O Mestre Esquecido, capítulo XI (Chopin – Polonaises – Antonio Guedes Barbosa)

Mais de cinco anos depois da primeira publicação, e de pelo menos duas republicações de todas as postagens anteriores por conta de colapsos em servidores, poderia até parecer que eu me tivesse esquecido da série sobre o Mestre Esquecido. Não foi o caso: depois de tanto fosfato dedicar a Beethoven, voltam-me tempo e vergonha na cara bastantes para tentar concluir nossa sincera, ainda que morosa, homenagem ao maravilhoso Antonio Guedes Barbosa.

Diferentemente de suas demais gravações de Chopin, a versão de Barbosa para as polonaises não me cativou imediatamente. Veteranos de seus desesperados scherzi e de suas lépidas valsas, meus ouvidos estranharam seu rubato e a aparente preferência pela tonitruância em detrimento da clareza, especialmente nas primeiras obras da série. Aos poucos, percebi que Antonio – assim como o próprio Chopin, acredito – não encarava as polonaises como danças e não fez questão de aderir estritamente a seu ritmo. Em lugar disso, preferiu usá-lo tão só como plataforma de lançamento para a exploração das ousadias harmônicas propostas por Chopin, com o colorido timbrístico que lhe era tão peculiar, e que aqui lembra, talvez mais que em qualquer outra de suas gravações, o de Horowitz. Não por acaso, revisito mais suas leituras das três grandes polonaises finais, especialmente a extraordinária Polonaise-Fantaisie em que a dança polonesa é tão só um pretexto para a uma das mais radicais criações do mestre polonês, a última obra-prima que concluiria, e para a qual Barbosa deu minha interpretação favorita.

Fryderyk Franciszek CHOPIN
(1810-1849)

Duas polonaises para piano, Op. 26
1 – No. 1 em Dó sustenido menor
2 – No. 2 em Mi bemol maior

Duas polonaises para piano, Op. 40
3 – No. 1 em Lá maior, “Militar”
4 – No. 2 em Dó menor

Polonaise para piano em Fá sustenido menor, Op. 44
5 – Moderato

Polonaise para piano em Lá bemol maior, Op. 53, “Heroica”
6 – Maestoso

Polonaise-Fantaisie para piano em Lá bemol maior, Op. 61
7 – Allegro maestoso

Antonio Guedes Barbosa, piano
LP da Connoisseur Society, lançado nos Estados Unidos em 1972 – e, para variar, nunca lançado no Brasil

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PQPBach, por Ammiratore

Vassily

Fredéric Chopin (1810-1839) – Piano sonata No. 3 (1954), Impromptus, Berceuse – Nikita Magaloff

Na verdade existe um décimo quarto cd nesta série do pianista Nikita Magaloff, com registros realizados lá no longínquo ano de 1954, do tempo em que os dinossauros caminhavam pela Terra. Vou postar, pois acho interessante essa possibilidade de entender a evolução da interpretação das obras de Chopin, além, é claro, da evolução da maturidade artística de Magaloff, lembrando que os outros volumes da série já foram realizados no final da vida do músico, em plenos anos 70. Outra informação é a de que este registro foi realizado antes do advento do Estéreo, então digamos que seria uma gravação para os mais ‘puristas’. Mas lhes garanto que a qualidade da interpretação já é a de um grande mestre, alguém que conhece profundamente a obra.

Vamos então ao que viemos. Hoje é domingo e ainda pretendo sair dar umas pedaladas.

01. Piano sonata No. 3 (1954) – I. Allegro maestoso

02. Piano sonata No. 3 – II. Scherzo

03. Piano sonata No. 3 – III. Largo

04. Piano sonata No. 3 – IV. Finale presto non tanto

05. Impromptu No. 1, Op. 29

06. Impromptu No. 2, Op. 36

07. Impromptu No. 3, Op. 51

08. Impromptu No. 4, Op. 66

09. Berceuse Op. 57

Nikita Magaloff – Piano

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Fredéric Chopin (1810-1839) – Variations brillantes, Op. 12, Souvenir de Paganini, Variations sur la Marche des Puritains de Bellini, etc. – Nikita Magaloff

Por algum motivo inexplicável não trouxe para os senhores o décimo terceiro CD desta imperdível coleção, uma das principais de meu acervo. Aqui o imenso pianista que foi Nikita Magaloff interpreta obras um tanto obscuras do repertório chopiniano. Vale a pena conhecer. Quero agradecer à leitora Isolda que me chamou a  atenção e lembrou desta falha. Para variar, minha vida anda uma loucura, então quase nem tenho participado com muita frequência do blog, de qualquer forma, estamos aí quando possível.

Sem mais delongas, vamos ao que viemos.

01. Variations brillantes, Op. 12

02. Souvenir de Paganini

03. Variations sur la Marche des Puritains de Bellini

04. Variations sur un air national allemand

05. Rondeau in C minor, Op. 1

06. Rondeau “À la Mazurka” in F major, Op. 5

07. Rondeau in E flat major, Op. 16

08. Rondeau for 2 pianos in C major, Op. 73

09. Variations for piano 4 hands ‘Sur un air national de Moore’

Nikita Magaloff – Piano

Michel Dalberto – Piano (faixas 8 e 9)

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Fréderic Chopin (1810-1849) – Four Ballades & Four Scherzos – Stephen Hough

Chopin é indiscutivelmente um daqueles compositores que nos calam fundo na alma. Há alguma coisa em sua música que nos deixa em transe, quando acaba uma peça sua precisamos de um tempo para nos recuperar, para voltar à realidade. Sim, porque sua música nos leva a outra dimensão, não terrena, mas etérea. Para mim foi assim, ainda adolescente, desde que ouvi um velho LP de capa amarela, com esta imensa Balada nº4, op. 52, e com a incomparável Polonaise, op. 53, duas obras primas absolutas.
Não sou músico, mas creio que para um pianista conseguir transmitir essa sensação de transe, ele também precisa entrar no clima. Não creio que seja possível uma interpretação destas obras sem uma forte dose de emoção. Por isso, acredito que essa sua investida nestas obras tenha de ocorrer quando ele já tiver a maturidade suficiente para compreender que existe algo muito além do que está escrito ali na partitura, e e claro que essa maturidade só se atinge com a idade. Por isso, meu Chopin favorito sempre será o de Arthur Rubinstein, e não sou só eu quem diz isso, existe ainda uma imensa legião de fãs que também o afirma, mesmo depois de tanto tempo após seu falecimento, com quase 100 anos de idade, ainda lá nos anos 80.
Stephen Hough é um grande pianista, já com muitos anos de estrada, e essa sua incursão no universo sonoro de Chopin é datada de 2004. Um belo registro, com certeza, com um músico ciente e maduro, pleno do vigor físico necessário para tal empreitada. As reclamações de alguns clientes da amazon dizem respeito mais à qualidade da gravação do que necessariamente à interpretação em si. O que é de se estranhar, em se tratando de uma gravação do excelente selo inglês Hyperion. Inclusive um dos comentaristas disse que sentiu Chopin em sua alma. E não era disso que eu estava falando acima?
Então vamos de Chopin hoje. Não se preocupem, o restante caixa do Grieg está sendo preparada.

01. Chopin Ballade No.1 in G minor Op.23
02. Chopin Scherzo No.1 in B minor Op.20
03. Chopin Ballade No.2 in A minor Op.38
04. Chopin Scherzo No.2 in B flat minor Op.31
05. Chopin Ballade No.3 in A flat major Op.47
06. Chopin Scherzo No.3 in C sharp minor Op.39
07. Chopin Ballade No.4 in F minor Op.52
08. Chopin Scherzo No.4 in E major Op.54

Stephen Hough – Piano

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In memoriam Leon Fleisher (1928-2020): Two Hands

O terceiro ato da incrível trajetória de Leon Fleisher começou na década de 90, quando, após mais de trinta anos sem tocar com as duas mãos, a misteriosa condição que levou seus dedos da direita a desobedecerem-no ganhou um nome.

A distonia focal, de causas ainda não bem compreendidas e sem cura definitiva, leva os músculos a contraírem-se involuntariamente. Fleisher, que nunca desistira de voltar a tocar com as duas mãos, submeteu-se a tratamentos experimentais com toxina botulínica e recuperou o controle sobre os dedos amotinados. Depois de alguns recitais pouco divulgados, anunciou, para assombro do mundo, que voltaria aos palcos com um repertório convencional.

Enquanto deixava claro que não estava curado, pois as injeções de Botox precisavam ser repetidas a cada poucos meses, Fleisher pegou novamente a estrada e voltou a ser aclamado, também, por sua mão direita. Embora sem dúvidas tenha sido cuidadoso com as dificuldades propostas pelo repertório – o que, enfim, qualquer pianista a caminho dos oitenta anos faria de qualquer maneira -, jogou-se com muito apetite à carreira bimanual. Sem abandonar suas atividades pedagógicas, passou a apresentar em concertos e recitais não só o repertório para uma e duas mãos, com também regeu concertos do teclado e peças orquestrais do pódio (o trabalho de regente, brincava ele, dava-lhe a sensação da “bunda crescer dez vezes, depois de tantos anos escondendo-a da plateia”). Tocou muito jazz, também, instigado pelo filho Julian, compositor e cantor do gênero que, por ser o primeiro filho do segundo casamento de Fleisher, era por ele bem-humoradamente chamado de “Op. 2, no. 1”.

Em 2004, depois de quarenta anos sem gravar com as duas mãos, ele lançou um álbum chamado… “Duas Mãos”. O repertório combina um pot pourri de peças curtas, pelas quais Fleisher tinha carinho especial – a peça de Bach/Petri lhe soava como um “antônimo ao 11 de setembro”, e o noturno de Chopin era a peça favorita de sua mãe – com a monumental, derradeira sonata de Schubert, uma das peças favoritas do pianista. e que ele já gravara no vigor de seus trinta e poucos anos. Mesmo que desmerecêssemos a obstinada, belíssima trajetória de superação que tornou possível esta gravação, não precisamos olhá-la com admiração ou piedade para apreciar seus imensos méritos artísticos. Talvez os dedos do jovem virtuoso que conseguiu a proeza de tocar George Szell sem levar um sabão sequer do tirano fossem capazes de mais prestigitação melhor, mas quem compara a gravação da D. 960 com aquela que Fleisher fez da mesma obra aos trinta e poucos anos encontra na versão de 2004 um maravilhoso controle do andamento e uma sabedoria, especialmente no expressivo uso dos silêncios, que escancaram sua superioridade.

A sonata de Schubert é daquelas obras, como a Op. 111 de Beethoven, à qual só se pode seguir silêncio. Com ela, pois, encerramos nossa homenagem ao grande homem que nos deixou há exatos trinta dias, depois de tanto dar ao mundo em oito décadas de carreira.

Descanse em paz, Leon – e grato por tudo.

LEON FLEISHER – TWO HANDS

Johann Sebastian BACH (1685-1750)
Transcrição de Myra Hess (1890-1965)

1 – Jesu, Joy of Man’s Desiring (transcrição para piano do coral “Jesus bleibet meine Freude”, da cantata “Herz und Mund und Tat und Leben”, BWV 147)

Johann Sebastian BACH (1685-1750)
Transcrição de Egon Petri (1881-1962)

2 – Sheep May Safely Graze (transcrição para piano da ária “Schafe können sicher weiden”, da cantata “Was mir behagt, ist nur die muntre Jagd”, BWV 208)

Giuseppe Domenico SCARLATTI (1685-1757)

3 – Sonata em Mi maior, K. 380 (L. 23)

Fryderik Franciszek CHOPIN (1810-1849)

4 – Mazurka em Dó sustenido menor, Op. 50 no. 3
5 – Noturno em Ré bemol maior, Op. 27 no. 2

Claude-Achille DEBUSSY (1862-1918)

6 – Suite Bergamasque: Clair de Lune

Franz Peter SCHUBERT (1797-1828)

Sonata em Si bemol maior, D. 960, Opus Póstumo

7 – Molto moderato
8 – Andante sostenuto
9 – Allegro vivace con delicatezza
10 – Allegro ma non troppo

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Leon Fleisher – Two Hands from Thomas Duperre on Vimeo.
A incrível trajetória de Leon Fleisher e seu comovente retorno ao repertório para as duas mãos inundam de emoção os vinte minutos de “Two Hands – The Leon Fleisher Story”, documentário realizado por Nathaniel Kahn em 2006.

Vassily

The Journey ∞ Leon Fleisher, piano ∞

The Journey ∞ Leon Fleisher, piano ∞

Bach · Mozart

Beethoven · Chopin

Stravinsky

Leon Fleisher

(1928 – 2020)

 

Imagine ser um pianista famoso, com concertos marcados nas grandes salas ao redor do mundo, ter seus discos no topo das paradas de sucesso sempre acompanhados das melhores críticas – uma vida de sucesso – e perder tudo, de repente. Isto ocorreu com Leon Fleisher, um dos mais renomados pianistas que, no meio da década de 1960 teve que redirecionar toda a sua carreira profissional por machucar a sua mão direita a ponto de não poder mais usá-la. Ele passou a sofrer de distonia focal.

Ele morreu neste primeiro domingo de agosto, aos 92 anos.

Apesar de ter a carreira de concertista interrompida, Leon Fleisher continuou a fazer e viver a música, tocando o repertório para a mão esquerda, regendo e dando aulas, até que em 1995, após 30 anos de inatividade, recuperou satisfatoriamente os movimentos da mão e voltou a tocar piano com duas mãos. Isto foi possível graças a uma combinação de uma técnica de massagem profunda e injeções de Botox.

Esta história sempre me encantou. Tenho e ouço seus discos do período áureo, mas de uma certa forma, aprecio ainda mais aqueles que ele gravou posteriormente. Em 2003 ele gravou um disco com o expressivo nome Two Hands, que tem uma gravação muito especial da última grande sonata de Schubert. Em 2006 ele gravou o disco desta postagem – The Journey.

Este título tanto se aplica ao repertório, que vai de Bach até Stravinsky, passando por Mozart, Beethoven e Chopin, quanto à sua própria vida.

Além da música, o álbum contém um disco com uma entrevista dada a Bob Edwards, na qual Leon Fleisher fala de sua jornada.

Johann Sebastian Bach (1685 – 1750)

Capricho em si bemol maior, BWV 992

  1. Arioso: Adagio
  2. Fughetta
  3. Adagissimo
  4. Andante
  5. Aria (do postilhão): Allegro poco
  6. Fuga

Wolfgang Amadeus Mozart (1756 – 1791)

Sonata em mi bemol maior, K 282

  1. Adagio
  2. Menuetto I – II
  3. Allegro

Johann Sebastian Bach (1685 – 1750)

Fantasia e Fuga Cromática em ré menor, BWV 903

  1. Fantasia
  2. Fuga

Frédéric Chopin (1810 – 1849)

Berceuse em ré bemol maior, Op. 57

  1. Berceuse

Igor Stravinsky (1882 – 1971)

Serenata em lá maior

  1. Hymne
  2. Romanza
  3. Rondoletto
  4. Cadenza finala

Ludwig van Beethoven (1770 – 1827)

Bagatela em lá menor, WoO. 59 “Für Elise”

  1. Bagatela

Leon Fleisher, piano

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FLAC | 127 MB

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MP3 | 320 KBPS | 120 MB

Que a persistência e a atitude resiliente de Leon Fleisher nos inspire a enfrentar as nossas limitações e dificuldades e que possamos também percorrer uma boa jornada.

Aproveite!

René Denon

Impromptu – Peças para Piano – Shai Wosner

Impromptu – Peças para Piano – Shai Wosner

IMPROMPTU 

Schubert & CIA

SHAI WOSNER

 

 

O álbum desta postagem parte de uma ideia simples – excelente – e é muito bem feito. Achei a capa ótima, com os nomes dos compositores e o do intérprete grafitados sobre uma foto informal, alegre, jovial. Traduz o espírito do disco.

Imagine reunir um grupo de compositores que também foram grandes intérpretes de suas obras e improvisadores em torno de um piano – numa espécie de jam session. Eles se alternam ao teclado, apresentando suas habilidades e seus poderes de improvisação. O tema do disco – Impromptu – é uma forma musical que, apesar de completamente escrita pelo compositor, é o que temos de mais próximo de suas improvisações. Assim como as peças intituladas Fantasias.

Uma maneira divertida de ouvir o disco é fazê-lo sem decorar a lista das peças e ir adivinhando qual é o compositor da vez ou qual deles ‘sentou-se’ ao piano naquele momento.

Agora é a minha vez…

Schubert é assim um pouco o anfitrião, o dono do piano, pois ao longo do recital ouvimos quatro dos seus impromptus. Temos também algumas surpreendentes presenças, mesmo que mais momentâneas, com Liszt, Dvořák, Gershwin e – pasmem – Charles Ives. Adorei ouvir o ensolarado Impromptu em lá bemol maior de Chopin surgindo logo após uma peça de Gershwin. Chopin senta-se três vezes ao piano e o grande Ludovico, apesar de só sentar-se uma vez, fica por lá quase dez minutos. Sua estranha Fantasia é um exemplo escrito de suas muitas e famosas improvisações, que a classifica para a lista do disco.

O pianista israelense Shai Wosner é excelente. Estudou com Andre Hajdu, professor que valorizava a improvisação e a considerava uma forma de busca do entendimento musical.

Franz Schubert (1797 – 1828)

  1. Impromptu em fá menor, D. 935, 1

Charles Ives (1874 – 1954)

  1. Improvisação para piano, No. 3

Antonín Dvořák (1841 – 1904)

  1. Impromptu em ré menor, B 129

George Gershwin (1898 – 1937)

  1. Impromptu in two Keys

Frederik Chopin (1810 – 1849)

  1. Impromptu em lá bemol maior, Op. 29

Franz Schubert (1797 – 1828)

  1. Impromptu em lá bemol maior, D. 935, 2

Frederik Chopin (1810 – 1849)

  1. Impromptu em fá sustenido maior, Op. 36

Franz Liszt (1811 – 1886)

  1. Impromptu S 191 (1872)

Franz Schubert (1797 – 1828)

  1. Impromptu em si bemol maior, D. 935, 3

Ludwig van Beethoven (1770 – 1827)

  1. Fantasia em sol menor, Op. 77

Frederik Chopin (1810 – 1849)

  1. Impromptu em sol bemol maior, Op. 51

Charles Ives (1874 – 1954)

  1. Improvisação para piano, No. 1

Frans Schubert (1797 – 1828)

  1. Impromptu em fá menor, D. 935, 4

Shai Wosner, piano

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FLAC | 241 MB

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MP3 | 320 KBPS | 190 MB

Don’t be Shai…

Para uma palhinha, clique aqui!

Aproveite!
René Denon

Classical Music For Dummies – The essentials – vol. 2/50 – Vladimir Horowitz (1903-1989)

“Música Clássica para Leigos” (“Classical Music For Dummies”) é uma série de lançamentos projetados pela Deutsche Grammophon para oferecer aos  leigos recém-chegados uma introdução perfeita ao mundo da música clássica.

A série é composta por 50 CDs de música clássica dedicados a diferentes compositores, maestros, pianistas, violinistas e cantores, a maioria contratados ou ex-contratados pela gravadora.

Vladimir Horowitz – The Essentials

Vladimir Samoylovych Horowitz, Kiev, 1 de outubro de 1903Nova Iorque, 5 de novembro de 1989) foi um pianista russo-americano. É considerado como um dos mais brilhantes pianistas de todos os tempos, devido à sua excepcional técnica aliada às suas performances contagiantes. (1) Destacou-se pelo seu toucher sem igual, pelo controle dinâmico excepcional e pela sua mecânica única. As suas interpretações mais conhecidas e tidas como inigualáveis se referem às obras que variam do barroco Domenico Scarlatti, passando pelos românticos Chopin, Schumann, Liszt e chegando ao moderno Prokofiev. É considerado por muitos o indiscutível mestre em Scriabin e Rachmaninoff.

Fréderic Chopin – Piano Concertos – Kristian Zimerman, Giulini, LAPO

Amo os Concertos para Piano de Chopin. Tenho por eles muito carinho, e sempre que posso, os ouço. Eles tem uma incrível capacidade de me relaxar, mesmo sabendo de todas as críticas que se fazem deles, principalmente relativo à sua orquestração, calcanhar de Aquiles de Chopin, de acordo com algumas críticas, com as quais não concordo, mas, e daí que não gostem? Eu gosto.

Escolhi esta dupla também por ter um carinho muito grande por eles. Tanto Kristian Zimerman quanto o maestro Carlo Maria Giulini me agradam muito pela sensibilidade de suas interpretações. Sentimos que eles não tem pressa, a música flui facilmente, sem grandes obstáculos, há uma cumplicidade entre os músicos, então isso nos permite uma audição sem maiores sobressaltos, ainda mais em se tratando destes Concertos.

Lembro de ter postado uma outra gravação destes Concertos com o mesmo Kristian Zimerman, porém ali ele atua tanto como regente quanto solista, registro bem mais recente (1999), creio que o link já deva ter expirado. Neste CD que ora vos trago, temos um jovem pianista, cheio de gás e energia, querendo mostrar serviço, gravando ao lado de um dos grandes maestros do século XX.

O que mais admiro nesta gravação é a maturidade com que Zimernan encara o concerto, ele tinha apenas 22 anos na época desta gravação, porém alguns anos antes, vencera o Concurso Internacional Frederic Chopin, em sua Polônia natal. Ou seja, mesmo sendo tão jovem, já era veterano nos palcos.

Então vamos ao que viemos. Vamos voltar quarenta anos no tempo, lá para 1978, e admirar dois grandes músicos, um já veterano, outro ainda em início de carreira.

01. Piano Concerto No. 1 in E minor op. 11 – I Allegro maestoso
02. Piano Concerto No. 1 in E minor op. 11 – II Romanze. Larghetto
03. Piano Concerto No. 1 in E minor op. 11 – III Rondo. Vivace
04. Piano Concerto No. 2 in F minor op. 21 – I Maestoso
05. Piano Concerto No. 2 in F minor op. 21 – II Larghetto
06. Piano Concerto No. 2 in F minor op. 21 – III Allegro vivace

Kristian Zimerman – Piano
Los Angeles Philharmonic Orchestra
Carlo Maria Giulini – Conductor

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R. Schumann (1810–1856): Kreisleriana ; F. Chopin (1810-1849): 2 Noturnos, Scherzo nº 3, Fantasia (Linda Bustani)

“Sentimos em certas obras de Schumann a ausência de certa razão soberana. Ao menor desvio, a ideia escapa ao compositor e, quando ele consegue reencontrá-la, é depois de uma corrida contra mil obstáculos” Camille Bellaigue (1885)

Se Beethoven, para alguns, era uma divindade soberana, Schumann era humano, demasiado humano. Seus ciclos estão sempre refletindo os sentimentos do ser humano: a solidão, a alegria, a melancolia… A Kreisleriana, fantasia para piano em oito movimentos, é um dos melhores exemplos: além das diferenças entre os movimentos, cada um deles também apresenta várias mudanças. É uma estética curiosamente parecida com os nossos tempos em que ouvimos canções curtas de 2 minutos ou damos risadas com memes de 3 segundos… Como vocês sabem, as tecnologias trouxeram o encurtamento do que em inglês se chama attention span (nos explica a wikipedia: quantidade de tempo em que uma pessoa consegue se concentrar em uma tarefa sem se distrair).

O título da obra é inspirado no personagem Johannes Kreisler, criado pelo autor romântico alemão E. T. A. Hoffmann (1776-1822), personagem também marcado por uma sensibilidade exagerada e por mudanças de humor.

A Kreisleriana foi dedicada a Frédéric Chopin, por quem Schumann tinha uma forte admiração. A admiração, ao que parece, não foi muito correspondida. Já que comecei com os perfis psicológicos de botequim, vou continuar com eles: Schumann era famoso por seu humor instável, mas por outro lado foi um crítico musical com vasta cultura e um gosto estável e influente: foi um dos responsáveis pela entronização de J.S.Bach e Beethoven no panteão germânico e um hábil cultivador de relações, elogiando a música de Chopin, Mendelssohn, Berlioz e Brahms. Já Chopin, socialmente, parece ter sido muito mais tímido: suas principais relações intelectuais (escândalo na época!) aparentemente foram com mulheres: suas alunas na alta sociedade parisiense e a escritora George Sand. Ao contrário de Schumann, nunca atuou como maestro. Tocou muito mais vezes em salões aristocráticos do que em salas de concerto. O polonês era, em suma, um sonhador recluso, enquanto seu contemporâneo alemão era um sonhador extremamente sociável, com episódios de delírios ou depressão aqui e ali, mas sempre ajudando os amigos.

A pianista Linda Bustani nasceu em Rondônia, estudou com Arnaldo Estrella e Antonio Guedes Barbosa no Rio de Janeiro – onde vive até hoje – e com Elisso Virsaladze em Moscou. Estreou no Brasil alguns concertos pouco tocados, como o 4º de Prokofiev, para a mão equerda. Suas interpretações dos compositores românticos – Chopin, Schumann, Tchaikovsky – são celebradas, sobretudo as de Schumann, compositor com o qual ela tem forte ligação desde a juventude. Tem tocado a música de câmara de Schumann por todo o Brasil, principalmente o quinteto e o quarteto para piano e cordas. Também é parceira do Quinteto Villa-Lobos, extraordinário grupo de sopros fundado em 1962, o mais antigo em atuação ininterrupta no Brasil (os músicos foram passando o bastão). Já que estamos falando de flutuações emocionais, de instabilidade e estabilidade, finalizo tirando o chapéu para Linda e seus parceiros de música de câmara, que representam há décadas uma estabilidade rara na música de nosso país, tão cheia de voos de galinha.

R. Schumann (1810–1856): Kreisleriana, opus 16 – Phantasien für das Pianoforte
1. Äußerst bewegt (Extremely animated), D minor
2. Sehr innig und nicht zu rasch (Very inwardly and not too quickly), B♭ major.
3. Sehr aufgeregt (Very agitated), G minor
4. Sehr langsam (Very slowly), B♭ major/G minor
5. Sehr lebhaft (Very lively), G minor
6. Sehr langsam (Very slowly), B♭ major
7. Sehr rasch (Very fast), C minor/E♭ major
8. Schnell und spielend (Fast and playful), G minor

F. Chopin (1810-1849):
9. Nocturne opus 27 n° 2 en ré dièse mineur
10. Nocturne opus 48 n° 1 en ut mineur
11. Fantaisie opus 49 en fa mineur
12. Scherzo N° 3 opus 39 en ut dièse mineur

Linda Bustani, piano

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Linda no Teatro Solís, em Montevideo

Pleyel

Frederic Chopin (1810-1849): Préludes, Op. 28 – Eric Lu, piano

Frederic Chopin (1810-1849): Préludes, Op. 28 – Eric Lu, piano

Chopin – Prelúdios, Op. 28

Brahms – Intermezzo

Schumann – Geistervariationen

Eric Lu, piano

 

Após um ano de postagens, mais ou menos, me dou conta que nunca postei um álbum de Chopin. Estou envergonhado! Mas esta falta pretendo corrigir presto, súbito!

Chopin e o piano nasceram um para o outro. Poucos compositores influenciaram tanto a música para piano quanto o Frederico. Era grande conhecedor da literatura para teclado e tinha admiração pelas obras de Scarlatti e Bach.

Uma grande conexão dele com este último são os Prelúdios. Chopin conhecia profundamente os Prelúdios e Fugas de Bach. Este ciclo de peças certamente o instigou a produzir um ciclo de peças que também chamou prelúdios. Veja um trecho copiado de um fascículo que acompanhava um LP vendido nas bancas há muitos, muitos anos.

‘Em fins de 1838 e princípios de 1839, em Maiorca, Chopin empreendeu a tarefa de concluir a série de 24 Prelúdios, iniciada anteriormente em Paris e que levaria o número de Opus 28. […] Homenagem a Bach, foram concebidos a exemplo do Cravo Bem Temperado: ainda mais claramente que nos estudos, encontramos aqui um plano tonal preestabelecido, segundo o chamado ciclo das quintas, passando por todos os tons da escala cromática, cada tom maior seguido de perto pelo seu relativo menor (dó maior, lá menor, sol maior, mi menor, etc., até chegar a mi sustenido menor e seu relativo dó sustenido menor, representados por seus enarmônicos fá maior e ré menor)’.

As ditas vidraças…
Este é um legítimo descendente do gato de Chopin

Os prelúdios de Chopin são peças curtas e sua ordenação é planejada para apresentar um máximo de contraste propondo aos intérpretes um enorme desafio. Destacar a individualidade de cada peça e ao mesmo tempo apresentar um panorama completo. Liszt tinha grande admiração por estas peças que muito intrigaram Robert Schumann.

Alguns dos prelúdios acabaram se destacando, mesmo assim, como o Prelúdio No. 15, em ré bemol maior. Com indicação ‘Sostenuto’, tem o nome ‘Gota de Chuva’, puro romantismo. Neste prelúdio há uma repetição de notas que evocaria o som da chuva batendo em uma vidraça. A tal vidraça seria a da cela número 4 do mosteiro da Cartuxa de Valldemossa, que fica em Maiorca. Chopin passou uma temporada aí, em companhia da escritora George Sand, ambos buscando inspiração para suas obras.

O disco que escolhi para a postagem é um dos primeiros de um jovem talentosíssimo pianista de pouco mais do que 20 anos, Eric Lu. Ele ganhou o primeiro prêmio do importantíssimo The Leeds International Piano Competition em 2018, tocando o maravilhoso Quarto Concerto para Piano de Beethoven. Na ocasião ele também interpretou a Segunda Sonata e a Quarta Balada de Chopin.

Eu imagino que ao longo de sua vida ele mudará sua perspectiva sobre este ciclo e possivelmente mudará sua interpretação. De certa forma, ele já iniciou este processo, pois há uma gravação anterior, mas que ele considera mais um documento de uma de suas provas em concurso do que uma gravação mais definitiva. A gravação desta postagem foi feita no excelente estúdio Teldex, em Berlim. Veja o que foi dito sobre este aspecto do álbum em uma crítica que você poderá ler na íntegra aqui.

The piano sound here has a sumptuous warmth and tasteful reverb that enhances rather than masks the superb clarity.

Além dos prelúdios, Lu também interpreta a última obra composta por Schumann, um conjunto de variações – Geistervariationen. Achei a peça enigmática. Mas, ouvirei mais algumas vezes. Entre elas, um lindíssimo intermezzo de Brahms, que contrasta de maneira dramática do último dos Prelúdios, o tempestuoso Prelúdio em ré menor, justamente chamado ‘Tempestade’.

Frederic Chopin (1810 – 1849)

Prelúdios, Op. 28

Johannes Brahms (1833 – 1897)

Intermezzo, Op. 117, 1

Robert Schumann (1810 – 1856)

Tema com Variações, WoO 24 – ‘Geistervariationen’

Eric Lu, piano

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MP3 | 320 KBPS | 439 MB

Observação: As faixas 19 e 20 do CD original foram unidas em uma só, para garantir a continuidade da música. Assim, as 23 primeiras faixas do arquivo contêm os Prelúdios e as seguintes, o restante da música.

 

Nesta entrevista Lu fala sobre a escolha do repertório para o disco, explica um pouco como foram as gravações. Ele fala de modo bem especial sobre as últimas composições do disco. Vale o trabalho de ler…

Aproveite!
René Denon

Frédéric Chopin (1810-1849): Sonatas, Noturnos, Mazurkas, Valsas

Frédéric Chopin (1810-1849): Sonatas, Noturnos, Mazurkas, Valsas

Dando continuidade à Semana Chopin, trago esta gravação elogiadíssima da Deutsche Grammophon. Com o perdão da expressão, este é um CD do cacete. A portuguesa Maria João Pires está beirando a perfeição com sua emocionante interpretação da Sonata n°3, uma das melhores que já tive a oportunidade de ouvir.Como diria o mano PQP, é para se ouvir de joelhos. A escolha do repertório não foi aleatória. Pires escolheu peças compostas nos últimos cinco anos de vida do compositor, e são uma perfeita síntese da incrível capacidade de Chopin de compreender a alma humana. Ou seja, tratam-se de obras maduras, interpretadas por uma intérprete no apogeu de sua maturidade artística.

IM-PER-DÍ-VEL !!!!

Abaixo, a continuação da biografia do genial Chopin, tirado do site http://www.chopin.pl/biography_chopin.en.html :

From 1823 to 1826, Fryderyk attended the Warsaw Lyceum where his father was one of the professors. He spent his summer holidays in estates belonging to the parents of his school friends in various parts of the country. For example, he twice visited Szafarnia in the Kujawy region where he revealed a particular interest in folk music and country traditions. The young composer listened to and noted down the texts of folk songs, took part in peasant weddings and harvest festivities, danced, and played a folk instrument resembling a double bass with the village musicians; all of which he described in his letters. Chopin became well acquainted with the folk music of the Polish plains in its authentic form, with its distinct tonality, richness of rhythms and dance vigour. When composing his first mazurkas in 1825, as well as the later ones, he resorted to this source of inspiration which he kept in mind until the very end of his life.
In the autumn of 1826, Chopin began studying the theory of music, figured bass and composition at the Warsaw School of Music, which was both part of the Conservatory and, at the same time, connected with Warsaw University. Its head was the composer Jozef Elsner (b. 1769 in Silesia). Chopin, however, did not attend the piano class. Aware of the exceptional nature of Chopin’s talent, Elsner allowed him, in accordance with his personality and temperament, to concentrate on piano music but was unbending as regards theoretical subjects, in particular counterpoint. Chopin, endowed by nature with magnificent melodic invention, ease of free improvisation and an inclination towards brilliant effects and perfect harmony, gained in Elsner’s school a solid grounding, discipline, and precision of construction, as well as an understanding of the meaning and logic of each note. This was the period of the first extended works such as the Sonata in C minor, Variations, op. 2 on a theme from Don Juan by Mozart, the Rondo à la Krakowiak, op. 14, the Fantaisie, op. 13 on Polish Airs (the three last ones written for piano and orchestra) and the Trio in G minor, op. 8 for piano, violin and cello. Chopin ended his education at the Higher School in 1829, and after the third year of his studies Elsner wrote in a report: “Chopin, Fryderyk, third year student, amazing talent, musical genius”.
After completing his studies, Chopin planned a longer stay abroad to become acquainted with the musical life of Europe and to win fame. Up to then, he had never left Poland, with the exception of two brief stays in Prussia. In 1826, he had spent a holiday in Bad Reinertz (modern day Duszniki-Zdroj) in Lower Silesia, and two years later he had accompanied his father’s friend, Professor Feliks Jarocki, on his journey to Berlin to attend a congress of naturalists. Here, quite unknown to the Prussian public, he concentrated on observing the local musical scene. Now he pursued bolder plans. In July 1829 he made a short excursion to Vienna in the company of his acquaintances. Wilhelm Würfel, who had been staying there for three years, introduced him to the musical milieu, and enabled Chopin to give two performances in the Kärtnertortheater, where, accompanied by an orchestra, he played Variations, op. 2 on a Mozart theme and the Rondo à la Krakowiak, op. 14 , as well as performing improvisations. He enjoyed tremendous success with the public, and although the critics censured his performance for its small volume of sound, they acclaimed him as a genius of the piano and praised his compositions. Consequently, the Viennese publisher Tobias Haslinger printed the Variations on a theme from Mozart (1830). This was the first publication of a Chopin composition abroad, for up to then, his works had only been published in Warsaw.

Problemas com minha conexão com a internet tem me deixado deveras aborrecido. Foram quatro as tentativas para subir este arquivo para o Megaupload.

Frédéric Chopin (1810-1849):
Sonatas, Noturnos, Mazurkas, Valsas (link revalidado por PQP)

CD 1
01.01 – Sonata n 3 Sim, Op 58 (1)
01.02 – Sonata n 3 Sim, Op 58 (2)
01.03 – Sonata n 3 Sim, Op 58 (3)
01.04 – Sonata n 3 Sim, Op 58 (4)
01.05 – Nocturnos Op 62 (1)
01.06 – Nocturnos Op 62 (2)
01.07 – Mazurkas Op 59 (1)
01.08 – Mazurkas Op 59 (2)
01.09 – Mazurkas Op 59 (3)

CD 2
02.01 – Polonaise-Fantaisie in A flat major. op.61
02.02 – Mazrukas op. 63
02.03 – Mazrukas op. 63
02.04 – Mazrukas op. 63
02.05 – 3 Valses op. 64
02.06 – 3 Valses op. 64
02.07 – 3 Valses op. 64
02.08 – Mazurkas op. 67 no. 2 & no. 4
02.09 – Mazurkas op. 67 no. 2 & no. 4
02.10 – Sonata for violoncello and Piano in G minor. op. 65
02.11 – Sonata for violoncello and Piano in G minor. op. 65
02.12 – Sonata for violoncello and Piano in G minor. op. 65
02.13 – Sonata for violoncello and Piano in G minor. op. 65
02.14 – Mazurka op. 68 no.4

Maria João Pires – Piano
Pavel Gomziakov – Cello

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Maria João Pires: semideusa
Maria João Pires: semideusa

FDP

Frederic Chopin (1810-1846) – Estudos, op. 10 & 25, 3 nouvelles études – Nikita Magaloff

Por uma falha em meu planejamento, esqueci de postar o volume dedicado aos Estudos. Ei-lo ai, mas que malandro … tinha certeza de que já havia postado.

1 – 12 – Études op. 10

13 – 24 – Études, op. 25

25. 3 nouvelles Études , Op. posth. No. 1

26. 3 nouvelles études , Op. posth. No. 2

27. 3 nouvelles études , Op. posth. No. 3

Nikita Magaloff – Piano

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Frederic Chopin (1810-1846) – Valses – Nikita Magaloff

Vamos então encerrar esta magnífica caixa de Nikita Magaloff interpretando Chopin trazendo as Valsas, as magníficas Valsas, que também dispensam apresentações. Como muitos que estão lendo isso aqui, tenho lembranças delas ainda em minha infância, ou as ouvindo pelo rádio, ou então em algum programa de TV.

01. Valse No. 1 (1975) , Op. 18
02. Valse No. 2,Op. 341
03. Valse No. 3,Op. 342
04. Valse No.4, op. 343
05. Valse No. 5, op. 42
06. Valse No. 6, op.641
07. Valse No. 7, op.642
08. Valse No. 8, op.643
09. Valse No. 9, op.691
10. Valse No. 10, op.692
11. Valse No. 11, op.701
12. Valse No. 12, op.702
13. Valse No. 13, op.703
14. Valse No. 16 in A flat major, op. posth. (1827)
15. Valse No. 15 in E major, op. posth. (1829)
16. Valse No. 14 in E minor, op. posth
17. Valse No. 19 in A minor, op. posth
18. Valse No. 18 in E flat minor, op. posth. (1840)
19. Valse No. 17 in E flat minor, op. posth. (1827)

Nikita Magaloff – Piano

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Frederic Chopin (1810-1846) – Polonaises – Nikita Magaloff

Toda a exuberância técnica e maturidade artística do imenso Nikita Magaloff estão mais do que nunca presentes nestes registros das Polonaises realizadas em 1976. Lembro de ouvir esse nome no rádio, quando ainda era um pré-adolescente, cheio de dúvidas sobre a vida,  sem saber que caminho seguir. Esses nomes russos sempre me fascinaram. Mais ainda mais do que os nomes, o que mais me fascina é a incrível musicalidade dos músicos russos. A impressão que tenho é de que já nascem tocando um instrumento. Ainda bebês já estão sentados no colo de seus pais, aprendendo a empunhar um violino, ou descobrindo as notas em um imenso piano.
As ‘Polonaises’ de Chopin dispensam apresentações. Estão entre as obras mais executadas pelos pianistas.  Poderia citar meia dúzia dentre eles que tem registros memoráveis, mas todos temos os nossos favoritos. Sempre serei fiel a Rubinstein, PQPBach será sempre fiel a Pollini, Vassily Grienrikovich será sempre fiel a Horowitz, enfim, todos temos os nossos favoritos.
A coleção está chegando em sua reta final.

CD 1

01. Polonaise No. 1 (1976) , Op. 26 no. 1
02. Polonaise No. 2, Op. 26 no. 2
03. Polonaise No. 3, Op. 40 no. 1 ‘Military’
04. Polonaise No. 4, Op. 40 no. 2
05. Polonaise No. 5, Op. 44
06. Polonaise No. 6, Op. 53 ‘Heroic’
07. Polonaise No. 7, Op. 61
08. Polonaise No. 8, Op. 71 no. 1

CD 2

01. Polonaise No. 9 (1976) , Op. 71 no. 2
02. Polonaise No. 10, Op. 71 no. 3
03. Polonaise No. 11 in G minor , op. posth
04. Polonaise No. 12 in B flat, op. posth
05. Polonaise No. 13 in A flat, op. posth
06. Polonaise No. 14 in G sharp minor, op. posth
07. Polonaise No. 15 in B flat minor, op. posth
08. Polonaise No. in G flat, op. posth
09. Allergo de concert in A (1978) , Op. 46
10. Marche fun¨¨bre in C minor, op. 72 no. 2
11. Fugue in A minor
12. Feuille d’album in E, op. posth
13. Largo in E flat, op. posth
14. Cantabile in B flat
15. Ecossaises No. 1 ,Op. 72 no. 3
16. Ecossaises No. 2, Op. 72 no. 4
17. Ecossaises No. 3, Op. 72 no. 5

Nikita Magaloff – Piano

CD 1 BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

CD 2 BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

 

Fréderic Chopin (1810-1846) – Préludes, op. 28, op. 45 & op. posth. – Nikita Magaloff

Não sei o que parece para os senhores, mas em minha modesta opinião, a abertura do Prelúdio op. 28 nº2 lembra quase uma marcha fúnebre. O andamento lembra o trote dos cavalos, e o lento andar das pessoas que acompanham. A genialidade de Chopin não encontrava limites ou barreiras.
Hoje temos mais um conjunto de pequenas peças, os Prelúdios, sensiveis e delicados por vezes, intensos e nervosos em outros momentos. Basta fecharmos os olhos enquanto Nikita Magaloff faz a sua mágica. A música flui com naturalidade.

P.S. de Pleyel ao revalidar a postagem em 2023: Nikita Magaloff (1912-1992) estudou em Paris com Isidore Philipp, o mesmo professor de Guiomar Novaes. Embora ela fosse quase vinte anos mais velha que ele, tanto o Chopin de Novaes como o de Magaloff se caracterizam por uma certa naturalidade: tocavam como respiravam ou bebiam água, as escolhas interpretativas pareciam intuitivas, sem busca de virtuosismo performático. Ao mesmo tempo, em vários momentos eles interpretam no sentido forte da palavra, ou seja, fazem escolhas em termos de tempo rubato, de pedal, etc. Sobre o rubato sutil de Madame Novaes, Ranulfus afirmava: “para que sublinhar o que já é intenso por si?”
O mesmo vale para Magaloff.

1-24 – Prelúdios, op. 28
25 – Prelúdio nº 25, op. 45
26 – Prelúdio em Lá Sustenido Maior, op. posth.

Nikita Magaloff – Piano

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FDP / Pleyel (links revalidados)

Fréderic Chopin (1810-1846) – Mazurkas – Nikita Magaloff

As sutilezas do ritmo da mazurca e do rubato tão essencial a Chopin tornam sua leitura difícil para muitos pianistas, apesar de não serem obras carregadas de notas ou com passagens hiper-rápidas. O aspecto melancólico está presente com frequência, mascarado pelo ritmo da dança.

Aí estão as Mazurkas, divinamente interpretadas por esse grande pianista russo que estudou em Paris com Isidor Philipp. Espero que apreciem.

CD 1

1 – 4 – Mazurkas op. 6
5 – 9 – Mazurkas op. 7
10 – 13 – Mazurkas op. 17
14 – 17 – Mazurkas op. 24
18 – 21 – Mazurkas op. 30
22 – 25 – Mazurkas op. 33
26 – 29 – Mazurkas op. 41

CD 2

1 – 3 – Mazurkas op 50
4 – 6 – Mazurkas op. 56
7 – 9 – Mazurkas op. 59
10 – 12 – Mazurkas op. 63
13 – 17 – Mazurkas op. 67
18 – 20 – Mazurkas op. 68
21. Mazurka in A minor (Notre temps no.2)
22. Mazurka in A minor (à son ami Emile Gaillard, 1840)
23. Mazurka in G major
24. Mazurka in B flat major
25. Mazurka in D major
26. Mazurka in B flat (1832)
27. Mazurka in C major
28. Mazurka in A flat major

Nikita Magaloff – Piano

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FDP / Pleyel (links revalidados)

Vários: Dances – Peças para Piano – Benjamin Grosvenor

Vários: Dances – Peças para Piano – Benjamin Grosvenor

 

Danças?

 

Após muitos (muitos!) anos de experiência com música e discos, alguma coisa acaba-se aprendendo. Eu consigo farejar um bom disco a milhas de distância. E este álbum, eu sabia, é excelente. Se bem que gosto, não se deve discutir.

A rabugice e o conservadorismo são traços que afloram a medida em que a idade avança, é inexorável. Rabugento ainda não sou, mas tenho tido episódios. Conservador é claro que não sou, mas essas novidades de discos conceituais dão-me rugas na testa e um ligeiro movimento de pé atrás. Cheira-me a marketing. Mas neste caso, rendo-me absolutamente! Disco maravilhoso, de primeira à última faixa.

Dança é o tema do álbum cuja concepção foi inspirada em uma carta de Ferruccio Busoni para um de seus alunos, Egon Petri, propondo um programa dançante para um recital. Que ideia mais simples, mas maravilhosa…

Pois dança é o assunto do álbum que vai das antigas danças, como a sarabande da Partita do Bach até o Boogie Woogie, no estudo do Morton Gould. Entre elas, valsas, muitas maravilhosas valsas. Ah, polonaises também, pois há Chopin, e algumas mazurkinhas do Scriabin.

Não poderia faltar o Azul Danúbio e tango também.

E como não falar umas palavras sobre o Benjamin Grosvenor, este excelente pianista? Ele despontou para o mundo da música em 2004 ganhando o BBC Young Music Competition com 11 anos (bota Young nisso). Foi convidado a se apresentar na Primeira Noite do 2011 BBC Proms, com apenas 19 anos.

Em 2012, quando ganhou um importante prêmio – o Critics Choice, do Classic Brits, deixou a todos comovidos por dedicar o prêmio a seu irmão dois anos mais velho, portador de síndrome de Down. Benjamin explicou (candidamente):  Eu dedico este prêmio ao meu irmão Jonathan. Isto é por ter me aturado praticando horas seguidas por anos e anos e por ter ido a tantos dos meus concertos contra sua própria vontade. Afinal, para que servem irmãos?

Benjamin Grosvenor

Johann Sebastian Bach
Partita No. 4, BWV828
1 I. Overture
2 II. Allemande
3 III. Courante
4 IV. Aria
5 V. Sarabande
6 VI. Menuet
7 VII. Gigue

Frédéric Chopin
Andante spianato et grande polonaise brillante in E-flat major, Op. 22
8 I. Andante spianato in G major
9 II. Grande polonaise brillante in E-flat major
10 Polonaise no.5 in F sharp Minor Op. 44

Alexander Scriabin
Ten Mazurkas Op. 3
11 No. 6
12 No.4
13 No.9
14 Valse in Ab major Op. 38

Enrique Granados
Valses Poeticos
15 Preludio: Vivace molto
16 I. Melodioso
17 II.Tempo de Vals noble
18 III. Tempo de Vals lento
19 IV. Allegro humoristico
20 V. Allegretto (elegante)
21 VI. Quasi ad libitum (sentimental)
22 VII. Vivo
23 VIII. Presto

Adolf Schulz-Evler
24 Concert Arabesques on themes by Johann Strauss, “By The Beautiful Blue Danube”

Isaac Albeniz (arr. Leopold Godowsky)
25 Tango, Op.165, No.2

Morton Gould
26 Boogie Woogie Etude

Franz Liszt
27 2 Etudes de Concert S. 145, 2 – Gnomenreigen

Johann Sebastian Bach (arr. Wilhelm Kempff)
28. Sonata for Flute and Harpsichord, BWV 1031 – Siciliano

Benjamin Grosvenor, piano

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Vejam as opiniões de alguns críticos:

“performance after performance of surpassing brilliance and character”

– Gramophone

“‘Jeu perlé’ to die for, ever changing colours and an innate sense of articulation and rubato”

– Diapason

“A revelation”

– American Record Guide

The CD is on the table!

Uma observação técnica: as duas últimas faixas desta postagem não fazem parte do disco oficial. Realmente, o disco deveria acabar no estudo do Morton Gould, um tremendo tour de force! Mas, as duas peças que seguem, o Gnomenreigen e o Siciliano de Liszt e Bach (Kempff) são tão bonitinhas que estão aí, como dois encores… Aproveitem!!

René Denon

Frédéric Chopin (1810-1849) – Noturnos – Nikita Magaloff

Ah, os Noturnos … nosso incrível Vassilly recém nos brindou com uma série de postagens dedicadas a este gênero … nem sei o que poderia acrescentar àquela aula que tivemos. Talvez possa apenas pedir para os senhores fecharem os olhos para melhor degustar essas peças. Não são de fácil digestão, elas ficam martelando em nossa cabeça.  É necessária uma concentração muito grande. De preferência, sem ruídos externos. Estas pequenas, porém altamente complexas peças, devem ser, ao lado da ‘Marcia Funebre’ da Terceira Sinfonia de Beethoven, a música mais introspectiva que já foi composta.
Quando ouço o Noturno nº 2 tenho a impressão de estar ao lado de um regato tranquilo, a água fluindo, sem perturbações, os pássaros cantando, as borboletas ao redor das flores, sei lá, tenho esta sensação. Minha mãe sempre conta que tem esta mesma sensação quando ouve o ‘Clair de Lune’, de Debussy. Pode ser. Li em algum lugar que o próprio compositor se inspirou em um ambiente destes para compor essa obra. Não sei o que passava na cabeça de Chopin, só sei dizer que ele estava muito inspirado quando compôs todo este ciclo de Noturnos.

CD 1

01. Nocturne No. 1 in B flat minor, Op 9, No 1
02. Nocturne No. 2 in E flat, Op 9, No 2
03. Nocturne No. 3 in B, Op 9, No 3
04. Nocturne No. 4 in F, Op 15, No 1
05. Nocturne No. 5 in F Sharp, Op 15, No 3
06. Nocturne No. 6 in G minor, Op 15, No 3
07. Nocturne No. 7 in C Sharp minor, Op 27, No 1
08. Nocturne No. 8 in D flat, Op 27, No 2
09. Nocturne No. 9 in B, Op 32, No 1
10. Nocturne No. 10 in A flat, Op 32, No 2
11. Nocturne No. 11 in G minor, Op 37, No 1

CD 2

01. Nocturnes No. 12
02. Nocturnes No. 13
03. Nocturnes No. 14
04. Nocturnes No. 15
05. Nocturnes No. 16
06. Nocturnes No. 17
07. Nocturnes No. 18
08. Nocturnes No. 19
09. Nocturnes No. 20 in C sharp minor, op. posth
10. Nocturnes No. 21 in C minor, op. posth

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Chopin, por Eugène Delacroix

FDP (2019, revalidado por Pleyel, 2021)

Frederic Chopin (1810-1846) – Ballades, Impromptus – Nikita Magaloff

Não sei com relação aos senhores, mas minha vida seria um tédio se não fosse a música. É ela que me alimenta, espiritualmente falando, que me dá forças para encarar as agruras do dia a dia. Preciso dela como se fosse um remédio para curar as mazelas da vida. Não quero parecer pessimista, nem de mal com a vida. Ao contrário. Digamos que cheguei a uma fase de minha vida em que não adianta mais ficar chorando pelo leite derramado, ele nunca vai voltar para o copo. É preciso ir em frente, encarar as adversidades, e para isso preciso desse alimento para a alma, que chamam de música.
E por algum motivo, alguns compositores tem esta incrível capacidade de nos fazer pensar, os senhores também não tem esta sensação? Ouçam o Scherzo nº 2, magistralmente interpretado pelo Nikita Magaloff no segundo CD desta série, que foi disponibilizado dia destes para os senhores. .. não parece um questionamento que o compositor nos faz logo no início, nos perguntando ‘E aí, como vão as coisas?’
Já neste terceiro CD, bem, aqui a coisa é ainda mais séria: temos as magníficas 4 Baladas, já tão gravadas, dissecadas pelos principais pianistas do século XX e deste início de Século XXI. A música de Chopin tem esta incrível capacidade de nos fazer refletir. Volto a pedir sua atenção para este terceiro CD. Temos um intérprete maduro, em sua total capacidade técnica e no apogeu de maturidade artística nos brindando e nos convidando a esta reflexão. Digamos que ele está nos fornecendo a trilha sonora para esta reflexão.

01. Ballade No. 1 (1974)
02. Ballade No. 2
03. Ballade No. 3
04. Ballade No. 4
05. Impromptu No. 1
06. Impromptu No. 2
07. Impromptu No. 3
08. Impromptu No. 4

Nikita Magaloff – Piano

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Frédéric Chopin (desenho a lápis por George Sand, 1841)

FDP / Pleyel (links revalidados)

Frédéric Chopin – Scherzos, Berceuse Op. 57, etc. – Nikita Magaloff

Não lembro quando foi que ouvi Chopin pela primeira vez, provavelmente era um CD de uma coleção da antiga Abril Cultural,  que trazia algumas obras como a Balada nº1, o Scherzo nº 1, entre outras. Não lembro quem era o pianista. Só lembro que aquele disco me impactou bastante. De todas as obras daquele LP a que mais me impactou foi a Balada nº 1. Imaginem, eu era apenas um adolescente nos seus doze ou treze anos de idade, não entendia nada nem sabia o que significava aquilo. Com o tempo fui conhecendo melhor a obra do mestre polonês, e conheci Arthur Rubinstein. Mas isso é outra história.

Frédéric Chopin (1810-1849):
01. Scherzo No. 1, Op. 20
02. Scherzo No. 2, Op. 31
03. Scherzo No. 3, Op. 39
04. Scherzo No. 4, Op. 54
05. Berceuse Op. 57
06. Barcarolle Op. 60
07. Fantaisie Op. 49 (1978)
08. Bolero Op. 19
09. Contredanse in G flat major
10. Tarantelle Op. 43

Nikita Magaloff – Piano

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In memoriam Ivan Moravec (1930-2015) – Fryderyk Chopin: Nocturnes

In memoriam Ivan Moravec (1930-2015) – Fryderyk Chopin: Nocturnes

POSTAGEM ORIGINALMENTE FEITA EM 27/7/2015

Acabo de voltar do trampo, pronto para redigir uma resenha que preparara mentalmente entre um enfermo e outro, quando soube que o sensacional pianista Ivan Moravec faleceu hoje em Praga, aos 84 anos.

Suspendi, claro, meus planos originais e resolvi homenageá-lo, compartilhando com vocês a gravação mais legendária do grande artista tcheco: aquela dos noturnos de Chopin, feita em 1965 e periodicamente relançada, de selo em selo, com enorme sucesso.

Não é à toa: a leitura de Moravec para os noturnos é linda e inconfundível. Talvez haja rubato em demasia para o gosto de alguns, mas há lirismo de sobra, e há uma coerência da primeira à última nota da série. Moravec era absolutamente obsessivo com o som dos pianos que tocava e com o ajuste fino de sua mecânica. Viajava com sua caixa de ferramentas e, frequentemente, era visto trabalhando junto com os afinadores e técnicos nos intervalos de gravações, de ensaios ou mesmo de recitais.

Moravec nasceu em Praga no começo de uma década especialmente desgraçada para seu país, que acabaria com a brutal ocupação da jovem nação tchecoslovaca pelas forças de Hitler e sua anexação à esfera do Reich como o Protetorado da Boêmia e da Morávia. A expulsão dos alemães significou o pano rápido para o desfraldar da Cortina de Ferro, sob as saias da União Soviética, e o jugo de regimes autocráticos que restringiam enormemente as viagens internacionais de seus cidadãos, incluindo os artistas.

Ainda assim, gravações piratas do jovem Moravec circularam amplamente pela Europa Ocidental e pelas Américas, e com tal repercussão que o selo Connoisseur Society (o mesmo que tinha em contrato o maravilhoso Antônio Guedes Barbosa) atravessou a férrea Cortina e convidou o prodígio para realizar gravações. Naquele 1965, o clima político na Tchecoslováquia era relativamente ameno, de modo que o contrato foi firmado, e as legendárias sessões que ora lhes alcanço, realizadas em New York e Viena entre a primavera e o outono do mesmo ano.

Aquela calmaria política, claro, era parte do processo de gradual abertura que culminaria, três anos depois, com as reformas de Dubček, a Primavera de Praga e as sangrentas invasão e ocupação soviéticas. Moravec, mais uma vez, acabaria fechado atrás da Cortina de Ferro, lecionando em Praga, gravando prolificamente e, quando assim lhe permitia a nomenklatura, saindo para breves turnês.

Meus saudosos meses em Praga, que incluíram um longo inverno com pouco dinheiro a tiritar de frio, foram muito menos duros por causa de Moravec. Tive a suprema honra de assistir a recitais seus na divina Obecní dům (Casa Municipal) e no régio Rudolfinum. Suas gravações para o selo Supraphon, baratas como batatinhas, encheram-me de uma felicidade tal que, para ser mais plena, só se me forrasse também o estômago. E foi no encarte de uma dessas gravações que li pela primeira vez uma entrevista com o mestre. No meio da espessa sopa de letrinhas do idioma tcheco, havia uma declaração bastante óbvia, e de maneira tão ululante que até eu consegui entender:

– Você sabe… minha verdadeira paixão é cantar.

Depois que se escuta o que segue, só nos resta concordar.

In memoriam Ivan Moravec (9/11/1930 – 27/7/2015)

Fryderyk Franciszek CHOPIN (1810-1849)

NOTURNOS PARA PIANO

Ivan Moravec, piano

CD 1

01 – Três Noturnos, Op. 9 – No. 1 em Si bemol menor
02 – Três Noturnos, Op. 9 – No. 2 em Mi bemol maior
03 – Três Noturnos, Op. 9 – No. 3 em Si menor
04 – Três Noturnos, Op. 15 – No. 1 em Fá maior
05 – Três Noturnos, Op. 15 – No. 2 em Fá sustenido menor
06 – Três Noturnos, Op. 15 – No. 3 em Sol menor
07 – Dois Noturnos, Op. 27 – No. 1 em Dó sustenido menor
08 – Dois Noturnos, Op. 27 – No. 2 em Ré bemol maior
09 – Dois Noturnos, Op. 32 – No. 1 em Si maior
10 – Dois Noturnos, Op. 32 – No. 2 em Lá bemol maior

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CD 2

01 – Dois Noturnos, Op. 37 – No. 1 em Sol menor
02 – Dois Noturnos, Op. 37 – No. 2 em Sol maior
03 – Dois Noturnos, Op. 48 – No. 1 em Dó menor
04 – Dois Noturnos, Op. 48 – No. 2 em Fá sustenido menor
05 – Dois Noturnos, Op. 55 – No. 1 em Fá menor
06 – Dois Noturnos, Op. 55 – No. 2 em Mi bemol menor
07 – Dois Noturnos, Op. 62 – No. 1 em Si maior
08 – Dois Noturnos, Op. 62 – No. 2 em Mi maior
09 – Peças Póstumas para piano, Op. 72 – No. 1: Noturno em Mi menor

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Vassily

Frederic Chopin (1810-1846) – Sonatas – Nikita Magaloff, piano

Minha geração cresceu ouvindo Chopin com dois pianistas cujos nomes viraram quase sinônimos do mestre polonês: Arthur Rubinstein e Nikita Magaloff. Foram dois excepcionais músicos, que viveram muito, cruzaram praticamente o século, que se tornaram lendas em seus instrumentos. Sobre Rubinstein nem preciso falar muito, já que é citado constantemente aqui no PQPBach.
Mas quem foi Nikita Magaloff? Bem, foi um pianista georgiano – russo, ou seja, filho de georgianos, mas nascido em São Petersburgo. Com a Revolução Russa de 1917 sua família fugiu para a Finlândia, e de lá,e estimulado pelo amigo de família Sergey Prokofiev, foi para Paris estudar, onde fez amizade com muita gente conhecida, incluindo Maurice Ravel.
Foi o primeiro músico a gravar a integral das obras para piano de Chopin, e a interpretava ao vivo, em uma série de seis recitais (que memória o homem tinha).
Esta integral tem 13 cds. Vou trazê-los aos poucos, conforme meu tempo disponível para tanto. Sei que todos irão gostar.

CD 1

01. Piano Sonata No.1, Op.4 (1978) – 1. Allegro maestoso
02. Piano Sonata No.1, Op.4 – 2. Minuetto. Allegretto
03. Piano Sonata No.1, Op.4 – 3. Larghetto
04. Piano Sonata No.1, Op.4 – 4. Finale. Presto
05. Piano Sonata No. 2, Op. 35 (1976) – 1. Grave – doppio movimento
06. Piano Sonata No. 2, Op. 35 – 2. Scherzo. Piú lento – Tempo I
07. Piano Sonata No. 2, Op. 35 – 3. Marche funebre. Lento
08. Piano Sonata No. 2, Op. 35 – 4. Finale. Presto
09. Piano Sonata No. 3, Op. 58 (1976) – 1. Allegro maestoso
10. Piano Sonata No. 3, Op. 58 – 2. Scherzo. Molto vivace
11. Piano Sonata No. 3, Op. 58 – 3. Largo
12. Piano Sonata No. 3, Op. 58 – 4. Finale. Presto non tanto

Nikita Magaloff – Piano

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Nikita Magaloff (1912-1992)

FDP / Pleyel (links revalidados)

Bach, Brahms, Chopin, Debussy, Dvořák, Grieg, Kancheli, Kempff, Ligeti, Liszt, Mendelssohn, Pärt, Ravel, Scarlatti, Scriabin, Tchaikovsky: Motherland (com Khatia Buniatishvili)

Bach, Brahms, Chopin, Debussy, Dvořák, Grieg, Kancheli, Kempff, Ligeti, Liszt, Mendelssohn, Pärt, Ravel, Scarlatti, Scriabin, Tchaikovsky: Motherland (com Khatia Buniatishvili)

Lembram daquela série interminável de discos da Philips — lançados nos anos 70 e 80 — que eram seleções malucas de clássicos e que tinham gatinhos na capa? Ali, o Aleluia de Händel podia vir antes de um trecho de Rhapsody in Blue, o qual era seguido pela Abertura 1812 e pela chamada Ária na Corda Sol (mentira, corda sol coisa nenhuma) de Bach, por exemplo. Salada semelhante é servida por Khatia Buniatishvili neste CD. Mas o importante é faturar enquanto a beleza não abandona a pianista. Ela tem alguns anos de sucesso ainda. Como habitualmente, neste disco ela é muita emoção e languidez — principalmente a última –, acompanhada de um talento que não precisaria ter registros gravados. Temos tanta gente melhor! Depois deste disco altamente suspeito, ela sucumbe aqui. Só a aparência não basta. Afinal, ouvimos o CD. Vocês sabem que eu amo as belas musicistas, mas tudo tem limite.

O volume 1 da numerosa série

Bach, Brahms, Chopin, Debussy, Dvořák, Grieg, Kancheli, Kempff, Ligeti, Liszt, Mendelssohn, Pärt, Ravel, Scarlatti, Scriabin, Tchaikovsky: Motherland (com Khatia Buniatishvili)

1 Johann Sebastian Bach: Was mir behagt, ist nur die muntre Jagd, BWV 208: IX. Schafe können sicher weiden (Arr. for Piano)
2 Pyotr Ilyich Tchaikovsky: The Seasons, Op. 37b: X. October (Autumn Song)
3 Felix Mendelssohn-Bartholdy: Lied ohne Worte in F-Sharp Minor, Op. 67/2
4 Claude Debussy: Suite Bergamasque, L. 75: III. Clair de lune
5 Giya Kancheli: Tune from the Film by Lana Gogoberidze: When Almonds Blossomed
6 György Ligeti: Musica ricercata No. 7 in B-Flat Major
7 Johannes Brahms: Intermezzo in B-Flat Minor, Op. 117/2
8 Franz Liszt: Wiegenlied, S. 198
9 Antonín Dvorák: Slavonic Dance for Four Hands in E Minor, Op. 72/2: Dumka (Allegretto grazioso)
10 Maurice Ravel: Pavane pour une infante défunte in G Major, M. 19
11 Frédéric Chopin: Etude in C-Sharp Minor, Op. 25/7
12 Alexander Scriabin: Etude in C-Sharp Minor, Op. 2/1
13 Domenico Scarlatti: Sonata in E Major, K. 380
14 Edvard Grieg: Lyric Piece in E Minor, Op. 57/6: Homesickness
15 Traditional: Vagiorko mai / Don’t You Love Me?
16 Wilhelm Kempff: Suite in B-Flat Major, HWV 434: IV. Menuet
17 Arvo Pärt: Für Alina in B Minor

Khatia Buniatishvili, piano

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Desculpe, Khatia, não rolou.

PQP

Ainda mais Cordas: o Banjo (Perpetual Motion – Béla Fleck)

51ZgNDY+BULPassada em revista a parte da família das cordas que é tocada com arcos, enveredamos por um outro ramo da família com quem os arcos não falam muito, pois as salas de concerto costumam torcer-lhes os narizes: aquele das cordas dedilhadas.

Antes que me joguem os tomates, ou me perguntem por que exus eu não apus a palavrinha .:interlúdio:. ao título de uma gravação, vejam só, de banjo, de BANJO, de B A N J O! incongruentemente atirada no meio das sacrossantas interpretações dos Pollinis e Bernsteins que os blogueiros não-vassílycos publicam por aqui, bem, antes que venham os apupos, os “foras!” e que me defenestrem, eu antecipadamente me defendo: Béla Fleck é um TREMENDO músico e merece ser ouvido.

Ok, o repertório do CD é um balaio de gatos cheio de figurinhas fáceis do repertório das coleções “The Best of”, só que ele é feito sob medida para Fleck exibir com sobras seu talento. Asseguro-lhes que dificilmente ouvirão um banjo ser tocado com tanta maestria, ainda mais acompanhado por músicos do naipe de, entre outros, Joshua Bell, John Williams e Edgar Meyer. No final, para relaxar, Fleck colocou uma ótima versão bluegrass do “Moto Perpétuo” de Paganini, mas ela está claramente identificada como tal e os puristas entre vós outros poderão deletá-la antes que ela fira algum ouvido.

E, se vocês acharam interessante o Fleck ter o nome de Béla, saibam que o nome completo do cavalheiro é Béla Anton Leoš Fleck. Sim: uma homenagem ao grande Béla, àquele Anton e a este Leoš.

PERPETUAL MOTION – BÉLA FLECK

Domenico SCARLATTI (1685-1757)
01 – Sonata em Dó maior, K. 159

Johann Sebastian BACH (1685-1750)
02 – Invenção a duas vozes no. 13 em Lá menor, BWV 784

Claude-Achille DEBUSSY (1862-1918)
03 – Children’s Corner, L. 113 – “Doctor Gradus ad Parnassum”

Fryderyk Franciszek CHOPIN (1810-1849)
04 – Mazurkas, Op. 59 – no. 3 em Fá sustenido menor

Johann Sebastian BACH
05 – Partita no. 3 em Mi maior, BWV 1006 – Prélude

Fryderyk Franciszek CHOPIN
06 – Études, Op. 10 – no. 4 em Dó sustenido menor
07 – Mazurkas, Op. 6 – no. 1 em Fá sustenido menor

Johann Sebastian BACH
08 – Invenção a três vozes (Sinfonia) em Sol maior, BWV 796

Pyotr Ilyich TCHAIKOVSKY (1840-1893)
09 – Souvenir d’un lieu cher, Op. 42 – no. 3: Mélodie

Johannes BRAHMS (1833-1897)
10 – Cinco estudos para piano, Anh. 1a/1 – no. 3 em Sol menor, após Johann Sebastian Bach

Johann Sebastian BACH
11 – Suíte no. 1 em Sol maior, BWV 1007 – Prelude
12 – Invenção a três vozes (Sinfonia) em Si menor, BWV 801

Niccolò PAGANINI (1782-1840)
13 – Moto Perpetuo, Op. 11

Domenico SCARLATTI
14 – Sonata em Ré menor, K. 213

Johann Sebastian BACH
15 – Invenção a duas vozes no. 6 em Mi maior, BWV 777

Ludwig van BEETHOVEN (1770-1827)
16 – Sonata no. 14 em Dó sustenido menor, Op. 27 no. 2, “Luar” – Adagio sostenuto

Johann Sebastian BACH
17 – Invenção a duas vozes no. 11 em Sol menor, BWV 782

Ludwig van BEETHOVEN
18 – Sete Variações sobre “God Save the King”, WoO 78

Johann Sebastian BACH
19 – Invenção a três vozes (Sinfonia) em Mi menor, BWV 793

Niccolò PAGANINI
arranjo de James Bryan Sutton
12 – Moto Perpetuo, Op. 11 (versão bluegrass)

Béla Fleck, banjo
Joshua Bell, violino
Gary Hoffmann, violoncelo
Evelyn Glennie, marimba
Edgar Meyer, contrabaixo
Chris Thile, bandolim
James Bryan Sutton, violão folk
John Williams, violão

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Vassily Genrikhovich