A lentidão de P.Q.P. Bach é digna de se lamentar. Em 21 de julho publicamos este post onde anunciávamos que os compositores do CD Brassil interpreta compositores da Paraíba gostariam de ver seus trabalhos divulgados em nosso blog. Aceitamos na hora, mas sabe a fila? Para piorar andei perdendo-recuperando meu disco rígido e aí…. E aí que chega de desculpas!
Trata-se de um ótimo disco; contrastante como sempre acontece quando juntamos muitos compositores num mesmo projeto, mas com obras muito boas como Lied, Nouer II, Luares de Intermares, Perpetuum, Intensificações e Burlesca.
O Brassil (trocadilho em inglês misturando Brasil e brass) começou como um quinteto de metais que incorporou a posteriori um percussionista e virou um sexteto. Ele reúne alguns de maiores especialistas de seus instrumentos no país — Radegundis Feitosa, o trombonista, foi o primeiro Doutor em seu instrumento no país e troca figurinhas com Christian Lindberg.
O Compomus, por sua vez, é um laboratório de composição que ministra cursos de extensão para a comunidade musical em geral e acabou criando demanda pelo bacharelado em composição no curso de música da UFPB, atraindo atualmente estudantes também de estados vizinhos e oferecendo cursos inclusive de história do rock e editoração musical.
Tem compositor do Compomus quem nem completou 30 anos e já é professor titular na própria UFPB e outros que foram pra outros Estados, como o Mato Grosso, por exemplo. O pessoal do laboratório também tem conquistado posições de destaque em concursos de composição nacionais e participado de bienais de música ao longo desta década. Eli-Eri Moura e J. Orlando Alves ganharam bolsas de estudo da Funarte no último edital de Estímulo à produção artística – categoria música, em 2008.
A grande sacada deles foi aliar forças com grupos instrumentais e vocais — de dentro da universidade ou não — no intuito de obter divulgação mútua. O mais interessante desses grupos é o Sonantis, que não tem formação fixa e se mobiliza de acordo com a demanda instrumental de cada obra. Vide um futuro CD com a música de câmara de Eli-Eri Moura que iremos postar (mas vai demorar um pouco).
A parceria com a Sinfônica Jovem da Paraíba garantiu um concerto anual só com as obras dos alunos do Compomus. E aí dá pra entender que este CD do Brassil foi outra parceria — que afortunadamente obteve patrocínio para se concretizar.
O que esperar deste álbum? Diversas cabeças, diversos estilos, diversos talentos de uma escola pluralista que ainda vai chamar a atenção do resto do país.
COMPOSITORES E OBRAS
(Todos os compositores deste CD fazem parte do COMPOMUS)
1. MARCÍLIO ONOFRE – Chamber Echo (2006)
– Para quinteto de metais, piano e percussão
2. DIDIER GUIGUE – Lied (1988)
– Para quinteto de metais
3. PAULINO NETO – Polycontinuum (2006)
– Para quinteto de metais e percussão
4. ARIMATÉIA DE MELO – Calidoscópio (2005)
– Para quinteto de metais
5. JORGE RIBBAS – Adriatic Mood (2006)
– Para quinteto de metais e percussão
6. ELI-ERI MOURA – Nouer II (2006)
– Para trombone e piano
7. WILSON GUERREIRO – Luares de Intermares (2006)
– Para quinteto de metais e percussão
8. TICIANO ROCHA – Daedalus (2005)
– Para quinteto de metais
9. LUIZ CARLOS OTÁVIO – Perpetuum (2005)
– Para quinteto de metais
10. ROGÉRIO BORGES – Quinteto N.º 1 (2005)
– Para quinteto de metais
11. J. ORLANDO ALVES – Intensificações (2006)
– Para quinteto de metais e piano
12. JOSÉ ALBERTO KAPLAN – Burlesca (1987)
– Para quinteto de metais e piano
CVL / PQP