Não pensem que erramos, é que a Orpheus trabalha sem maestro. Este antigo CD é maravilhoso. Embora a orquestra toque com instrumentos modernos, mas esta longe de ser o oposto da “prática de época” — na minha opinião, esse movimento também informa algumas das maneiras de abordar as obras. Então, não deixa de ser historicamente informado. Ouçam e concluam. A Orpheus dá-nos versões enérgicas, ágeis e maravilhosas de três obras encantadoras. A melhor Sinfonia pode ser a 80, OK, mas sou apaixonado pela 22. O nome (“O Filósofo”) não está no manuscrito original e é improvável que tenha vindo do próprio Haydn. Ele aparece em uma cópia manuscrita da sinfonia encontrada em Modena, datada de 1790. Portanto, o apelido data da época do compositor, mas não da composição (1764). Pensa-se que o título deriva da melodia e do contraponto do primeiro movimento (entre as trompas e o corne inglês), que musicalmente aludem a uma pergunta seguida de uma resposta e paralelamente ao sistema de debate disputatio. O uso de um efeito tique-taque abafado na peça também evoca a imagem de um filósofo imerso em pensamentos enquanto o tempo passa. Só que o apelido torna-se menos apropriado à medida que a sinfonia avança e a seriedade dá lugar ao bom humor…
F. J. Haydn (1732-1809): Sinfonias No. 22 (Der Philosoph) • No. 63 (La Roxelane) • No. 80 (Orpheus Chamber Orchestra)
Este post é originalmente de 2007. Vocês vão notar pelo texto abaixo, que Charlie Haden ainda não tinha falecido.
Agora é P.Q.P. Bach quem ataca de jazz para divulgar outro CD que o guitarrista Pat Metheny (1954) fez em dupla, desta vez com o grande baixista Charlie Haden (1937). Todas as informações grifadas a seguir forma retiradas da Wikipedia.
É um CD muito jazzístico e delicado, em que todas as músicas são tocadas apenas pelos dois solistas em rigoroso duo, com apenas a intervenção de uma discreta bateria (Metheny arrisca-se no instrumento…) em uma das faixas e de alguns efeitinhos de teclado. Haden explora ao extremo seu estilo mais cantabile do que o de um mero marcador de tempo, extraindo de seu contrabaixo um som mais limpo do que cheio. Já Pat Metheny é conhecidíssimo e não vamos perder tempo descrevendo o que vocês já sabem.
.oOo.
Charles Edward Haden é um contrabaixista de jazz nascido a 6 de Agosto de 1937 em Shenandoah no Iowa nos EUA.
Haden é mais conhecido pela sua associação de longa data com o saxofonista Ornette Coleman, mas também pelas suas caraterísticas linhas de baixo melódicas e é hoje um dos mais respeitados contrabaixistas e compositores de jazz da actualidade.
Biografia
Haden nasceu numa família de músicos que actuava frequentemente na rádio, tocando música country e canções folk americanas. Haden estreou-se profissionalmente como cantor quando tinha apenas dois anos de idade e continuou a cantar com a sua família até aos quinze anos, quando contraiu uma forma ligeira de poliomielite que lhe danificou permanentemente as cordas vocais. Alguns anos antes, Haden começara a interessar-se por jazz e a tocar no contrabaixo do seu irmão.
Algum tempo depois, mudou-se para Los Angeles em 1957 e começou a tocar profissionalmente, nomeadamente com o pianista Hampton Hawes e com o saxofonista Art Pepper.
Charlie Haden tornou-se famoso tocando com Ornette Coleman no final dos anos 50, culminando no disco The Shape of Jazz to Come (1959). Este álbum foi muito controverso, na época, e o próprio Haden confessou que, a princípio, o estilo de Coleman o deixava completamente confundido e que se limitava a repetir as linhas melódicas de Coleman no contrabaixo. Foi só mais tarde que ganhou a confiança para criar as suas próprias linhas.Além da sua associação com Coleman, Haden fazia parte do trio e depois do “”American quartet” de Keith Jarrett, com Paul Motian e Dewey Redman, de 1967 a 1976.
Nos anos 70, fundou, com Carla Bley, a Liberation Music Orchestra (LMO). A sua música era fortemente experimental, associando o free jazz e a música de intervenção política. O seu primeiro álbum debruçava-se sobre a Guerra Civil Espanhola. A LMO tinha uma formação flutuante, abrangendo os principais instrumentistas de jazz. Através dos arranjos de Carla Bley, usavam uma vasta paleta de instrumentos de metal, como tuba, trompa e trombone, além da secção mais tradicional de trompete e instrumentos de palheta. O álbum da Liberation Music Orchestra de 1982, The Ballad of the Fallen refería-se, de novo à Guerra Civil Espanhola bem como à instabilidade política e envolvimento dos EUA na América Latina.
Em 1990 a orquestra regressou com o disco Dream Keeper, um registo mais heterogéneo, utilizando o gospel e música sul-africana para referir-se à América Latina e ao Apartheid.
Em 1971 durante uma excursão em Portugal, Haden dedicou a sua “Song for Che” aos revolucionários anti-colonialistas das colónias portuguesas de Angola, Moçambique e Guiné-Bissau. No dia seguinte, foi preso no aeroporto de Lisboa e interrogado pela DGS, a polícia política portuguesa. Foi prontamente libertado graças à intervenção da embaixada americana em Lisboa, mas foi depois interrogado acerca da dedicatória pelo FBI, já nos EUA.
Esta exploração temática de géneros de música habitualmente não associados ao jazz tornou-se uma característica marcante de Haden com o seu Quartet West. Fundado em 1987, o quarteto era composto por Haden, Ernie Watts no saxofone, Alan Broadbent ao piano e Larance Marable na bateria. O grupo apresentava arranjos de Broadbent, românticos e elaborados e recebeu muitos prémios.
Haden também tinha trabalhava em duetos com vários pianistas, como Hank Jones, Kenny Barron e Denny Zeitlin. Explorou a música folk americana em American Hymns, a música dos film noir em Always Say Goodbye e a música popular cubana em Nocturne.
Em 1989 foi artista convidado do Festival de Jazz de Montreal e tocou todas as noites do festival com diferentes conjuntos e bandas. A maior parte destes concertos foram editados na série The Montreal Tapes.
Em 1990 grava, com o mestre da guitarra portuguesa, Carlos Paredes, o álbum Dialogues.
No final de 1997, colabora num dueto com o guitarrista Pat Metheny, explorando a música da sua infância, no álbum Beyond the Missouri Sky (Short Stories) e realizando uma digressão mundial com Metheny.
Em 2005, Haden voltou a reunir a Liberation Music Orchestra, grandemente renovada, para lançar Not In Our Name, abordando a situação política dos EUA e a guerra do Iraque.
Em 2007, no seu 70º aniversário, lança o documentário: “Charlie Haden”.
.oOo.
E sobre Pat Metheny…
Biografia
Iniciando com o trompete já aos 8 anos de idade, Metheny trocou para a guitarra ao 12 anos. Aos 15 anos, já estava trabalhando com os melhores músicos de jazz do Kansas, adquirindo experiência em bandas já muito jovem. Seu primeiro sucesso na cena internacional do jazz foi em 1974. Com o lançamento de seu primeiro álbum, Bright Size Life (1975), segundo a crítica, ele reinventara “o som tradicional da guitarra jazz” para uma nova geração de guitarristas.
Durante sua carreira, continuou a redefinir o genero utilizando novas tecnologias e trabalhando constantemente para refinar sua capacidade sonora e de improvisação no seu instrumento.Planejando sua carreira com sabedoria, trabalhou primeiro com uma gravadora de grande prestígio na música moderna (ECM), depois em uma gravadora de inclinações pop (Geffen) e finalmente com a multi-nacional (Warner Bros). Flertou com o jazz-rock, com grande sucesso, e chegou mesmo a ter videoclipes exibidos na rede MTV. Segundo os críticos Richard Cook e Brian Morton, “Metheny tornou-se uma figura-chave na música instrumental dos últimos 20 anos”.
Durante os anos, atuou com músicos tão diversos como Steve Reich, Ornette Coleman, Herbie Hancock, Jim Hall, Milton Nascimento e David Bowie. Formou uma parceria de composição com o tecladista Lyle Mays por mais de vinte anos – uma parceria que foi comparada às de Lennon/McCartney e de Ellington/Strayhorn por críticos e por ouvintes igualmente. O trabalho de Metheny inclui composições para guitarra solo, instrumentos elétricos e acústicos, grandes orquestras, e peças para ballet, com passagens que variam do jazz moderno ao rock e ao clássico.
Metheny atuou também na área academica como professor de música. Aos 18, foi o professor mais novo de sempre na universidade de Miami. Aos 19, transformou-se no professor mais novo de sempre na faculdade de Berkeley de música, onde recebeu também o título de doutor honorário vinte anos mais tarde (1996). Ensinou também em workshops de música em várias partes do mundo, desde o Dutch Royal Conservatory ao Thelonius Monk Institute of Jazz. Foi também um dos pioneiros da música eletrônica, e foi um dos primeiros músicos do jazz que tratou o sintetizador seriamente. Anos antes da invenção da tecnologia de MIDI, Metheny usava o Synclavier como uma ferramenta de composição . Também tem participação no desenvolvimento de diversos novos tipos de guitarras tais como a guitarra acústica soprano, a guitarra de 42-cordas Pikasso, a guitarra de jazz Ibanez Pm-100, e uma variedade de outros instrumentos feitos sob encomenda.
Metheny é um músico que estuda e escreve muito, está aberto a inúmeras influências, e principalmente toca e grava muito. Nesse processo, atira em várias direções, e é inegável que acaba produzindo alguns trabalhos de caráter mais comercial, ainda que agradáveis e perfeitamente bem executadas.
Ele ganhou ganhou vários concursos como o “melhor guitarrista de jazz” e prêmios, incluindo discos de ouro para os álbuns Still Life (Talking), Letter from Home e Secret Story. Ganhou também quinze prêmios Grammy Awards sobre uma variedade de categorias diferentes incluindo “Best Rock Instrumental”, “Best Contemporary Jazz Recording”, “Best Jazz Instrumental Solo”, “Best Instrumental Composition”.
O Pat Metheny Group ganhou sete Grammies consecutivos em sete álbums consecutivos. Metheny dedica-se a maior parte de seu tempo a turnes e viagens, e calcula uma média entre 120 à 240 viagens por ano desde 1974. Continua a ser uma das estrelas mais brilhantes da comunidade do jazz, dedicando tempo aos seus próprios projetos, a novos músicos e aos veteranos, ajudando-lhes a alcançar suas audiências tão como realizar suas próprias visões artísticas.
Beyond The Missouri Sky (Short Stories)
1. Waltz For Ruth
2. Our Spanish Love Song
3. Message To A Friend
4. Two For The Road
5. First Song
6. The Moon Is A Harsh Mistress
7. The Precious Jewel
8. He’s Gone Away
9. The Moon Song
10. Tears Of Rain
11. Cinema Paradiso (Love Theme)
12. Cinema Paradiso (Main Theme)
13. Spiritual
Vocês sabem aquele disco consistente? Pois é o caso. São bons concertos de Britten e Walton — o de Britten é bem melhor — , boas interpretações, boa gravação. Nada de arrebentar, mas tudo em seu lugar. Há traços de Shostakovich no concerto de Britten e a tão vilipendiada viola é bem tocada pelo excelente Vengerov no Walton. O concerto de Britten é cheio de íntima agitação e emoção crua, mas também é elegante e lírico. Vengerov faz justiça aos muitos matizes deste trabalho, particularmente a seu final dolorido e solene, o qual é soberbamente interpretado.
B. Britten (1913-1976): Violin Concerto / W. Walton (1902-1983): Viola Concerto
1 Violin Concerto Op.15: I Moderato con moto – 10:05
2 Violin Concerto Op.15: II Vivace – 8:24
3 Violin Concerto Op.15: III Passacaglia – Andante lento (un poco meno mosso) 15:22
4 Viola Concerto: I. Andante comodo 9:47
5 Viola Concerto: II. Vivo, con molto preciso 4:24
6 Viola Concerto: III. Allegro moderato 16:23
Maxim Vengerov
London Symphony Orchestra
Mstislav Rostropovich
Na tradição de Purcell, Ode for St Cecilia’s Day — escrita assim sem data — na maioria das vezes sugere a grande Hail bright Cecilia de 1692. Mas não importa, a primeira ode para Cecília de Purcell, Welcome to all the pleasures, de nove anos antes, é uma joia por si só e contém música esplêndida, incluindo o fascinante ária Here the deities approve. O catálogo conta com duas versões impressionantes de Andrew Parrott e Robert King, mas esta leitura cuidadosa e lúcida resiste bem à concorrência. The Choir and Orchestra of the Golden Age, conjunto de instrumentos de época com sede em Manchester, trazem performances robustas do Te Deum e do Jubilate. David Staff é um solista efervescente e de bom gosto na Trumpet Sonata de Purcell, que atua como um interlúdio satisfatório para os números vocais. Há muito para desfrutar aqui.
Henry Purcell (1659-1695): Ode for St. Cecilia’s Day / Te Deum e outras peças (Choir and Orchestra of the Golden Age, Glenton)
Morning Service in D Major, Z. 232: Te Deum
1 Morning Service in D Major, Z. 232: Te Deum 13:17
The noise of foreign wars
2 The noise of foreign wars 06:50
Raise, raise the voice, Z. 334
3 Raise, raise the voice, Z. 334 12:28
Trumpet Sonata in D Major, Z. 850
4 I. Allegro 01:27
5 II. Adagio 01:37
6 III. Allegro 01:31
Fishburn, Christopher – Lyricist
Welcome to all the pleasures, Z. 339, “Ode on St. Cecilia’s Day”
7 Welcome to all the pleasures, “Ode on St. Cecilia’s Day”, Z. 339 17:20
Purcell, Henry
Morning Service in D Major, Z. 232: Jubilate Deo
8 Morning Service in D Major, Z. 232: Jubilate Deo 08:19
Bass Vocals – Thomas Guthrie
Choir – Choir Of The Golden Age
Conductor – Robert Glenton
Countertenor Vocals – Christopher Robson, William Purefoy
Orchestra – Orchestra Of The Golden Age
Soprano Vocals – Jeni Bern, Susan Bisatt
Tenor Vocals – Ian Honeyman
Trumpet [Natural Trumpet] – David Staff
A música de Janáček para conjuntos de câmara já foi moda — foi muito gravada nos anos 60 e 70. Tanto que podemos escolher entre muitos bons registros. A escolha do repertório é um tanto original (ou estranha) e isto é muito bom! A Sonata e as duas primeiras peças para violino e piano realmente têm pouco a ver com o Capriccio. Ildiko Line sai-se maravilhosamente em tudo, mas parece sentir-se mais à vontade no Romance, com seu calor e lirismo brahmsianos, do que na Sonata, cujas originalidades podem lhe escapar. Na abertura do Adagio final, por exemplo, espera-se uma resposta exuberante no violino. Hlawatsch expõe os quatro acordes de abertura com correção, mas Line não vem coma ferocidade esperada. Já o segundo movimento, a Balada, nunca ouvi melhor versão. O Capriccio é uma peça estranha mesmo para os padrões de Janáček. Hlawatsch está claramente intrigado com a música e responde com cuidado os extraordinários problemas de equilíbrio apresentados por um acompanhamento (se é que se pode chamar assim) de flauta, dois trompetes, três trombones e tuba. Lindo disco!
Leoš Janáček (1854-1928)
Sonata for Violin and Piano, JW VII/7 (*)
1 I. Con moto 05:51
2 II. Balada; Con moto 04:56
3 III. Allegretto 02:54
4 IV. Adagio 05:34
Romance, JW VII/3 (*)
5 Romance, JW VII/3 05:12
Dumka, JW VII/4 (*)
6 Dumka, JW VII/4 06:22
Allegro, JW IX/9 (*)
7 Allegro, JW IX/9 03:25
Capriccio for Piano Left-Hand and Chamber Orchestra, JW VII/12
8 I. Allegro 05:19
9 II. Adagio 05:42
10 III. Allegretto 04:18
11 IV. Andante 06:36
Conductor – Tamás Benedek
Flute, Piccolo Flute – István Rácz
Piano – Thomas Hlawatsch
Trombone – Kerényi Balázs, Sandor Szabo (2), Tibor Koszorus
Trumpet – Czeglédi Zsolt (2), István Somorjai
Tuba – Bálint István
Violin – Ildikó Line (*)
Schoenberg já estava vivendo na Califórnia quando escreveu seu Concerto para Violino. Ainda era um ser humano ríspido, mandão e gostava de estar sempre cercado de acólitos, mas já estava, de forma muito curiosa, tropicalizado. Usava roupas incríveis, quase havaianas em seu radicalismo. Queria fazer músicas para filmes em Hollywood, mas pedia dinheiro demais e não era contratado… Teve também a doce ilusão de que seu Concerto tocaria nas rádios — hábito nos anos 30 e 40 — e que ficaria famoso nos States. Imaginem o quanto o sujeito viajava na maionese! Estava nos EUA.. Bem, claro que nada disso aconteceu e hoje ouvimos com interesse diminuto a obra, que é boa. Nada além disso. Já o Concerto para Violino de Sibelius é tonal, belíssimo e glorioso. Hillary Hahn e Esa-Pekka Salonen, com seus suecos, dão um banho. Acho que vale a audição, claro.
4. Violin Concerto in D minor, Op.47 – 1. Allegro moderato 17:20
5. Violin Concerto in D minor, Op.47 – 2. Adagio di molto 8:36
6. Violin Concerto in D minor, Op.47 – 3. Allegro, ma non tanto 7:16
Hilary Hahn, violino
Swedish Radio Symphony Orchestra
Esa-Pekka Salonen
John Eliot Gardiner gravou as obras da Rainha Mary — a Ode de Aniversário e a Música para o Funeral — lá em 1976. A Orquestra e o Coro Monteverdi já eram espetaculares, só que esta gravação analógica do Aniversário, feita na Capela Rosslyn Hill, em Londres, não é tão bem equilibrada, com os solistas às vezes soando pequenos demais para competir com o conjunto de apoio. No entanto, a execução da Música Funeral por Gardiner é um acontecimento grandioso e imponente, e é uma pena que a gravação não lhe faça maior justiça. O Funeral — com o perdão da palavra — é um verdadeiro deleite, especialmente os quartetos de trombones. Há um verdadeiro sentimento de luto, mas sem deixar a música totalmente sombria. Interpretação suntuosa e altamente dramática. Talvez insuperável ainda hoje, apesar de seus problemas.
Henry Purcell (1659-1695): “Come Ye Sons Of Art” – Ode For The Birthday Of Queen Mary (1694) / Music For The Funeral Of Queen Mary (1695) (Gardiner)
“Come Ye Sons Of Art” Ode For The Birthday Of Queen Mary (1694) = Ode Pour L’Anniversaire De La reine Mary = Geburtstagsode Für Königin Maria
1 Ouverture 4:06
2 “Come, Ye Sons Of Art, Come Away” 1:58
3 “Sound The Trumpet” 2:28
4 “Come, Ye Sons Of Art, Come Away” 1:23
5 “Strike The Viol” 4:43
6 “The Day That Such A Blessing” 2:29
7 “Bid The Virtues” 3:31
8 “These, Are The Sacred Charms” 1:38
9 “See Nature, Rejoicing” 2:54
Music For The Funeral Of Queen Mary (1695) = Musique Funèbre Pour La Reine Mary = Trauermusik Für Königin Maria
10 Marche 2:12
11 “Man That Is Born” 3:46
12 Canzona 1:43
13 “In The Midst Of Life” 5:53
14 Canzona 0:49
15 “Thou Knowest, Lord, The Secrets Of Our Hearts” 2:18
16 March 2:15
Bass Vocals – Thomas Allen
Cello [Continuo] – Marilyn Sansom
Choir – Monteverdi Choir*
Composed By – Henry Purcell
Conductor – John Eliot Gardiner
Contrabass [Continuo] – Barry Guy
Countertenor Vocals – Charles Brett, John Williams (41)
Ensemble – Equale Brass Ensemble*
Harpsichord [Continuo] – Trevor Pinnock
Orchestra – Monteverdi Orchestra*
Sackbut [Equale Brass Ensemble] – Peter Harvey (2)
Soprano Vocals – Felicity Lott
Timpani [Equale Brass Ensemble] – David Corkhill
Trombone [Equale Brass Ensemble] – Peter Goodwin
Trumpet [Equale Brass Ensemble] – Graham Whiting, Michael Laird (2)
Este foi o álbum de estreia de Julia Fischer. Sua colaboração com Yakov Kreizberg já vinha de algum tempo. Ela o considerava o mais simpático dos maestros, e ele a ajudou a concretizar a gravação. Ele compartilhava com ela a admiração pelo concerto de Khachaturian e apoiou o plano de gravar esta peça imerecidamente negligenciada. Ela achava difícil até vendê-la para os promotores de concertos, que sem dúvida teriam preferido a milésima versão do concerto de Tchaikovsky. Mas ambos os artistas acreditaram em todos os trinta e sete minutos da obra, que é mesmo magnífica. Kreizberg, imaginem, morreu em 2011 com apenas 51 anos. No Concerto de Khat, há um “apelo de sabor armênio”, às vezes soando folclórico, até mesmo oriental. Há poesia também, como no tratamento do segundo tema, e de todo o comovente Andante sostenuto, com mais cor armênia. David Oistrakh estreou este concerto. O Primeiro Concerto para Violino de Prokofiev é a obra mais familiar deste programa, tanto em concerto como em disco. Nas notas do livreto de Fischer, ela menciona sua ironia, sarcasmo, e seu lirismo, no qual ela diz que pretendeu focar. Ela faz justiça a todos os os estados de espírito, pois saborear esses contrastes é essencial, né? E ela tem razão — este é um concerto principalmente lírico, e sua estrutura incomum de dois movimentos externos lentos emoldurando um scherzo central influenciou alguns outros concertos de cordas. A abordagem de Fischer é bastante íntima e convincente. O Glazunov é aceitável, com um allegro final bem dançável e assobiável.
Haydn escreveu 104 sinfonias, das quais a última é apresentada neste disco interpretado pelos eslovacos da Capella Istropolitana e seu regente inglês Barry Wordsworth, grupo de crescente reputação na Europa. E você vê o porquê neste disco. Eles conseguem levar Haydn de uma forma que captura o espírito e o frescor de seu trabalho. As três sinfonias são tocadas lindamente. E com Haydn isso é muito. Ele é reconhecido hoje como o “pai” da sinfonia, não porque tenha criado a forma — houve sinfonias antes dele, mas não soavam como hoje. Foi Haydn quem moldou e desenvolveu a sinfonia na forma clássica madura. A de Nº 44 é facilmente reconhecida como uma sinfonia moderna com quatro movimentos. É um trabalho agradável, mas certamente não está classificado entre os trabalhos mais importantes de Haydn, mas já dá a promessa das coisas maiores que estão por vir. A música de Haydn está repleta de felicidade e de belas melodias para as quais ele parecia ter um suprimento inesgotável. A Sinfonia Nº 88 representa mais um avanço no crescimento de Haydn como compositor. Continua sendo uma das sinfonias mais populares de Haydn e é frequentemente gravada e tocada em concertos. Aqui temos mais consistência do que na 44. Já é uma joia, mas a pepita do disco, no entanto, é a Sinfonia Nº 104, facilmente uma daquelas poucas sinfonias classificadas entre as maiores já escritas. Este é Haydn no pleno reflexo de sua genialidade. Nela, o compositor combina seu inato senso de estilo com uma grande competência e é uma alegria ouvi-la mais uma vez. Uma palavra sobre a Capella Istropolitana e Wordsworth: cresci numa época em que as sinfonias traziam consigo um molho pesado, às vezes indigesto. Minha introdução à Sinfonia Nº 104 de Haydn foi com Otto Klemperer e a Philharmonia. A interpretação era majestosa, grandiosa, bem executada e totalmente sem noção. Aqui, tudo é mais íntimo. A Capella Istropolitana é uma orquestra menor e de toque muito mais leve. É Haydn. Sua genialidade foi nos levar até às portas de Beethoven, mas ele não foi Beethoven.
Franz Joseph Haydn (1732-1809): Sinfonias Nº 44 “Trauer”, 88 e 104 “London” (Capella Istropolitana, Wordsworth)
Symphony No. 44 in E Minor, Hob.I:44, “Trauersinfonie” (Mourning)
1 I. Allegro con brio 07:08
2 II. Menuet and trio 06:23
3 III. Adagio 04:35
4 IV. Finale: Presto 03:48
Symphony No. 88 in G Major, Hob.I:88
5 I. Adagio – Allegro 06:40
6 II. Largo 05:34
7 III. Menuetto: Allegretto 04:13
8 IV. Finale: Allegro con spirito 03:53
Symphony No. 104 in D Major, Hob.I:104, “London”
9 I. Adagio – Allegro 08:22
10 II. Andante 09:29
11 III. Menuet – Trio 05:26
12 IV. Finale: Spiritoso 06:51
Orchestra: Capella Istropolitana
Conductor: Wordsworth, Barry
Meus amigos, Mahler escreveu uma redução de A Canção da Terra (Das Lied von der Erde) para piano e voz… Quem conhece a obra sabe que não pode ter ficado grande coisa, claro, mas estas reduções eram uma prática comum numa época em que havia frequentes saraus musicais. Por incrível que pareça, Shostakovich também fazia versões para piano de suas sinfonias. Pois bem, Arnold Schoenberg adorava Das Lied von der Erde e resolveu fazer um arranjo para pequeno grupo que estivesse mais próximo da grandiosidade do original. São 15 instrumentos, dentre os quais um piano — principalmente para “simular” os tutti — e duas vozes.
Philippe Herreweghe, que não é trouxa e conhece a capacidade de Schoenberg para reearranjar peças de outros (conhecem seus trabalhos orquestrais sobre peças para órgão de Bach e quartetos de Brahms e Schubert? Pois deviam!) resolveu gravar a versão em 1994 para a Harmonia Mundi.
A informação que tenho dos quinze instrumentistas foi retirada do CD que possuo. Nele não há a relação deles. Agora li um comentário de que seriam nove: flauta, clarinete, dois violinos, viola, cello, baixo, piano e harmônica. Deixo a pesquisa para vocês, OK?
A interpretação de Herreweghe e seus músicos é para deixar qualquer um pasmo. É uma coisa de louco este CD.
Texto da Canção da Terra com traduções e análises: AQUI. Basta clicar no cabeçalho, cada imagem representa um dos movimentos.
Recomendo para todos! Imperdível para mahlerianos!
Gustav Mahler (1860-1911): A Canção da Terra (arranjo de Schoenberg e Riehn)
1. I. Das Trinklied vom Jammer der Erde – 8:13
2. II. Der Einsame im Herbst – 9:25
3. III. Von der Jugend – 3:50
4. IV. Von der Schönheit – 7:30
5. V. Der Trunkene im Frühling – 4:47
6. VI. Der Abschied – 28:55
Alto Vocals – Birgit Remmert
Composed By – Gustav Mahler
Conductor – Philippe Herreweghe
Ensemble – Ensemble Musique Oblique
Instrumentation By – Arnold Schoenberg, Rainer Riehn
Tenor Vocals – Hans Peter Blochwitz
Como vocês sabem, sofro de hipobachemia, mal que aflige algumas pessoas que ficam muito tempo longe de J.S. Bach. Durante as crises causadas pela síndrome, ficamos trêmulos, irritadiços como se fôssemos menstruar e não conseguimos ouvir compositores que desperdiçam notas como se estivessem bebendo água na torneira da praça. Então, sempre PRECISO voltar a ele como a um barco seguro. Este repertório é algo raro, apesar de sua alta qualidade. OK, não falemos em qualidade, é sinônimo de Bach.
J. S. Bach (1685-1750): Missae Breves, BWV 234 & 235 (Pygmalion)
1. Motet: “Der Gerechte kommt um” 6:23
2. Messe Brève en Sol Mineur, BWV 235: I. Kyrie 5:35
3. Messe Brève en Sol Mineur, BWV 235: II. Gloria 2:57
4. Messe Brève en Sol Mineur, BWV 235: III. Gratias 3:11
5. Messe Brève en Sol Mineur, BWV 235: IV. Domine fili 4:54
6. Messe Brève en Sol Mineur, BWV 235: V. Qui tollis peccata mundi 4:07
7. Messe Brève en Sol Mineur, BWV 235: VI. Cum sancto spiritu 4:07
8. Messe Brève en La Majeur, BWV 234: I. Kyrie 5:42
9. Messe Brève en La Majeur, BWV 234: II. Gloria 5:41
10. Messe Brève en La Majeur, BWV 234: III. Domine Deus 5:37
11. Messe Brève en La Majeur, BWV 234: IV. Qui tollis peccata mundi 6:53
12. Messe Brève en La Majeur, BWV 234: V. Quoniam tu solus 3:09
13. Messe Brève en La Majeur, BWV 234: VI. Cum sancto spiritu 3:14
Vamos às explicações. Trevor Pinnock fez uma bela gravação das Partitas para o selo Archiv na década de 1980 — é esta que ora vos posto –, mas há uma gravação mais recente que é uma melhoria significativa tanto em termos do som gravado, quanto no que diz respeito à interpretação, que subiu vários degraus. Trata-se da gravação de Hänssler. O PQPBach tem ambas. Pinnock é sempre bom, mas ele parece estar no topo na outra versão. Os trinados e ornamentos são relaxados e uniformes, seu toque legato é incomparável. Os movimentos de dança são perfeitos, sem serem apressados ou frenéticos. Tudo parece mais simples sem ser superficial. Mas esta versão aqui é também sensacional, é o trampolim para a outra. E é muito bom ver um grande artista evoluir. A competição é obviamente acirrada neste repertório e não farei nenhuma comparação com versões para piano. Huguette Dreyfus é uma concorrente, embora eu ache Pinnock mais flexível, mais interessante musicalmente e com melhor qualidade de som. Masaaki Suzuki é bom se você quiser tempos mais relaxados e um pouco mais de ar entre você e o instrumento. Aos meus ouvidos, Suzuki é menos “parecido com Bach” do que Pinnock. É elegante, mas de alguma forma um pouco distante e enigmático. Scott Ross é péssimo. Excetuando Ross, eu viveria feliz com qualquer versão para cravo, mas estas duas de Pinnock moram no meu ventrículo esquerdo, que é onde o coração bate mais forte.
J. S. Bach (1685-1750): 6 Partitas, BWV 825-830 (Pinnock – Archiv)
Partita No. 1 In B Flat Major, BWV 825 = B-dur = En Si Bémol Majeur
1-1 1. Praeludium 1:57
1-2 2. Allemande 4:12
1-3 3. Corrente 2:50
1-4 4. Sarabande 4:09
1-5 5. Menuet I/II 2:35
1-6 6. Gigue 2:27
Partita No. 2 In C Minor, BWV 826 = C-moll = En Ut Mineur
1-7 1. Sinfonia. Grave Adagio 4:34
1-8 2. Allemande 5:30
1-9 3. Courante 2:00
1-10 4. Sarabande 2:48
1-11 5. Rondeaux 1:27
1-12 6. Capriccio 3:34
Esta não é a melhor gravação de Dido e Aeneas que está em nosso blog. Há outras bem melhores, quase todas. Mas Harnoncourt é sempre Harnoncourt e merece nosso respeito. Trata-se de uma obra-prima composta por Purcell. É considerada a primeira ópera nacional inglesa, tendo sido a única escrita por Purcell (1659-1695), um dos maiores compositores britânicos de todos os tempos e mestre do barroco. Ainda que tenha vivido pouco, nos deixou um número expressivo de odes para coro e orquestra, cantatas, canções, hinos, serviços, sonatas de câmara e obras para teclado, além de mais de quarenta peças para música de cena (PQP Bach tem TODAS, VALE A PENA CONHECER). Henry Purcell alcançou em vida relativo prestígio.
A ópera foi escrita em 1689, para o internato feminino Josias Priest, de Chelsea, Londres, a partir de um libretto de Nahum Tate (1652-1715), poeta e dramaturgo inglês. O enredo segue a história de amor entre a lendária rainha de Cartago, Dido, e o refugiado troiano Enéas, narrada no livro IV da Eneida de Virgílio. Quando o mítico herói e sua tropa naufragam em Cartago, ele e a rainha se enamoram. Mas, por inveja, as bruxas conspiram contra os amantes e convencem Enéas a partir, pois seu destino, traçado pelos deuses, é o de fundar uma nova Tróia, a cidade de Roma. Enéas, mesmo blasfemando contra a inclemência dos deuses, aceita seguir viagem e comunica a Dido que partirá naquela manhã. A rainha, esmagada pela dor, imola-se, apesar de Enéas, comovido e mudando o desígnio, afirmar preferir enfrentar a cólera dos deuses a abandoná-la.
A partitura é uma obra-prima de concisão e uma modelo para toda ópera de bolso: a orquestra inclui cordas e contínuo, há uns poucos papéis principais e a duração dos seus três atos não ultrapassa uma hora. Nela, Purcell incorporou tanto os desenvolvimentos da escola inglesa do século XVII, como influências musicais continentais. Combina, por exemplo, danças e coros, elementos próprios da tradição francesa, com árias que seguem em geral os modelos das óperas barrocas italianas. Os recitativos, por seu turno, a cavaleiro das tradições francesas e italianas, nada têm de artificial – são livres, melódicos e plasticamente moldados ao texto.
A abertura é francesa: um adágio solene inicial dá lugar a uma seção mais animada que introduz a cena. Já os coros homofónicos construídos com base em ritmos de dança, recordam os de Lully, assim como o minueto do coro Fear não danger to ensue (“Não temas os perigos que possam vir”). No entanto, cabe salientar a melodia tipicamente inglesa de Pursue thy conquest, Love (“Persegue tua conquista, Amor”) e a do coro Come away, fellow sailors (“Vinde, camaradas de marinheiros”), no início do terceiro ato. Esta alegre e singela canção marinheira carrega evidente matiz popular.
Algumas árias da ópera foram construídas sobre um baixo ostinato. A última delas, e a mais importante, é o famoso lamento de Dido: When I am laid in earth (“Quando eu descer à terra”), uma das mais tocantes de todo repertório lírico. Nela, além do ostinato, os intervalos descendentes e as harmonias com retardos intensificam o infortúnio da rainha.
O coro final, With drooping wings (“Com asas caídas”) parece inspirado no de Vénus and Adonis, de Blow – de quem Purcell foi, aliás, discípulo. Possui forte caráter elegíaco, sugerido pelo uso de escalas menores descendentes e pelas impressionantes pausas após a expressão “never part” (“nunca parta”).
Henry Purcell (1659-1695): Dido And Aeneas (Concentus Musicus Wien, Harnoncourt)
Dido And Aeneas, Opera, Z. 626
1.1 1. Overture 2:53
Act I
1.2 2. Song (Belinda) & Chorus “Shake The Cloud From Off Your Brow” 1:06
2.1 3. Song (Dido) “Ah! Belinda” 4:08
2.2 4. Recitative & Song (Belinda & Dido) “Grief Increases By Concealing” 0:32
2.3 5. Chorus “When Monarchs Unite” 0:14
2.4 6. Recitative (Dido & Belinda) “Whence Could So Much Virtue Spring?” 2:13
2.5 7. Duet (Belinda & Second Woman) & Chorus “Fear No Danger” 1:36
3.1 8. Recitative (Belinda, Aeneas & Dido) “See, Your Royal Guest Appears” 0:50
3.2 9. Chorus “Cupid Only Throws The Dart” 0:35
3.3 10. Recitative (Aeneas) “If Not For Mine, For Empire’s Sake” 0:23
3.4 11. Song (Belinda) “Pursue Thy Conquest, Love” 0:51
3.5 12. Chorus “To The Hills And The Vales” 1:20
4 13. The Triumphing Dance 1:21
Act II Scene 1
5.1 14. Recitative (Sorceress) “Wayward Sisters” 2:31
5.2 15. Chorus “Harm’s Our Delight” 0:14
5.3.1 16. Recitative (Sorceress) “The Queen Of Carthage”. 0:42
5.3.2 Chorus “Ho Ho Ho” 0:10
5.4.1 17. Recitative (Witches & Sorcerers) “Ruin’d Ere The Set Of Sun?” 1:20
5.4.2 Chorus “Ho Ho Ho” 0:10
5.5 18. Duet (Witches) “But Ere We This Perform” 1:10
6.1 19.Chorus “In Our Deep Vaulted Cell” 1:07
6.2 20. Echo Dances Of Furies 1:01
Act II Scene 2
7.1 21. Ritornelle 0:57
7.2 22. Song (Belinda) & Chorus “Thanks To These Lonesome Vales” 1:15
8.1 23. Song (Second Woman) “Oft She Visits This Lone Mountain” 1:38
8.2 24. Recitative (Aeneas & Dido) “Behold, Upon My Bending Spear” 0:35
8.3 25. Song (Belinda) & Chorus “Haste, Haste To Town” 0:43
9 26. Recitative (Spirit & Aeneas) “Stay, Prince” 3:00
Act III Scene 1
10.1 27. Song (Sailor) & Chorus “Come Away, Fellow Sailors” 1:32
10.2 28. The Sailors’ Dance 0:51
11.1 29. Recitative & Duets (Sorceress & Witches) “See The Flags And Streamers Curling” 1:06
11.2 30. Song (Sorceress) “Our Next Motion” 0:41
11.3 31. Chorus “Destruction’s Our Delight” 0:34
11.4 32. The Witches’ Dance 1:13
Act III Scene 2
12.1 33. Recitative (Dido, Belinda & Aeneas) “Your Counsel All Is Urg’d In Vain” 4:52
12.2 34. Chorus “Great Minds Against Themselves Conspire” 1:04
13 35. Recitative (Dido) “Thy Hand, Belinda” / Song (Dido) “When I Am Laid In Earth” 4:24
14 36. Chorus “With Droppings Wings Ye Cupids Come” 2:47
Chorus – Arnold-Schönberg-Chor*
Chorus Master – Erwin G. Ortner*
Composed By – Henry Purcell
Conductor – Nikolaus Harnoncourt
Libretto By – Nahum Tate
Orchestra – Concentus Musicus Wien
Vocals [Aeneas, A Trojan Prince] – Anton Scharinger
Vocals [Belinda, Dido’s Sister] – Rachel Yakar
Vocals [Dido, Or Elissa, Queen Of Carthage] – Ann Murray
Vocals [Sailor] – Josef Köstlinger
Vocals [Second Witch] – Helrun Gardow
Vocals [Second Woman • First Witch] – Elisabeth Von Magnus-Harnoncourt*
Vocals [Sorceress] – Trudeliese Schmidt
Vocals [Spirit] – Paul Esswood
Provavelmente, a Filarmônica de Munique deu mais apresentações da música de Anton Bruckner do que qualquer outra orquestra. Há um grande número de gravações de Bruckner conduzidas pelos maestros lendários que trabalharam na Filarmônica de Munique, incluindo Celibidache, Thielemann, Kempe e Wand. Tendo começado em setembro de 2017, no Mosteiro de St. Florian — um cenário com significado histórico único neste contexto –, a Filarmônica de Munique e Valery Gergiev apresentaram um ciclo espetacular das sinfonias de Anton Bruckner. A extraordinária e belíssima Quinta Sinfonia de Bruckner tem muitas gravações impressionantes. Penso em particular na gravação de Eugen Jochum, que regeu uma performance fantástica (1964) na Abadia de Ottobeuren. E depois um concerto de Chailly em 1991. E, mais recentemente, o último concerto que Nikolaus Harnoncourt deu com a Concertgebouw Orchestra em 2013. Harnoncourt e Bruckner simplesmente “se entenderam” fantasticamente. Mas certamente há apresentações ainda melhores, basta pensar em Celibidache, Karajan e Wand. Aqui, Gergiev nos dá de 80 minutos de pura emoção, sem nenhum tédio. Que profundidade, que brilho, que riqueza de detalhes, sem nenhuma superficialidade! Ele é intenso e envolvente a cada segundo. Este é realmente um acréscimo à discografia de Bruckner e merece um lugar junto aos maiores campeões citados. E, céus, que música!
Anton Bruckner (1824-1896): Sinfonia Nº 5 (Gergiev / Münchner)
ANTON BRUCKNER: Symphony No. 5, WAB 105
1. Introduction: Adagio – Allegro
2. Adagio: Sehr langsam
3. Scherzo: Molto vivace (Schnell) – Trio: Im gleichen Tempo
4. Finale: Adagio – Allegro moderato
RECORDING DATE: 23 / 24 September 2019
LOCATION: Stiftsbasilika St. Florian, Austria
Schubert, com certeza, jamais foi negligenciado por Alfred Brendel. Mas suas sonatas para piano, com algumas exceções, foram e são. No ensaio de Brendel de 2015, A Lifetime of Recordings, ficamos sabendo com incredulidade que Otto Erich Deutsch, que catalogou a obra de Schubert, ouviu pela primeira vez a Sonata D. 958 — hoje considerada a primeira parte de uma trilogia de despedida — quando o próprio Brendel a tocou em Viena na década de 1960. Diz-se que Rachmaninoff nem sabia que existiam sonatas para piano de Schubert. Embora eu seja um habitué de recitais de piano, nunca ouvi uma Sonata de Schubert ao vivo. Como sublinha Brendel, a descoberta tardia destas obras é em função da sua originalidade desconcertante: comparadas com as sonatas clássicas de Haydn, Mozart e Beethoven, ou com as sonatas românticas de Chopin, Schumann e Brahms, elas são inclassificáveis. Charles Rosen (outro notável pianista-autor) joga a toalha em seu deslumbrante The Classical Style, cujo penúltimo parágrafo conclui que Schubert “se destaca como um exemplo da resistência às generalizações”. Um dos projetos indispensáveis de Brendel tem sido o de promover as Sonatas para piano de Schubert. Ele gravou e regravou essas obras. E o fez da forma mais sublime que se possa imaginar.
E o que dizer da Wanderer? Que obra espetacular! A Fantasia Wanderer é uma obra para piano em quatro movimentos composta por em novembro de 1822. Esta fantasia é considerada como a composição de Schubert para piano mais exigente tecnicamente, e uma das poucas a exigir virtuosismo. Schubert disse mesmo Das Zeug soll der Teufel spielen (O diabo devia tocar isto), fazendo referência à sua própria incapacidade de executá-la.
Franz Schubert (1797-1828): Sonata D. 960 / Fantasia Wanderer D. 760 (Brendel)
Sonata In B Flat Major, D. 960
1 1. Molto Moderato 14:38
2 2. Andante Sostenuto 8:54
3 3. Scherzo (Allegro Vivace Con Delicatezza) 3:57
4 4. Allegro, Ma Non Troppo 8:30
5 Fantasia In C Major, Op. 15 D. 760 “Wanderer Fantasy” 21:04
Pô, Mingus! The shoes of the fisherman`s wife are some jive ass slippers? Como uma obra tão espetacular pode ter um título tão… Sei lá. Alguém sabe de alguma referência que o explique? O nome original era Once upon a time, there was a holding corporation called Old America…
Let My Children Hear Music é um álbum lançado pela Columbia Records em 1972. A música é composta para grande orquestra de jazz e Mingus trabalhou com vários arranjadores, orquestradores e maestros, principalmente Sy Johnson e Alan Raph, para realizar algumas de suas composições mais ambiciosas. O resultado é extraordinário. Comprei este álbum pela primeira vez aos 17 anos e logo vi que ele tinha tudo: beleza, swing, majestade e emoções que abrangem a comédia, a alegria e até o terror. Mingus me apresentou a um mundo musical de possibilidades ilimitadas. Todos os instrumentos conhecidos e desconhecidos do jazz aparecem aqui (incluindo violoncelo, trompa, fagote e uma seção inteira de baixos com arco em algumas músicas), assim como toda estratégia de vanguarda, e ainda assim tudo soa totalmente natural, com melodias e harmonias gloriosas. Tal como Welles, William Blake e muitos dos génios subestimados ou ignorados, Mingus era um verdadeiro dissidente. Ele era ao mesmo tempo progressista e conservador, intensamente comprometido em conservar a melhor música do passado, insistindo para que ela fosse ouvida, e um vanguardista. Enfim, era um artista com perfeita noção da posição em que está inserido. Temos faixas sensacionais neste disco, quase todas elas, mas nada se compara a The Shoes, na minha opinião.
Bem, naquela época não se costumava colocar a nominata de todos os músicos envolvidos, mas consegui os dos principais solistas:
Lonnie Hillyer – trumpet
Julius Watkins – French horn
Bobby Jones – tenor saxophone
Joe Wilder – trumpet
Charles McCracken – cello
Charles McPherson – alto saxophone
James Moody – tenor saxophone
Sir Roland Hanna – piano
Snooky Young – lead trumpet throughout
Dannie Richmond – drums
Charles Mingus: Let My Children Hear Music
1 “The Shoes of the Fisherman’s Wife Are Some Jive Ass Slippers” – 9:34
2 “Adagio ma Non Troppo” – 8:22
3 “Don’t Be Afraid, the Clown’s Afraid Too” – 9:26
4 “Taurus in the Arena of Life” – 4:17 (on CD reissue)
5 “Hobo Ho” – 10:07
6 “The Chill of Death” – 7:38
7 “The I of Hurricane Sue” – 10:09
Maurizio Pollini faleceu hoje, dia 23 de março de 2024, aos 82 anos. Certamente, foi o pianista que mais ouvi tocar em meus 66 anos e o que maior prazer me causou. Meu pai começou tudo quando eu ainda era adolescente. Como esquecer da série de concertos de Mozart gravados por Pollini com Karl Böhm? Depois vieram seus imbatíveis Concertos para Piano de Brahms, a música moderna, as Sonatas de Schubert — sua Fantasia Wanderer… — as últimas Sonatas de Beethoven e depois a integral. E Debussy e Chopin. Eu não estou aqui para medir pianistas, mas não creio ter havido melhores do que S. Richter e Pollini. Ah, e como esquecer quando o vi em Londres? Como esquecer do discurso que minha mulher — uma muito talentosa e inteligente musicista — fez no intervalo, falando sobre como ele dava sentido a cada nota que tocava? O fato é que estou triste, apesar de termos registrados grandes momentos deste enorme artista. Jamais escreverei um RIP para ele, pois agora mesmo estou ouvindo estes CDs que ora posto. Não vou te deixar descansando, Maurizio. Esqueça.
Ludwig van Beethoven (1770-1827): Integral dos Concertos para Piano (Pollini / Abbado)
The Piano Concertos (Live Recordings)
Concerto For Piano And Orchestra No. 1 In C Major
1. Allegro Con Brio 17:16
2. Largo 11:13
3. Rondo. Allegro [Scherzando] 8:59
Concerto For Piano And Orchestra No. 2 In B Flat Major
1. Allegro Con Brio 13:33
2. Adagio 7:41
3. Rondo. Molto Allegro 7:31
Concerto For Piano And Orchestra No. 3 In C Minor
1. Allegro Con Brio 16:07
2. Largo 10:07
3. Rondo. Allegro 9:28
Concerto For Piano And Orchestra No. 4 In G Major
1. Allegro Moderato 17:18
2. Andante Con Moto 5:17
3. Rondo. Vivace 10:00
Concerto For Piano And Orchestra No. 5 In E Flat Major, “Emperor”
1. Allegro 20:29
2. Adagio Un Poco Moto – Attacca: 7:48
3. Rondo. Allegro 10:35
Maurizio Pollini, piano
Berliner Philharmoniker
Claudio Abbado
Johann Sebastian Bach, se isto fosse possível, estaria completando hoje 339 anos de idade. Eu diria que são 339 anos muito bem vividos. Após um post mortem um tanto obscuro, Papai Bach retornou no século XIX para ocupar definitivamente o posto de um dos grandes gênios da humanidade, uma das provas de que o ser humano pode ser grandioso sem provocar guerras e violência.
Ouço Bach desde antes dos dez anos de idade, quando saí do banheiro aos gritos perguntando que música era aquela que meu pai pusera na vitrola — era o Concerto Nº 3 de Brandenburgo. Comemoro hoje com 5 gloriosos CDs na música de câmara de Bach fantasticamente bem interpretados por interpretados por Reinhard Goebel e sua turma, atualmente desfeita. O correto é comemorar com cerveja, pois Johann Sebastian a amava e produzia toneladas dela.
Não dá pra resistir ao timbre do violino barroco de Reinhard Goebel, e à precisão de Robert Hill. Impecável também está o violoncelista Jaap Ter Linden interpretando as Sonatas para Viola da Gamba.
Bach 339 anos !!! – Johann Sebastian Bach (1685-1750): Kammermusik 5 CDs (Musica Antiqua Köln / Reinhard Goebel)
CD 1
01 Sonata No 1 in B Minor for Violin and Harpsichord – BWV1014 – I. Adagio
02 Sonata No 1 in B Minor for Violin and Harpsichord – BWV1014 – II. Allegro
03 Sonata No 1 in B Minor for Violin and Harpsichord – BWV1014 – III. Andante
04 Sonata No 1 in B Minor for Violin and Harpsichord – BWV1014 – IV. Allegro
05 Sonata No 2 in A Major for Violin and Harpsichord – BWV1015 – I. [ohne Satzbezeichnung]
06 Sonata No 2 in A Major for Violin and Harpsichord – BWV1015 – II. Allegro assai
07 Sonata No 2 in A Major for Violin and Harpsichord – BWV1015 – III. Andante un poco
08 Sonata No 2 in A Major for Violin and Harpsichord – BWV1015 – IV. Presto
09 Sonata No 3 in E Major for Violin and Harpsichord – BWV1016 – I. Adagio
10 Sonata No 3 in E Major for Violin and Harpsichord – BWV1016 – II. Allegro
11 Sonata No 3 in E Major for Violin and Harpsichord – BWV1016 – III. Adagio ma non tanto
12 Sonata No 3 in E Major for Violin and Harpsichord – BWV1016 – IV. Allegro
13 Sonata No 4 in C Minor for Violin and Harpsichord – BWV1017 – I. Siciliano ( Largo)
14 Sonata No 4 in C Minor for Violin and Harpsichord – BWV1017 – II. Allegro
15 Sonata No 4 in C Minor for Violin and Harpsichord – BWV1017 – III. Adagio ma non tanto
16 Sonata No 4 in C Minor for Violin and Harpsichord – BWV1017 – IV. Allegro assai
17 Sonata No 5 in F Minor for Violin and Harpsichord – BWV1018 – I. Largo
18 Sonata No 5 in F Minor for Violin and Harpsichord – BWV1018 – II. Allegro
19 Sonata No 5 in F Minor for Violin and Harpsichord – BWV1018 – III. Adagio
20 Sonata No 5 in F Minor for Violin and Harpsichord – BWV1018 – IV. Vivace
01 Sonata for Violin and Harpsichord – BWV1019 – I. Allegro
02 Sonata for Violin and Harpsichord – BWV1019 – II. Largo
03 Sonata for Violin and Harpsichord – BWV1019 – III. Allegro
04 Sonata for Violin and Harpsichord – BWV1019 – IV. Adagio
05 Sonata for Violin and Harpsichord – BWV1019 – V. Allegro
06 Sonata for Violin and Harpsichord – BWV1020 – I. Ohne Satzbezeichnung
07 Sonata for Violin and Harpsichord – BWV1020 – II. Adagio
08 Sonata for Violin and Harpsichord – BWV1020 – III. Allegro
09 Sonata for Violin and Harpsichord – BWV1022 – I. Ohne Satzbezeichnung
10 Sonata for Violin and Harpsichord – BWV1022 – II. Allegro e presto
11 Sonata for Violin and Harpsichord – BWV1022 – III. Adagio
12 Sonata for Violin and Harpsichord – BWV1022 – IV. Presto
13 Fugue for Violin and Harpsichord – BWV1026 – Allegro
14 Suite for Violin and Harpsichord – BWV1025 – I. Fantasia
15 Suite for Violin and Harpsichord – BWV1025 – II. Courante
16 Suite for Violin and Harpsichord – BWV1025 – III. Entree
17 Suite for Violin and Harpsichord – BWV1025 – IV. Rondeau
18 Suite for Violin and Harpsichord – BWV1025 – V. Sarabande
19 Suite for Violin and Harpsichord – BWV1025 – VI. Menuett
20 Suite for Violin and Harpsichord – BWV1025 – VII. Allegro
21 Sonata for Violin and Bass Continuo – BWV1021 – I. Adagio
22 Sonata for Violin and Bass Continuo – BWV1021 – II. Vivace
23 Sonata for Violin and Bass Continuo – BWV1021 – III. Largo
24 Sonata for Violin and Bass Continuo – BWV1021 – IV. Presto
01 Sonata for Violin and Basso Continuo in E minor, BWV1023 – I – Adagio ma non tanto
02 Sonata for Violin and Basso Continuo in E minor, BWV1023 – II – Allemande
03 Sonata for Violin and Basso Continuo in E minor, BWV1023 – III – Gigue
04 Sonata for Violin and Basso Continuo in C minor, BWV1024 – I – Adagio
05 Sonata for Violin and Basso Continuo in C minor, BWV1024 – II – Presto
06 Sonata for Violin and Basso Continuo in C minor, BWV1024 – III – Affettuoso
07 Sonata for Violin and Basso Continuo in C minor, BWV1024 – IV – Vivace
08 Sonata for Violin and Basso Continuo in A major, BWV Anh.153 – I – Allegro
09 Sonata for Violin and Basso Continuo in A major, BWV Anh.153 – II – Largo
10 Sonata for Violin and Basso Continuo in A major, BWV Anh.153 – III – Allegro assai
11 Sonata for Violin and Basso Continuo in A major, BWV Anh.153 – IV – Adagio
12 Sonata for Violin and Basso Continuo in A major, BWV Anh.153 – V – Allegro
13 Sonata No.1 for Viola da Gamba and Harpsichord in G major, BWV1027 – I – Adagio
14 Sonata No.1 for Viola da Gamba and Harpsichord in G major, BWV1027 – II – Allegro ma non tanto
15 Sonata No.1 for Viola da Gamba and Harpsichord in G major, BWV1027 – III – Andante
16 Sonata No.1 for Viola da Gamba and Harpsichord in G major, BWV1027 – IV – Allegro moderato
17 Sonata No.2 for Viola da Gamba and Harpsichord in D major, BWV1028 – I – Adagio
18 Sonata No.2 for Viola da Gamba and Harpsichord in D major, BWV1028 – II – Allegro
19 Sonata No.2 for Viola da Gamba and Harpsichord in D major, BWV1028 – III – Andante
20 Sonata No.2 for Viola da Gamba and Harpsichord in D major, BWV1028 – IV – Allegro
01 Viola Da Gamba Sonata No. 3 – BWV1029 – I – Vivace
02 Viola Da Gamba Sonata No. 3 – BWV1029 – II – Adagio
03 Viola Da Gamba Sonata No. 3 – BWV1029 – III – Allegro
04 Sonata for Violin and Harpsichord – BWV1019a – I – Presto
05 Sonata for Violin and Harpsichord – BWV1019a – II – Largo
06 Sonata for Violin and Harpsichord – BWV1019a – III – Cantabile
07 Sonata for Violin and Harpsichord – BWV1019a – IV – Adagio
08 Sonata for Violin and Harpsichord – BWV1019a – V – Presto
09 Sonata No. 1 for Flute and Bass Continuo – BWV1033 – I – Andante-Presto
10 Sonata No. 1 for Flute and Bass Continuo – BWV1033 – II – Allegro
11 Sonata No. 1 for Flute and Bass Continuo – BWV1033 – III – Adagio
12 Sonata No. 1 for Flute and Bass Continuo – BWV1033 – IV – Menuett I,II
13 Sonata No. 2 for Flute and Bass Continuo – BWV1034 – I – Adagio
14 Sonata No. 2 for Flute and Bass Continuo – BWV1034 – II – Allegro
15 Sonata No. 2 for Flute and Bass Continuo – BWV1034 – III – Andante
16 Sonata No. 2 for Flute and Bass Continuo – BWV1034 – IV – Allegro
17 Sonata No. 3 for Flute and Bass Continuo – BWV1035 – I – Adagio
18 Sonata No. 3 for Flute and Bass Continuo – BWV1035 – II – Allegro
19 Sonata No. 3 for Flute and Bass Continuo – BWV1035 – III – Siciliano
20 Sonata No. 3 for Flute and Bass Continuo – BWV1035 – IV – Allegro assai
01 Partita for Solo Flute in A minor – BWV1013 – I – Allemande
02 Partita for Solo Flute in A minor – BWV1013 – II – Corrente
03 Partita for Solo Flute in A minor – BWV1013 – III – Sarabande
04 Partita for Solo Flute in A minor – BWV1013 – IV – Bouree (Anglaise)
05 Sonata No.1 for Flute and Harpsichord in B minor – BWV1030 – I – Andante
06 Sonata No.1 for Flute and Harpsichord in B minor – BWV1030 – II – Largo e dolce
07 Sonata No.1 for Flute and Harpsichord in B minor – BWV1030 – III – Presto-Allegro
08 Sonata No.2 for Flute and Harpsichord in Eb major – BWV1031 – I – Allegro moderato
09 Sonata No.2 for Flute and Harpsichord in Eb major – BWV1031 – II – Siciliano
10 Sonata No.2 for Flute and Harpsichord in Eb major – BWV1031 – III – Allegro
11 Sonata No.3 for Flute and Harpsichord in A major – BWV1032 – I – Vivace
12 Sonata No.3 for Flute and Harpsichord in A major – BWV1032 – II – Largo e dolce
13 Sonata No.3 for Flute and Harpsichord in A major – BWV1032 – III – Allegro
Reinhard Goebel – Violin
Robert Hill – Cembalo
Jaap Ter Linden – Cello
Henk Bouman – Cembalo
Wilbert Hazelzet – TransversFlöte
Amanhã tem níver de Papai Bach. São 339 anos entre nós. Então, nada como um Hantaï para comemorar. Ele é um dos principais mensageiros de Bach em nosso conturbado planeta. Não há muito o que pensar aqui. Há uma escassez mundial de bons cravistas — por alguma razão, todo mundo parece estar gravando Bach no piano — mas simplesmente não há comparação, toda a beleza das obras para teclado de Bach só são reveladas no cravo, na minha opinião. Hantaï é um apaixonado por essa música e este é um notável CD. Hantaï revela um enorme amor por essa música — atributo não tão comum quanto você imagina — e nos traz esplêndidas interpretações delas. E não esqueça: Bach é comemorado com cerveja! Sempre!
J. S. Bach (1685-1750): Toccatas BWV 913-5 / Suite “aufs Lautenwerk” BWV 996 / Sonata BWV 964 (Hantaï)
Suite For Lute In E Minor, Bwv 996 (Bc L166) (15:12)
1 1. Praeludio (Passagio – Presto) 2:13
2 2. Allemande 3:05
3 3. Courante 2:20
4 4. Sarabande 3:55
5 5. Bourrée 0:58
6 6. Gigue 2:32
7. Prelude For Keyboard In D Major (Six Little Preludes No. 4), Bwv 936 (Bc L67) 1:41
Toccata For Keyboard In D Minor, Bwv 913 (Bc L144) (14:04)
8 [Introduction] 0:45
9 [Adagio] 2:06
10 Thema 3:31
11 [Adagio] 3:24
12 Allegro 4:11
Toccata For Keyboard In E Minor, Bwv 914 (Bc L145, 163) (7:24)
13 [Introduction] 0:34
14 Un Poco Allegro 1:33
15 Adagio 1:58
16 Fuga: Allegro 3:08
17 Fantasia For Keyboard In G Minor, Bwv 917 (Bc L140) 2:13
Toccata For Keyboard In G Minor, Bwv 915 (Bc L148) (9:14)
18 [Presto] – Adagio 1:16
19 Allegro – Adagio 3:40
20 Fuga 4:16
Sonata Arranged For Keyboard In D Minor (after Bwv 1003, Possibly By J.G. Müthel), Bwv 964 (Bc L184) (22:09)
21 Adagio 3:46
22 Thema: Allegro 6:59
23 Andante 5:39
24 Allegro 5:40
Ouvi este disco umas 4 vezes. Fiquei bem feliz de ouvi-lo, mas nada permaneceu na minha cabeça. Nada. Parece ser o CD ideal para se pensar em outra coisa sem ser muito incomodado. Não pensem que isto é uma critica. Se fosse, não o teria ouvido tantas vezes. O grande Georg Tintner não se importa em “chafurdar na névoa impressionista”. Ele mostra um Delius muito lírico e sutil, com harmonias lindas que nos fazem sonhar ou dormir. O concerto para violino é, como diz Tanya Tintner no encarte, uma espécie de solilóquio meditativo para violino e orquestra que deveria soar como “uma improvisação maravilhosa”. É bastante cansativo para o instrumentista, pois o violinista tem que tocar durante a maior parte da peça, mas não é uma demonstração de virtuosismo, mas sim de musicalidade. Philippe Djokic toca a obra de modo convincente.
Frederick Delius (1862-1934): Concerto para Violino e outras peças (Tintner)
1 Irmelin – Prelude 4:47
2 Koanga – La Calinda 4:32
3 A Village Romeo and Juliet – The Walk to the Paradise Garden 11:30
4 Fennimore and Gerda – Intermezzo 5:28
Violin Concerto
5 With moderate tempo – 05:38
6 Maestoso – 15:13
7 Allegretto 06:43
8 On Hearing the First Cuckoo in Spring 7:48
9 Summer Night on the River 6:13
10 Sleigh Ride 6:20
Recorded At – Cathedral Church Of All Saints, Halifax
Violin – Philippe Djokic
Conductor – Georg Tintner
Orchestra – Symphony Nova Scotia
Além de ser um extraordinário maestro, Leonard Slatkin é uma subcelebridade do twitter (ou X). Ele costuma divulgar as capas mais horrendas de discos de vários gêneros. Também conta piadas e comemora encontros com os maiores músicos, coisa normal em sua vida. E, por trás de tantos interesses e alegria esconde-se um espetacular artista. Haitink e Mravinsky estabeleceram padrões de referência tão elevados para as gravações desta sinfonia que apenas uma leitura excepcional ou que apresente a obra sob uma nova luz válida pode esperar competir. Slatkin não bate os citados, mas chega bem próximo. As partes mais tranquilas estão lindas, mas aquelas que são mais febris ou urgentes são subestimadas. Vale a audição, sem dúvida. Eu curto muito este CD.
D. Shostakovich: Sinfonia N° 8 (Slatkin)
1 Adagio; Allegro; Adagio 26:30
2 Allegretto 6:12
3 Allegro Non Troppo 5:55
4 Largo 9:43
5 Allegretto 13:06
Composed By – Dmitri Shostakovich
Conductor – Leonard Slatkin
Orchestra – Saint Louis Symphony Orchestra
Nos vídeos abaixo, você pode saber exatamente do que se trata. A surpresa é que você pode usar o cupom PQPBACH e receber 30% de desconto no concerto do dia 21 de março aqui em Porto Alegre, cidade de PQP Bach… Alguma vantagem nós, porto-alegrenses, merecemos ter. Afinal, já basta a gente sofrer há quase 4 anos com um bolsonarista na prefeitura. Mil vezes 339 anos com Bach do que 4 com o Melo.
Ah, e Bach se comemora com cerveja. Ele a amava e produzia em quantidades industriais — música e cerveja.
O número de vezes que Bernard Haitink gravou a 4ª Sinfonia de Bruckner com diversas orquestras… Garanto que ele gravou em Viena, Londres (esta aqui, ao vivo) e Amsterdam (claro) e que deve ter apresentado a obra pela Europa inteira. Obviamente, era um especialista no compositor e ele novamente não nos decepciona, realizando uma gravação redonda e bela, apesar de mais branda que o habitual. Também, este é um registro quando o grande maestro já tinha 82 anos. O primeiro movimento está sensacional, mas depois parece que a coisa cai um pouco. Contribui para isso o fato de que achei o som meio ruim. O som está seco e os instrumentos (particularmente as madeiras, percussão e cordas graves) soam abafados. O resultado está longe do “som sensacional” que o LSO Live costuma apresentar. Um dos prazeres da música de Bruckner é o grandioso e visceral som orquestral que sua música atinge. Esta versão soa estranha. Mas é Haitink, né?
Anton Bruckner (1824-1896): Sinfonia Nº 4 (Haitink / London Symphony)
Symphony No. 4 In E Flat Major, “Romantic” (1874-80)
1 Bewegt, Nicht Zu Schnell 20:33
2 Andante Quasi Allegretto 15:07
3 Scherzo, Bewegt – Trio: Nicht Zu Schnell, Keinesfalls Schleppend 11:11
4 Finale: Bewegt, Doch Nicht Zu Schnell 22:17
Composed By – Anton Bruckner
Directed By – Bernard Haitink
Orchestra – The London Symphony Orchestra
Score Editor – Leopold Nowak
Eu gosto de Xenákis. Ele faz com que nossa sensibilidade se expanda para regiões desconhecidas. E boas. Iánnis Xenákis foi um engenheiro, arquiteto, teórico musical e compositor grego, naturalizado francês. É considerado como um dos mais influentes compositores do século XX. Como arquiteto, Xenakis é conhecido principalmente por seu trabalho junto a Le Corbusier. Os dois trabalharam juntos na construção da Sainte Marie de La Tourette. Já o Pavilhão Philips na Expo 58 foi concebido exclusivamente por Xenákis. Apaixonado pela antiguidade grega, “nascido com vinte e cinco séculos de atraso”, Xenakis foi um criador da vanguarda mais radical. Compositor, arquiteto, engenheiro, entusiasta da matemática e da informática, foi pioneiro em vários domínios, como a música eletroacústica ou a computação musical. Os seus espetáculos de luz e som conquistaram um vasto público e a vitalidade de sua obra, composta por quase 150 peças, jamais desvaneceu.Pondo em causa os princípios dos movimentos mais importantes da música do pós-guerra, Xenakis inventou uma grande parte das técnicas composicionais que caracterizam a segunda metade do século XX. Autor de um método de composição baseado na matemática e na representação gráfica da notação musical, Xenakis revolucionou a noção de som musical, estando o seu conceito de massas sonoras na origem de timbres inauditos.
Nascido na Roménia de pais gregos, sua família retornou para a Grécia quando tinha dez anos. Lá estudou engenharia em Atenas. Os estudos foram interrompidos pela ocupação nazista. Participou na resistência grega na Segunda Guerra Mundial e na primeira fase da Guerra Civil Grega como membro da companhia de estudantes Lord Byron do Exército de Libertação do Povo Grego. Em Janeiro de 1945, foi ferido por um obus, perdendo um olho, o que lhe desfigurou parte do rosto. Em 1946 finalizou os estudos de engenharia, mas foi perseguido e condenado à morte devido ao seu ativismo político, fugindo para França em 1947. Estabelecido em Paris, em 1948 ingressou no estúdio do famoso arquiteto Le Corbusier, como engenheiro calculista. Em 1956, publicou sua teoria da música estocástica, baseada na teoria dos jogos de John von Neumann, entre outras fontes. Seu livro “Formalized Music: Thought and Mathematics in Composition” é considerado como um dos mais importantes trabalhos teóricos sobre música do século passado.
6 Morsima-Amorsima
Ensemble – Membres De L’Octuor De Paris*
Piano – Jacqueline Méfano
10:48
“Anaktoria” for 2 violins, viola, cello, double bass, clarinet, horn and bassoon, composed in 1969.
“Oophaa” for harpsichord and percussion, composed in 1989.
“Charisma” for clarinet and cello, composed in 1971.
“Mists” for piano, composed in 1981.
“Mikka” and “Mikka «S»” for solo violin composed in 1972 & 1975.
“Morsima-Amorsima” for violin, cello, double bass and piano, composed in 1956-62.
Tracks 1, 6 recorded in 1972. Tracks 2, 3 recorded in 1990. Track 4 recorded in 1985. Track 5 recorded in 1984.
Tracks 2, 3, 4: Radio France recordings.
Tracks 1 to 5 published by Salabert, track 6 published by Boosey.
Este é um álbum quádruplo com um interessante cantinho do repertório bachiano. Há as Cantatas acima e as Missas Breves. A qualidade do registro de Herreweghe faz sonhar. O homem é muuuuuito bom! Excelentes cantatas, compreensiva regência, grandes cantores, orquestra perfeita.
Uma vez, disse que tinha toda obra de Bach em CDs. Alguém me desafiou a apresentar as Missas Luteranas. Respondi que as tinha. Quiseram que eu as mostrasse, pois seriam raríssimas (descobri depois que são efetivamente pouco gravadas). Então, aqui estão elas.
Na semana passada, declarei ser ateu — não vejo gravidade alguma em ser destituído de sentimentos religiosos, é uma vantagem que possuo… –, e me disseram que era por isso que tínhamos tão pouca música sacra. Deve ser uma piada, pois amo a música sacra e a temos até em demasia por aqui. Foram palavras de quem não conhece o blog.
Apenas para situar, as partes cantadas da missa católica tradicional dividiam-se em duas categorias: o Ordinário, que consistia no Kyrie, Glória, Credo, Sanctus com Benedictus e Agnus Dei, cantadas o ano inteiro (com exceção do Glória por ocasião da Quaresma e do Advento); e o Próprio, que continha o Intróito, o Gradual, o Aleluia, o Ofertório e a Comunhão – partes que, como o nome sugere, mudavam em função das comemorações que variavam de acordo com a conveniência e com o calendário litúrgico.
Quando Martinho Lutero afixou suas 95 objeções ao Catolicismo Romano na porta da Igreja do Castelo de Wittenberg, em 31 de outubro de 1517, acelerando o processo de Reforma da Igreja institucional, um de seus objetivos era tornar os ofícios religiosos acessíveis ao público.
Na verdade, ele não tinha grande coisa contra a música católica latina, mas propunha uma liturgia na língua da congregação, para que os fiéis participassem e o canto não ficasse restrito ao coro, num latim rebuscado onde apenas uma meia dúzia de privilegiados, donos de cadeiras cativas nas igrejas, conseguiam entender.
Desse modo, nos serviços luteranos do período barroco continuaram a ser usadas partes do Ordinário latino da Missa, em arranjos polifônicos.
O Kyrie, por exemplo, era tocado no primeiro domingo do Advento, enquanto o Glória era executado no Natal e o Sanctus nos dias mais solenes, enfim. Surgia, pois, uma espécie de “missa breve”, que, embora não tivesse despertado muito a atenção dos compositores luteranos, foi musicada quatro vezes por Johann Sebastian Bach.
Tais Missas Brevis (BWV 233 – 236) provavelmente originaram-se depois de 1735, ficando conhecidas como as missas protestantes (ou luteranas) de Bach. É lícito duvidar, porém, que as mesmas se destinassem a Leipzig. É muito mais provável que o seu destinatário fosse o conde Franz Anton von Sporcl, de Lissa, Boêmia. Tal senhor tinha o interesse em que as crenças protestante e católica se reaproximassem. Como a obra de Bach representa uma tentativa notável de fundir elementos litúrgicos das duas religiões, a versão não é de todo desprezível.
Ao contrário de outras grandes obras sacras de Bach – como a Missa em si menor, as paixões, as cantatas, ou o Oratório de Natal -, as Missas Brevis não têm despertado tanto o interesse dos pesquisadores e praticamente não são executadas. A Missa Brevis em Fá Maior, como as demais, também se divide em movimentos para coro e árias para solistas com acompanhamento orquestral, segundo o modelo das Cantatas de Igreja. Esta semelhança formal das missas com as cantatas pode ser explicada pelo fato de Bach não ter adequado algumas partes dessas missas. Tais trechos vieram de antigos coros ou árias de cantatas já compostas por ele anos antes.
A despeito das diferenças, as quatro missas possuem várias características em comum e os modelos originais da maioria dos movimentos estão preservados nas Cantatas compostas por volta de 1723/26, quando Bach residia em Leipzig.
Assim, todas as Missas Brevis começam com um coro sobre o texto do Kyrie, seguido do Gloria em que coros no início e no final emolduram árias. A Missa em Fá Maior é a que contém o menor número de paródias de movimentos de cantatas de igreja, ao passo que as em sol menor e sol maior consistem exclusivamente em tais adaptações.
Particularmente interessante na Missa em Fá Maior é o Kyrie. Nesta missa, o baixo vocal introduz como cantus firmus o Kyrie Eleison, Christe Eleison da Litânia (nome de outra peça de Bach) e, simultaneamente, a orquestra entoa a música do hino protestante Christe du Lamm Gottes, exemplo claro da intenção do compositor em mesclar elementos das liturgias católica e protestante.
J. S. Bach (1685-1750) – Cantatas BWV 131, 73, 105, 39, 93, 107, Missas Breves (Herreweghe)
CD 1
1. BWV 131 – Aus Der Tiefen Rufe Ich, Herr, Zu Dir –
2. BWV 131 – So Du Willst, Herr, Sunde Zurechnen –
3. BWV 131 – Ich Harre Des Herrn –
4. BWV 131 – Meine Seele Wartet Auf Den Herrn –
5. BWV 131 – Israel, Hoffe Auf Den Herrn –
6. BWV 73 – Herr, Wie Du Willt, So Schick’s Mit Mir –
7. BWV 73 – Ach, Senke Doch Den Geist Der Freuden –
8. BWV 73 – Ach, Unser Wille Bleibt Verkehrt –
9. BWV 73 – Herr, So Du Willst –
10. BWV 73 – Das Ist Der Vaters –
11. BWV 105 – Herr, Gehe Nicht Ins Gericht Mit Deinem Knecht –
12. BWV 105 – Mein Gott, Verwirf Mich Nicht Alt –
13. BWV 105 – Wie Zittern Und Wanken –
14. BWV 105 – Wohl Aber Dem, Der Seinen Burgen –
15. BWV 105 – Kann Ich Nur Jesum Mir Zum Freunde Machen –
16. BWV 105 – Nun, Ich Weiss, Du Wirst Mir Stillen –
CD 2
1. BWV 39 – Brich Dem Hungrigen Dein Brot –
2. BWV 39 – Der Reiche Gott Wirft Seinem Uberfluss –
3. BWV 39 – Seinem Schopfer Noch Auf Erden –
4. BWV 39 – Wohlzutun Und Mitzuteilen –
5. BWV 39 – Hochster, Was Ich Habe –
6. BWV 39 – Wie Soll Ich Dir, O Herr –
7. BWV 39 – Selig Sind, Die Aus –
8. BWV 93 – Wer Nur Den Lieben Gott Lasst Walten –
9. BWV 93 – Was Helfen Uns Die Schweren Sorgen? –
10. BWV 93 – Man Halte Nur Ein Wenig Stille –
11. BWV 93 – Er Kennt Die Rechen Freudenstunden –
12. BWV 93 – Denk Nicht In Deiner Drangsalshitze –
13. BWV 93 – Ich Will Auf Den Herren Schaun –
14. BWV 93 – Sing, Bet Und Geh Auf Gottes Wegen –
15. BWV 107 – Was Willst Du Dich Betruben –
16. BWV 107 – Denn Gott Verlasset Keinen –
17. BWV 107 – Auf Ihm Magst Du Es Wagen –
18. BWV 107 – Wenn Auch Gleich Aus Der Hollen –
19. BWV 107 – Er Richt’s Zu Seinen Ehren –
20. BWV 107 – Drum Ich Mich Ihm Ergebe –
21. BWV 107 – Herr, Gib, Dass Ich In Dein’ Ehre –
CD 3
1. Messe, Bwv233 : Kyrie
2. Messe, Bwv233 : Gloria : Gloria In Excelsis Deo
3. Messe, Bwv233 : Gloria : Domine Deus
4. Messe, Bwv233 : Gloria : Qui Tollis Peccata Mundi
5. Messe, Bwv233 : Gloria : Quoniam Tu Solus Sanctus
6. Messe, Bwv233 : Gloria : Cum Sancto Spiritu
7. Messe, Bwv236 : Kyrie
8. Messe, Bwv236 : Gloria : Gloria In Excelsis Deo
9. Messe, Bwv236 : Gloria : Gratias Agimus Tibi
10. Messe, Bwv236 : Gloria : Domine Deus
11. Messe, Bwv236 : Gloria : Quoniam Tu Solus Sanctus
12. Messe, Bwv236 : Gloria : Cum Sancto Spiritu
CD 4
1. Messe, Bwv235 : Kyrie
2. Messe, Bwv235 : Gloria : Gloria In Excelsis Deo
3. Messe, Bwv235 : Gloria : Gratias Agimus Tibi
4. Messe, Bwv235 : Gloria : Domine Fili Unigenite
5. Messe, Bwv235 : Gloria : Qui Tollis Peccata Mundi
6. Messe, Bwv235 : Gloria : Cum Sancto Spiritu
7. Messe, Bwv234 : Kyrie
8. Messe, Bwv234 : Gloria : Gloria In Excelsis Deo
9. Messe, Bwv234 : Gloria : Domine Deus, Rex Coelestis
10. Messe, Bwv234 : Gloria : Qui Tollis Peccata Mundi
11. Messe, Bwv234 : Gloria : Quoniam Tu Solus Sanctus
12. Messe, Bwv234 : Gloria : Cum Sancto Spiritu
13. Sanctus, Bwv238 : Sanctus
Agnes Mellon (Soprano),
Barbara Schlick (Soprano),
Gerard Lesne (Contratenor)
Christoph Pregardien (Tenor),
Howard Crook (Tenor)
Peter Kooy (Baixo),
Philippe Herreweghe
Collegium Vocale Ghent (Coral e Orquestra)