Andrew Lloyd Webber (1948): Jesus Christ Superstar (uma Paixão contemporânea?)

Andrew Lloyd Webber (1948): Jesus Christ Superstar (uma Paixão contemporânea?)

Jesus Christ Superstar 1974 - capaHoje, 14.03.2014, estreia em São Paulo a segunda montagem brasileira desta chamada ‘rock opera’ – passados 45 anos de sua composição, 43 da estreia mundial, 42 da primeira montagem brasileira, e 40 da gravação apresentada aqui, regida por André Previn, como trilha de filme dirigido por Norman Jewison.

Achei um bom momento para revalidar o link desta postagem feita originalmente em 21.04.2011 – acrescentando um vídeo sobre a atual montagem brasileira (cujo protagonista – segredo aqui entre nós! – é parente de um membro da nossa equipe). SEGUE O TEXTO ORIGINAL DA POSTAGEM:

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Eu devia ter 17 anos e viajei a São Paulo especialmente para ouver a São Mateus no Teatro São Pedro (tudo em família…)

Ainda não tinha o menor preparo para avaliar a regência do Eleazar de Carvalho – só lembro que achei atroz a pronúncia do alemão do evangelista estadunidense que ele havia trazido. E que na volta do intervalo meu vizinho de cadeira, um senhor português pelo menos 40 anos mais velho, puxou papo e, me tratando de “o senhor”, acabou perguntando se eu já havia visto Jesus Christ Superstar, que havia entrado há pouco nos cinemas, quatro anos depois de estrear no palcos de Londres rotulada como ópera em rock.

Devo ter feito uma espécie de cara de nojo, pois meu vizinho se apressou em dizer que também tinha ido ver com muita resistência, mas havia sido conquistado e saído do cinema encantado. O resultado foi que, de volta a Curitiba, fui quase que envergonhadamente ao Cine Condor – e saí também eu debaixo de uma espécie de sortilégio que me levou ao cinema mais quatro vezes em duas semanas.

Achei tão bom assim? Não, o ponto não era “ser bom” – o que também não quer dizer que achei ruim! Acho que primeiro de tudo foi uma experiência estética – musical e cênica – diferente de tudo o que eu já tinha ouvisto. Segundo, era uma maneira totalmente diferente – uma maneira minha contemporânea – de se relacionar com o material mítico cristão, de que quase cada minuto da minha formação havia sido impregnada.

É evidente que hoje percebo que o material temático é bastante limitado para 1 h 36 min de música – o que pode ser visto tanto como insuficiência quanto como virtude -, e que ao lado de trechos onde a linguagem blues-rock soa forte e autêntica há alguns de um “popismo” quase constrangedor… Seja como for, confesso que, no mínimo pelo papel que desempenhou em minha própria descoberta do mundo, não consigo deixar de ter estima pela obra.

E aqui me apresso a esclarecer que não empreguei o adjetivo “contemporâneo”, no título da postagem, como sinônimo de “experimental” com referência à linguagem musical – sentido em que Paixão segundo São Lucas de Penderecki, do ano anterior, seria muito mais legitimamente “uma Paixão contemporânea”.

No entanto Penderecki coloca em uma nova linguagem musical apenas palavras e sentimentos ortodoxamente católicos, que poderiam ter sido sentidos de modo idêntico mil anos antes, enquanto que o libreto de Tim Rice tenta se aproximar do material mítico cristão de uma forma questionadora, embora não sem uma tentativa de compreensão compassiva – ou seja: de uma forma tensa, complexa, de certa forma comparável à que Saramago apresentará depois no seu Evangelho segundo Jesus Cristo – e é nisso que eu vejo sua contemporaneidade – no meu ver ainda não esgotada neste 42.º ano da obra.

Pra terminar quero contar por quê não escolhi a gravação da versão de palco original de Londres, feita em 1970, e sim esta regida por André Previn, que é a trilha do filme de Norman Jewison lançado em 1974: foi sobretudo pra não abrir mão do timbre e da força interpretativa inesquecíveis com que Carl Anderson abre a obra, em seu papel de Judas –

… o que na época gerou polêmicas de todos os lados: conservadores atacavam a obra como demoníaca por apresentar um Judas tão atraente e razoável, militantes a taxavam de racista por atribuir o papel de Judas a um negro (mesmo não sendo o único no elenco). E confesso a vocês que o fato de incomodar pra todos os lados tende a ser visto por mim como uma virtude artística em si.

Mas agora é com vocês, aí vai!

Cena do filme de Norman Jewison


Andrew Lloyd Webber (1948): JESUS CHRIST SUPERSTAR (1969)
Versão regida por André Previn em 1973-74
para a versão filmada por Norman Jewison

(mais informações no arquivo)
DISC 1:
01. Overture
02. Heaven On Their Minds
03. What’s The Buzz
04. Strange Thing Mystifying
05. Then We Are Decided
06. Everything’s Alright
07. This Jesus Must Die
08. Hosanna
09. Simon Zealotes
10. Poor Jerusalem
11. Pilate’s Dream
12. The Temple
13. I Don’t Know How To Love Him
14. Damned For All Time / Blood Money

DISC 2:
01. The Last Supper
02. Gethsemane (I Only Wanted To Say)
03. The Arrest
04. Peter’s Denial
05. Pilate And Christ
06. King Herod’s Song
07. Could We Start Again, Please?
08. Judas’ Death
09. Trial Before Pilate
10. Superstar
11. The Crucifixion
12. John Nineteen: Forty-One

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Link alternativo: BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE

ENQUANTO BAIXA, ASSISTA O MAKING-OF DA ATUAL MONTAGEM BRASILEIRA. Contém observações sobre a música que me surpreenderam!

Ranulfus
Publicado originalmente em 21.04.2011

.:interlúdio:. Andrew Lloyd Webber (1948): VARIATIONS (1978)

.:interlúdio:. Andrew Lloyd Webber (1948): VARIATIONS (1978)

Se eu dissesse “Andrew Lloyd Webber é um dos principais compositores ingleses do fim do século 20”, não duvido que alguém dissesse: “ah, mas ele é um compositor de musicais, não de música séria”.

Bom, a palavra “compositor” significa apenas que o sujeito compõe, não contém em si nenhuma obrigação de que o objeto composto seja isto ou aquilo, e não dá pra negar que esse sujeito vem compondo uma quantidade enorme de música desde 1965 – e música que não me parece pior que a de um monte de compositores admitidos no cânone convencional do “sério”. E confesso que gosto bastante deste divertimento puramente instrumental que ele compôs em 1977 – uma exceção numa obra onde a palavra e a voz são praticamente onipresentes.

Vocês sabem de quem eu estou falando, né? Do sujeito que em 1970 estourou com Jesus Christ Superstar, que pretendia ser a “primeira ópera rock” — mas a Tommy da banda The Who acabou saindo antes (além de ser, talvez, mais legitimamente rock). De um modo ou de outro, JC Superstar ficou dez anos contínuos em cartaz em Londres; nesse meio tempo virou filme (1973), logo depois do que o Andrew atacou de Evita (1976), Cats (1981), e mais tarde The Phantom of the Opera, Sunset Boulevard etc. etc.

No meio disso tudo, esta peça puramente instrumental teria sido composta para… pagar uma aposta de futebol perdida para o seu irmão Julian Lloyd Webber, cellista clássico.

A prenda exigida por Julian foi justamente que Andrew compusesse uma peça para cello e banda de rock… mas é bom não esquecer que isso foi em tempos em que a palavra “rock” estava significando sobretudo a experimentação de emprego dos primeiros sintetizadores (Moog, Arp etc.) por grupos como Pink Floyd ou com pretensões classicizantes como Emerson Lake & Palmer.

Enfim, não sei por quê, Andrew resolveu repetir a seu modo um argumento (digamos assim) de Rachmaninoff: compor um conjunto de 24 variações sobre o tema do Capricho para violino nº 24 de Paganini. No caso de Rachmaninoff saiu a Rapsódia sobre um Tema de Paganini op.43 (1934), para piano e orquestra. Andrew também fez uma introdução, apresentou o tema, mas acrescentou só 23 variações… entremeadas com algumas variações de suas próprias variações.

Que rótulo caberia nessa música? Sei lá, o que menos me interessa são rótulos… O fato é que as tais variações correram mundo — tanto que mesmo se nunca tiver ouvido falar delas com certeza reconhecerá trechos.

Além disso, em 1990 gravou-se uma versão para cello e orquestra, novamente com Julian no solo, e com Lorin Maazel, nada menos, regendo a London Philharmonic Orchestra — num disco que inclui ainda uma peça do pai de Andrew, o também compositor William Lloyd Webber. Mas esse disco eu nunca ouvi, não posso dizer nada a não ser que existe…

A propósito, já falei demais, né? Vamos logo à música:

Andrew Lloyd Webber: VARIATIONS (1978)
para cello solo e banda de rock

Introduction
Theme (Paganini Caprice in A minor No. 24) and Variations 1-4
Variations 5 and 6
Variation 7
Variation 8
Variation 9
Variation 10
Variations 11-15 (including the Tributes)
Variation 16
Variations 13-14 Varied (listed as 14-15)
Variation 17
Variation 18
Variations 19, 20 and 5 Varied (listed as 6)
Variations 21 and 22
Variation 23

Julian Lloyd Webber – cello
Don Airey – Grand Piano, ARP Odyssey, Minimoog, Solina String Ensemble,
Fender Rhodes Piano
Rod Argent – Grand Piano, Minimog, Roland RS-202, Yamaha CS-80
Gary Moore – Gibson Les Paul, Rickenbacker electric 12 string Guitar,
Guild acoustic, Fender Stratocaster
Barbara Thompson – Flute, Alto Flute, Alto & Tenor Saxophone
Jon Hiseman – Arbiter Auto-Tune drums, Paiste cymbals & gongs, Percussion
John Mole – Fender Precision Bass, Hayman fretless bass guitar
Additional performers: Dave Caddick, Phil Collins, Herbie Flowers,
Bill Le Sage, Andrew Lloyd Webber

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Andrew Lloyd Webber: heavy metal, pero no mucho

Ranulfus

Andrew Lloyd Webber (1948) – Requiem [link atualizado 2017]


SURPREENDENTE!!!

Você deve estar se perguntando: mas é o Andrew Lloyd Webber mesmo? Aquele compositor de musicais, autor de Cats, Jesus Cristo Superstar e O Fantasma da Ópera?

Siiiim, é ele mesmo!

Há trinta anos atrás falecia o pai de Webber. O resultado dessa perda foi a obra mais intimista, mais dolorosa e, por que não dizer, mais visceral do compositor inglês radicado nos Estados Unidos: ele desceu do salto do populismo dos musicais e empenhou-se em uma peça mais elaborada, sem a preocupação de agradar ou não ao grande público. Era a derradeira homenagem que poderia prestar ao seu genitor, também compositor.
Aliás, Andrew Lloyd Webber vem de uma família de musicistas e compositores e conhece muito bem o repertório erudito. Assim, ele lança mão em seu Requiem das melhores formas contemporâneas de composição e de ótimas e instigantes sonoridades, alternando trechos pesadíssimos (Offertorium e Dies Irae) a cantos elevados e angelicais (como o famoso e belissimo Pie Jesu) e alguns lampejos nada discretos de ânimo (Hosanna).
Este Requiem mostra um compositor muito diferente do Lloyd Webber dos musicais, como dito logo de início, surpreendente: surpreendentemente elaborado e interessante. Não é de hoje que Requiens são repositórios de algumas partes das mais belas escritas pelo homem: podemos citar alguns estupendos, todos representados neste blog, como as peças fúnebres de Mozart, Nunes Garcia, FaurèNeukommVerdi Eli-Eri Moura.
Os Requiens são grandes monumentos à dor, à perda, à angústia, por um lado, mas também a um sentimento muito mais elevado: a saudade, palavra tão bela e tão nobre e que nem existe no idioma de nosso compositor anglo-americano: a melhor forma que ele encontrou para exprimi-la foi em música, e grande música! Nessa gravação, com os pesos-pesados Plácido Domingo e Sarah Brightman (antes de ser pop, embora eu ache seu timbre um tanto estridente) e o pouco conhecido, mas corretíssimo, Paul Miles-Kingston, um anjo cantando…
Ah, Ouça!

Andrew Lloyd Webber (1948)
Requiem

01. Requiem – Kyrie
02. Dies irae – Rex tremendae
03. Recordare
04. Ingemisco – Lacrymosa
05. Offertorium
06. Hosanna
07. Pie Jesu
08. Lux aeterna – Libera me

Placido Domingo, tenor
Sarah Brightman, soprano
Paul Miles-Kingston, soprano infantil
Winchestrer Cathedral Choir
Martin Nery, regente do coro
English Chamber Orchestra
James Lancelot, órgão
Lorin Maazel, regente

Palhinha: Pie Jesu (a música é maravilhosa, ouça-a de olhos fechados, pois o visual do vídeo é meio brega: anos 80, sabe…)

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE (82Mb)
Ouça! Deleite-se! … Mas antes, deixe um comentário para este postante.

Bisnaga

Les Petits Chanteurs de Saint Marc – Les Choristes, o filme; Les Choristes, En Concert [links mai.2017]

Álbuns originalmente postados em 23 de dezembro de 2011

Está chegando o Natal e nessa época sempre me vem à cabeça aquelas cenas de crianças cantando nas janelas de edifícios iluminados. Imagem de beleza e pureza unidas no canto, embora eu particularmente ache as canções natalinas, em sua grande maioria, de uma forçosa alegria e simplórias demais (coisas de quem fica reparando na estrutura das canções)…

Nesses coros infantis, fica muito difícil sair do simples, do óbvio, porém, é nisso que está o diferencial de Les Petits Chanteurs de Saint-Marc (Os Pequenos Cantores de São Marcos): não é um coral de crianças comum. Esse coro ganhou destaque e repercussão depois de estrelarem o belo filme Les Choristes (cujo título no Brasil ficou com o nome piegas de A Voz do Coração), daí os nomes dos dois álbuns que estamos disponibilizando. Boa parte das músicas da trilha sonora também é executada no álbum En Concert, com o acréscimo de composições quase exclusivamente francesas, mas aí vai de quem prefere a precisão das gravações em estúdio ou o sentimento dos registros ao vivo.
Tudo bem, as canções não são estruturalmente complexas, mas são de uma beleza tocante, e executadas sem nenhuma grande pretensão, mas sinto o clima de celebração, talvez nisso resida essa beleza. Os solistas, Jean-Baptiste Maurnier, Emmanuel Lizé, Elsa Journet e Jacinthe Vannier sustentam os mais difíceis agudos sem recorrer a vibratos, sem força, puríssimos, como imaginamos orações de anjos. Um espetáculo puro e leve, como queremos nessa época do ano.
Ah, em tempo: não, não são canções natalinas, mas dá muito bem para entrar no espírito do Natal.
Entre, ouça e se deleite.
São belas canções, são IM-PER-DÍ-VEIS !!!

Compositores
Bruno Coulais (Paris, 13/01/ 1954 – )
Christophe Barratier (França, 17/06/ 1963 – ),
Gabriel Urbain Fauré (Pamier, 12 /05/1845 – Paris, 04/11/1924)
John Rutter Milford (Londres, 24/09/1945 – )
Andrew Lloyd Webber (Londres, 22/03/1948)
Jean-Philippe Rameau (25/09/1683, Dijon – 12/09/ 1764)
Johann Ritter von Herbeck (Viena, 25/12/1831 (Natal) – 28/10/1877)

Les Petits Chanteurs de Saint Marc
Les Choristes (A Voz do Coração) , o filme

01. Les Choristes (Christoper Barriatier, Bruno Coulais)
02. In Memoriam (Bruno Coulais)
03. L’arrivée à l’école (Bruno Coulais)
04. Pépinot (Bruno Coulais)
05. Vois sur ton chemain (Christoper Barriatier, Bruno Coulais)
06. Le partition (Bruno Coulais)
07. Caresse Sur L’océan (Christoper Barriatier, Bruno Coulais)
08. Lueur D’eté (Christoper Barriatier, Bruno Coulais)
09. Cerf-Volant (Christoper Barriatier, Bruno Coulais)
10. Sous la Pluie (Bruno Coulais)
11. Complere Guilleri (arr. Bruno Coulais)
12. La Désillusion (Bruno Coulais)
13. La Nuit (Jean-Philippe Rameau)
14. L’incendie (Bruno Coulais)
15. L’evocation (Bruno Coulais)
16. Les Avions en papier (Christoper Barriatier, Bruno Coulais)
17. Action reáction (Bruno Coulais)
18. Seuls (Bruno Coulais)
19. Morhange (Bruno Coulais)
20. In Memoriam a capella (Bruno Coulais)
21. Nous sommes de fund de l’etag (Bruno Coulais, Ph. LopesCurval, Christoper Barriatier)

Jean-Baptiste Maurnier, soprano infantil
Nicolas Porte, regente
Les Petits Chanteurs de Saint-Marc
Deyan Pavlov, regente
Bulgarian Symphony Orchestra

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE (51Mb)

Les Petits Chanteurs de Saint Marc
Les Choristes, En Concert

01. La Fin Du Rêve (Bruno Coulais)
02. Vois Sur Ton Chemin (Christoper Barriatier, Bruno Coulais)
03. Maria, Mater Gratiae (Gabriel Fauré)
04. Open Thou Mine Eyes (John Milford Rutter)
05. The Lord Bless You And Keep You (John Milford Rutter)
06. Vies Monotones (Gérard Manset)
07. Pie Jesu (Andrew Lloyd Webber)
08. Pueri Concinite (Johann Ritter Von Herbeck)
09. La Complainte Du Vent (Bruno Coulais)
10. Le Trou Dans La Neige (Bruno Coulais)
11. Karma (Bruno Coulais)
12. L’enfant Qui Voulait Etre Un Ours (Bruno Coulais)
13. Le Choix (Bruno Coulais)
14. Ave Maria (Giulio Caccini)
15. Cerf-Volant (Christoper Barratier, Bruno Coulais)
16. L’evocation (Bruno Coulais)
17. La Nuit (Jean-Philippe Rameau)
18. Compère Guilleri (Bruno Coulais)
19. Lueur D’eté (Christoper Barratier, Bruno Coulais)
20. Vois Sur Ton Chemin (Christoper Barratier, Bruno Coulais)
21. Caresse Sur L’océan c22. In Memoriam (Bruno Coulais)
23. Vois Sur Ton Chemin (Christoper Barriatier, Bruno Coulais)
24. Cerf-Volant (Christoper Barratier, Bruno Coulais)

Jean-Baptiste Maurnier, soprano infantil
Emmanuel Lizé, soprano infantil
Elsa Journet, soprano infantil
Jacinthe Vannier, soprano infantil
Nicolas Porte, regente
Orchestre Lamoureux
Les Petits Chanteurs de Saint-Marc
Palais des Congrès, Paris, janeiro de 2005

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE (83Mb)

Boa audição.

Bisnaga