O medo não impede a morte. Impede a vida.
Naguib Mahfouz
Fim de domingo aqui, muito calor e praia lotada. Eu sigo com algumas atribulações, mesmo assim prossegui um pouco mais com a leitura do ótimo Noites das mil e uma noites, de Naguib Mahfouz.
Aladim tornou-se discípulo do sheik Abdala, casou-se com Zubaida, a linda filha do sheik, que toca alaúde e tem voz maviosa. Tanta fortuna certamente traria inveja aos corações dos outros pretendentes e Aladim acaba acusado de roubo de joias e de meter-se com os karijitas. Estou ansioso para saber como ele se safará dessas enrascadas.
Enquanto isso, decidi ouvir Rimsky-Korsakov, Sheherazade (ou Scherazade, na grafia do livro). Saí em busca de uma gravação porreta! É claro, há essa aqui, muito boa, mas eu queria novidades (ou mesmo velhidades, desde que ótimas). Andei às voltas com Reiner (ótimo), Markevitch e o bamba do Kondrashin, mas acabei mesmo aqui, Kirov Orchestra e Valery Gergiev. A capa é espetacular, como tudo o mais, Sheherazade sedutora como nunca, segundo os músicos russos, que exibem e esbaldam talento. Até os contrapesos são atrativos. São eles, o poema sinfônico Nas estepes da Ásia Central, de Borodin, e uma orquestração de Islamey, a peça mais quebra-dedos do repertório de piano até a chegada do Gaspard de la nuit, do Ravel. Enfim, um disco das Arábias!
Nikolay Rimsky Korsakov (1844 – 1908)
Scheherazade, Op. 35
- The Sea and Sinbad’s Ship
- The Story of the Calender Prince
- The Young Prince and the Young Princess
- Festival at Bagdad – The Sea – The Shipwreck
Alexander Borodin (1833 – 1887)
In the Steppes of Central Asia
- In the Steppes of Central Asia
Mily Balakirev (1837 – 1910)
Islamey – Oriental Fantasy (Orch. Lyapunov)
- Islamey
Sergei Levitin (violin)
Mariinsky (Kirov) Orchestra
Valéry Gergiev
Recorded: 2001-11
Recording Venue: Mariinsky Theatre, St. Petersburg
BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE
MP3 | 320 KBPS | 179 MB
Trecho da crítica na Gramophone: The virtuosity of the St Petersburg soloists is also a ready match for even that of the Chicago Symphony Orchestra in its heyday, whether woodwind, brass or strings, with an edge-of-seat tension conveyed, particularly when Gergiev opts for challengingly fast speeds in the climactic passages of the second and fourth movements.
Da BBC Music Magazine: [Gergiev] bring[s] out Rimsky’s crystalline solo textures, such as the passages for solo cello, horn and woodwinds in the first movement. And if tempos are slow in the first three movements, Gergiev makes up for lost time in the fiery, bristling fourth, which becomes a tour-de-force for an orchestra clearly at the height of its powers
Veja o artigo Valery Gergiev and the Nightmare of Music Under Putin no link , caso seja de seu interesse.
Aproveite!
René Denon
