Concertos Barrocos Italianos
OAE
Ouvimos primariamente a música dos grandes compositores – Bach, Handel, Vivaldi, Rameau. E quase sempre suas obras nos sãos apresentadas em gravações completas: Quatro Suítes Orquestrais, Os Concerti Grossi Op. 12, La Stravaganza. Quando muito, um disco com concertos ou outras peças, sempre do mesmo compositor.
Essa abordagem pode limitar um pouco nossa perspectiva da riqueza cultural, da diversidade e do colorido das peças musicais do período barroco. Essa maneira de apresentar a música interessa muito às gravadoras que assim vendem seus pacotes. A Integral dos Concertos para Fagote (ou Flautim, ou Viola da Gamba) do compositor tal, a Integral da Música de Banquete do compositor qual. Creio que até para o mais treinado ouvinte, enfrentar uma sequência de 70 minutos de Concertos para Fagote pode ser um pouquinho demais. Isto sem mencionar as violas. Acho que certas peças são mais agradáveis e efetivas se apresentadas em companhia de outras, de outros compositores, com as quais tenham afinidade, mas também um certo contraste.
É claro que podemos ‘programar’ uma audição musical, tomando umas peças daqui, outras dali, mas nem sempre isso acontece.
Esta é uma das razões pelas quais eu adoro discos como este, da postagem. A produção do disco conseguiu interpolar peças barrocas, mas de períodos ligeiramente diferentes, e intercalar obras de mestres maiores com alguns menos conhecidos.
Talvez Pietro Castrucci seja o compositor menos conhecido desta coleção, mas certamente era conhecido de seus pares, como Handel, que também tem uma peça no disco.
Castrucci nasceu em Roma e estudou com Corelli. Mudou-se para Londres em 1715 e foi famoso como virtuose do violino e líder da Orquestra da Ópera de Handel.
Outro compositor menos conhecido desta lista é Alessandro Stradella, que certamente viveu uma vida cheia de aventuras amorosas. Tanto que morreu por isso. A peça que fecha o disco, a Sonata di viole, provavelmente é o primeiro concerto grosso e acredita-se ter servido de modelo para os Concerti Grossi Op. 6 de Corelli. Deste conjunto, o Concerto No. 1 abre o disco.
Vá lá, delicie-se também com Sinfonia do Alessandro Scarlatti, pai do Domenico, com o belíssimo concerto de Vivaldi, que brilha aqui ainda mais, e com a espetacular versão para Concerto Grosso da Sonata da Folia, de Corelli, feita pelo Geminiani. Um disco tão bem gravado e produzido custa a aparecer.
A Orchestra of the Age of Enlightenment já apareceu por aqui diversas vezes, sempre tendo a sua frente grandes regentes, como o Frans Brüggen, Gustav Leonhardt e Simon Rattle. Nesta ocasião ela é dirigida diretamente pela pessoa que está liderando os violinos. Ou seja, neste disco a estrela é a OAE!
Digam vocês se o Masterchef Erick Jacquin não é um sósia do oboísta Anthony Robson…
Italian Baroque Concertos
Arcangelo Corelli (1653-1713)
1-5. Concerto Grosso em ré maior, Op. 6, 1
Pietro Castrucci (1679-1752)
6-10. Concerto Grosso em ré maior, Op. 3, 12
Alessandro Scarlatti (1660-1725)
11-13. Sinfonia di Concerto Grosso No. 2 em dó menor
George Frideric Handel (1685-1759)
14-16. Sonata del Overtura (para Il trionfo del Tempo e del Disinganno)
Antonio Vivaldi (1678-1741)
17-19. Concerto em fá maior para duas flautas, dois oboés, violino, violoncelo e baixo
Contínuo, RV 572 (Il Proteo o sia il mondo al rovescio)
Francesco Geminiani (1687-1762)
20. Concerto Grosso No. 12 em ré menor “La Folia” (da Sonata Op. 5, 12, de Corelli)
Alessandro Stradella (1644-1682)
21-24. Sonata di viole
Orchestra of the Age of Enlightenment
Alison Bury, Margaret Fautless, Catherine Mackintosh
O disco foi gravado em uma cooperação entre a BBC Music Magazine e o selo Linn
Produção de Ben Turner
BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE
FLAC | 292 MB
BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE
MP3 | 320 KBPS | 140 MB
Os músicos da capa são Andrew Clark (trompa) e Anthony Robson (oboé da caccia).
Aproveite!
René Denon