolvi dar voz aos novos intérpretes, e quando se trata de uma gravação da Harmonia Mundi precisamos prestar atenção ao que vem pela frente, pois geralmente se trata de material de primeira qualidade.

“Beauty. Slow Beauty”!, “This is a great one”, “ How Do You Spell ‘magnificent’ in Czech?”, são alguns dos comentários dos clientes da amazon, que deram 5 estrelas para este CD, e tenho de concordar com eles.

A Orquestra que acompanha o jovem Jean-Guihen é a The Prague Philharmonia regida por Jíri Belohlavek, que faz um belo trabalho, diga-se de passagem.

A outra obra que vem junto deste cd é o trio mais conhecido de Dvorák, o “Dumky” Trio. Nesta obra, Queyras é acompanhado pela violinista Isabelle Faust, e pelo pianista Alexander Melnikov.

Mas vamos ao que interessa:

Antonin Dvorák (1841-1904) – Cello Concerto – “Dumky” Trio

01 – Concerto pour violoncelle – I. Allegro
02 – Concerto pour violoncelle – II. Adagio ma non troppo
03 – Concerto pour violoncelle – III. Allegro moderato
04 – Trio n 4 ‘Dumky’ – I. Lento maestoso – Allegro quasi doppio movimento
05 – Trio n 4 ‘Dumky’ – II. Poco adagio – Vivace non troppo
06 – Trio n 4 ‘Dumky’ – III. Andante – Vivace non troppo
07 – Trio n 4 ‘Dumky’ – IV. Andante moderato – Allegretto scherzando
08 – Trio n 4 ‘Dumky’ – V. Allegro
09 – Trio n°4 ‘Dumky’ – VI. Lento maestoso – Vivace

Jean-Guihen Queyras – Cello
Isabelle Faust – Violin
Alexander Melnikov – Piano
The Prague Philharmonia
Jiri Behlolávek – Conductor

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Jean-Guihen Queyras
Jean-Guihen Queyras

FDP Bach

.: interlúdio :. Madredeus: O Paraíso

.: interlúdio :. Madredeus: O Paraíso

Para um brasileiro, é complicado caracterizar o Madredeus. O grupo está posicionado entre o erudito e o popular, mas jamais na posição e breguice que tantas vezes assola o prog rock. Aliás, está muito longe do prog rock porque é 100% acústico, explora canções relativamente curtas e é tudo tranquilo e sem bateria. New age? De jeito nenhum. Para mim, está quase dentro do fado, mas também com um pé fora. É folclórico? Sim, sem dúvida. O nome do grupo assusta um ateu como eu, mas há razões para o nome; as canções parecem antigas, mas são inovadoras; as letras são antiquadas; a cantora (fantástica) é quase uma cantora lírica, das que hoje cantam música barroca. Adorei ouvir este CD quando de seu lançamento e, ao voltar a ouvi-lo, noto que ele não perdeu seu encanto. O grupo formado em 1985 acabou em 2010 e é famoso no mundo inteiro. Seus fundadores foram Pedro Ayres Magalhães (guitarra clássica), Rodrigo Leão (teclados), Francisco Ribeiro (violoncelo) falecido em Setembro de 2010, Gabriel Gomes (acordeão) e Teresa Salgueiro (voz). Magalhães e Leão formaram o grupo em 1985, Ribeiro e Gomes juntaram-se a eles em 1986. Na sua busca por uma vocalista, descobriram Teresa Salgueiro numa casa noturna de Lisboa, quando cantava alguns fados numa reunião informal de amigos. Teresa foi convidada para uma audição e aí surgia o grupo, o qual ainda não tinha um nome. A proposta inicial era a de uma oficina criativa, à qual todos os músicos levariam suas ideias e comporiam em conjunto os temas e arranjos. Em 1987, o local de trabalho do grupo, o Teatro Ibérico (antiga igreja do Convento das Xabregas, num bairro de Lisboa chamado Madredeus) serviu de estúdio de gravação para mais de quinze temas reunidos à época em um LP duplo, depois convertido para o formato de CD. Chamaram-no de Os Dias da MadreDeus e daí viria o nome do grupo. O caráter inovador do álbum fez com que os Madredeus se tornasse um fenômeno instantâneo de popularidade em Portugal na época. Wim Wenders, impressionado com a música do grupo, tinha-os convidado para musicarem um filme sobre Lisboa, chamado Lisbon Story (no Brasil, O Céu de Lisboa), do qual o grupo participou também como personagens. A trilha sonora deu ao grupo ainda maior projeção internacional. Este CD, O Paraíso (1997) é mais ou menos desta época e traz canções lindas como Haja o que houver, Não muito distante e outras. Vale muito a pena ouvir.

Madredeus: O Paraíso

1 Haja O Que Houver 4:30
2 Os Dias São À Noite 4:31
3 A Tempestade 5:14
4 A Andorinha Da Primavera 3:04
5 Claridade 5:25
6 A Praia Do Mar 3:25
7 O Fim Da Estrada 3:53
8 Agora (Canção Aos Novos) 9:23
9 À Margem 4:43
10 Carta Para Ti 3:49
11 Coisas Pequenas 5:25
12 Não Muito Distante 4:10
13 O Sonho 5:07
14 O Paraíso 6:49

Acoustic Bass – Fernando Júdice
Classical Guitar – José Peixoto, Pedro Ayres Magalhães
Lyrics By, Music By – Pedro Ayres Magalhães (faixas: 1, 2, 8, 9, 11 to 14)
Synthesizer – Carlos Maria Trindade
Vocals – Teresa Salgueiro

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A cantora Teresa Salgueiro

PQP

Max Bruch (1838-1920): Oito Peças / Vincent d`Indy (1851-1931): Trio para Clarinete, Violoncelo e Piano (Amici Ensemble)

Max Bruch (1838-1920): Oito Peças / Vincent d`Indy (1851-1931): Trio para Clarinete, Violoncelo e Piano (Amici Ensemble)

Um tranquilo e bom CD. Tudo bonito, poético e no lugar. As 8 Peças para Piano, Clarinete (Violino) e Violoncelo, Op. 83, de Max Bruch (1838–1920), são uma joia pouco explorada do repertório de música de câmara do Romantismo alemão. Embora Bruch seja mais lembrado por seu ardente Concerto para Violino nº 1 ou Kol Nidrei, essas miniaturas revelam seu talento para melodias elegantes. Compostas em 1910, quando Bruch já era um compositor idoso (72 anos) e já ofuscado por Brahms e Wagner. Refletem um romantismo tardio, com influências de Schumann e Mendelssohn, mas mantendo a linguagem harmônica conservadora de Bruch. Diferente de suas obras orquestrais dramáticas, essas peças são íntimas, líricas e nostálgicas. O Trio para Clarinete, Violoncelo e Piano, Op. 29, de Vincent d’Indy é uma obra-prima da música de câmara francesa fin de siècle escrita em 1887. Nela, já surge aquela sensibilidade impressionista que começaria a emergir na França. A obra homenageia Johannes Brahms (que também escreveu um trio para a mesma formação), mas com harmonias mais fluidas e cores tipicamente francesas.

Max Bruch (1838-1920): Oito Peças / Vincent D`Indy (1851-1931): Trio para Clarinete, Violoncelo e Piano (Amici Ensemble)

Bruch, Max
8 Pieces, Op. 83
1 I. Andante 03:49
2 II. Allegro con moto 02:35
3 III. Andante con moto 06:41
4 IV. Allegro agitato 03:48
5 V. Rumanische Melodie: Andante 05:12
6 VI. Nachtgesang (Nocturne): Andante con moto 06:10
7 VII. Allegro vivace, ma non troppo 03:22
8 VIII. Moderato 04:34

Indy, Vincent d’
Clarinet Trio, Op. 29
9 I. Overture: Modéré 14:11
10 II. Divertissement: Vif et anime 06:00
11 III. Chant Elegiaque: Lent 06:00
12 IV. Finale: Anime 09:43

Amici Ensemble

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Max Bruch pensando em como se livrar de toda a famiglia Bolsonaro

PQP

Isaac Albéniz (1860 – 1909): Iberia, livros 1 e 2 / 7 Estudios / 12 Piezas Características / Espagne / Mazurkas de salón / Mallorca / La Vega (M. Baselga, piano)

“Hice un primer disco con BIS, y me expresaron su satisfacción por el resultado. Entonces hablamos de nuevos retos: ellos me propusieron grabar la integral de Granados, pero yo prefería la de Albéniz, y les convencí” – Miguel Baselga

A suíte Iberia, obra tardia de Albéniz, é bastante popular e foi defendida por nomes célebres do piano como Claudio Arrau, Alicia de Larrocha, Marc-André Hamelin e muitos outros. Já as outras obras para piano de Albéniz são pouco conhecidas, muitas delas, aliás, são mais frequentemente tocadas em transcrição para o violão, Embora não tenha publicado uma única obra para violão, a sonoridade desse instrumento foi importante para as ideias musicais de Albéniz, compositor nascido na Catalunha e que passou períodos da sua vida em Bruxelas, Barcelona, Madrid, Londres e Paris, tendo tido provavelmente os maiores sucessos em vida nesta última cidade, onde foi admirado por nomes já influentes como Gabriel Fauré e Claude Debussy (consta que Albéniz estava nas estreias do Fauno em 1894 e da ópera Pelléas em 1902).

Arthur Rubinstein, que frequentou esse círculo quando era muito jovem, descreve o seu primeiro encontro com Albéniz em 1904:

“Um grande salão com dois pianos de cauda, grandes janelas abertas para a agitação dos boulevards. Lá estavam Maurice Ravel, Paul Dukas, Vicent d’Indy, Édouard Colonne e… um espanhol gordo e muito alegre. Eu não sabia nada sobre ele na época: só que ele era bastante gordo e que contava piadas e estórias engraçadíssimas que encantavam a todos.”

Claude Debussy foi um outro entusiasta: ao ouvir Albéniz tocar a peça La Vega (composta em 1897), teria dito ao espanhol que sua vontade era largar tudo e ir imediatamente conhecer Granada, cidade de forte influência moura no sul da Espanha. Embora não tenha realizado esse sonho, Debussy criaria sua própria versão de uma Espanha imaginária, alguns anos depois, em La Soirée dans Grenade, para piano (composta em 1903) e Iberia, para orquestra (composta entre 1905 e 1912). Coloco as datas aqui para explicitar a ordem das coisas, da mesma maneira que certas datas de obras de Vivaldi e de Bach mostram a admiração do alemão pelo veneziano embora, nesse caso, não tenham se visto pessoalmente.

Voltando à obra mais famosa de Albéniz, é bom lembrar que Iberia foi publicada em quatro partes avulsas e cada parte foi estreada separada entre 1906 e 1909, na França, pela pianista Blanche Selva. Então essa escolha de dividir Iberia entre os quatro CDs da coleção da BIS não é tão absurda assim. Mas a popularidade dessa obra ficou tão grande que é sempre bom recordar que, além de Iberia,  diversas peças para piano de Albéniz têm as seguintes características listadas por Pola Baytelman:

1. Ritmos de danças populares na Espanha / 2. Uso do cante jondo, ou seja, canto profundo, sério, lidando com temas como morte, angústia e religião. / 3. O uso de escalas exóticas associadas com o flamenco. / 4. Técnicas e maneirismos do violão que Albéniz adaptou ao piano.

Isaac Albéniz (1860 – 1909): Obras Completas para Piano, volumes 1 e 2 (há outros volumes que vou ficar devendo para outro dia)

CD1
Iberia (Cahier 1)
1 Evocation 6:04
2 El Puerto 3:51
3 Fête-Dieu À Séville 8:13
12 Piezas Características, Op. 92 (51:57)
4 Gavota 2:43
5 Minuetto A Sylvia 3:10
6 Barcarola (Ciel Sans Nuages) 4:10
7 Plegaria 5:48
8 Conchita (Polka) 3:38
9 Pilar (Wals) 5:41
10 Zambra 4:13
11 Pavana 4:58
12 Polonesa 4:41
13 Mazurka 5:30
14 Staccato (Capricho) 2:21
15 Torre Bermeja (Serenata) 4:03
16 Mallorca (Barcarola), Op. 202 6:05

Iberia (Cahier 1)
1 Triana 5:14
2 Almería 8:42
3 Rondeña 7:03
Siete Estudios En Los Tonos Naturales Mayores, Op. 65
4 1. Do Mayor (C Major). Allegro 1:46
5 2. Sol Mayor (G Major). Allegretto 4:05
6 3. Re Mayor (D Major). Allegretto 2:45
7 4. La Mayor (A Major) 4:04
8 5. Mi Mayor (E Major) 1:54
9 6. Si Mayor (B Major). Con Brio 2:22
10 7. Fa Mayor (F Major). Allegro 2:17
11 Amalia, Op. 95, Mazurka de Salón 4:27
12 Ricordatti, Op. 96, Mazurka de Salón 4:06
Espagne (Souvenirs)
13 Prélude. Andantino 6:30
14 Asturies. Allegretto Non Troppo 3:37
15 La Vega From The Suite Alhambra (February 1897 Version) 13:21

Miguel Baselga, piano

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE – CDs 1-2

Isaac Albéniz e sua gravata borboleta

Pleyel

Shostakovich Edition (CDs 4, 5 e 6 de 27)

Shostakovich Edition (CDs 4, 5 e 6 de 27)

IM-PER-DÍ-VEL!!!

CD 4

Sinfonia Nº 7, Op. 60, Leningrado (1941)

De história riquíssima, a Sinfonia Nº 7 – dedicada à resistência da cidade de Leningrado cercada pelos nazistas – deve sua celebridade a uma transmissão de rádio feita para a cidade devastada e sitiada. Ela auxiliou as autoridades soviéticas a elevar o moral em Leningrado e no país. Várias outras performances foram programadas com intenções patrióticas na União Soviética e na Europa. Não é melhor sinfonia de Shostakovich, nem perto. A notável Sinfonia Nº 11, tão superior à sétima, é tão mais eficiente como musica programática de conteúdo histórico, que torna falso qualquer grande elogio à Sétima. De qualquer maneira, é esplêndido o primeiro movimento que descreve a marcha nazista. Também é importante salientar o equívoco do grande público que vê resistência e patriotismo numa obra sobre a devastação e a morte. Mas, como diria Lênin, o que fazer?

Symphony No. 7 In C Major Op. 60 “Leningrad”
CD4-1 War, Allegretto 26:20
CD4-2 Memories, Moderato (Poco Allegretto) 10:24
CD4-3 My Native Field, Adagio 18:16
CD4-4 Victory, Allegro Non Troppo 16:34

CD 5

Sinfonia Nº 8, Op. 65 (1943)

Esta enormidade musical é também muito admirada, mas é música que, apesar de não ser nada má, perderá para suas irmãs gêmeas compostas depois, dentro do mesmo espírito. Gosto muito da beleza austera do quarto movimento em 12 variações – uma passacaglia – e também dos dois primeiros, com destaque para o divertido diálogo entre o piccolo, o clarinete e o fagote do scherzo. O terceiro movimento, de efeito fácil e heróico, é divertido, mas tem aquela melodia entoada pelo trompete que… Sei lá, acho estranho uma sinfonia com dois Scherzi.

Symphony No. 8 In C Minor Op. 65
CD5-1 Adagio 27:27
CD5-2 Allegretto 6:42
CD5-3 Allegro Non Troppo 6:28
CD5-4 Largo 9:38
CD5-5 Allegretto 13:45

CD 6

Sinfonia Nº 9, Op. 70 (1945)

Desde Schubert, com sua Sinfonia Nº 9 “A Grande”, passando pela Nona de Beethoven e pelas nonas de Bruckner e Mahler, que espera-se muito das sinfonias Nº 9. Há até uma maldição que fala que o compositor morre após a nona, o que, casualmente ou não, ocorreu com todos os citados menos Shostakovitch. Esta sinfonia – por ser a “Nona” – foi muito aguardada e, bem, digamos que não seria Shostakovitch se ele não tivesse feito algo inesperado.

Leonard Bernstein ria desta partitura, cujas muitas citações formam um todo no mínimo sarcástico. O compositor declarou que faria uma música que expressaria “a luta contra a barbárie e grandeza dos combatentes soviéticos”, mas os severos críticos soviéticos, adeptos do realismo socialista, foram mais exatos e apontaram que a obra seria debochada, irônica e de influência stravinskiana. Bingo! Na verdade é uma das composições mais agradáveis que conheço. O material temático pode ser bizarro e bem humorado (primeiro e terceiro movimentos), mas é também terno e melancólico (segundo e largo introdutório do quarto), terminando por explodir numa engraçadíssima coda. Barshai dá um andamento bastante lento e original à coda. Stálin assistiria e assistiu à estreia de uma Nona grandiosa…

Apesar dos cinco movimentos, é uma sinfonia curta, muito parecida em espírito com a primeira sinfonia “Clássica” de Prokofiev e com a Sinfonia “Renana” de Schumann, também em cinco movimentos.

Sinfonia Nº 10, Op. 93 (1953)

Este monumento da arte contemporânea mistura música absoluta, intensidade trágica, humor, ódio mortal, tranquilidade bucólica e paródia. Tem, ademais, uma história bastante particular.

Em março de 1953, quando da morte de Stalin, Shostakovich estava proibido de estrear novas obras e a execução das já publicadas estava sob censura, necessitando autorizações especiais para serem apresentadas. Tais autorizações eram, normalmente, negadas. Foi o período em que Shostakovich dedicou-se à música de câmara e a maior prova disto é a distância de oito anos que separa a nona sinfonia desta décima. Esta sinfonia, provavelmente escrita durante o período de censura, além de seus méritos musicais indiscutíveis, é considerada uma vingança contra Stalin. Primeiramente, ela parece inteiramente desligada de quaisquer dogmas estabelecidos pelo realismo socialista da época. Para afastar-se ainda mais, seu segundo movimento – um estranho no ninho, em completo contraste com o restante da obra – contém exatamente as ousadias sinfônicas que deixaram Shostakovich mal com o regime stalinista. Não são poucos os comentaristas consideram ser este movimento uma descrição musical de Stálin: breve, é absolutamente violento e brutal, enfurecido mesmo, e sua oposição ao restante da obra faz-nos pensar em alguma segunda intenção do compositor. (Chego a pensar que, se este movimento fosse apresentado aos jogadores de Parreira, antes do jogo contra a França, trucidaríamos Zidane com ou sem cabeçadas e Roberto Carlos lembraria de qualquer coisa, menos de suas meias…) Para completar o estranhamento, o movimento seguinte é pastoral e tranqüilo, contendo o maior enigma musical do mestre: a orquestra pára, dando espaço para a trompa executar o famoso tema baseado nas notas DSCH (ré, mi bemol, dó e si, em notação alemã) que é assinatura musical de Dmitri SCHostakovich, em grafia alemã. Para identificá-la, ouça o tema executado a capela pela trompa. Ele é repetido quatro vezes. Ouvindo a sinfonia, chega-nos sempre a certeza de que Shostakovich está dizendo insistentemente: Stalin está morto, Shostakovich, não. O mais notável da décima é o tratamento magistral em torno de temas que se transfiguram constantemente.

Symphony No. 9 In E Flat Major Op. 70
CD6-1 Allegro 5:16
CD6-2 Moderato 5:42
CD6-3 Presto 2:54
CD6-4 Largo 3:00
CD6-5 Allegretto 6:51

Symphony No. 10 In E Minor Op. 93
CD6-6 Moderato 23:14
CD6-7 Allegro 4:31
CD6-8 Allegretto 12:08
CD6-9 Andante 12:19

Arranged By – Rudolf Barshai (tracks: 12-1 to 13-13)
Bass Vocals – Sergei Aleksashkin (tracks: 10-1 to 10-5), Vladimir Vaneev (tracks: 10-1, 10-3, 10-6 to 10-9, 10-11)
Cello – Alexander Ivashkin (tracks: 19-1 to 19-7), Godfried Hoogeveen (tracks: 20-1 to 20-5), Nathaniel Rosen (tracks: 20-6 to 20-9), Peter Devos (tracks: 23-1 to 27-13), Timora Rosler (tracks: 22-1 to 22-8)
Choir – The Choral Academy Moscow* (tracks: 10-1 to 10-5), Rundfunkchor* (tracks: 1-1 to 1-6)
Conductor – Yevgeny Mravinsky* (tracks: 18-1 to 18-3), Gennadi Rozhdestvensky (tracks: 18-4 to 18-5), Paavo Berglund (tracks: 17-1 to 17-10), Rudolf Barshai (tracks: 1-1 to 13-13), Theodore Kuchar (tracks: 14-1 to 16-20), Valery Polyansky (tracks: 19-1 to 19-7)
Orchestra – Bournemouth Symphony Orchestra (tracks: 17-1 to 17-10), Leningrad Philharmonic Orchestra (tracks: 18-1 to 18-3), Moscow Philharmonic Orchestra (tracks: 18-4 to 18-5), National Symphony Orchestra Of Ukraine (tracks: 14-1 to 16-20), Orchestra Sinfonica Di Milano Giuseppe Verdi (tracks: 12-1 to 13-13), Moscow Symphony Orchestra* (tracks: 19-1 to 19-7), WDR Sinfonieorchester* (tracks: 1-1 to 11-4)
Piano – Colin Stone (tracks: 22-5 to 22-8), Cristina Ortiz (tracks: 17-1 to 17-10), Edward Auer (tracks: 20-1 to 2-09), Klára Würtz (tracks: 22-1 to 11-4), Ronald Brautigam (tracks: 21-1 to 21-6)
Soprano Vocals – Alla Simoni (tracks: 10-2 to 10-6, 10-10)
Viola – Marc Sonnaert (tracks: 23-1 to 27-13), Marcus Thompson (3) (tracks: 20-1 to 20-5)
Violin – Christiaan Bor (tracks: 20-1 to 2-09), David Oistrakh* (tracks: 18-1 to 18-5), Dirk Van De Velde (2) (tracks: 23-1 to 27-13), Dirk Van Den Hauwe (tracks: 23-1 to 27-13), Paul Rosenthal (tracks: 20-1 to 20-5)
Violin, Viola – Isabelle van Keulen (tracks: 21-1 to 21-6)

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Shostakovich
Shostakovich

PQP

Dmitri Shostakovich (1906-1975) / Alfred Schnittke (1934-1998): Quintetos para Piano (Vermeer Quartet, Boris Berman)

Dmitri Shostakovich (1906-1975) / Alfred Schnittke (1934-1998): Quintetos para Piano (Vermeer Quartet, Boris Berman)

Shostakovich e Schnittke são dois compositores russos do século XX que são frequentemente comparados e apresentados juntos, pois ambos documentaram de forma poderosa a turbulência e a luta do período soviético. Embora tenham estilos diferentes, a influência de Shostakovich é clara na obra de Schnittke, que foi um estudioso e admirador de seu trabalho e chegou a compor em memória dele, como em seu “Praeludium in memoriam Dmitri Shostakovich”. Schnittke via Shostakovich como uma figura central do século XX, comparando sua capacidade de absorver influências ao seu próprio trabalho, assim como a Stravinsky. Schnittke também compôs peças para homenagear Shostakovich, demonstrando admiração e um senso de “genealogia artística”. O Quinteto para Piano em Sol menor, Op. 57, de Dmitri Shostakovich, é uma das obras de câmara mais importantes do século XX. Composta em 1940, ela revela o compositor no ápice de sua maturidade criativa, equilibrando emotividade, estrutura clássica e ironia sutil. Shostakovich escreveu o quinteto após o trauma do Grande Expurgo de Stalin (1936–1938), mas antes da Segunda Guerra Mundial. Foi uma encomenda do Quarteto Beethoven (um dos maiores grupos instrumentais da URSS), e o próprio Shostakovich o estreou ao piano. Diferente de suas obras “polêmicas” (como a ópera Lady Macbeth), aqui ele adota um estilo mais acessível, sem abrir mão de sua voz. O quinteto equilibra como poucas obras o clássico e o moderno. A escrita é clara, transparente, quase mozartiana em certos momentos; mas por baixo dessa superfície vive a tensão emocional típica de Shostakovich. Ele parece dizer: “Posso sorrir, mas meu sorriso conhece a sombra.” Porque consegue ser profundamente humana: alterna rigor e lirismo, inteligência e emoção, luz e sombra. É música que acolhe, mas também inquieta. Música que não grita, mas que permanece. É, talvez, o momento em que 0 compositor mais se aproxima da ideia de consolação — sem ilusões, mas com coragem. Se o Quinteto de Shostakovich é um drama humano sob o regime soviético, o de Alfred Schnittke (1934-1998) é como entrar em um universo paralelo onde Bach, Schoenberg e um circo grotesco se encontram em um beco escuro. Prepare-se para uma viagem sonora alucinante. Sério! Composto em 1972-1976, o Quinteto para Piano e Cordas de Schnittke é um manifesto de seu estilo “poliestilístico” – uma colagem de referências que vai do barroco ao serialismo, passando por tangos distorcidos e citações sombrias. Schnittke escreveu a obra após um ataque cardíaco (aos 40 anos!), o que explica sua atmosfera de morte. O Quinteto de Schnittke rompe com toda a tradição sem perder a referência a ela (um paradoxo típico de Schnittke). Não é uma obra para relaxar. É para ser vivida – como um terremoto que rearruma sua percepção de música. Se Shostakovich é o desespero com dignidade, Schnittke é o desespero com alucinações.

Dmitri Shostakovich (1906-1975) / Alfred Schnittke (1934-1998): Quintetos para Piano (Vermeer Quartet, Boris Berman)

Shostakovich, Dmitry
Piano Quintet in G Minor, Op. 57
1 Prelude 04:21
2 Fugue 09:14
3 Scherzo 03:22
4 Intermezzo 06:48
5 Finale 07:16

Schnittke, Alfred
Piano Quintet
6 Moderato 05:41
7 In Tempo di Valse 05:05
8 Andante 05:55
9 Lento 04:35
10 Moderato pastorale 04:08

Vermeer Quartet
Boris Berman

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Chega de fotos de Shostakovich! Este é Alfred Schnittke.

PQP

Mily Alexeyevich Balakirev (1837 – 1910): Sonata para Piano, Islamey, The Lark e outras peças– Etsuko Hirose (piano) ֎

Mily Alexeyevich Balakirev (1837 – 1910): Sonata para Piano, Islamey, The Lark e outras peças– Etsuko Hirose (piano) ֎
Striking and Virtuosic: Etsuko Hirose plays Balakirev –
‘… electrifying performance …’

O disco desta postagem foi uma ótima descoberta! Eu sabia que Balakirev havia composto uma das peças mais difíceis do repertório para piano, intitulada Islamey, e conhecia a bonita transcrição de uma canção de Borodin, The Lark (A Cotovia), que postei há já algum tempo. Bem, um disco inteiro com obras para piano, incluindo uma sonata, me surpreendeu.

Balakirev foi um membro do pioneiro Grupo dos Cinco, junto com Mussorgsky, Glinka, Rimsky-Korsakov e Borodin, e que deu forma ao que conhecemos como música russa. Ele foi ótimo compositor e excelente pianista. Balakirev não era, definitivamente, do tipo acadêmico, e passou por diversos períodos de crise, sem compor. A peça que abre o disco foi esboçada na juventude, recebeu a aprovação de Glinka, mas só ganhou sua forma final quase quarenta anos depois.

A pianista eu descobri ouvindo discos de convidados de edições do Festival La Roque d’Anthéron, uma ótima maneira de descobrir outros talentos além dos famosos músicos divulgados fartamente na mídia. Gostei muito. Ela nasceu em Nagoia e estreou aos seis anos tocando o Concerto para Piano No. 26, de Mozart. Creio que foi Gieseking quem disse: a música de Mozart é mais fácil para crianças do que para adultos. Talvez seja isso. Etsuko completou seus estudos na França, com Bruno Rigutto e Nicholas Angelich. Gravou inicialmente para a Denon e posteriormente para a Mirare. Este disco foi gravado em 2012.

Mily Balakirev (1837 – 1910)

Fantasia para Piano sobre temas da ópera de Glinka
  1. Uma Vida Pelo Czar,
Etude – idylleen ré bémol majeur
  1. Au jardin
Toccata
  1. Toccata
Piano Sonata in B flat minor
  1. Andantino
  2. Mazurka
  3. Intermezzo
  4. Finale
Transcrição de uma canção de Glinka
  1. The Lark
Islamey
  1. Islamey

Etsuko Hiroshi, piano

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MP3 | 320 KBPS | 143 MB

O disco é de 2012, mas Etsuko disse ter valido a pena a espera para estrear no blog…

Trecho da resenha estrelas na Amazon: I had expected this music to be a bit unmemorable and Etsuko Hirose to be on the gentler side, but was wrong on both counts. This is a superb disc, the music overflows with melody and ebullience in a Tchaikovsky-like manner, and Hirose produces a wonderfully big sound, generous and commanding in terms of her virtuosic dispatch.

Eu também achei superb!

René Denon

M Balakirev – O pessoal do Departamento de Artes do PQP Bach Publishing House, solicito como sempre, eficiente como nunca, enviou esta ilustração para a postagem…

A. Ginastera (1916-1983): Quartetos de cordas nº 1, 2 e 3 (Cuarteto Latinoamericano)

“Todos ficaram contentes por termos retornado à Alemanha, na noite de sexta para sábado, especialmente daquele lugar onde estávamos”, disse recentemente um medíocre e feio Primeiro-Ministro alemão logo após deixar o Brasil, onde passara alguns dias. O político de direita, que aliás é um ardente defensor da guerra em que o seu colega israelense Netanyahou bombardeia crianças aos montes, esse grande representante da civilização alemã também propôs retirar a cidadania alemã de pessoas que protestavam contra Israel.

Apenas uma breve recordação do tipo “assim caminha a humanidade”, momento no qual recordamos o horror que é a Europa, embora esse continente também tenha inventado coisas como o Quarteto de Cordas. Então voltemos nossos olhares para a música do latino-americano Alberto Ginastera. Nascido em Buenos Aires e tendo vivido os últimos anos em exílio quando a Argentina passava por ditaduras, Ginastera teve uma primeira fase mais nacionalista, com melodias folclóricas e ritmos de seu país, seguida por momentos mais experimentais e atonais que ele qualificou de “neo-expressionista” e, nos últimos anos de vida, uma espécie de síntese dessas fases. A trajetória recorda um pouco a de seu contemporâneo Francisco Mignone (1897-1986).

O primeiro quarteto é da fase mais claramente nacionalista e as influências de Bartók também aparecem, só que o sotaque, ao invés de húngaro, é latino-americano. Em todo caso, não há citações diretas de música popular nesse concerto, embora as influências do caldeirão cultural argentino – às vezes recalcadas por gente que olha apenas para o lado europeu das origens, como aliás muita gente no sul do Brasil – estejam sempre lá, com frenéticos momentos que recebem indicações como “Allegro violento ed agitato” e “Allegramente rustico”.

Esse quarteto foi tocado na Alemanha – novamente esse país com tanta gente detestável mas um ou outro que prestam – em 1951, marcando o primeiro sucesso de Ginastera na Europa. Sua reputação mundial cresceu a partir dos anos 1960 com as óperas Don Rodrigo e Bomarzo, além dos concertos para piano (1961 e 1972) e os dois para violoncelo (1968 e 1981).

O segundo quarteto, ainda que com momentos de intensidade rapsódica, passeia por aventuras politonais e microtonais mais intensas. E no terceiro quarteto, na verdade um quinteto com a presença de uma voz de soprano, o compositor musicou poemas de três poetas espanhóis do século XX: Juan Ramón Jiménez, Federico García Lorca e Rafael Alberti.

A. Ginastera (1916-1983): Integral dos Quartetos de Cordas
String Quartet No. 1, Op. 20

I. Allegro Violento ed Agitato
II. Vivacissimo
III. Calmo e Poetico
IV. Allegramente Rustico
String Quartet No. 2, Op. 26 (Revised Version)
I. Allegro Rustico
II. Adagio Angoscioso
III. Presto Magico
IV. Libero e Rapsodico
V. Furioso
String Quartet No. 3, Op. 40
I. Contemplativo
II. Fantástico
III. Amoroso
IV. Drammatico
V. Di Nuovo Contemplativo

Cuarteto Latinoamericano
Recording: 1988, 1990, 1996

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Alberto Ginastera e Leonard Bernstein (1962)

Pleyel

Edward Elgar (1857-1934): Variações Sobre Um Tema Original, “Enigma” / Pompa e Circunstância: Marchas Militares 1 e 4 / In The South (Alassio) (Sinopoli, Philharmonia Orchestra)

Edward Elgar (1857-1934): Variações Sobre Um Tema Original, “Enigma” / Pompa e Circunstância: Marchas Militares 1 e 4 / In The South (Alassio) (Sinopoli, Philharmonia Orchestra)

Sinopoli foi um gênio. Porém, com apenas 54 anos de idade, sofreu um ataque cardíaco fulminante enquanto regia a ópera “Aida”, de Giuseppe Verdi, na Deutsche Oper Berlin. Ele desfaleceu no pódio, durante uma apresentação da ópera. Sinopoli era conhecido por sua intensidade e dedicação extrema. Além de seu renome como maestro, Sinopoli também foi um respeitado compositor e psiquiatra, uma figura verdadeiramente renascentista cuja carreira foi interrompida de maneira abrupta e prematura. Um verdadeiro erudito, no sentido mais clássico da palavra.

Mais do que uma série de variações, Enigma é uma “galeria de retratos musicais”. Elgar compôs cada seção inspirado na personalidade de seus amigos mais próximos, criando um enigma duplo: a obra esconde uma melodia tema que nunca é ouvida, mas que serve como base para toda a composição. É uma obra de afeto e inteligência, onde a orquestra pinta com nuances únicas a ternura, a leveza e a nobreza de cada amigo do compositor. Uma peça cativante que é, no fundo, um abraço musical transformado em partitura. Se há um som que define a “grandiosidade britânica” e a de Sílvio Santos, é o da Marcha nº 1 de Pompa e Circunstância. Sua melodia central, “Terra da Esperança e Glória”, tornou-se quase um segundo hino nacional. É impossível não sentir uma onda de solenidade e orgulho ao ouvi-la. Já a Marcha nº 4 oferece um contraste fascinante: mantém a dignidade imperial, mas com um caráter mais íntimo e reflexivo, antes de culminar numa conclusão igualmente triunfante. Achei um saco a tal de “In the South”.

Edward Elgar (1857-1934): Variações Sobre Um Tema Original, “Enigma” / Pompa E Circunstância: Marchas Militares 1 E 4 / In The South (Alassio) (Sinopoli, Philharmonia Orchestra)

Variations On An Original Theme (“Enigma”), Op. 36
1 Enigma: Andante 1:33
2 (C.A.E.) L’Istesso Tempo 1:58
3 (H.D. S.-P.): Allegro 0:52
4 (R.B.T.): Allegretto 1:46
5 (W.M.B.): Allegro Di Molto 0:31
6 (R.P.A.): Moderato 2:28
7 (Ysobel): Andantino 1:26
8 (Troyte): Presto 1:00
9 (W.N.): Allegretto 2:25
10 (Nimrod): Adagio 3:58
11 Intermezzo (Dorabella): Allegretto 2:31
12 (G.R.S.): Allegro Di Molto 0:58
13 (B.G.N.): Andante 3:18
14 Romanza (***): Moderato 3:22
15 Finale (E.D.U.): Allegro – Presto 6:15

Pomp And Circumstance: Military Marche, Op. 39
16 No. 1 In D Major 6:33
17 No. 4 In G Major 5:22

In the South (Alassio), Op. 50
18 Concert Overture 23:13

Directed By – Giuseppe Sinopoli
Orchestra – Philharmonia Orchestra

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Elgar: será que ele proporcionava sexo oral à sua parceira(o) com este bigode?

PQP

Ludwig van Beethoven (1770-1827): Integral dos Quartetos de Cordas (Kodály) (CD 7 de 9)

Ludwig van Beethoven (1770-1827): Integral dos Quartetos de Cordas (Kodály) (CD 7 de 9)

Qual é o melhor quarteto de cordas de Beethoven e por que é o Op. 132?

IM-PER-DÍ-VEL !!! 

Ah, os últimos Quartetos de Beethoven… Se o Quarteto Op. 132 não é a maior das músicas, está bem perto disso. É sempre difícil escrever sobre uma música que amamos muito e que nos faz lembrar fatos pessoais. A primeira coisa que me vem à mente quando penso no Opus 132 foi aquele momento mágico e levemente fantasmagórico em que eu, sentado na tranquilamente na sala, ouvi iniciar o Allegro Appassionato (último movimento do quarteto) e vi que, logo aos primeiros compassos, minha filha, aos cinco anos de idade, entrava girando na sala, dançando a valsa sozinha, de olhos fechados, por puro prazer de ouvir a música… Foi tão marcante que hoje soa-me hipócrita dizer que o movimento principal deste quarteto é o imenso e perfeito Heiliger Dankgesang eines Genesenen an die Gottheit, in der lydischen Tonart, um agradecimento à divindade pela recuperação que Beethoven obteve após grave enfermidade. Mas é, claro que é. O terceiro movimento, com suas duas explosões de alívio é o centro e razão de ser desta grande e fundamental obra.

Quando os últimos quartetos foram apresentados pela primeira vez, não foram bem recebidos pelo público. Ao receber a notícia, Beethoven deu a célebre resposta:

— Gostarão mais tarde.

Como ele sabia que estava escrevendo para o futuro é algo que consigo mais ou menos entender observando a evolução de sua música. Outro fato que chama a atenção é que, estética e conceitualmente, estes quartetos parecem projetar-se na evolução da história da música para colocarem-se quase 100 anos depois de sua época, talvez logo antes dos grandes quartetos de Schoenberg e Bartók. É um mundo à parte. Ouço meu filho dizer que, na opinião dele, ISTO é Beethoven, e não seus concertos ou sonatinhas iniciais. Ele se refere aos últimos quartetos, às últimas sonatas para piano, às Diabeli e certamente à Nona Sinfonia. O restante seria grandioso, mas menos pessoal e significativo. Lembro que quando era adolescente, nós tínhamos que nos aproximar destes quartetos respeitosamente e o Dr. Herbert Caro dizia que talvez fosse necessária maior maturidade para que um jovem pudesse entendê-los. Discordo postumamente do grande Dr. Caro, meu amigo e tradutor de Doutor Fausto, da Montanha Mágica, de Auto-de-Fé e outras tantas obras-primas. Desde jovem ouvia o Op. 132 e o 130 (acompanhado de sua Grande Fuga) da mesma forma e o respeito que sempre tive por estes quartetos emanou deles, independente de mim.

O fato é que o Op. 132 é uma música que passou a fazer parte de mim muito cedo. Eu, um adolescente na casa de meus pais, costumava ficar deitado, antes de dormir, tentando reproduzir nota a nota o terceiro movimento. Cronometrava para ver se chegava perto de seus 15 minutos… Às vezes, pensava conseguir reproduzi-lo por inteiro. Mas nunca ninguém pode comprovar, nem eu.

Este CD traz também a transcrição realizada pelo próprio Beethoven de sua Sonata para Piano Nº 9, Op. 14. É um excelente extra.

O quarteto Kodály demonstra toda a sua experiência e qualidade nestas gravações. Amor e profundo conhecimento da partitura estão certamente presentes neste grande trabalho dos quatro magníficos instrumentistas do Kodály. CD barato e altamente recomendável.

Ludwig van Beethoven (1770-1827): Integral dos Quartetos de Cordas (Kodály) (CD 7 de 9)

String Quartet No. 15 in A minor, Op. 132
I. Assai sostenuto – Allegro 09:23
II. Allegro ma non tanto 08:02
III. Heiliger Dankgesang eines Genesenen an die Gottheit, in der lydischen Tonart: Molto adagio – Andante 15:40
IV. Alla marcia, assai vivace 02:17
V. Allegro appassionato 06:48

String Quartet in F major, H. 34 (tr. of Piano Sonata in E major, Op. 14, No. 1)
I. Allegro moderato 06:07
II. Allegretto 02:54
III. Allegro 03:16

Kodaly Quartet

Total Playing Time: 54:27

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Kodaly Quartet: só me resta agradecer
Kodaly Quartet: só me resta agradecê-los

PQP

G. F. Handel (1685-1759): Giulio Cesare (Jacobs)

G. F. Handel (1685-1759): Giulio Cesare (Jacobs)

Júlio César merece uma gravação tão completa e de primeira qualidade como esta. Elenco perfeito, encabeçado por Jennifer Larmore, de esplêndida performance. O som, como é habitual na Harmonia Mundi, não poderia ser melhor. O Concerto Köln, liderado por René Jacobs (ex-contratenor, especialista neste gênero de repertório) toca com a paixão e precisão necessárias ao trabalho. Recomendo aos malucos pelo barroco. (São mais de quatro horas de música. Fui claro?) Acho que vale pra caralho ouvir este quarteto de CDs que disponibilizamos em um só arquivão.

Estreada em 1724, em Londres, é uma ópera em três atos, com libreto de Nicola Francesco Haym, inspirado em episódios da história de César e Cleópatra. Mas, como em quase toda a arte barroca, o interesse real não está na fidelidade histórica, e sim na paixão, na astúcia política e na teatralidade dos afetos humanos. É uma obra monumental, em que Handel leva o gênero da ópera séria ao seu auge: recitativos expressivos, árias deslumbrantes e uma orquestração cheia de cor e energia. Cada personagem é musicalmente individualizado — César é nobre e heroico; Cleópatra, espirituosa e sedutora; Tolomeo (Ptolomeu), tirânico e caprichoso; Cornélia e Sesto, tomados pela dor e pela vingança. Handel conjuga majestade e intimidade — alterna o esplendor das trompas e cordas com momentos de pura melancolia. Mais do que uma narrativa sobre Roma e o Egito, Giulio Cesare é um estudo sobre o poder e o desejo: o domínio militar e o encantamento erótico, a política e o teatro da sedução. É também um retrato da habilidade barroca — aquele momento em que a emoção é tão cuidadosamente construída que parece natural. Hoje, é considerada a obra-prima operística de Handel, uma das óperas barrocas mais encenadas no mundo, admirada tanto por sua beleza musical quanto pela profundidade psicológica das personagens.

G. F. Handel (1685-1759): Giulio Cesare (Jacobs)

Disc: 1
1. Ov – Con Koln/Rene Jacobs
2. Act 1, Scene 1. Cesare E Curio: Viva Il Nostro Alcide – Con Koln/Rene Jacobs
3. Act 1, Scene 1. Cesare E Curio: Aria: Presti Omai/Scene 2. Cornelia, Sesto E Detti – Jennifer Larmore
4. Act 1, Scene 3. Achilla, E Detti: Aria: Empio, Diro – Jennifer Larmore
5. Act 1, Scene 4. Curio, Sesto E Cornelia: Aria: Priva Son D’Ogni Conforto – Bernarda Fink
6. Act 1, Scene 4. Curio, Sesto E Cornelia: Aria: Svegliatevi Nel Core – Marianne Rorholm
7. Act 1, Scene 5. Cleopatra, Poi Nireno, E Dopo Tolomeo: Aria: Non Disperar – Barbara Schlick
8. Act 1, Scene 6. Tolomeo, Ed Achilla: Aria: L’Empio, Sleale – Derek Lee Ragin
9. Act 1, Scene 7. Cesare, E Poi Curio Che Introduce Cleopatra E Nireno: Aria: Alma Del Gran Pompeo – Jennifer Larmore
10. Act 1, Scene 7. Cesare, E Poi Curio Che Introduce Cleopatra E Nireno: Aria: Non E Sivago – Jennifer Larmore
11. Act 1, Scene 7. Cesare, E Poi Curio Che Introduce Cleopatra E Nireno: Aria: Tutto Puo – Barbara Schlick
12. Act 1, Scene 8. Cornelia, E Poi Sesto; Cleopatra E Nireno In Disparte: Aria: Nel Tuo Seno – Bernarda Fink
13. Act 1, Scene 8. Cornelia, E Poi Sesto; Cleopatra E Nireno In Disparte: Aria: Cara Speme – Marianne Rorholm
14. Act 1, Scene 8. Cornelia, E Poi Sesto; Cleopatra E Nireno In Disparte: Aria: Tu La Mia Stella – Barbara Schlick

Disc: 2
1. Act 1, Scene 9. Cesare, Tolomeo Ed Achilla: Cesare, Alla Tua Destra/Aria: Va Tacito/Scene 10… – Derek Lee Ragin/Jennifer Larmore
2. Act 1, Scene 11. Cornelia, Sesto, Ed Achilla: Aria: Tu Sei Il Cor – Furio Zanasi
3. Act 1, Scene 11. Cornelia, Sesto, Ed Achilla: Son Nata A Lagrimar – Bernarda Fink/Marianne Rorholm
4. Act 2, Scene 1. Cleopatra, E Nireno: Eseguisti, O Niren – Barbara Schlick
5. Act 2, Scene 2. Nireno, E Poi Cesare: Sinf – Con Koln/Rene Jacobs
6. Act 2, Scene 2. Nireno, E Poi Cesare: Aria: V’Adoro, Pupille – Barbara Schlick
7. Act 2, Scene 2. Nireno, E Poi Cesare: Aria: Se In Fiorito – Jennifer Larmore
8. Act 2, Scene 3. Cornelia, E Poi Achilla – Bernarda Fink/Furio Zanasi/Derek Lee Ragin
9. Act 2, Scene 4. Cornelia, Tolomeo: Aria: Se A Me Non Sei Crudele – Furio Zanasi
10. Act 2, Scene 4. Cornelia, Tolomeo: Aria: Si Spietata/Scene 5. Cornelia, E Poi Sesto – Derek Lee Ragin
11. Act 2, Scene 6. Nireno, E Detti: Aria: Cessa Omai – Bernarda Fink
12. Act 2, Scene 6. Nireno, E Detti: Aria: L’Angue Offeso – Marianne Rorholm
13. Act 2, Scene 7. Cleopatra, E Poi Cesare: Aria: Venere Bella – Barbara Schlick/Olivier Lallouette
14. Act 2, Scene 8. Curio, E Detti: Aria: Al Lampo Dell’ Armi – Jennifer Larmore

Disc: 3
1. Act 2, Scene 8. Curio, E Detti: Che Sento?/Aria: Se Pieta – Barbara Schlick
2. Act 2, Scene 9. Tolomeo, Cornelia, E Poi Sesto: Aria: Belle Dee/Scene 10. Achilla, E Detti – Derek Lee Ragin
3. Act 2, Scene 11. Sesto, E Cornelia. Aria: L’Aura Che Spira – Marianne Rorholm
4. Act 3, Scene 1. Achilla: Aria: Dal Fulgor – Furio Zanasi
5. Act 3, Scene 2. Tolomeo, Cleopatra: Sinf – Con Koln/Rene Jacobs
6. Act 3, Scene 2. Tolomeo, Cleopatra: Aria: Domero – Derek Lee Ragin
7. Act 3, Scene 3. Cleopatra, Solo Con Guardie: E Pur Cosi/Aria: Piangero – Barbara Schlick
8. Act 3, Scene 4. Cesare, Poi Sesto, Nireno, Ed Achilla: Aria: Dall’ Ondoso/Aure, Deh, Per Pieta – Jennifer Larmore
9. Act 3, Scene 4. Cesare, Poi Sesto, Nireno, Ed Achilla: Aria: Quel Torrente – Jennifer Larmore
10. Act 3, Scene 5. Sesto, E Nireno: Aria: La Giustizia – Marianne Rorholm
11. Act 3, Scene 6. Cleopatra, E Poi Cesare: Voi, Che Mie Fide Ancelle – Barbara Schlick
12. Act 3, Scene 6. Cleopatra, E Poi Cesare: Aria: Da Tempeste/Scene 7. Cornelia, E Tolomeo – Barbara Schlick
13. Act 3, Scene 8. Sesto, E Detti: Aria: Non Ha Piu – Bernarda Fink

Disc: 4
1. Act 3, Scene Ultima. Cesare, Cleopatra, Curio, Nireno, Sesto E Cornelia: Sinf – Con Koln/Rene Jacobs
2. Act 3, Scene Ultima. Cesare, Cleopatra, Curio, Nireno, Sesto E Cornelia: Caro/Bella – Barbara Schlick/Jennifer Larmore
3. Act 3, Scene Ultima. Cesare, Cleopatra, Curio, Nireno, Sesto E Cornelia: Ritorni Omai – Con Koln/Rene Jacobs
4. Appendix: Aria: Qui Perde Un Momento – Dominique Visse

Jennifer Larmore (alto – Giulio Cesare)
Barbara Schlick (soprano – Cleopatra)
Bernarda Fink (mezzo-soprano – Cornelia)
Marianne Rorholm (soprano – Sesto)
Derek Lee Ragin (counter-tenor – Tolomeo)
Furio Zanasi (voice, bass – Achille)
Dominique Visse (counter-tenor – Nireno)
Olivier Lallouette (bass – Curio)

Concerto Köln
René Jacobs

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René Jacobs

PQP

Fryderyk Chopin (1810-1849): Sonatas para Piano – Idil Biret

A música de Chopin sempre me fascinou. Lembro de ouvir um disco com algumas obras dele na casa da minha irmã, eu deveria ter uns 13 ou 14 anos de idade e a intensidade daquela música me envolveu totalmente. A partir de então fui atrás de discos, claro que dentro das condições financeiras de um adolescente, até que me caiu em mãos um daqueles fascículos da Editora Abril, o pianista era Peter Franckl, se não me engano. Ouvi tanto aquele LP que ele acabou riscando.

Enfim, essa pequena introdução serviu para me lembrar que ouço Chopin há uns quarenta e poucos anos, e talvez, com exceção de Brahms e Beethoven, talvez seja o compositor que mais ouvi na minha vida. Seus Concertos, Baladas, Scherzos, sonatas, enfim, frequento esse universo encantado desde minha adolescência.

Esse é o disco que virou a cabeça do jovem FDPBach.

Idel Biret é uma pianista turca, nascida em 1941, e que com meros 7 anos de idade foi estudar em Paris, onde teve professores como Nadia Boulanger e Alfred Cortot. Tem uma extensa discografia, em sua maior parte pelo selo Naxos, e por este selo gravou a obra integral de Chopin. De vez em quando, trazemos algum volume desta série.

Este CD que or vos trago foi gravado em 1995 e ganhou diversos prêmios da crítica especializada. Sugiro a leitura do booklet interno, onde a pianista analisa a obra e a vida de Chopin. Vale a pena.

 

Fryderyk Chopin (1810 – 1849) – Sonatas para Piano – Idil Biret

Piano Sonata No. 1 In C Minor, Op. 4
1 Allegro Maestoso
2 Menuetto
3 Larghetto
4 Finale

Piano Sonata No. 2 In B Flat Minor, Op. 35
1 Grave – Doppio Movimento
2 Scherzo
7. Marche funèbre: Lento
8 Finale: Presto

Piano Sonata No. 3 In B Minor, Op. 58
1 Allegro Maestoso
2 Scherzo: Molto Vivace
3 Largo
4 Finale: Presto, Non Tanto

Idel Biret – Piano

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FDP

Mozart (1756 – 1791): Concerto para Piano No. 27 e Sinfonia No. 29 – Garrick Ohlsson (piano) – The Cleveland Orchestra & Franz Welser-Möst ֎

Mozart (1756 – 1791): Concerto para Piano No. 27 e Sinfonia No. 29 – Garrick Ohlsson (piano) – The Cleveland Orchestra & Franz Welser-Möst ֎

What I hear on the streaming isn’t what I hear in the hall!

Garrick Ohlsson ganhou o Concurso Chopin de Piano em 1970 e é conhecido como um excepcional intérprete da obra do compositor polonês, mas tem um repertório enorme, que inclui obras de Beethoven, Rachmaninov, Brahms, Granados, Scriabin, Bartók, Prokofiev, Liszt, entre outros.

Garrick foi o presidente do júri da edição deste ano do Concurso Chopin, cujo vencedor foi Eric Lu. A decisão certamente levantou mais comentários do que tem em geral acontecido. Talvez tenha sido o excesso de talentos ou mesmo outras as razões. O próprio Ohlsson explicou em entrevistas disponíveis na net as dificuldades de se chegar a um resultado em uma competição deste nível. Veja a frase que escolhi para iniciar a postagem.

Mas, hoje o dia é de Mozart, uma linda gravação feita ao vivo do Concerto para Piano No. 27, o último composto por Mozart. Pelo que entendi, Garrick Ohlsson foi chamado para substituir Igor Levitt como solista no concerto, devido a problemas de saúde deste último. Certamente seria uma noite mágica, mas, talvez, devido a isso, Garrick Ohlsson fez uma ótima apresentação – uma interpretação cristalina, muito bonita, mesmo aristocrática do último concerto de Mozart.

A orquestra e o regente Franz Welser-Möst, o atual diretor musical,  certamente estavam em perfeita colaboração com o solista. A Orquestra de Cleveland e sua longa linhagem de famosos diretores musicais com ótimas gravações de obras de Mozart, mostra todas as suas qualidades.

Isso fica evidente na obra que completa o programa, a Sinfonia No. 29, obra que Mozart compôs entre seus 18 ou 19 anos, quando ainda morava em Salzburgo. Não há evidências que esta obra tenha sido apresentada em Salzburgo (eles não sabem o que perderam), mas em 1783, quando já morava em Viena, Mozart pediu a seu pai que lhe enviasse a partitura da obra e é bem possível que então a obra tenha sido apresentada. A interpretação aqui é do tipo ‘big band’, orquestra moderna, mas não se preocupe com isso, aproveite essa quase uma hora de ótima música.

Wolfgang Amadeus Mozart (1756 – 1791)

Piano Concerto No. 27 in B flat major, K595

  1. Allegro
  2. Larghetto
  3. Allegro

Symphony No. 29 in A major, K201

  1. Allegro moderato
  2. Andante
  3. Menuetto
  4. Allegro con spirito

Garrick Ohlssohn, piano

Cleveland Orchestra

Franz Welser-Möst

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MP3 | 320 KBPS | 129 MB

“Ohlsson’s virtuosity here isn’t speed or extremes of technique but rather exceptional clarity. Even where the composer turns playful, as in the third movement, the pianist retains his stunning equanimity, allowing not so much as a single measure to sound muddy or hurried.”

Aproveite!

René Denon

Do PQP Bach Álbum para Colorir…

W. A. Mozart (1756-1791) / S. Prokofiev (1891-1953): Sonatas e outras obras (Lücker)

W. A. Mozart (1756-1791) / S. Prokofiev (1891-1953): Sonatas e outras obras (Lücker)

Um bom e estranho CD. Talvez haja algum fato técnico que una essas obras de Mozart e Prokofiev, algo certamente acima de minha pouca compreensão. Ou será que a bonita e excelente Gesa Lücker apenas gosta das obras e fim? Ou adoro aquela Giga de Mozart e a Sonata Nº 8 de Prokofiev. O resto me pareceu limpinho e sem drama. A Sonata Nº 8 faz parte da trilogia de Sonatas compostas durante a Segunda Guerra. Não é uma obra fácil. Ela mescla violência rítmica, lirismo e uma serenidade triunfal ao final. É jornada musical intensa que vai da angústia à transcendência. Será que a pianista queria justamente o contraste?

W. A. Mozart (1756-1791) / S. Prokofiev (1891-1953): Sonatas e outras obras (Lücker)

Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1791)
Sonata No. 5 in G major, KV 283

1) Allegro
2) Andante
3) Presto

4) Adagio in B minor, KV 540

5) Rondo in D major, KV 485

6) Gigue in G major, KV 574

Sergei Prokofiev (1891-1953)
Sonata No. 8 in flat major, op. 84

7) Andante dolce
8. Andante sognando
9) Vivace

Gesa Lücker, piano

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Ah, Gesa...

PQP

Mozart: Quinteto K. 452 / Beethoven: Quinteto Op. 16 (Brendel, Holliger, Brunner, Baumann, Thunemann)

A nominata galática dos executantes e dos compositores não garante um grande CD. Talvez eu esteja equivocado, mas nem o Op. 16 de Beethoven e menos ainda o Quinteto K. 452 são grandes obras. Falo em equívoco, pois considero inconcebível que venha a tratar como algo de importância menor um CD que some Mozart, Beethoven, Brendel, Holliger, etc.

Mozart: Quinteto K. 452 / Beethoven: Quinteto Op. 16 (Brendel, Holliger, Brunner, Baumann, Thunemann)

01. Mozart – Quintet in E flat K.452 Largo – Allegro molto
02. Mozart – Quintet in E flat K.452 Larghetto
03. Mozart – Quintet in E flat K.452 Allegretto

04. Beethoven – Quintet in E flat Op.16 Grave – Allegro ma non troppo
05. Beethoven – Quintet in E flat Op.16 Andante cantabile
06. Beethoven – Quintet in E flat Op.16 Rondo

Alfred Brendel
Heinz Holliger
Eduard Brunner
Hermann Baumann
Klaus Thunemann

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Beethoven (1770-1827): Concerto Nº 5 para Piano e Orquestra “Imperador” / Sonata “Waldstein” (Tomsic, Nanut)

Beethoven (1770-1827): Concerto Nº 5 para Piano e Orquestra “Imperador” / Sonata “Waldstein” (Tomsic, Nanut)

Mais um disquinho bem produzido da incrivelmente imprevisível e ladra MoviePlay. Bem, ao menos a eslovena Dubravka Tomsic existe e está viva aos 85 anos. O maestro Nanut também existiu e morreu em 2017, também aos 85 anos. Ou seja, este é um CD que não foi produzido por fantasmas. E é de bom nível, sim. O Concerto para Piano Nº 5, Op. 73, de Ludwig van Beethoven, não recebeu o apelido de “Imperador” do próprio compositor. Beethoven, que era um grande defensor dos ideais da Revolução Francesa (liberdade, igualdade, fraternidade), detestava títulos de nobreza e não teria usado um termo como “Imperador” para sua própria obra, especialmente considerando que Napoleão, que se coroou imperador, era uma figura que Beethoven desprezava. Para mim, pessoa de gosto estranho e estragado, este Concerto começa a ir bem só no Adagio Un Poco Mosso. Ou seja, não posso dizer que amo o primeiro movimento. Acho chato pra caraglio. Já a Waldstein é a coisa mais amada e fofa. Por que Waldstein? A Sonata recebeu o apelido de “Waldstein” porque foi dedicada a um sujeito específico: o Conde Ferdinand Ernst Gabriel von Waldstein. Waldzinho foi um amigo crucial e mecenas que conheceu Beethoven quando o compositor ainda era jovem em Bonn. Ele foi um dos primeiros e mais importantes patronos de Beethoven, oferecendo-lhe uma montanha de pix.  Waldstein ficou igualmente famoso por ter escrito sobre Beethoven em 1792: “Caro Beethoven! Você está indo para Viena em atendimento a um desejo há muito frustrado. A cidade ainda está de luto e chora a morte de seu pupilo Mozart… Vai que é tua, Ludovico!” Depois ele segue laudatoriamente, mas… PREVÊ a grandeza de Beethoven. A dedicatória da Sonata foi um gesto de gratidão e amizade pelos pix alcançados. Quando Beethoven compôs esta sonata (por volta de 1803-1804), ele já estava estabelecido em Viena, e a homenagem a Waldstein era uma forma de agradecer pelo apoio fundamental.

Beethoven (1770-1827): Concerto Nº 5 para Piano e Orquestra “Imperador” / Sonata “Waldstein” (Tomsic, Nanut)

Piano Concerto No. 5 In E Flat, Op. 73
Conductor – Anton Nanut
Orchestra – Radio Symphony Orchestra Ljubljana*
1 Allegro 20:52
2 Adagio Un Poco Mosso 8:17
3 Rondo: Allegro 10:43

Piano Sonata In C, Op. 53 “Waldstein” Sonata
4 Allegro Con Brio 9:23
5 Adagio – Ma Non Troppo (Attaca) 4:02
6 Rondo: Allegretto – Moderato – Prestissimo 9:32

Piano – Dubravka Tomsic (tracks: 1-6)

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A Dubravka.

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W. A. Mozart (1756-1791): Serenata No. 10 para 13 Instrumentos de Sopro, K. 361, ‘Gran Partita’ (Wind Soloists of The Chamber Orchestra of the Europe)

“Começou de forma muito simples: apenas uma pulsação no registro mais baixo. Então, de repente, bem acima, soou uma única nota no oboé, que ficou ali, inabalável, me perfurando, até que a respiração não conseguiu mais segurá-la, e um clarinete a tirou de mim e a adoçou em uma frase de tal deleite que me fez tremer. A luz tremeluziu na sala. Meus olhos ficaram nublados… pareceu-me que eu tinha ouvido uma voz de Deus…”

Peter Shaffer: Amadeus (trad. de René Denon).

Salieri disse estas palavras em Amadeus, referindo-se ao dilacerante e lindíssimo Adágio desta Serenata. A tradução acima foi realizada e depois roubada por mim deste blog. A Serenata K. 361 é uma obra-prima de Mozart para alegrar os corações de nossos ouvintes-leitores neste dia 7 de julho, o qual não significa nada em especial para este que vos escreve… Uma bela e surpreendente gravação do pessoal da Chamber Orchestra. Não seja louco de não baixar.

W. A. Mozart (1756-1791): Serenata No. 10 para 13 Instrumentos de Sopro, K. 361, ‘Gran Partita’ (Wind Soloists of The Chamber Orchestra of the Europe)

Serenade No. 10 In B Flat For 13 Wind Instruments, K361 “Gran Partita” (1781/4)
1 First Movement : Largo. Allegro Moderato 9:55
2 Second Movement : Menuetto 9:22
3 Third Movement : Adagio 5:15
4 Fourth Movement : Menuetto. Allegretto 5:09
5 Fifth Movement : Romanze. Adagio 9:12
6 Sixth Movement : Tema Con Variazioni 9:39
7 Seventh Movement : Rondo 3:20

Wind Soloists of The Chamber Orchestra of the Europe
Alexander Schneider

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