Frederic Chopin (1810-1846) – Ballades, Impromptus – Nikita Magaloff

Não sei com relação aos senhores, mas minha vida seria um tédio se não fosse a música. É ela que me alimenta, espiritualmente falando, que me dá forças para encarar as agruras do dia a dia. Preciso dela como se fosse um remédio para curar as mazelas da vida. Não quero parecer pessimista, nem de mal com a vida. Ao contrário. Digamos que cheguei a uma fase de minha vida em que não adianta mais ficar chorando pelo leite derramado, ele nunca vai voltar para o copo. É preciso ir em frente, encarar as adversidades, e para isso preciso desse alimento para a alma, que chamam de música.
E por algum motivo, alguns compositores tem esta incrível capacidade de nos fazer pensar, os senhores também não tem esta sensação? Ouçam o Scherzo nº 2, magistralmente interpretado pelo Nikita Magaloff no segundo CD desta série, que foi disponibilizado dia destes para os senhores. .. não parece um questionamento que o compositor nos faz logo no início, nos perguntando ‘E aí, como vão as coisas?’
Já neste terceiro CD, bem, aqui a coisa é ainda mais séria: temos as magníficas 4 Baladas, já tão gravadas, dissecadas pelos principais pianistas do século XX e deste início de Século XXI. A música de Chopin tem esta incrível capacidade de nos fazer refletir. Volto a pedir sua atenção para este terceiro CD. Temos um intérprete maduro, em sua total capacidade técnica e no apogeu de maturidade artística nos brindando e nos convidando a esta reflexão. Digamos que ele está nos fornecendo a trilha sonora para esta reflexão.

01. Ballade No. 1 (1974)
02. Ballade No. 2
03. Ballade No. 3
04. Ballade No. 4
05. Impromptu No. 1
06. Impromptu No. 2
07. Impromptu No. 3
08. Impromptu No. 4

Nikita Magaloff – Piano

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Frédéric Chopin (desenho a lápis por George Sand, 1841)

FDP / Pleyel (links revalidados)

4 comments / Add your comment below

  1. Belo disco. Especialmente, a versão das baladas 3 e 4 me deixou impressionado. De fato a música é fundamental, e tomo emprestado os últimos versos da Primeira Elegia de Duíno: “(…) inutilmente foi que outrora, a primeira / música para lamentar Linos, violentou a rigidez da / matéria inerte? No espaço que ele abandonava, jovem, / quase deus, pela primeira vez o vácuo estremeceu / em vibrações – que hoje nos trazem êxtase, consolo e amparo” (tradução de Dora Ferreira da Silva).

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