.: interlúdio :. Joshua Redman: Beyond

.: interlúdio :. Joshua Redman: Beyond

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Grande CD de Redman, apenas com temas originais. Reclamam que Redman é muito delicado e tradicional, mas que diabos, ele é muito bom! O disco foi gravado no ano de 2000, quando ele recém completara 30 anos. São 73 minutos de grande música com um grupo pra lá de competente onde se destacam o pianista Goldberg e o segundo sax de Turner. Destaques para Belonging e Neverend.

Joshua Redman: Beyond

1. Courage (Asymmetric Aria) 7:34
2. Belonging (Lopsided Lullaby) 5:50
3. Neverend 4:27
4. Leap Of Faith 9:06
5. Balance 9:05
6. Twilight…And Beyond 11:00
7. Stoic Revolutions 6:13
8. Suspended Emanations 6:22
9. Last Rites Of Rock ‘n’ Roll 7:05
10. A Life? 6:51

Joshua Redman – Tenor Saxophone
Mark Turner – Tenor Saxophone
Aaron Goldberg – Piano
Reuben Rogers – Bass
Gregory Hutchinson – Drums

BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE

Joshua Redman
Joshua Redman

PQP

.: interlúdio :. Stradivarius in Rio – Viktoria Mullova

.: interlúdio :. Stradivarius in Rio – Viktoria Mullova


A garota alta, moscovita, meio russa, meio tártara, gosta de música brasileira. E não é proibido que ela dê sua interpretação para aquilo que gosta. Só que a garota alta, moscovita, meio russa, meio tártara, não consegue alcançar nosso sotaque, nem nossas formas de improviso e acaba dando um pequeno vexame, mas um vexame que talvez apenas os brasileiros possam identificar. É uma lição cultural ouvi-la em dificuldades, pensando que está no Brasil, sob o sol, com as favelas em torno. Só que a grande e genial violinista Viktoria Mullova, mesmo sob o sol e com as favelas em torno, quando toca MPB, é apenas uma garota alta, moscovita, meio russa, meio tártara, que gosta de música brasileira, não uma menina do Rio.

Stradivarius in Rio – Viktoria Mullova

1. Toada 2:32
2. Linda Flor 5:14
3. Segue teu destino 4:21
4. Vilarejo 4:25
5. Luz do sol 3:09
6. Brasileirinho 2:20
7. Dindi 5:33
8. Chovendo na roseira 4:14
9. Balada de um Louco 4:29
10. Tico-Tico-no-Fubá 4:03
11. Falando de amor 3:05
12. Rosa 2:40
13. Por toda minha vida 2:14

Viktoria Mullova
Matthew Barley
Paul Clarvis
Luis Guello
Carioca Freitas

BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE

Retrato da violinista quando jovem: uma garota alta, moscovita, meio russa, meio tártara, gosta de música brasileira.
Retrato da violinista quando jovem: uma garota alta, moscovita, meio russa, meio tártara, gosta de música brasileira.

PQP

.: interlúdio :. Keep Me In Your Heart For A While: The Best Of Madeleine Peyroux

.: interlúdio :. Keep Me In Your Heart For A While: The Best Of Madeleine Peyroux

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Conheci Madeleine Peyroux há mais de dez anos. Ela  se achegou com uma bela voz de Billie Holiday, perfeita afinação e os enlouquecedores pés descalços da foto abaixo, que era a capa do CD que eu comprara. Não sou exatamente um podólatra, mas achei-a linda. A coisa ainda melhorava quando colocávamos o CD para rodar. Pois agora o álbum duplo ao lado vem passar uma régua na carreira da cantora. São sete discos desde 1996. Então, como este álbum é duplo, ele contém quase 30% do que ela gravou. Vale a pena ouvir, como não? Eu gosto muito e tenho certeza de que ela fará sucesso entre os pequepianos.

Keep Me In Your Heart For A While: The Best Of Madeleine Peyroux

01. Don’t Wait Too Long (3:11)
02. You’re Gonna Make Me Lonesome When You Go (3:27)
03. (Getting Some) Fun Out Of Life (3:14)
04. Between The Bars (3:46)
05. I’m All Right (3:30)
06. La Vie En Rose (3:22)
07. Half The Perfect World (4:23)
08. Dance Me To The End Of Love (3:58)
09. Smile (4:01)
10. Once In A While (4:02)
11. The Summer Wind (3:58)
12. Careless Love (3:53)
13. Guilty (3:55)
14. Desperadoes Under The Eaves (Extended Version) (5:21)
15. Changing All Those Changes (3:11)
16. J’Ai Deux Amours (2:57)
17. River Of Tears (5:22)
18. The Things I’ve Seen Today (3:44)
19. Damn The Circumstances (4:39)
20. La Javanaise (4:12)
21. The Kind You Can’t Afford (4:00)
22. Bye Bye Love (3:29)
23. Walkin’ After Midnight (4:50)
24. Standing On The Rooftop (5:47)
25. Instead (5:14)
26. Keep Me In Your Heart (3:35)
27. This Is Heaven To Me (3:11)

BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE

Madeleine Peyroux: bela mulher, belos pés, belíssima cantora
Madeleine Peyroux: bela mulher, belos pés, belíssima cantora

PQP

.: interlúdio: Charlie Parker & Stars of Modern Jazz at Carnegie Hall (Christmas 1949) :.

.: interlúdio: Charlie Parker & Stars of Modern Jazz at Carnegie Hall (Christmas 1949) :.

Link revalidado por PQP

Na Amazon —-> Carnegie Hall: X-Mas ’49 <—-

Este seria um disco obrigatório na coleção de qualquer jazzófilo, não estivesse esgotado há tanto tempo e se perdido no catálogo da Jass Records. Há 60 anos, numa noite de natal, Charlie Parker reuniu os maiores nomes do bebop no Carnegie Hall para um grande concerto. Adequadamente chamado de Charlie Parker & Stars of Modern Jazz, o evento tornou-se uma bela fotografia do estado do jazz no final da década de 40: Parker, Powell e Getz estabelecidos, Davis chegando, Sarah Vaughan com sua classe espontânea, e mais alguns nomes que a história ainda não louvou como deveria — como Lennie Tristano, brilhante pianista de Chicago, cego desde criança e um dos maiores tutores da época, incluindo Mingus; e Kai Winding, trombonista dinamarquês de toque bastante refinado, que fez seu nome na era do swing e, depois de passar pelo antológico Miles Davis Nonet (assim como Lee Konitz), montou um grupo com quatro trombones.

Apesar do clima descontraído, que inclui duas jam sessions, quem inflama a apresentação é mesmo o quinteto de Bird, esbanjando técnica. O trumpetista Red Rodney parece ameaçar Parker constantemente em seus solos; seja em números velozes como “Koko”, ou cadenciados como “Bird of Paradise”, seus improvisos rivalizam com a técnica do band leader e promovem equilíbrio — o que é um feito pra quem toca ao lado de Charlie Parker.

Coberto pela baixa fidelidade e camada de chiados que uma gravação ao vivo de 1949 deve trazer, esse disco é um grande e raro registro histórico. Não deixem passar!

Charlie Parker & Stars of Modern Jazz at Carnegie Hall (Christmas 1949) (256)

01 Bud Powell Trio – All God’s Chillun Got Rhythm (Jurman, Kahn, Kaper)
02 Miles Davis – Move (Best)
03 Jam Session – Hot House (Dameron)
04 Jam Session – Ornithology (Harris, Parker)
05 Stan Getz/Kai Winding – Always (Berlin)
06 Stan Getz/Kai Winding – Sweet Miss (Garren, Winding)
07 Stan Getz Quartet – Long Island Sound (Getz)
08 Sarah Vaughan – Once in a While (Edwards, Green)
09 Sarah Vaughan – Mean to Me (Ahlert, Turk)
10 Lee Konitz Sextet/Lennie Tristano – You Go to My Head (Coots, Gillespie)
11 Lee Konitz Sextet/Lennie Tristano – Sax of a Kind (Tristano)
12 Charlie Parker Quintet – Ornithology (Harris, Parker)
13 Charlie Parker Quintet – Cheryl (Parker)
14 Charlie Parker Quintet – Koko (Parker)
15 Charlie Parker Quintet – Bird of Paradise (Parker)
15 Charlie Parker Quintet – Now’s the Time (Parker)

Charlie Parker Quintet (Charlie Parker, alto sax; Red Rodney, trumpet; Al Haig, piano; Tommy Potter, bass; Roy Haynes, drums). Bud Powell Trio (Bud Powell, piano; Max Roach, drums; Curly Russell, bass). Miles Davis, trumpet; Stan Getz, tenor sax; Kai Winding, trombone; Serge Chaloff, baritone sax; Bennie Green, trombone; Jimmy Jones, piano; Lee Konitz, alto sax; Wayne Marsh, tenor sax; Jeff Morton, drums; Joe Shulman, bass; Sonny Stitt, alto sax; Lennie Tristano, piano; Sarah Vaughan, vocals

download parte1/88MB + parte2/45MB

Boa audição!

Charlie Parker
Charlie Parker

Blue Dog

Erkki-Sven Tüür (1959): Symphony Nº 4 (Magma)

Erkki-Sven Tüür (1959): Symphony Nº 4 (Magma)

Sobre a polêmica, erudito e popular, que também lembra um pouco a relação ateu e teísta, não há muito que dizer, é mesmo um assunto interminável e muito controverso. Mas é inegável a coexistência entre aquele que afirma e o que nega. Por isso, nos assuntos musicais, só conheço Música e musiquinha; e nos assuntos religiosos, sou pós-teísta, aquele que não vê relevância no assunto. Mas é óbvio que certas “categorias” de músicos vivem na sombra dos grandes mestres, transformando belezas e inovações em clichês, e raramente fogem do meu padrão de musiquinha.

Sou extremamente crítico com relação às “misturas”. Não pela tentativa de encontrar uma linguagem inusitada, mas utilizar esse fato, o de misturar rock e clássico ou rock e jazz, como o principal elemento da obra musical; o que é um absurdo. No recife, o fator mais importante é misturar, mesmo que o resultado, na maioria das vezes, seja de uma mediocridade só. Temos um pianista famoso por aqui, que usa como logotipo – “quem disse que o erudito e o popular não podem se casar?” Claro que pode. Quem é um apaixonado por Villa, sabe que essa mistura funciona muito bem. Mas no caso particular do referido pianista, vejo apenas uma sombra distante de “erudito” (aliás, termo pedante que só existe no Brasil. Certo é música clássica ou Música, como costumo chamar).

Trago para vocês uma interessante tentativa. A sinfonia n.4, Magma, de 2002 escrita pelo compositor nascido na Estônia – Erkki-Sven Tüür (quem se habilita a pronunciá-lo?) . O cara tinha uma banda de rock, no fim dos anos de 1970, chamada “In Spe”, que já misturava elementos da música barroca. Na sinfonia ou sinfonia concertante para percussão é visível a forte influência do Rock e Jazz. Eu acho que ele foi bem sucedido, a peça é envolvente; apesar de certas passagens pouco inspiradas, levando minha concentração a se perder. Mas dessa nossa geração de “misturas”, poucos tem a competência de Tüür.

P.S.:A percussionista Evelyn Glennie é absolutamente incrível, e acreditem, a moça é surda.

Erkki-Sven Tüür (1959): Symphony Nº 4 (Magma)

Faixas:

1. – Igavik (Eternity) for male choir & orchestra (in memoriam Lennart Meri, 2006)
2. – Inquiétude du fini for chamber choir & orchestra (dedicated to Arvo Pärt, 1992)
3. – Symphony No.4 Magma for solo percussion & symphony orchestra (dedicated to Evelyn Glennie, 2002)
4. – The Path and the Traces for strings (2005)

Estonian National Symphony Orchestra
Conducted by Paavo Järvi

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

Tüür
Tüür

CDF

.: interlúdio :. Gerry Mulligan Quartet with Chet Baker: Portrait

.: interlúdio :. Gerry Mulligan Quartet with Chet Baker: Portrait

Link revalidado por PQP.

Este cão, que já não andava lá muito inspirado nem com muito tempo pra participar, ficou até injuriado depois de ler os comentários sobre o post de Cage, feito por CDF Bach.

Intolerância, inclusive musical, é algo que me deixa espumando. E daí, e eu com isso?, o leitor pode dizer. E daí que nada; na internet, todo mundo fala o que quer, do jeito que quer (embora isso possa mudar, cuidado). Só que a postura, se replicada e exacerbada, coloca em xeque toda tentativa de disseminação da música, cultura, arte. Elimina a possibilidade da arte existir e ser criada entre nós. Evoca Adorno e seu ódio ao jazz; cheira a castração e limpeza étnica. Ou tudo o que não deveria permear a comunidade de um blog dedicado a disseminar uma parcela riquíssima da história mundial da música.

Arre! Aos que separaram 4’33 de sua vida para refletir, e tentaram criar um debate nos comentários daquele post, muito obrigado. E aos radicais, obrigado por continuar tentando fazer do mundo um lugar onde tudo precisa ter sentido lógico, função e rótulo para não ser defenestrado. É mais divertido quando se enxerga o inimigo a ser combatido.

Latidos à parte, trago aqui uma coletânea de gravações do quarteto sem piano de Gerry Mulligan com Chet Baker no trompete. As faixas datam de 1952 e 1953. Leitores obtusos não devem preocupar-se – nenhuma delas tem silêncio, desafia a compreensão ou ofende a – oh! – ARTE. Já os amigos melhor intencionados poderão notar o auge da técnica de Mulligan, como suas composições mais brilhantes tomando forma, e a maneira como seus arranjos dispensam o uso tradicional do piano. Obrigado.

Grunf.

Gerry Mulligan Quartet with Chet Baker: Portrait (WMA 128)

Gerry Mulligan: baritone sax, arranger
Chet Baker: trumpet
Carson Smith: bass (1-15)
Bobby Whitlock: bass (16-24)
Chico Hamilton: drums (1-5; 16-24)
Larry Bunker: drums (6 to 15)

01 My Funny Valentine – 2’55
02 Bark for Barksdale – 3’163
03 Moonlight in Vermont – 4’06
04 The lady is a Tramp – 3’11
05 Turnstile – 2’57
06 Makin’ Whoopee – 3’27
07 Cherry – 2’57
08 Love Me or Leave Me – 2’41
09 Swing House – 2’56
10 Jeru – 2’29
11 The Nearness of You – 2’50
12 I May Be Wrong – 2’57
13 I’m Beginning to See the Light – 3’06
14 Tea for Two – 2’49
15 Five Brothers – 3’01
16 Bernie’s Tune – 2’54
17 Lullaby of the Leaves – 3’12
18 Walking Shoes – 3’12
19 Freeway – 2’45
20 Frenesi – 3’09
21 Nights at the Turntable – 2’53
22 Aren’t You Glad You’re You – 2’52
23 Line for Lyons – 2’31
24 Carioca – 2’23

BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE

Taí uma foto dos caras. Grande encontro, não?
Taí uma foto dos caras. Grande encontro, não?

Blue Dog

.: interlúdio:. Keith Jarrett – Sun Bear Concertos – Cds 5 e 6 de 6 – Keith Jarrett

folder

Vamos então fechar essa coleção maravilhosa do genial Keith Jarrett em sua excursão japonesa em 1976. O sexto cd é mais curtinho, são os “encores” ou seja, os “BIS”.
Fiquei muito contente com a recepção que esses cds tiveram. Em alguns momentos não são de fácil compreensão para ouvidos não treinados, mas temos de lembrar que são improvisos, e nesse campo, Keith Jarrett é o mestre supremo. São experimentações sonoras, testando todas as possibilidades do instrumento.
Mais frente, trarei outras pérolas desse gigante do piano.

CD 5

1. Sapporo, November 18, 1976 (Part 1)
2. Sapporo, November 18, 1976 (Part 2)

CD 6

01 – Encore From Sapporo
02 – Encore From Tokyo
03 – Encore From Nagoya

Keith Jarrett – Piano

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

FDPBach

.:interlúdio:. Keith Jarrett – Sun Bear Concertos – CDs 3 e 4 de 6

folderMais dois cds dessa série belíssima de Keith Jarrett. Não sei o que dizer mais sobre esse material além do que já disse na primeira postagem além do fato de ela ser IM-PER-DÍ-VEL !!!

Divirtam-se !!

CD 3

01. Nagoya, November 12, 1976 (Part 1)
02. Nagoya, November 12, 1976 (Part 2)

CD 4

01. Tokyo, November 14, 1976 (Part 1)
02. Tokyo, November 14, 1976 (Part 2)

Keith Jarrett – Piano

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

FDPBach

.:interlúdio:. Keith Jarrett – Sun Bear Concertos – Piano Solo

Cardboard box frontPara quem não conhece Keith Jarrett, eis uma boa oportunidade para conhecer seu talento, versatilidade e genialidade.
São seis cds, absolutamente IM-PER-DÍ-VEIS, gravados ao vivo no Japão, entre os dias 5 e 18 de novembro de 1976. Eu era um reles pirralho lá na minha cidade, no interior do Paraná, quando esses primorosos discos foram gravados. Nem imaginava que isso existia. Música para mim, até aquele momento ,eram alguns LPs e compactos espalhados pela minha casa, e claro, a rádio da cidade, que com certeza não era a melhor opção que tinhamos para conhecermos boa música.
Vai de dois em dois cds, para melhor serem degustados.

Enjoy it.

P.S. Não sei de onde tirei essa citação, mas tá aí:

Recorded at five concerts given in a two-week tour of Japan [in 1976], all presented here unedited,Sun Bear is Jarrett’s major statement in the wholly improvised solo-piano concert form, which he invented and which almost no one else has even attempted. The inevitable longueurs are few — mostly, one can only marvel at Jarrett’s bottomless flow of invention, his astonishing technical facility and grace, his fully felt inhabiting of every note, and his refusal to honor the usual borders between classical, pop, jazz, blues, gospel, folk, and modal music. Instead, he discovers the human heart at the core of every music. Listening to all of Sun Bear is like listening to Wagner’s Ring: one emerges a different person from whoever it was who cued up disc 1, track 1.
Stereophile

 

CD 1

Kyoto, november 5, 1976

1- Kyoto, Part I
2 – Kyoto, Part II

CD 2

Osaka, november 8, 1976

1 – Osaka, Part I
2 – Osaka, Part II

Keith Jarrett – Piano

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

FDPBach

11-HdK-ECM-Keith-Jarrett-Masotti
Keith Jarrett – Um dos maiores pianistas da história do jazz .

.: interlúdio :. Pat Metheny Unit Group: Kin


Sem dúvida este é o melhor CD de Pat Metheny da última década. Essa nova banda é excepcional, e não consigo parar de ouvi-la. Incrível como esse cara é versátil, e mesmo depois de alguns CDs de menor qualidade lançados nos últimos anos, ele conseguiu produzir um material de grande qualidade. Coisa de gente grande mesmo.

Algumas características de seu estilo, que acompanham sua carreira desde os anos 70, estão presentes. Por exemplo, ele sempre tem um músico curinga, função que o grande multi-intrumentista camaronês Richard Bona cumpriu com louvor no excelente Speaking of Now, lançado no início dos anos 2000. Neste CD, a função cabe ao também multi-instrumentista Giulio Carmassi. Outra característica de Metheny são os solos de seus músicos, sempre extremamente bem elaborados, que não ficam delirando interminavelmente sobre os temas, mas criam ambientações bem típicas da sonoridade das bandas de Metheny. Capacidade de liderança e respeito de seus pares, eu diria. Alguns podem reclamar que Metheny já há alguns anos apenas faz variações sobre um mesmo tema. e concordo em parte, mas  a questão é que ele faz tão bem isso que não temos porque reclamar. Ele é antiquado, dando preferência à melodia em detrimento da técnica? Isso não seria uma falha, no meu ponto de vista, e sim uma virtude, e estariam loucos os que negam sua técnica: Metheny é um gênio da guitarra, e sempre está inovando e aperfeiçoando-se. Prestem atenção á qualidade do fraseado de sua guitarra, à riqueza harmônica de suas combinações melódicas, seja utilizando sua guitarra sintetizada, até que pouco utilizada neste CD, seja usando suas velhas e tradicionais Ibanez semi-acústicas.

E para concluir, e sujeito a levar pedradas, eu diria que só agora ele conseguiu provar para si mesmo, e por que não para nós, fãs, que é capaz de ser tão criativo e capaz sem o seu fiel parceiro e escudeiro por décadas, Lyle Mays.

Enfim, eu poderia me alongar interminavelmente nestes comentários, fã que sou de Metheny desde minha adolescência, quando ouvi pela primeira vez o já clássico American Garage. Mas deixo ao critério dos senhores a avaliação. Talvez devido à minha qualidade de fã não esteja tão isento assim para tecer comentários tão elogiosos. Ou não. Quem sabe, talvez essa minha não isenção me qualifique ainda mais.

Mas vamos ao que interessa. Um grande CD, em minha opinião, o melhor que Metheny lançou nos últimos anos.

01 – On Day One

02 – Rise Up

03 – Adagiav

04 – Sign of the Season

05 – Kin (_–_)

06 – Born

07 – Genealogy

08 – We Go On

09 – Kqu

Pat Metheny – Guitars
Chris Potter – Tenor sax, bass clarinet, soprano sax, clarinet, alto flute, bass flute
Antonio Sanchez – Drums and cajon
Ben Williams – Acoustic and electric basses
Giulio Carmassi – Piano, trumpet, trombone, french horn, cello, vibes, clarinet, flute, recorder, alto sax, wurlitzer, whistling and vocals

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

FDPBach

William Russo (1928-2003): 3 Pieces for Blues Band and Orchestra – Street Music – Gershwin (1898-1937): An American in Paris / Ozawa, Siegel-Schwall

Seiji Ozawa San Francisco Symphony Bill Russo Street Music + Three Pieces Gershwin An American in ParisO vigor e atualidade do blues não cessam de me fascinar. Faz 45 anos que Seiji Ozawa e a banda Siegel-Schwall estrearam as Três Peças para Blues Band e Orquestra Sinfônica de Bill Russo – e 40 que a Deutsche Grammophon as lançou num vinil com capa como à esquerda, embora sem o “blues concerto” Street Music do próprio Russo, e com as Danças Sinfônicas de West Side Story, de Bernstein, no lugar do “Americano em Paris” de Gershwin.

Foi naquele vinil que o Monge Ranulfus, então adolescente, entrou pela primeira vez em contato com esse gênero de som, com impacto só comparável a, na mesma época, o das Vésperas de Monteverdi: embora separadas por uns 360 anos, as duas obras representaram a descoberta de inteiros universos sonoros “novos”, luxuriantes, viciantes, hallucinantes.

Outra coisa que me impressiona até hoje é a consistência da síntese de tradições alcançada por esse Russo estadunidense: não se trata de blues edulcorados, melecados, por violininhos de salão – nem naufragados naquelas massas sinfônicas que mais parecem tropas de ocupação anglogermânicas: temos é uma orquestra sinfônica autêntica, e isso para os padrões do ousado século XX, dialogando com um som de blues também autêntico, numa alegria de compadres chegados e brincalhões mas que acalentam um baita respeito mútuo.

Bom, não sei se é todo mundo que acompanha essa viagem: meu pai, grande ouvinte de Bach e Beethoven, para quem Ravel parecia o limite do moderno suportável, me pegou ouvindo os gemidos da “blues harp” com lágrimas nos olhos e perguntou: “que Katzenjammer é essa?” (choradeira de gatos) – e ainda agora, ao preparar esta postagem, um amigo confessou que ao chegar à minha porta esteve a ponto de perguntar, a sério: “você agora tem gato?”… (Blues harp é apelido para gaita de boca, ou harmônica – estranhamente, pois não é de cordas, mas com força poética – não duvido que relacionado às harpas que os hebreus penduravam nos salgueiros junto aos rios de Babilônia para lamentar seu exílio, segundo o famoso salmo que acabou emprestando também ao salgueiro o apelido de “chorão”).

Já o American in Paris, de 1928, é um registro de sensações de Gershwin dos tempos que passou por lá bicando aulas de Nadia Boulanger e Ravel, entre outros – sua terceira obra sinfônica, depois do Concerto em Fá (1925) e da Rhapsody in Blue (1924) – ou talvez primeira ou segunda, já que pelo menos a rapsódia foi orquestrada por Ferde Grofé. Legalzinha – mas é a mesma sonoridade orquestral que ainda predominava no rádio nos primeiros anos de vida do Monge Ranulfus, de modo que nunca lhe chegou a soar como descoberta de universo novo. Gershwin inovou, renovou, mas não transgrediu. Russo, eu acho que sim. Como Monteverdi.

Vai aí pra vocês uma palhinha da terceira das “Três Peças para Blues Band…”, com Corky Siegel na gaita mas com outro regente. Aliás, eu se fosse vocês ouviria primeiro essa obra (faixas 5-6-7): a outra, Street Music (faixas 1 a 4) tem sua força, mas não me parece ter a mesma unidade das Três Peças. (Paradoxo? Uai, se a religião pode, porque nós não podemos descobrir unidade no três?!)

William Russo: Street Music – a blues concerto
. . Corky Siegel: gaita (harmonica) e piano
. . faixas 1-2-3-4
William Russo: Three Pieces for Blues Band and Symphony Orchestra
. . Corky Siegel: gaita (harmonica) e piano
. . Jim Schwall, violão eletrificado (blues guitar)
. . faixas 5-6-7
George Gershwin: An American in Paris
. . faixa 8
San Francisco Symphony Orchestra
Seiji Ozawa, regente

Tá, mas vocês querem BAIXAR, fazer DOWNLOAD, né?
Desta vez tem opção entre  MP3  –  FLAC

Ranulfus

.: interlúdio :. Pat Metheny – Unity Band (2012)

Excelente CD do guitarrista e band leader Pat Metheny, que andou apresentando este repertório — muito bom — em São Paulo há dois meses. Este disco ganhou o Grammy de Melhor Disco Instrumental de Jazz em 2013, o que não significa nada, mas vai como informação. Unity band marca o retorno de Metheny a um abandonado lirismo, assim como às belas melodias. Nunca se sabe qual será o próximo passo deste grande artista que muda a cada trabalho. Adoro.

Pat Metheny – Unity Band (2012)

01. New Year 7:37
02. Roofdogs 5:33
03. Come And See 8:28
04. This Belongs To You 5:20
05. Leaving Town 6:24
06. Interval Waltz 6:26
07. Signals (Orchestrion Sketch) 11:26
08. Then And Now 5:57
09. Breakdealer 8:34

Pat Metheny – electric and acoustic guitars, guitar synth, orchestrionics
Chris Potter – tenor sax, bass clarinet, soprano sax
Ben Williams – acoustic bass
Antonio Sanchez – drums

BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE

Metheny e o pessoal da Unity Band
Metheny e o pessoal da Unity Band

PQP

.: interlúdio: Joe Zawinul – 75th :.

.: interlúdio: Joe Zawinul – 75th :.


Descobri hoje que este disco de Zawinul, gravado ao vivo em Viena (sua cidade natal) poucos meses antes de sua morte, ganhou o Grammy 2010 na categoria jazz contemporâneo. Eu não dou a mínima para premiações da indústria desse tipo — ao contrário, acho-as predatórias — , mas sou fã de Zawinul e, claro, fui conferir o prêmio póstumo.

Infelizmente fica aquém do que eu esperava, ou quem sabe sou eu quem estou num momento pouco fusion? É verdade que há um trabalho de percussão fantástico, mas não adiciona mais do que um disco recente, Viena Nights (2005), já havia trazido. Só não vou chamar 75th (foi um show comemorativo ao seu aniversário, com parabéns a você e tudo) de caça-níqueis porque, gravadora à parte, são músicos excepcionais tocando com o vigor de sempre. A faixa “Fast City”, em especial, comprova. Além do fusion há um forte acento de world music (músicos brasileiros e africanos, um samba meio João Bosco no repertório) e momentos de puro rock. Vibrante é, sem dúvida. Mas avaliem melhor vocês, que esse cão vai seguir sua fase viciada em Wes Montgomery. (Aliás, porque Denzel Washington não filma uma biografia de Wes? São iguais!)

zawinul75th

Joe Zawinul & The Zawinul Syndicate – 75th [V0]
Joe Zawinul (keyboards, vocoder); Sabine Kabongo (vocals, percussion); Alegre Corrêa (vocals, berimbau, electric guitar, acoustic guitar); Linley Marthe (bass); Paco Sery (drums, kalimba, vocals); Jorge Bezerra (percussion, vocals); Aziz Sahmaoui (percussion, vocals); Wayne Shorter (soprano sax in In a Silent Way).

CD1
01 Introduction to Orient Express
02 Orient Express
03 Madagascar
04 Scarlet Woman
05 Zanza II
06 Cafe Andalusia
CD2
01 Fast City/Two Lines
02 Clario
03 Badia/Boogie Woogie Waltz
04 Happy Birthday
05 In a Silent Way
06 Hymn

baixe aqui — download here

Boa audição!
Blue Dog

.:interlúdio:. Brad Mehldau Trio – The Art of Trio 4 – Back at the Vanguard

Folder

LINK CORRIGIDO !!!

Nos últimos dias tenho ouvido muito esse cara, Brad Mehldau. Como comentei em postagem anterior, seu estilo é muito semelhante ao de Keith Jarrett, ídolo deste que vos escreve e também de meu mano, PQPBach. Carreguei meu mp3 player com praticamente toda sua discografia e tenho ouvido com atenção tanto quando vou trabalhar quando estou voltando para casa. Como li dia destes em uma postagem do facebook, o ônibus é um dos melhores lugares para a gente meditar e pensar nos problemas da vida, e tenho uma vantagem, pois meu horário de serviço é diferenciado, começo a trabalhar ao meio dia e saio às 7 da noite, então nesta hora do dia o trânsito, assim como o transporte coletivo, estão bem mais tranquilos, sem aquele tumulto dos horários de pico.

Mas enfim, devido ao sucesso conseguido com o segundo volume desta série, “The Art of Trio”, trago o quarto volume, quando este trio incrível volta ao famoso Village Vanguard, famosa casa de jazz em Nova York. E novamente temos um show de virtuosismo e sensibilidade artística. Mehldau literalmente viaja longe em seus solos, então uma canção como “All the things you are” tem a duração de 13 minutos. Mehldau literalmente descontrói a melodia, e a reconstrói, no melhor estilo dos grandes improvisadores do jazz. E claro que não tem como não lembrar de Keith Jarrett, Chick Corea, Bill Evans, etc., etc., etc. Divirtam-se.

P.S. Antes que me esqueça, ainda estou atrás do servidor ideal, e estarei testando pelos próximos meses  o “1fichier”, excelente servidor francês, que diversos outros blogs tem usado quase que com frequência e do qual tenho gostado muito. Ah, quando vocês clicarem no link, vai abrir outra página, que basta fechar. Vai aparecer então uma frase em francês tipo “telechargé fichier”, ou algo do gênero. Basta clicar ali, escolher onde guardar o arquivo e mandar baixar.. .

(01) [Brad Mehldau] All the Things You Are
(02) [Brad Mehldau] Sehnsucht
(03) [Brad Mehldau] Nice Pass
(04) [Brad Mehldau] Solar
(05) [Brad Mehldau] London Blues
(06) [Brad Mehldau] I’ll Be Seeing You
(07) [Brad Mehldau] Exit Music (For a Film)

Brad Mehldau – Piano
Larry Grenadier – Bass
Jorge Rossy – Drums

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

FDPBach

bad mehldau trio
Estes três caras continuam mandando ver….

:.interlúdio:. Brad Mehldau Trio – The Art of Trio – Vol 2 – Live at Village Vanguard

folderNosso amigo Milton Ribeiro confidenciou-me dia destes que desconhecia Brad Mehldau. Eu fiquei espantando, ainda mais sabendo que o Milton é uma verdadeira enciclopédia da música, e conhece muita coisa e muita gente. Surpreendeu-me realmente, afinal de contas, o jovem pianista já está há um bom tempo na área, e já gravou com um monte de gente conhecida, como Pat Metheny, Anne Sophie von Otter, entre diversos outros.
Meu caro Milton, imagine um Keith Jarrett sem ter passado por todas as fases que passou até chegar à sua versão de trio acústico. Sei que estou exagerando, mas vejo Brad Mehldau como a evolução daquilo que Keith Jarrett acrescentou e ainda acrescenta à técnica do piano. O rapaz é um fenômeno e não teme se arriscar. Claro que não podemos esquecer de Bill Evans, Herbie Hancock, Thelonius Monk, Chick Corea, para citar apenas algumas das influências visíveis do rapaz;  Então, una estas técnicas apuradíssimas,  conseguidas através de anos sentados atrás do instrumento, aliadas a um virtuosismo espantoso, desconte a idade e a quantidade de heroína que Bill Evans consumiu… então podes ter uma idéia de quem é Brad Mehldau. Aí comece a ouvir este cd pela sua terceira faixa, uma homenagem a Thelonius Monk… e depois me diga o que achas. Se o conheço mais ou menos bem, sei que sua expressão será: onde diabos eu estava que não conheci esse cara antes?
Num primeiro momento, o espanto… depois a certeza de que estamos diante de um novo fenômeno do piano, e o que é mais importante, ainda jovem, e ainda podendo evoluir, e muito. Quando comecei a ouvir este rapaz, há pelo menos uns dez anos atrás, achei muita presunção da parte dele lançar uma série de cinco cds com o título de “Art of Trio”. Pensei comigo mesmo, quem esse cara está pensando que é? Ainda mais com toda a lista de excepcionais músicos que vieram antes dele e deram forma à este estilo tão caracteristico do jazz, o Piano Trio. Depois entendi que na verdade se tratava de uma homenagem à todos aqueles gigantes que vieram antes dele, me apropriando de uma frase meio clichê, ele se apoiava sobre os ombros dos gigantes para mostrar a evolução da técnica, e do próprio jazz.
Enfim, caro Milton, eis a nova face do piano no jazz, apesar de não ser tão nova assim, afinal, esse cd que estou postando ainda é de 1998.

P.S. – Ainda estou procurando um servidor que não me dê problemas. A bola da vez é o 4shared.

Brad Mehldau – It’s Alright With Me
Brad Mehldau – Young And Foolish
Brad Mehldau – Monk’s Dream
Brad Mehldau – The Way You Look Tonight
Brad Mehldau – Moon River
Brad Mehldau – Countdown

BAIXE AQUI  – DOWNLOAD HERE

bad mehldau trio
Brad Mehldau e seus fiés escudeiros.

 

.: interlúdio — Emil Viklický :.

(Inserir aqui parágrafo introdutório. Dificuldade/prazer das escavações menos prováveis versus simples acaso do levar um download adiante. Não prolongar demais a baboseira e evitar que a introdução emperre o post. (Interlúdio em tcheco é přestávka, e blue dog, modrá pes; ambos inutilizáveis em qualquer contexto, ô língua alienígena))

nullDono de um currículo que contém mais prêmios do que discos, o pequeno Emil aprendeu a tocar piano em casa: diz a lenda (e o site oficial também) que o avô mandou trazer um grand piano Hoffbauer da Áustria como presente de casamento para sua esposa. Se tomou lições da avó, seguimos ignorando, mas é bonitinho de imaginar — e a julgar por suas fotos, sempre sorrindo, não lhe parece ter sido uma infância torturante. Fato que inclusive se confirma na música que desenvolve: nada contém de sombria.

Embora pareça jamais ter sido outra coisa além de músico, Emil Viklicky formou-se em Matemática na então Tchecoslováquia do final dos anos 1960. Em paralelo à faculdade, aprofundou-se no piano para jazz e começou a tocar pela noite, onde chamou atenção até ganhar bolsas para ampliar sua educação musical nos EUA. Inquieto, desde então vem percorrendo o mundo, tocando em formações pouco estáveis, colaborando com uma plétora de outros artistas — principalmente europeus —, arriscando trilhas sonoras e ganhando láureas por suas composições. Ao instrumento, é daqueles players que elevam o estilo, trazendo refinamento e trabalhando com excelência os espaços de seus sons e dos à volta; e é interessante que o faça operando num dos mais enérgicos estilos do jazz, o fusion. No entanto, não se limita; hoje é mais conhecido pelos sofisticados trabalhos em que une jazz e música folk da Morávia.

Tendo sido jovem como (aparentemente) todos nós, Emil começou sua vida musical tocando numa banda de rock de protesto, que foi imediatamente censurada pelo regime comunista. Como não era vocalista nem letrista, mas viu que tinha um bom guitarrista ao lado, propôs que reformassem a banda como um grupo de jazz fusion — onde ele poderia mostrar mais seu trabalho e, de quebra, burlar a censura. Dessa ideia surgiu uma pérola perdida do estilo: o autointitulado, álbum único da banda Energit, primeiro disco deste post. Centrado numa longa composição chamada “Manhã”, cuja parte 1 ocupa todo o lado A da bolacha e é, sem rodeios, uma obra prima, traz o registro de uma longa, embora comedida relação com os pianos elétricos e até alguns sabores mais conservadores de sintetizadores. Como Zawinul (et al.) já havia demonstrado, é fácil perceber a intenção: preencher espaços de maneira sutil, porém eficaz, com as texturas e harmônicas que as variantes eletrificadas do piano oferecem. Essa marca permanece ao seu lado nos seus trabalhos de fusion, como podemos notar no segundo disco do post, The Funky Way of Emil Vicklicky — uma coletânea daquelas bem safadas mas que, pela dificuldade de acesso ao material original, acabam servindo bem ao propósito de dar um panorama artístico. (Mesmo que ele inclua uma versão de Chega de Saudade. Aliás, fato pronto pra mesa de boteco: “sabia que Chega de Saudade foi cantada até em tcheco?”) O terceiro e último álbum trazido aqui cobre o trabalho “high brow” de Emil: o único disco que encontrei do projeto Ad Lib Moravia, que lidera ao lado de outros músicos tchecos e apresenta-se regularmente pela Europa. Bem diferente do seu lado fusion, aqui ele coloca o piano a serviço das melodias folk típicas, agitando levemente seus limites até obter delas uma qualidade moderna e elevada de jazz, às bordas do contemporâneo clássico. Por folk, também vai contar com voz em algumas peças, e até violino; na mesma medida, há raros momentos solo, em que expressa bem as qualidades que o tornam um músico único.


Energit ‎– Energit /1975 link nos comentários
A Ráno (Part I.)
B1 Paprsek Ranního Slunce
B2 Noční Motýl
B3 Apoteóza
B4 Ráno (Part II.)

null
Emil Viklický ‎– The Funky Way Of Emil Viklický /2009 link nos comentários
01 Viklický/Frisell/Driscoll/Johnson – Trochu Funky
02 SHQ – Týden
03 Emil Viklický Big Band – Ještě Jednou Slunce
04 Viklický/Frisell/Driscoll/Johnson – Květen
05 Eva Svobodová – Kam S Tím Blues (Chega de Saudade)
06 Emil Viklický Big Band – 70 Východní
07 Viklický/Frisell/Driscoll/Johnson – Boston
08 Energit – Zelený Satén
09 Emil Viklický Big Band – Hromovka
10 SHQ featuring Eva Svobodová – Země Plná Lásky
11 Viklický/Frisell/Driscoll/Johnson – Zase Zapomněli Zavřít Okno
12 Emil Viklický Big Band – Siesta
13 Viklický/Frisell/Driscoll/Johnson – Jumbo Jet
14 Energit – Ráno (Part 1; edited version)
(01, 04, 07, 11, 13) from album “Okno”, 1980 • (02) from 7″ EP “Mini jazz klub č. 18”, 1977 • (03, 06, 09, 12) Previously unreleased, 1981 (03, 12), 1987 (06), 1979 (09) • (05) from album “Můj ráj”, 1984 • (08) from 7″ EP “Mini jazz klub č. 6”, 1976 • (14) originally from album “Energit”, 1975 • (10) from 7″ single ‘Zrcadlení’/‘Země plná lásky’, 1977

null
Emil Viklický, Zuzana Lapčíková, Jiří Pavlica – Prší Déšť /1994 link nos comentários
01 Prolog 02 Prší Déšť 03 Grumla 04 Kvítí Milodějné 05 Šibeničky 06 Bazalička 07 Bylo Lásky 08 Koně Moje Vrané 09 Keď Sa Janko Na Vojnu Bral 10 Mal Som 7 Peňazí 11 Na Horách, Na Dolách 12 Dyby Ně Tak Bylo 13 Mašíruju Na Francúza 14 Touha 15 Epilog

Boa audição!
Blue Dog

.: interlúdio — das coisas que gostaria de ter compartilhado em 2012 :.

Em 2012, procurei pouco, e desordenadamente, pelo jazz. É assim, são os ciclos; estive entretido com outros barulhos e foram pra eles os esforços de garimpagem, análise e apreciação. Também apresentei sintomas da temida SCMD (Síndrome de Completude em Miles Davis — enfermidade onde o ouvinte, após tanto colecionar, tem a sensação de que não é preciso escutar qualquer coisa além de Miles Davis). No entanto, aqui e ali, atualizei alguns artistas e até descobri um par de ótimos discos esse ano. A pequena lista abaixo é um feliz natal cheio de votos de que, em 2013, haja mais e mais do prazer inenarrável de absorver a boa, divina, iluminada música, a todos nós.

.:::.

[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=mQycRAjOACg[/youtube]
Um dos temas preferidos de Blue Dog é essa qualidade efêmera, dicionarizando sutileza, que o piano de Bill Evans tem. Já admiti não entender de onde surge meu fascínio nem porque me comunico tanto ao ouvi-lo. Já Cannonball, outro personagem predileto, entendo bem porque gosto: a bonachice e o espírito leve que o acompanham se traduzem perfeitamente aqui desse lado da caixa de som. Evidente que com muita curiosidade descobri esse disco, onde Cannonball lidera Evans e a cozinha quadradíssima (pero competente) do Modern Jazz Quartet. Em algumas faixas, funciona bastante bem; noutras, Cannonball parece agitado demais para a quietude e clareza do trio que o acompanha. Evidente que é este é apenas um minúsculo comentário acerca de um disco que será sempre 5/5 só pela escalação e pelo encontro.


Cannonball Adderley & Bill Evans – Know What I Mean? /1961 link nos comentários
01 Waltz for Debby (Evans, Lees) 02 Goodbye (Jenkins) 03 Who Cares? [take 5] (Gershwin, Gershwin) 04 Venice (Lewis) 05 Toy (Jordan) 06 Elsa (Zindars) 07 Nancy (with the laughing face) (Silvers, Van Heusen) 08 Know What I Mean? [re-take 7] (Evans) 09 Who Cares? [take 4] 10 Know What I Mean? [take 12]
Cannonball Adderley; alto saxophone; Bill Evans, piano; Percy Heath, bass; Connie Kay, drums. Gravado entre 27/01 e 13/03/1961. Produzido por Orrin Keepnews para a Riverside

.:::.

[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=be386oMg2Yo[/youtube]
Todo mundo já sabe que do renascimento da cena jazz na Polônia, certo? Que bom. E que banda, esse sexteto de barulho contemporâneo. Tiremos o noise do caminho e é apropriado demais: brilhante forma de ler o jazz nesses anos 2000. Soa exatamente no tempo-espaço que ocupa, traz o frescor da criação, enquanto usa o vocabulário consagrado. E mostra que é muito mais produtivo divertido interessante dançar com o cânone do que brigar com ele.


Contemporary Noise Sextet – Ghostwriter’s Joke /2011 link nos comentários
01 Walk With Marylin 02 Morning Ballet 03 Is That Revolution Sad 04 Old Typewriter 05 Chasing Rita 06 Norman’s Mother 07 Kill The Seagull, Now!

.:::.

[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=fyLhQd8cqpg[/youtube]
Copia/cola parágrafo anterior, troca a Polônia pelo Japão, feito o carreto, segue o baile. (Sempre muito interessante notar as diferenças de estilo entre europeus e japoneses. Acho graça da latinidade que o segundo exibe.) Quase sempre veloz e incansável, o Indigo é um dos preferidos da casa e, tradicional, segue lançando disco bom após disco bom — todo santo dezembro.


Indigo Jam Unit – Rebel /2012 link nos comentários
01 Rebel 02 Belief 03 Rio 04 Graduation Day 05 Danza Eterna 06 Peekaboo 07 4 Caminos 08 Unreachable 09 Reflection

.:::.

[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=ClyWznHWRBk[/youtube]
Encontrei Dave Tarras pela minha irmã. Assistimos juntos (longe, mas comentando) o documentário do Ken Burns sobre jazz, e ela pescou a pérola acima de um curto link entre cenas. Depois de algum estarrecimento e pesquisa, saber que Tarras emigrou da Ucrânia para Nova Iorque em 1921, onde se tornou um dos mais populares clarinetistas de klezmer. O disco abaixo é um daqueles registros históricos, coletânea de gravações de qualidades diversas, que se torna uma incrível caminhada pelo passado. E toda aquela carga emocional tão própria do clarinete, permeando lamentos e exaltações, conta tantas histórias quanto o documentário onde as descobri.


Dave Tarras – Yiddish-American Klezmer Music 1925-1956 link nos comentários
01 Unzer Toirele 02 Yiddisher March 03 Good Luck 04 Polka “Strelotchek” 05 Chasidic in America 06 A Yid Bin Ich Gegboiren 07 Dem Monastrishter Rebin’s Chosid’l 08 Hopkele 09 Bridegroom Special 10 Die Goldene Chasene 11 Pas d’Espan 12 Mazel in Liebe 13 A Vaibele a Tsnien 14 Zum Gali Gali 15 Die Reize Nuch Amerkia 16 Branan Hassene 17 Kinos, Tkios un Ashrei 18 What Can You Mach? S’is America 19 Oriental Hora 20 Second Avenue Square Dance 21 Freilachs 22 Dayeynu 23 Rumanian Fantasy

.:::.

http://www.youtube.com/watch?v=5mL17N1ajIU
Julia Hülsmann é uma pianista que, além de germânica, grava para a ECM. Isso diz quase tudo que é preciso saber para conferir do que se trata. Falava antes da sutileza de Bill Evans? Bingo. Julia, com seu trio de baixo e bateria, trabalha de forma absolutamente minimalista e não houve qualquer desperdício na realização desse álbum. A música é suave, geralmente lenta, mas à medida em que as faixas se passam, vai se assimilando o estilo e percebendo a intensidade que traz. É um disco quieto e econômico, mas não é preguiçoso ou esparso — e consegue ter personalidade mesmo nos espaços que deixa desocupados. E também é lindo.


Julia Hülsmann Trio – Imprint /2011 link nos comentários
01 Rond Point 02 After the End of It 03 A Ligth Left On 04 Juni 05 Storm in a Teacup 06 Go and Open the Door 07 Luftballong 08 Ritual 09 Lulu 10 Ulmenwall 11 Zahlen Bitte 12 Whos Next

Boa audição!
Blue Dog

.: interlúdio :. Terje Rypdal: Odyssey In Studio & In Concert

Não morri de amores por este elogiadíssimo e ressuscitado Odyssey, onde temos um resumo da carreira de Rypdal desde os anos 70. Bem melhor é o terceiro CD, gravado ao vivo em 2009. Nem todos os CDs dos anos 70 e 80 da ECM eram atemporais e, para utilizar uma expressão antiquada, diria que o Odyssey original era bem datado. Mas, vejam bem, esta é apenas a minha opinião e tem valor bem limitado. Vale baixar pelo terceiro CD, que achei interessante.

Terje Rypdal: Odyssey: In Studio & In Concert

ODYSSEY – CD1 (ex ECM 1067)
01. Darkness Falls
02. Midnite
03. Adagio
04. Better Off Without You

ODYSSEY – CD2 (ex ECM 1067)
01. Over Birkerot
02. Fare Well
03. Ballade
04. Rolling Stone

Unfinished Highballs (previously unreleased) – CD3
01. Unfinished Highballs
02. The Golden Eye
03. Scarlet Mistress
04. Dawn
05. Dine and Dance to the Music of the Waves
06. Talking Back
07. Bright Lights – Big City

Personnel:

Terje Rypdal – electric guitar, synthesizer, soprano saxophone
Torbjørn Sunde – trombone
Brynjulf Blix – organ
Sveinung Hovensjø – bass guitar
Svein Christiansen – drums

BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE

Terje Rypdal

PQP

.: interlúdio :. Concert Jazz Orchestra Vienna and Wolfgang Muthspiel: Continental Call

Na Amazon —-> Continental Call (Concerto for Guitar and Jazz Orchestra)

Declaración del productor: “No es una Big Band – es una Orquesta de Jazz!

La respuesta a tres preguntas cruciales:

Por qué?
Como en una orquesta sinfónica estos son los colores que forman el centro de la música. Un juego completo de instrumentos de viento de madera en vez de saxofones, instrumentistas de cobre, cambian colores entre la trompeta, flugelhorn, trombón y bombardino. No sólo está en la pared de sonido, está también en el fino pincel en la pintura. Los músicos no solamente actúan, ellos actúan recíprocamente enturbiando las fronteras de sus instrumentos respectivos. Así la Concert Jazz Orchestra Vienna representa a la tradicional Big Band americana -pensando en Gil Evans, George Gruntz y María Schneider- con el espíritu de música moderna europea.

En la música de jazz una Big Band es un anacronismo vivo. Demasiados músicos fueron forzados a vivir con demasiado poco dinero, la enorme logística, pocos clubs que podrían permitirse o al menos acomodar una Big Band sobre su escenario, y festivales que más bien gastan el dinero en un solista que es la moda de hoy. Por eso:

Por qué una Big Band?
Primero nadie puede evitar la seducción de semejante cantidad. El tamaño realmente importa, y un enorme sonido puede ser la magia pura. Y por otra parte una Big Band reune dos cualidades fundamentales de la música: Composición e Improvisación.

Por qué “Concert Jazz Orchestra Vienna?
La última pregunta nos retrotrae al principio y lleva la respuesta directamente dentro de sí: Una composición de una hora principalmente, que destaca a un solista que concede el espacio para la libertad improvisacional, así como la integración perfecta del sonido del instrumento en la orquesta. Y una Orquesta de Jazz que -lejos de todo cliché de una Big Band- apoya y desafía a este solista al mismo tiempo.

La Concert Jazz Orchestra Vienna. Sonido de hoy en Big Band Jazz. Wolfgang Muthspiel. Un guitarrista excepcional. Una composición que combina la ejecución excepcional de Wolfgang con una gran formación. Continental Call. Sesenta minutos de música para escuchar, para escuchar otra vez, descubrir y redescubrir. Pero principalmente: sesenta minutos de música pura.

Declaración del artista

“De todos los compositores en este planeta soy probablemente la peor opción para escribir una pieza a gran escala para guitarra, para ser franco, odio el instrumento y a la mayoría de la gente que lo toca. Es mi problema y mi sentido de la envidia. La guitarra es fácil para aprender – cualquiera puede rasguear algunas canciones tradicionales o convertirse en una estrella de rock. Todo lo que tienes que hacer es levantar el pedal de volumen para alcanzar la dinámica que revienta los tímpanos. La habilidad técnica es también bastante fácil de lograr -y los guitarristas consiguen a todas las muchachas! Como ejecutante de bronces bajos que ha practicado durante más de 20 años y todavía le tiene miedo a las octavas, quien nunca consigue tocar la melodía, cuyos labios sangran cuando toca demasiado fuerte y quien nunca ha tenido una grupi, esto es obviamente un tema doloroso. Dejando mi problema personal aparte, también he tocado con bastantes guitarristas malos para haber sucumbido a los estereotipos negativos: ellos no pueden leer música y en la mayoría de los casos son inconscientes que la perilla de volumen puede -sólo en circunstancias horribles, desde luego- también ser girada a la izquierda…

Wolfgang Muthspiel es uno del pequeño puñado de guitarristas que no perpetúa estos estereotipos. Él escucha, piensa, es un acompañante sensible, así como un solista musical; él lee (no solamente música, sino también libros), ha viajado mucho y bien, cultivado y bien vestido -debe ser porque su hermano es un trombonista. Él todavía consigue a las muchachas, pero pienso que puedo perdonarlo por esto.

Generalmente concentro mi escritura en la sección de vientos, dejando la sección de ritmo a sus propios dispositivos. Colocar la guitarra en el centro conservando el equilibrio de la orquesta de jazz fue un problema que podría haber tenido el resultado trágico de 60 minutos de solo de guitarra y 18 acompañantes muy aburridos en la banda. Para integrar, sin perder el foco sobre Wolfgang, presentándolo como un miembro de la banda, el compañero de dúo, el acompañante y el puente entre los movimientos, la fundación rítmica y el refuerzo acústico (esto va a once!) fue mi desafío.

El encuentro de puntos en común fue la preocupación principal. Wolfgang y yo venimos de dos mundos musicalmente diferentes. Esto es lo que hace este proyecto interesante. Nosotros encontrándonos al medio -también nuestros viajes respectivos: Wolfgang de Europa a los EE.UU. y el mío a la dirección de enfrente. Por eso Continental Call cuenta la historia de todos estos viajes por estos mundos diferentes.”

Obs.: Do falecido blog http://musicaquecuelga.blogspot.com.br/. RIP.

Continental Call (Concerto for Guitar and Jazz Orchestra)

1. Movement I: Dirge (6:06)
2. Movement II: Seventh Of Nine (18:22)
3. Movement III: Dream Waltz (13:41)
4. Movement IV: Getting Started (21:49)

Composer, arranger, conductor : Ed Partyka
Guitar : Wolfgang Muthspiel

Soprano / alto / tenor sax, flute: Stefan Öllerer
Soprano / alto sax, flute, clarinet, soprano sax solos: Michael Erian
Soprano/tenor sax, flute: Harry Sokal
Tenor/baritone sax, bass clarinet: Herwig Gradischnig
Trumpet, flugelhorn: Thorsten Benkenstein, Aneel Soomary, Martin Ohrwalder, Walter Fend, Thomas Gansch (trumpet solos)
French horn: Thomas Bieber
Trombone, euphonium: Dominik Stöger, Robert Dodge, Robert Bachner (euphonium solos)
Bass trombone, euphonium: Erik Hainzl
Piano: Oliver Kent
Bass: Uli Langthaler
Drums: Christian Salfellner

BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE

PQP

.: interlúdio :. Egberto Gismonti: Alma (1987)

Estava com saudades deste disco onde Egberto passa uma régua em suas composições até 1987. Tudo num disco solo, com ar de sarau caseiro e competência de clube de jazz americano ou londrino. Claro que é uma enorme redução e ninguém deve pensar que passa a conhecer o Egberto pré 1987 ouvindo Alma. Aquele foi um período tão criativo que Alma é uma passadinha pelos momentos mais curtos e melódicos do compositor. Por exemplo, como incluir em Alma o notável e irrepetível Dança das Cabeças? E todos as variações que resultaram em memoráveis discos da ECM? Bem, mas para quem quer conhecer um pouco ou lembrar Egberto, Alma é excelente.

Egberto Gismonti: Alma (1987)

1. Baiao Malandro 4:16
2. Palhaço 4:07
3. Loro 3:59
4. Maracatú 5:30
5. Karatê 2:39
6. Agua & Vinho 5:04
7. Frevo 6:09
8. Cigana 4:43
9. Ruth 7:03
10. Sanfona 5:31
11. Fala Da Paixao 8:26
12. Realejo 4:48
13. 7 Anéis 8:54

Egberto Gismonti, piano

BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE

PQP

.: interlúdio :. Wynton Marsalis: The Music of America 2 CDs (2012)

IM-PER-DÍ-VEL !!!!

Lançamento recentíssimo, The Music of America traz uma coleção escolhida pelo próprio Marsalis com o melhor da sua série de músicas da América, leia-se, dos EUA. O conjunto combina as diversas linguagens musicais que personificam esse artista único. As composições são executadas por um grupo diversificado de músicos, incluindo a Los Angeles Philharmonic Orchestra, o Quarteto de Cordas Orion, os músicos da Chamber Music Society of Lincoln Center e integrantes da Orquestra Jazz Lincoln Center, em várias configurações. Bluesman paroquial, trompetista sofisticado, escravo, bebopper, filósofo ou erudito, Marsalis tem índole de historiador musical. Esta impressionante coleção mostra cabalmente que Marsalis é um espetacular trompetista e compositor. É disco para ser ouvido e comemorado.

Wynton Marsalis: The Music of America 2 CDs (2012)

Disc 1

1 – Jazz: 6 1/2 Syncopated Movements; Express Crossing (Astride Iron Horses)
2 – Jazz: 6 1/2 Syncopated Movements; “D” in the Key of “F”; (Now the Blues)
3 – Jump Start – The Mastery of Melancholy; Jump
4 – Station Call
5 – The Caboose
6 – Sweet Release; Church: Renewing Vows (Instrumental)
7 – Go, Possum, Go (Instrumental)
8 – Jean-Louis Is Everywhere
9 – For My Kids at the College of Marciac
10 – Sunflowers
11 – At the Octoroon Balls – String Quartet No. 1 *; Hellbound Highball (Instrumental)
12 – A Fiddler’s Tale Suite; The Fiddler’s March (Instrumental)
13 – All Rise; Movement 1: Jubal Step
14 – Movement 12: I Am (Don’t You Run From Me) from All Rise (Edit)

Disc 2

1 – The Majesty Of The Blues (The Puheeman Strut)
2 – Jump Start – The Mastery of Melancholy; The Dance
3 – Move Over (Edit)
4 – Double Rondo On The River (Pedro’s Getaway)
5 – Spring Yaounde
6 – Soul For Sale
7 – Altar Call
8 – In The Sweet Embrace of LifeSermon: Holy Ghost
9 – The Death Of Jazz
10 – Oh, But On The Third Day (Happy Feet Blues)

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE (RapidShare)

PQP

.: interlúdio :. Wynton Marsalis: J Mood (1986)

Bom disco, muito bom. Gravado em dezembro de 1985, J Mood inicia a segunda fase na carreira de Wynton e a formação de uma nova banda com o “J Master”, Marcus Roberts. J Mood foi gravado quando Brandford Marsalis e Kenny Kirkland escolheram deixar o grupo de Wynton Marsalis para ganhar dinheiro com Sting. Bem feito. A parceria com Roberts seguiu até o início dos anos 90 e se tornou um marco na história do jazz recente. Completam o line-up o impecável ​Bob Hurst no baixo e o esplêndido Jeff “Tain” Watts na bateria.

Wynton Marsalis: J Mood (1986)

01. J Mood
02. Presence That Lament Brings
03. Insane Asylum
04. Skain’s Domain
05. Melodique
06. After
07. Much Later

Músicos:
Wynton Marsalis – trumpet
Robert Lslie Hurst III – bass
Marcus Roberts – piano
Jeff “Tain” Watts – drums

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE (RapidShare)

PQP

.: interlúdio – Hauschka :.

“Escutar uma peça de Hauschka pode ser enganoso: o que soa como uma orquestra de músicos e instrumentos é apenas um homem, tocando em um piano. Seu nome verdadeiro é Volkmer Bertelmann, e ele vem de Dusseldorf, Alemanha, onde trabalha em seu “piano preparado”. Ele arranca sons perturbadores do instrumento de 88 teclas equipando as cordas e martelos com objetos como bolas de pingue-pongue, papel alumínio e couro.”

[youtube width=”640″ height=”360″]http://www.youtube.com/watch?v=43Z4yljYY_c[/youtube]

Para além do aspecto lúdico da interferência no instrumento, o que vale é a enorme imaginação de Hauschka como compositor. Nos discos abaixo há momentos com músicos de apoio*, ou seja, não é apenas um homem isolado e seu piano; nota-se a sadia preocupação de adicionar outros sons quando há a necessidade. Hauschka faz uma música que não comporta rótulo, e no entanto estabelece diálogos com diversas outras vertentes que vão com o nariz apontado para o avant-garde. Há referências claras do piano preparado — Cage, Satie — e me agrada especialmente a construção dos temas, evocando (e até usando) muitas vezes o uso de camadas de loops encontrados em artistas de vanguarda da chamber music (Colleen, Marsen Jules) e do freak folk (Lau Nau, Grouper). Também nota-se uma profusão de barulhinhos e detalhes espalhados por todo o lado, expediente corriqueiro na paleta de artistas de new ambient/electronica. São conexões, e no conjunto, as músicas são criativas e estimulantes, e frequentemente delicadas; há mais acontecendo na execução do que nos parece aos ouvidos, e acho que fica bem assim. O que poderia tornar-se atração mais pelo processo do que pelo resultado, acaba engolfado pela sofisticação que parece tão inerente a esses músicos alemães.

*O terceiro disco é um dueto com a violoncelista islandesa de nome impronunciável, e um trabalho bem mais experimental e ‘concreto’ do que os outros. Com um tema aquático e faixas que remetem a códigos de tons azuis de cores, é um disco desafiador, profundo e tarja preta — e muitos dos que ouvirão os três álbuns apontarão esse como o melhor.


Hauschka – 2007 Room to Expand V0
link nos comentários
01 La Dilettante . 02 Paddington . 03 One Wish . 04 Chicago Morning . 05 Kleine Dinge . 06 Belgrade . 07 Sweet Spring Come . 08 Femmeassise . 09 Watercolour Milk . 10 Zahnluecke . 11 Fjorde . 12 Old Man Playing Boules


Hauschka – 2011 Salon Des Amateurs V2
link nos comentários
01 Radar . 02 TwoAM . 03 Girls . 04 Ping . 05 Cube . 06 Subconscious . 07 NoSleep . 08 Tanzbein . 09 TaxiTaxi . 10 Sunrise


Hauschka & Hildur Guðnadóttir – 2011 Pan Tone 320
link nos comentários
01 #283 . 02 #294 . 03 Black 6 . 04 #304 . 05 #320 . 06 Cool Gray 1

Boa audição!
Blue Dog

.: interlúdio :. SOIL & "PIMP" Sessions: Planet Pimp & 6

Links revalidados por PQP, que acha sensacionais estes CDs

Se você não quiser ler mais nada e seguir direto para os links, tudo bem. Não tem problema. Eu entendo.

SOIL & “PIMP” Sessions is an explosive Japanese jazz band, comprised of six musicians. At its core, the group is about giving pulsating live performances. Their brand of jazz is rough around the edges, unadulterated entertainment and constantly kept at boiling point.

They originally met at a club event in Tokyo in 2001. The Tokyo club scene was dominated by DJs until SOIL & “PIMP” SESSIONS arrived, breaking the mold as live pioneers. Calling their music “DEATH JAZZ”, they gained recognition for performing an original form of aggressive alternative jazz.

“We always felt that in the world of jazz, there was an unwritten rule that the musicians were to concentrate on their techniques and the audience were simply there to admire, like a transmitter/ receiver relationship. We wanted to break away from that and create exciting jazz with far more interaction between the players and the audience”.site oficial

Não sei bem que caminho fiz, navegando na internet, mas lá pelas tantas caí numa matéria do The Japan Times. Sendo este cão também um grande admirador das vertentes mais pesadas do heavy metal, fui instantaneamente captado pelo título: Soil creates life with ‘death jazz’. Do artigo fui para o youtube, e com o vídeo acima, meu cérebro renasceu como se tivesse sido bombardeado por uma jarra de café espresso — pela primeira vez em muitos anos. (Foi ontem cedo da manhã. O chefe elogiou a rentabilidade do meu trabalho no fim do dia.)

Claro que a relação com metal ou death metal fica apenas na metáfora brincalhona — apesar de que a ideia de vigor, e até mesmo alguma agressividade, não é de todo fora de lugar. Faixa acima à parte, o sexteto japonês trabalha numa linha de funk jazz que lembra uma mistura de Hermeto Paschoal com um John Zorn mais contido. Há músicas que parecem ter saído de um festival europeu de jazz latino, e até algumas baladas com vocal (inegavelmente as mais fraquinhas – por sorte apenas uma ou duas a cada disco). O S&PS toca swing, toca bebop, joga groove por cima de tudo e apresenta-se com uma vivacidade muito rara no jazz contemporâneo: seus discos não querem soar como se tivessem sido gravados nos anos 70. Passam longe do cool, ao contrário; querem e geram calor, como se pode ver nos shows ao vivo. Já disse que são japoneses? Ah, os japoneses! Os únicos verdadeiros inovadores de hoje, sem jamais restringir sua criatividade infinita, ou veja as capas dos discos deste post (os mais recentes):


Tirem as crianças da sala, e o vovô também: vá com todos pro jardim, levante o volume, e ousem dançar.

Por que não?

SOIL & “PIMP” Sessions
Shacho: agitator, spirit
Tabu Zombie: trumpet
Motoharu: sax
Josei: keyboards
Akita Goldman: double bass
Midorin: drums

6 – set/2009 [320]
download (rapidshare)
01 SEVEN
02 KEIZOKU
03 PAPA’S GOT A BRAND NEW PIGBAG
04 MY FOOLISH HEART ~crazy in mind~
05 DOUBLE TROUBLE
06 POP KORN
07 QUARTZ AND CHRONOMETER
08 PARAISO
09 MY FOOLISH HEART ~crazy on earth~×SHEENA RINGO
10 MIRROR BOY
11 “STOLEN MOMENTS” feat. Jamie Cullum
12 AFTER THE PARTY
13 SATSURIKU TO HEIWA

PLANET PIMP – mai/2008 [192]
download (rapidshare) – 83MB
01 I.N.T.R.O.
02 Hollow
03 STORM
04 Fantastic Planet
05 GO NEXT!
06 Darkside
07 Sea of Tranquility
08 The world is filled by…
09 Khamasin
10 Struggle
11 Mingus Fan Club
12 Mars
13 SATSURIKU Rejects
14 Sorrow

Boa audição!
Blue Dog

.: interlúdio :. Cannonball Adderley: Jazz Workshop Revisited

(Link revalidado pelo PQP, que uiva de saudades do Blue dog, o cão pulguento e marginal).

1955. Um professor de música sai da Flórida para Nova Iorque, para continuar seus estudos.

1955, ano que a educação perde um grande mestre para o jazz.

Fascinado e com tenacidade, Julian Adderley resolve montar seu próprio quinteto. Contando com o apoio (tanto de incentivo como na banda) de seu irmão Nat, passa a freqüentar fervilhantes noites em clubs onde seria destacado pela sua leitura mais relaxada do bebop, mais ‘funky’, mais intimista e divertida.

O quinteto, no entanto, não é sucesso – principalmente numa cena dominada pelo hard bop. Ele subsiste até que Coltrane saia (temporariamente) do grupo de Miles Davis, quando então este elenca como substituto o promissor Cannonball Aderley. A dupla gravaria cinco discos numa das maiores formações do jazz, em Milestones, Miles & Monk at Newport, Jazz at the Plaza, Porgy and Bess e Kind of Blue.

Cannonball ganhou notoriedade na Big Apple com uma gravação de “This Here”, em 1955, no mesmo Jazz Workshop. Com Miles, desenvolveu sua técnica e tornou-se um músico superior. Ao sair do quinteto gravou com Coltrane e Bill Evans, reativou seu grupo (agora um sexteto) em 1960, estabeleceu-se como maior expoente do soul jazz e voltou ao clube onde surgiu – nas noites de 22 e 23 de setembro de 1962 – para gravar o disco deste post.

Soul jazz: bop e hard bop, mas com ênfase na melodia e no swing. Mais relax, como o imenso carisma de Adderley sugeria – e se pode notar nas conversas que tem com o público, e nos gritos de incentivo à banda durante os solos. Cannonball, corruptela de “cannibal” porque comia muito e tinha porte avantajado (que manteve), gosta de ser técnico como Davis e de balançar como Duke Ellington. Morreu antes dos 50 anos, em 1975, de ataque cardíaco. Sua música vive bem mais: é alegre e upbeat sem fazer concessões à complexidade. Também por isso atingiu tantas camadas de público; tinha a alma da músia negra, celebrativa e convidativa. No final da gravação, Cannonball se despede do público pedindo desculpas, entre gritos de que não saia do palco.

Ainda não saiu.

Cannonball Adderley: Jazz Workshop Revisited (320)

Cannonball Adderley: alto sax
Nat Adderley: cornet
Yusef Lateef: tenor saxophone, flute, oboe (“and etc”)
Joe Zawinul: piano
Sam Jones: double bass
Louis Hayes: drums

Produzido por Orrin Keepnews para a Riverside

01 Opening Comment 0’51
02 Primitivo (Cannonball Adderley) 9’11
03 Jessica Day (Quincy Jones) 6’29
04 Marney (Donald Byrd) 6’52
05 A Few Words… 0’13
06 Unit 7 (Sam Jones) 9’02
07 Another Few Words 0’26
08 The Jive Samba (Nat Adderley) 10’59
09 Lillie (Sam Jones) 4’43
10 Mellow Buno (Yusef Lateef) 6’00
11 Time To Go Now – Really! 0’36

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE (RapidShare)

Blue dog