Claude Debussy (1862-1918): Obras Orquestrais – Jean Martinon (4 CDs) #DEBUSSY160

Claude Debussy (1862-1918): Obras Orquestrais – Jean Martinon (4 CDs) #DEBUSSY160

160 anos de Debussy

Claude-Achille Debussy (Saint-Germain-en-Laye, 22 de Agosto de 1862 — Paris, 25 de Março de 1918)

Debussy por Jean Martinon: esta nova garimpagem do amigo Daniel the Prophet atingiu o Monge Ranulfus de um modo bastante pessoal.

Em março de 1972 um adolescente brasileiro deixava o faroeste poeirento onde crescera para viver na capital do seu estado – no que alguns não veriam grande progresso, pois esta era tida como das mais provincianas do país. Sabedor dessa fama, mal pôde acreditar quando viu anunciada para breve a apresentação de uma das orquestras cujo nome via desde pequeno nos discos com que o pai fazia da casa uma ilha de experiências incomuns naqueles sertões.

Assim, em abril de 1972 a comemoração de 15 anos do adolescente Ranulfus foi assistir Jean Martinon regendo a ORTF em Curitiba – e regendo precisamente La Mer, que abre esta coleção de Debussy – numa espécie de dupla iniciação: do lado mais mundano, a primeira experiência de uma grande sala de concertos com artistas de renome mundial. Do lado mais sutil, um novo tipo de experiência auditiva, como uma  viagem por entre objetos sonoros quase palpáveis, diferente de andar ao longo dos rios, calmos ou turbulentos, que brotavam dos discos do pai, que não costumavam guardar nada composto depois de 1900.

44 anos depois [postagem original de 2016], a emoção de Ranulfus se renovou ao saber que estes quatro volumes de Debussy, juntamente com quatro de Ravel (que, fiquem calmos, também virão daqui uns dias), foram gravados nos dois anos seguintes àquele concerto, e que isso foi uma espécie de testamento de Martinon, que nos deixou já em 1976.

Este blog já tem a obra orquestral de Debussy com monstros como Boulez, Mravinski e Salonen, entre outros, e não sou eu quem se arriscará a comparar – mas não vou esconder que gosto imensamente do Debussy de Martinon: um Debussy firme, de um vigor másculo amadurecido – se posso me expressar assim – onde os timbres refulgem num espaço de extraordinária transparência e nitidez, a anos-luz das nebulosidades frouxas que se costumou associar à palavra “impressionismo”, como um clichê.

Enfim: vamos ouvir?

CD 1
LA MER
01. I: De l’aube à midi sur la mer
02. II: Jeux de vagues
03. III: Dialogue du vent et de la mer
TROIS NOCTURNES
04. I: Nuages
05. II: Fêtes
06. III: Sirènes (Choeurs de l’ORTF)

07. Prélude à l’après-midi d’un faune (Alain Marion, flute)
08. Marche écossaise
09. Berceuse Héroïque
MUSIQUES POUR LE ROI LEAR
10. I: Fanfare
11. II: Le Sommeil de Lear

CD 2
01. Jeux (poème dansé)
IMAGES
02. 1: Gigues
03. 2.1: Iberia: Par les rues et par les chemins
04. 2.2: Iberia: Les parfums de la nuit
05. 2.3: Iberia: Le Matin d’un jour de fête
06. 3: Rondes de Printemps
PRINTEMPS (orch. Henri Büsser)
07. Première partie
08. Deuxième partie (Michel Sedrez / Fabienne Boury, pianos)

CD 3
CHILDREN’S CORNER SUITE
(orch. André Caplet; Jules Goetgheluck, oboe)
01. 1. Doctor Gradus ad Parnassum
02. 2. Jimbo’s Lullaby
03. 3. Serenade for the Doll
04. 4. The Snow is Dancing
05. 5. The Little Shepherd
06. 6. Golliwoggs Cakewalk
PETITE SUITE (orch. Henri Büsser)
07. I: En Bateau
08. II: Cortège
09. III: Menuet
10. IV: Ballet
DANSE SACREE ET DANSE PROFANE
(Marie-Claire Jamet, harp)
11. I: Danse Sacrée
12. II: Danse Profane
LE BOITE À JOUJOUX (orch. André Caplet)
13. I: Le Magasin de jouets
14. II: Le Champ de bataille
15. III: La Bergerie à vendre
16. IV: Après fortune faite

CD 4
FANTAISIE POUR PIANO ET ORCHESTRE
(Aldo Ciccolini, piano)
01. I: Andante – Allegro
02. II: Lento e molto espressivo
03. III: Allegro molto

04. La Plus Que Lente (John Leach, címbalom)
05. Premiere Rapsodie pour orchestre avec clarinette principale
(Guy Dangain, clarinet)
06. Rapsodie pour orchestre et saxophone solo
(Jean-Marie Loneix, sax)
07. Khamma (légende dansée)
(orch. Charles Koechlin; Fabienne Boury, piano)
08. Danse: Tarantelle Styrienne (orch. Maurice Ravel)

Jean Martinon regendo a Orchestre Nationale de l’ORTF
(Office de Radiodiffusion-Télévision Française)
Gravado em 1973-74, Salle Wagram, Paris

CDs 1 + 2 : BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

CDs 3 + 4 : BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

Debussy dando um rolê na praia.
Debussy dando um rolê na praia.

Ranulfus (2016)

Debussy (1862 – 1918): Debussy Orchestrated – Orchestre National des Pays de la Loire & Pascal Rophé ֍ #DEBUSSY160

Debussy (1862 – 1918): Debussy Orchestrated – Orchestre National des Pays de la Loire & Pascal Rophé ֍ #DEBUSSY160

Debussy

Petite Suite

La boîte à joujoux

Children’s Corner

Orchestre National des Pays de la Loire

Pascal Rophé

Se houvesse um único critério para estabelecer se este ou aquele compositor teria passagem para o panteão dos imortais, na minha opinião, seria o reconhecimento imediato de alguma de suas peças, melodia (tune), vocês me entendem, pelos ‘trouxas’, aquelas pessoas que não são como nós e raramente ouvem música ‘clássica’, quem dirá leem os nomes das peças nas capas dos discos ou nos visores do streaming.

Lembra-se da sequência no início do filme ‘Amadeus’, de Milos Forman, na qual o idoso Salieri experimentando seu já não tão lento afundamento no esquecimento? Nenhum de seus ‘hits’ é reconhecido pelo padre que o assiste, mas eis que por encanto, um delas ascende os olhos do sacerdote desejoso de agradar ao decrépito Salieri – Sim, está sim, eu reconheço bem! – Pois esta não é minha, é da ‘criatura’! Assim é como Salieri se referia à Mozart.

Aplicando este mundano (admito) critério a Debussy ele teria passe livre para o tal panteão, um único bilhete no qual estaria escrito Clair de lune! Uma única evidência para tão ousada afirmação: basta lembrar do filme Frankie and Johnny (1996), com a deslumbrante Michelle Pfeiffer e o carismático Al Pacino. Se você não se lembra do filme, busque a última cena dele. Eu digo pela música, a melodia de Clair de lune surge na forma como foi composta por Debussy, para piano, e depois vai se transmutando em uma peça para orquestra. A continuidade das cenas embalada pela música é bastante interessante, levando em conta o momento em que o filme foi feito.

Henri Büsser, quando jovem…

Neste disco temos algo assim, a música composta originalmente por Debussy para piano é apresentada em roupas de música para orquestra.  A orquestração não é de Debussy, mas é quase como se fosse. Os orquestradores eram muito próximos, colaboradores e amigos dele, Henri Büsser e André Caplet.

Começamos com a Petit suíte, composta em 1899 para piano a quatro mãos e orquestrada por Henri Büsser em 1907, que foi plenamente aprovada por Debussy e é um sucesso desde então. A posto que você nunca deixará de reconhecer os acordes iniciais do primeiro movimento, En bateau.

Adivinhe qual ator seria escalado para fazer o papel do Caplet…

Em 1905 nasceu Chouchou, a filha de Debussy, que acabou escrevendo para ela a suíte Children´s Corner. A dedicatória ‘dear little Chouchou, with tender apologies from her father for what follows’, assim como os títulos dos movimentos, foram dados em inglês pelo próprio Claude. Ele gostava de inglês, especialmente dos escritos de Edgar Allan Poe. A orquestração ficou aos cuidados de André Caplet, amigo e colaborador de Debussy e também compositor. Entre os movimentos desta suíte, a Serenade for the Doll era um dos encores de Horowitz.

Em 1913, o ilustrador André Hellé (veja a capa do disco) sugeriu a Debussy que compusesse um balé para fantoches, descrevendo as aventuras de brinquedos que ganham vida. O tema faz sucesso desde sempre. Debussy certamente conhecia os balés de Tchaikovsky e de seu contemporâneo inovador Stravinsky. O resultado foi La Boîte à joujou que ele compôs para piano e iniciou a orquestração, mas que só foi terminada em 1919, de novo, por Caplet.

Claude Debussy (1862 – 1918)

Petite Suite

  1. En bateau
  2. Cortège
  3. Menuet
  4. Ballet

La Boite A Joujoux

  1. Prélude
  2. 1, Le magasin de jouets
  3. 2, Le champ de bataille
  4. 3, La bergerie à vendre
  5. 4, Après fortune faite
  6. Épilogue

Children’s Corner

  1. Doctor Gradus ad Parnassum
  2. Jimbo’s Lullaby
  3. Serenade for the Doll
  4. The Snow Is Dancing
  5. The Little Shepherd
  6. Golliwog’s Cake-Walk

Orchestre National des Pays de la Loire

Pascal Rophé

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FLAC | 261 MB

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MP3 | 320 KBPS | 157 MB

Pascal Rophé e a ONPL achando a Sala de Concertos do PQP Bach em Pomerode encantadora…

With the present disc, Pascal Rophé and his Orchestre National des Pays de la Loire pay tribute to their great countryman, Claude Debussy – but not with the standard orchestral fare. Debussy Orchestrated paints a portrait of a light-hearted composer, seen through the eyes of two of his collaborators, Henri Büsser and André Caplet, who transferred the works recorded here from the keyboard to the orchestra.  [Resumo do site Prestomusic]

Both La boîte à joujoux and the similarly enchanting Children’s Corner are performed with deft panache by this quality orchestra, whose subtly shaded tone and style sound much more like those of earlier French vintages than the globalised full-colour sonority dominating elsewhere today. There are outstanding individual players, among them the principal oboe, whose haunting contribution to ‘The Little Shepherd’ in Children’s Corner is a special moment. [BBC Music Magazine, maio de 2022]

the playing is exquisite….a wonderfully engaging disc of great charm. [Gramophone, abril de 2022]

Aproveite!
René Denon

Pascal Rophé… Rophé!

Resposta do nosso quizz:

Quizz 2: Qual o nome da rádio, do programa de rádio e do apresentador do mesmo, no filme Frankie e Johnny?

The Classical Clarinet (Poulenc, Saint-Saens, Stravinsky, Weber, Mendelssohn, Schumann, etc.)

The Classical Clarinet (Poulenc, Saint-Saens, Stravinsky, Weber, Mendelssohn, Schumann, etc.)

Esse é um CD imperdível. Para começar a brincadeira, Poulenc. Por experiência própria, posso dizer que essa sonata é difícil pra caramba. Exige muita técnica do clarinetista, que é claro é muito bom.  A sonata de Saint-Saens tem um daqueles temas que entram na sua cabeça e não saem mais. Saens opta por não mostrar o lado mecânico do instrumento, mas sim o lado melódico. Tanto é que até para o piano é fácil.

Quase todos os compositores são do século 20, o que deixa a coisa muito legal. Ouvindo o CD vc tem a nítida impressão de que os compositores querem tirar ao máximo do instrumento, seja melodicamente, seja mecanicamente.

Enfim. Ouça e depois diga o que achou do disco. Boa audição,

The Classical Clarinet ( Poulenc, Saint-Saens, Stravinsky, Weber, Mendelssohn, Schumann, etc.)

CD1
Francis Poulenc – Sonata for Clarinet and Piano
01 – Allegro Tristamente
02 – Romanzza
03 – Allegro com Fuoco
Claude Debussy – Première Rapsodie for Clarinet and Piano
04 – Lento, Moderement animé, Scherzando anime
Camille Saint-Säens – Sonata for Clarinet and Piano
05 – Allegreto
06 – Allegro Animato
07 – Lento
08 – Molto Allegro – Allegreto
Henri Büsser – Pastorale
09 – Andante – Allegro
Igor Stravinsky – Three pieces for Clarinet Solo
10 – Molto Tranquillo
11 – Vivace
12 – Vivacíssimo
Bohuslav Martinu – Sonatina for Clarinet and Piano
13 – Moderato
14 – Andante
15 – Poco Allegro
Malcolm Arnold – Sonatine for Clarinet and Piano
16 – Allegro com Brio
17 – Andantino
18 – Furioso

CD2
Carl Maria Von Weber- Grand Duo Concertanto
01 – Allegro con Fuoco
02 – Andante con Moto
03 – Rondo – Allegro
Harald Genzmer – Sonatine, for Clarinet and Piano
04 – Lento – Allegro
05 – Adagio
06 – Vivace
Robert Schumann – Fantasiestück for Clarinet and Piano
07 – Zart und Mit Asdruck
08 – Lebhaft
09 – Rash und mit Feuer
Alban Berg – Vier Stücke
10 – Mässig
11 – Sehr Langsam
12 – Sehr Rasch
13 – Langsam
Felix Mendelssohn-Bartholdy – Sonata for Clarinet and Piano
14 – Adagio – Allegro Moderato
15 – Andante
16 – Allegro Moderato

Henk de Graaf, Clarinet
Daniel Wayenberg, Piano

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Como não colocar uma foto de Henk de Graaf?
Como não colocar uma foto de Henk de Graaf?

Gabriel Clarinet