Este é aquele cantinho de Sonatas de Bach com alguns patinhos feios. Mas mesmo sendo patinhos feios, é Bach e Bach sempre vale a pena. Tanto que damos de cara com alguns movimentos de fazer cair os butiá do bolso de tão belos e bem escritos. As sonatas para violino e cravo de Johann Sebastian Bach são obras em forma de trio sonata, com as duas partes superiores no cravo e violino sobre uma linha de baixo fornecida pelo cravo e uma viola da gamba opcional. Ao contrário das sonatas barrocas para instrumento solo e contínuo, em que a realização do baixo figurado foi deixada ao critério do intérprete, a parte do teclado nas sonatas foi quase inteiramente especificada por Bach. Provavelmente, a maioria deles foi composta durante os últimos anos de Bach em Köthen entre 1720 e 1723, antes de ele se mudar para Leipzig.
Johann Sebastian Bach (1685-1750): Peças para Violino e Baixo Contínuo (Schmitt, Gervreau, Jansen)
Sonate Pour Violon & Basse Continue En La Majeur, BWV Anhang II 153
Composed By – Johann Sebastian Bach
1 Andante 3:06
2 Allegro 2:00
3 Adagio 3:32
4 Allegro 2:09
5 Fuga 2:24
Sonate Pour Violon & Basse Continue En Mi Mineur, BWV 1023
Composed By – Johann Sebastian Bach
6 – 1:14
7 Adagio Ma Non Tanto 3:39
8 Allemanda 4:31
9 Gigue 2:56
Sonate Pour Violon & Basse Continue En Do Mineur, BWV 1024
Composed By – Johann Sebastian Bach
10 Adagio 2:40
11 Presto 3:45
12 Affetuoso 2:24
13 Vivace 4:14
14 Fugue Pour Violon & Basse Continue, BWV 1026
Composed By – Johann Sebastian Bach
4:35
Sonate Pour Violon & Clavecin Obligé En La Majeur, BWV 1025
Composed By – Johann Sebastian Bach, Sylvius Leopold Weiss
15 Fantasia 2:43
16 Courante 4:11
17 Entrée 3:45
18 Rondeau 4:02
19 Sarabande 3:59
20 Menuet 2:48
21 Allegro 4:00
Harpsichord – Jan Willem Jansen
Violin – Hélène Schmitt
Violoncello – Alain Gervreau
Os Concertos são magníficos, o violinista é fantástico, a orquestra idem. Importante notar que esta gravação é de 1993: Vengerov tinha 19 anos!
O Concerto para violino Nº 1 em sol menor de Max Bruch é um dos concertos para violino mais populares do repertório de violino solo e, junto com a Fantasia Escocesa , a obra mais famosa do compositor. O concerto foi concluído pela primeira vez em 1866 e a primeira apresentação foi realizada em 1866 por Otto von Königslow , com Bruch regendo. O concerto foi então consideravelmente revisado com a ajuda do célebre violinista Joseph Joachim e concluído em sua forma atual em 1867. A estreia do concerto revisado foi dada por Joachim em Bremen em 1868.
Depois de assumir o cargo de principal diretor da orquestra do Gewandhaus de Leipzig em 1835, Mendelssohn nomeou seu amigo de infância, Ferdinand David, um ilustre violinista, como spalla da orquestra. O Concerto para violino, Op. 64, surgiu como uma colaboração entre ambos. Em carta de julho de 1838, Mendelssohn disse a David: “Eu gostaria de escrever um concerto para violino para você no próximo inverno. Já tenho uma ideia para um em mi menor, cuja abertura não deixa minha cabeça descansar”. Passaram-se seis anos para que a obra fosse completada. Foram aventadas várias hipóteses para justificar a demora: dúvidas do autor, a criação neste intervalo de uma sinfonia, e uma indesejada temporada em Berlim por ordem do rei Frederico Guilherme IV da Prússia. Neste período Mendelssohn e David mantiveram uma correspondência regular, mostrando o compositor a buscar aconselhamento técnico e estético, uma prática que depois se tornou habitual para outros compositores. Notem que esta gravação é com a mesma orquestra com que Mendelssohn estreou a obra. Os músicos já estavam com mais de 200 anos, mas muitos lembravam da estreia.
Ao final deste arquivo, veio uma obra a mais que creio ser a rápsódia Taras Bulba, de Leoš Janáček, mas só deus sabe se acertei.
Max Bruch (1838–1920) / Felix Mendelssohn (1809-1847): Violin Concertos (Vengerov / Masur)
MAX BRUCH
Violin Concerto No. 1 in G minor, Op. 26
I Vorspiel. Allegro moderato 08:10
II Adagio 08:11
III Finale. Allegro energico 07:40
FELIX MENDELSSOHN
Violin Concerto in E minor, Op. 64
I Allegro molto appassionato 12:57
II Andante 07:57
III Allegretto non troppo – Allegro molto vivace 06:34
Maxim Vengerov (violin)
Gewandhausorchester Leipzig
Kurt Masur (conductor)
O belo Concerto para Violino de Alban Berg foi escrito em 1935, ano de sua morte. (Em 24 de dezembro daquele ano, ele foi provavelmente picado por um inseto peçonhento e morreu). Seu Concerto é a peça mais conhecida e executada de Berg. A obra foi encomendada por Louis Krasner e dedicada por Berg “à memória de um anjo”. Foi o último trabalho que ele concluiu. Krasner executou a parte solo na estreia no Palau de la Música Catalana, Barcelona, em abril de 1936, quatro meses após a morte do compositor, tornando-se um réquiem não apenas para Manon Gropius, mas também para Berg. Por que o anjo? Ora, o acontecimento que o estimulou a escrever o concerto foi a morte por poliomielite de Manon Gropius, de 18 anos, filha de Walter Gropius e de sua amiga e patrocinadora Alma Mahler (viúva de Gustav Mahler). Alma sentiu-se abandonada pelos Berg em seu período de luto, e Berg estava ansioso para reparar o erro. Berg enviou a Alma parte da partitura em 1935. Era o aniversário de 56 anos da Alma. No Concerto temos uma demonstração de como Berg lidou com o atonalismo — com tanta habilidade que a herança clássica de suas composições não foi apagada, justificando assim o termo frequentemente aplicado a ele: o “classicista da música moderna”.
Alban Berg (1885-1935): Concerto para Violino “À Memória de um Anjo” / Suíte Lírica / Três Peças Orquestrais (Hirsch / Klas)
Violin Concerto
1 I. Andante – Scherzo 11:30
2 II. Allegro – Adagio 14:48
Pieces from the Lyric Suite (arr. for string orchestra)
3 I. Andante amoroso 07:04
4 II. Allegro misterioso 03:38
5 III. Adagio appassionato 07:26
O incrível talento melódico de George Gershwin fica escarrado nestas duas coletâneas gravadas por Oscar Peterson. O notável pianista toca o songbook com extremo respeito e apenas trata de tocar os temas da forma mais bela e simples possível, sem grandes voos de improvisação. Basta ver os tempos de cada canção para se dar conta de que são canções tocadas em trio. Na verdade são dois LPs contidoa em um CD. Iniciamos por um de 1959 e outro de 1952. Ouvi tudo continuamente, mas creio ter gostado mais da versão de 1952 com o guitarrista Barney Kessel no lugar do baterista Ed Thigpen. Vale a pena ouvir este CD, nem que seja para poder dizer com ainda maior certeza que Gershwin foi sensacional.
Oscar Peterson Plays The George Gershwin Song Book
1 It Ain’t Necessarily So 2:45
2 The Man I Love 3:05
3 Love Walked In 2:45
4 I Was Doing All Right 2:47
5 A Foggy Day 2:51
6 Oh, Lady, Be Good! 2:58
7 Love IS Here To Stay 2:55
8 The All Laughed 2:28
9 Let’s Call The Whole Thing Off 2:16
10 Summertime 2:54
11 Nice Work If You Can Get It 2:04
12 Shall We Dance? 2:15
Oscar Peterson Plays George Gershwin
13 The Man I Love 3:30
14 Fascinating Rhythm 2:56
15 It Ain’t Necessarily So 3:13
16 Somebody Loves Me – Written-By – Ballard MacDonald, B. G. DeSylva*, George Gershwin 3:22
17 Strike Up The Band 3:14
18 I’ve Got A Crush On You 2:52
19 I Was Doing All Right 2:41
20 ‘S Wonderful 2:36
21 Oh, Lady, Be Good! 3:49
22 I Got Rhythm 3:16
23 A Foggy Day 3:38
24 Love Walked In 3:06
Bass – Ray Brown
Drums – Ed Thigpen (tracks: 1 to 12)
Guitar – Barney Kessel (tracks: 13 to 24)
Piano – Oscar Peterson
2 LPs on 1 CD
Tracks 1 to 12 recorded between July 21 and August 1, 1959 at Universal Recording Studios, Chicago – Original LP issue: Oscar Peterson Plays The George Gershwin Song Book, Verve V6-2054
Tracks 13 to 24 recorded probably between November 1 and December 4, 1952 in Los Angeles – Original LP issue: Oscar Peterson Plays George Gershwin, Clef MGC 605
Enfim, chegamos ao final de mais uma série! O Op. 135 é menor em tamanho e nele há temas que aparecem acenar ao Op. 64 de Haydn, principalmente no primeiro movimento. Mas quando pensamos que Beethoven tornou-se mais clássico na forma, ele ataca novamente com seus temas curtos e afirmativos no segundo movimento e volta a expor uma longa reflexão no terceiro movimento. Mesmo assim, acho que nossos leitores-ouvintes, não ficariam escandalizados se eu dissesse que o Op. 135 é a Oitava Sinfonia deste grupo final. É menor e mais relaxado.
O mesmo não se pode dizer do Op. 131. Cheio de abismos e de contrastes, traz grande parte daquilo que Shostakovich faria depois. É. Confiram! Não estou dizendo que falte originalidade à Shosta, estou apenas comentando que ele foi à melhor fonte para fazer a melhor música. Alguns bebem de fontes mais impuras; Shosta caiu de cabeça na melhor delas. Porém, tergiverso. Analisando rapidamente temos um L-R-R-L-R-L-R (L=Lento, R=Rápido). Sim, sim, o homem estava escrevendo novamente em chinês e este quarteto deve ter sido detestadíssimo pelo público. Concordas, Flávio? (Quem trouxe o chinês à baila foste tu!) Na verdade, estou meio divagativo e fico pensando na impressão que aquele público da década de 20 do século XIX teve de um quarteto como este… Sorrio para o monitor como se estivesse vendo suas caras de pasmo ou talvez de indignação. Mal sabiam eles que estavam vendo o futuro. Se os movimentos fossem mais curtos e as mudanças de humor mais constantes, eles estariam DENTRO futuro e Beethoven seria internado.
Não obstante esta apresentação irônica, trata-se de música seríssima e adorada por mim. Sugiro uma audição muito atenta do Andante ma non troppo e molto cantabile. Há algo naquele violoncelo que parece negar toda a tranquilidade ao movimento. Acompanhem-no. É como se Beethoven, inteiramente neurótico como qualquer cidadão de nossa época, nos dissesse: a calma e a beleza, qualquer calma e beleza, meus amigos, são absolutamente falsas.
O Op. 131 é a música que perpassa todo o belíssimo filme “O Último Concerto” de Yaron Zilberman
Ludwig van Beethoven
String Quartet No. 16 in F major, Op. 135
I. Allegretto 00:06:01
II. Vivace 00:03:14
III. Lento assai, cantante e tranquillo 00:06:39
IV. Grave ma non troppo tratto – Allegro 00:07:03
String Quartet No. 14 in C sharp minor, Op. 131
I. Adagio ma non troppo e molto espressivo 00:08:01
II. Allegro molto vivace 00:03:00
III. Allegro moderato 00:00:50
IV. Andante ma non troppo e molto cantabile 00:13:43
V. Presto 00:05:19
VI. Adagio quasi un poco andante 00:02:02
VII. Allegro 00:07:06
Originalmente, o Quarteto Op.130 era finalizado por uma enorme fuga. Depois, Beethoven resolveu separá-la do restante, criando a Grande Fuga (Grosse Fugue), Op. 133. Só que a indústria fonográfica atrapalhou as intenções do compositor. Creio que todos os discos de vinil e CDs que têm o Quarteto Op. 130, trazem a Grosse Fugue no final. Ou seja, a separação da fuga como obra autônoma não valeu para as gravações pelo simples motivo que é mais lógico colocá-la ali, logo após o Finale do Quarteto. É uma espécie de descumprimento póstumo. Você desejava assim, mas nós queremos assado… É claro que o CD do Kodály também traz a Grosse Fugue logo ali atrás, grudadinha no colo materno.
Fico pensando nos motivos que teriam levado Beethoven a separar a obra em duas. Talvez a razão fosse a inacreditável Cavatina, que normalmente era a última faixa do lado 1 dos discos… A Cavatina foi muitas vezes saudada pelo compositor como uma de suas maiores realizações. E é. Movimento aparentado do glorioso Adagio da Nona Sinfonia e ainda mais do terceiro movimento do Op. 132, é belíssima, com algumas melodias claras e outras apenas sugeridas, balbuciadas. Coisa de gênio. Talvez ele não quisesse ter dois movimentos tão significativos juntos, ou talvez achasse que a fuga tinha espírito diverso do resto ou que o quarteto já estava muito grande, não sei. Ou talvez algum de nossos leitores-ouvintes saiba o real motivo e o explique nos comentários.
O que importa é que este quarteto não fica a dever em nenhum aspecto a meu preferido, o Op. 132. É também genial e foi o primeiro que conheci, numa gravação do início dos anos 60 feita pelo Quarteto Amadeus, com a enorme carranca de Ludwig van na capa. Um presente do Dr. Herbert Caro há exatos de 37 anos.
Ludwig van Beethoven (1770-1827) – Integral dos Quartetos de Cordas (CD 8 de 9)
1. String Quartet No. 13, B flat major, Op. 130: Adagio ma non troppo: Allegro 13:00
2. String Quartet No. 13, B flat major, Op. 130: Presto 2:03
3. String Quartet No. 13, B flat major, Op. 130: Andante con moto ma non troppo 6:28
4. String Quartet No. 13, B flat major, Op. 130: Alla danza tedesca: Allegro assai 2:51
5. String Quartet No. 13, B flat major, Op. 130: Cavatina: Adagio molto espressivo 6:17
6. String Quartet No. 13, B flat major, Op. 130: Finale: Allegro 9:00
Publiquei há poucas semanas a segunda parte dessa maravilha. Ela está neste link, ó. E esta aqui é a primeira parte. O primeiro dos 4 CDs não é tão bom, mas os outros três são impressionantes. É notável o entusiasmo da turma de Rilling nestas Cantatas às vezes negligenciadas. As cantatas seculares foram escritas (tanto os textos como a música) para eventos especiais do calendário familiar, social, acadêmico ou político — um casamento, uma festa de aniversário, uma cerimônia acadêmica ou uma homenagem a um príncipe. Embora normalmente fossem tocadas apenas uma vez em sua forma original, Bach fez questão de reutilizar o material delas, se surgisse a oportunidade. Os exemplos mais conhecidos do uso de árias e coros seculares com novos textos sagrados são encontrados no Oratório de Natal, para o qual Bach baseou-se extensivamente em três cantatas festivas escritas para o Príncipe Eleitor da Saxônia e sua família.
J. S. Bach (1685-1750): 8 Cantatas Seculares (Profanas), BWV 201 a 207 + Quodlibet BWV 524 (Rilling) 4 CDs
Disk 1 von 4 (CD)
Geschwinde, ihr wirbelnden Winde BWV 201 (Der Streit zwischen Phoebus und Pan) (Kantate)
1 1: Chor: Geschwinde, ihr wirbelnden Winde
2 2: Rezitativ: Und du bist doch so unverschämt und frei
3 3: Arie: Patron, das macht der Wind
4 4: Rezitativ: Was braucht ihr euch zu zanken
5 5: Arie: Mit Verlangen drück ich deine zarten Wangen
6 6: Rezitativ: Pan, rücke deine Kehle nun
7 7: Arie: Zu Tanze, zu Sprunge
8 8: Rezitativ: Nunmehro Richter her
9 9: Arie: Phoebus, deine Melodie
10 10: Rezitativ: Komm, Midas, sage du nun an
11 11: Arie: Pan ist Meister, laßt ihn gehen
12 12: Rezitativ: Wie, Midas, bist du toll
13 13: Arie: Aufgeblasne Hitze
14 14: Rezitativ: Du guter Midas, geh nun hin
15 15: Chor: Labt das Herz, ihr holden Saiten
Disk 2 von 4 (CD)
Weichet nur, betrübte Schatten BWV 202 (Hochzeits-Kantate)
1 1: Arie: Weichet nur, betrübte Schatten
2 2: Rezitativ: Die Welt wird wieder neu
3 3: Arie: Phoebus eilt mit schnellen Pferden
4 4: Rezitativ: Drum sucht auch Amor sein Vergnügen
5 5: Arie: Wenn die Frühlingslüfte streichen
6 6: Rezitativ: Und dieses ist das Glücke
7 7: Arie: Sich üben im Lieben
8 8: Rezitativ: So sei das Band der keuschen Liebe
9 9: Gavotte: Sehet in Zufriedenheit
Amore traditore (Cupido, du Verräter) BWV 203 (Kantate)
10 10: Arie:Amore traditore
11 11: Rezitativ: Voglio provar
12 12: Arie: Chi in amore ha nemica la sorte
Ich bin in mir vergnügt (Von der Vergnügsamkeit) BWV 204 (Kantate)
13 13: Rezitativ: Ich bin in mir vergnügt
14 14: Arie: Ruhig und in sich zufrieden
15 15: Rezitativ: Ihr Seelen, die ihr außer euch stets in die Irre lauft
16 16: Arie: Die Schätzbarkeit der weiten Erden
17 17: Rezitativ: Schwer ist es zwar, viel Eitles zu besitzen
18 18: Arie: Meine Seele sei vergnügt
19 19: Rezitativ: Ein edler Mensch ist Perlenmuscheln gleich
20 20: Arie: Himmlische Vergnügsamkeit
Disk 3 von 4 (CD)
Zerreißet, zersprenget, zertrümmert die Gruft (Der zufriedengestellte Aeolus) BWV 205 (Kantate)
1 1: Chor der Winde: Zerreißet, zersprenget, zertrümmert die Gruft
2 2: Rezitativ: Ja, ja! Die Stunden sind nunmehro nah
3 3: Arie: Wie will ich lustig lachen
4 4: Rezitativ: Gefürcht’ter Äolus
5 5: Arie: Frische Schatten, meine Freude
6 6: Rezitativ: Beinahe wirst du mich bewegen
7 7: Arie: Können nicht die roten Wangen
8 8: Rezitativ: So willst du, grimmger Äolus
9 9: Arie: Angenehmer Zephyrus
10 10: Rezitativ: Mein Äolus, Ach!
11 11: Arie: Zurücke, zurücke, geflügelten Winde
12 12: Rezitativ: Was Lust! Was Freude! Welch Vergnügen!
13 13: Arie: Zweig und Äste
14 14: Rezitativ: Ja, ja! Ich lad euch selbst zu dieser Feier ein
15 15: Chor der Winde: Vivat! August, August vivat!
16 16: Quodlibet (Was sind das für große Schlösser) BWV 524 (Fragment für 4 Soli und Basso continuo)
Disk 4 von 4 (CD)
Schleicht, spielende Wellen BWV 206 (Glückwunsch-Kantate)
1 1: Chor: Schleicht, spielende Wellen, und murmelt gelinde!
2 2: Rezitativ: O glückliche Veränderung!
3 3: Arie: Schleuß des Janustempels Türen
4 4: Rezitativ: So recht! beglückter Weichselstrom!
5 5: Arie: Jede Woge meiner Wellen
6 6: Rezitativ: Ich nehm zugleich an deiner Freude teil
7 7: Arie: Reis von Habsburgs hohem Stamme
8 8: Rezitativ: Verzeiht, bemooste Häupter starker Ströme
9 9: Arie: Hört doch! der sanften Flöten Chor
10 10: Rezitativ: Ich muß, ich will gehorsam sein
11 11: Chor: Die himmlische Vorsicht der ewigen Güte
Auf, schmetternde Töne der muntern Trompeten BWV 207a (Kantate)
12 12: Chor: Auf, schmetternde Töne der muntern Trompeten
13 13: Rezitativ: Die stille Pleiße spielt
14 14: Arie: Augustus’ Namenstages Schimmer
15 15: Marsch
16 16: Rezitativ: Augustus’ Wohl ist der treuen
17 17: Arie: Mich kann die süße Ruhe laben
18 18: Ritornello
19 19: Rezitativ: Augustus schützt die frohen Felder
20 20: Arie: Preiset, späte Folgezeiten
21 21: Marsch
22 22: Rezitativ: Ihr Fröhlichen, herbei
23 23: Chor: August lebe, lebe König
Vereinigte Zwietracht der wechselnden Saiten BWV 207 (Kantate) (Auszug)
24 24: Rezitativ: Wen treibt ein edler Trieb
25 25: Rezitativ: Dem nur allein soll meine Wohnung offen sein
26 26: Rezitativ: Es ist kein leeres Wort
* Alberto Lizzio foi um pseudônimo inventado pelo produtor musical e maestro Alfred Scholz e associado a gravações antigas, muitas vezes dirigidas por Milan Horvat, Carl Melles ou pelo próprio Scholz. Essas gravações foram usadas para lançar gravações clássicas baratas para o mercado de massa ou para produção musical. Scholz escreveu uma biografia fictícia de Lizzio, alegando que ele nasceu em Merano , Tirol do Sul , em 30 de maio de 1926, estudou violino, composição e regência em Milão , Lombardia , e que sua segunda esposa, com quem teve um filho, morreu em 1980 em um acidente de carro em que Lizzio ficou gravemente ferido. A biografia fictícia termina com a sua morte em 22 de outubro de 1999, em Dresden.
Já Anton Nanut (13 de setembro de 1932 – 13 de janeiro de 2017) existiu de fato e foi um famoso maestro esloveno. De 1981 a 1999 atuou como maestro titular da Orquestra Sinfônica da RTV Eslovênia. Foi professor de regência na Academia de Música de Liubliana e líder artístico do Octeto Esloveno nos seus anos mais produtivos. Nanut colaborou com mais de 200 orquestras e fez mais de 200 gravações com diversas gravadoras. Sua gravação do Concerto de Brahms neste CD é fantástica! A pianista solista, a eslovena Dubravka Tomšič também existiu. Aliás, ainda está viva aos 84 anos e é realmente baita!
Brahms / Liszt: Concertos para Piano Nº 1 (Lizzio * / Nanut * / Goldmann / Tomsic)
Concerto For Piano No. 1 In D Minor Op. 15
Composed By – J. Brahms*
1 Maestoso 22:58
2 Adagio 13:12
3 Rondo: Allegro Ma Non Troppo 11:57
Concerto For Piano And Orchestra No. 1 In E Flat Major G124
Composed By – F. Liszt*
4 Allegro Maestoso 5:23
5 Quasi Adagio – Allegretto Vivace – Allegro Animato 9:11
6 Allegro Marziale Animato 4:05
Conductor – Alberto Lizzio (tracks: 4, 5, 6), Anton Nanut (tracks: 1, 2, 3)
Orchestra – Philharmonia Slavonica (tracks: 4, 5, 6), Simfonični Orkester RTV Ljubljana (tracks: 1, 2, 3)
Piano – Dieter Goldmann (tracks: 4, 5, 6), Dubravka Tomsic (tracks: 1, 2, 3)
É óbvio que nós já temos esta gravação no PQP, mas é tão bom revisitá-la, né? O ritmo de Bernstein para a marcha do primeiro movimento da Quinta Sinfonia de Mahler tornou-se mais lento nos longos 23 anos que separam a sua gravação de Nova York (CBS) desta mais nova, feita durante uma apresentação em Frankfurt. Prefiro muito mais esta versão como um todo. Por um lado, a Wiener toca muito melhor do que a NYPO de 1964, que estava num dia relativamente ruim quando a gravação foi feita. O melhor de tudo é o próprio Bernstein, aqui no seu auge, dando um toque demoníaco à música — onde é apropriado — e construindo a sinfonia inexoravelmente até ao seu triunfo final. Graças a uma gravação muito clara e bem equilibrada, cada sutileza, especialmente alguns dos contrapontos das cordas mais graves, são transmitidos conforme pretendido pelo maestro. Ficamos cientes da ousada novidade de grande parte da orquestração, de quão avançada ela deve ter soado nos primeiros anos deste século. Aqui temos a clara estrutura, o som e a emoção. O Adagietto não é arrastado, e a atenção escrupulosa à dinâmica de Mahler permite que o som sedoso das cordas de Viena seja ouvido com vantagem cativante, com a harpa também bem gravada. Parece-me que Bernstein é mais forte em Mahler quando a obra é uma das sinfonias mais otimistas, com menos tentação para ele acrescentar mais alguns graus de angústia. Suas Sétima e Quinta são ótimas interpretações, ao passo que eu relutaria em incluir sua Nona entre os momentos realmente memoráveis.
Gustav Mahler (1860-1911): Sinfonia Nº 5 (Bernstein / Wiener)
Symphony No. 5 In C Sharp Minor (1:15:00)
1 Part I – 1. Trauermarsch. In Gemessenem Schritt. Streng. Wie Ein Kondukt 14:35
2 Part I – 2. Stürmisch Bewegt. Mit Größter Vehemenz 15:05
3 Part II – 3. Scherzo. Kräftig, Nicht Zu Schnell (Horn – Friedrich Pfeiffer) 19:05
4 Part III – 4. Adagietto. Sehr Langsam 11:16
5 Part III – 5. Rondo-Finale. Allegro – Allegro Giocoso. Frisch 15:02
Composed By – Gustav Mahler
Conductor – Leonard Bernstein
Um disco bem antigo, com interpretações atualmente apenas aceitáveis, mas que vale pela Trio Sonata que abre o CD. Se você quiser ouvir uma grande versão das outras obras que figuram no CD, a provável campeã é esta aqui. Meus ouvidos garantem veementemente que a BWV 1038 é de Bach, mas… A Trio Sonata BWV 1038 de Bach para Flauta, Violino e Continuo propõe um enigma. Ele sobreviveu como um conjunto de peças escritas por Johann Sebastian Bach – mas a fonte não fornece um compositor. Assim, sua autenticidade tem sido questionada repetidas vezes. De acordo com as pesquisas mais recentes, entretanto, presume-se que esta bela sonata seja uma obra original de Bach.
Johann Sebastian Bach (1685-1750): Flötensonaten – Flute Sonatas / Triosonate – Trio Sonata BWV 1038 (Ensemble Trazom)
Trio Sonata In G Major BWV 1038 For Traverso, Violin And Basso Continuo
1 Largo 3:14
2 Vivace 1:01
3 Adagio 1:58
4 Presto 1:22
Flute Sonata In E Flat Major BWV 1031 For Traverso And Obl. Fortepiano
5 Allegro Moderato 3:17
6 Siciliano 2:18
7 Allegro 4:25
Flute Sonata In G Minor BWV 1020 For Traverso And Obl. Fortepiano
8 Allegro 3:37
9 Adagio 3:16
10 Allegro 5:00
Flute Sonata In E Major BWV 1035 For Traverso And Basso Continuo
11 Adagio Ma Non Tanto 2:22
12 Allegro 3:06
13 Siciliano 3:11
14 Allegro Assai 3:12
Flute Sonata In E Minor BWV 1034 For Traverso And Basso Continuo
15 Adagio Ma Non Tanto 3:08
16 Allegro 2:39
17 Andante 3:24
18 Allegro 4:36
Cello – Stefan Fuchs (2)
Ensemble – Ensemble Trazom
Flute [Traverso] – Julia Dickson
Harpsichord, Fortepiano – Urte Lucht
Violin – Susanne von Bausznern
Hoje estava ouvindo a Rádio da Ufrgs e, de repente, entrou a Sinfonia N° 99 de Haydn, regida por Alfred Scholz. Esse Scholz foi um sujeito… Bem, ele foi um maestro e produtor musical que comprava a preço de banana gravações feitas atrás da chamada Cortina de Ferro e as vendia no Ocidente com nomes de orquestras, maestros e solistas que simplesmente não existiam. Às vezes, punha seu próprio nome, quando eram muito boas. Aqui no Brasil esses CDs chegavam pela MoviePlay. Alberto Lizzio era o pseudônimo mais usado. A orquestra Musici di San Marco e Philharmonia Slavonica, colaboradoras habituais de Lizzio, também jamais existiram… É claro que a Rádio da Universidade não vai examinar a biografia de cada músico, só que, como disse, Scholz atribuiu a si algumas boas gravações, além de ter escrito a biografia do grande Alberto Lizzio.
Porque falo nisto? Ora, porque me deparei hoje com este bom CD gravado por Scholz. Eu não tenho como saber quem é o verdadeiro maestro, quem vocês estarão ouvindo.
Symphonie Nr. 40 G-moll K 550 = Symphony No.40 In G Minor K 550
1 Molto Allegro 6:34
2 Andante 12:05
3 Menuetto – Allegretto 3:41
4 Finale: Allegro Assai 6:46
Symphonie Nr. 41 C-dur K 551 “Jupiter” = Symphony No.41 In C Major K 551
5 Allegro Vivace 11:20
6 Andante Cantabile 9:26
7 Menuetto – Allegro 5:01
8 Molto Allegro 8:49
Conductor – Alfred Scholz
Orchestra – London Philharmonic Orchestra
Eu amo apaixonadamente as Sinfonias de Brahms, mas tenho uma queda especial por esta Nº 1. Você conhece a história: Brahms levou décadas para escrever esta obra. Os primeiros esboços foram feitos em meados dos anos 1850, a versão inicial do Allegro veio em 1862 – ainda sem a impactante introdução lenta –, e só em novembro de 1876 ele a concluiu. Boa parte dessa demora se deve ao peso que Brahms sentia em relação ao legado de Beethoven: “você não sabe o que é sempre escutar um gigante marchando atrás de você”, escreveu a um amigo. “Mas você consegue imaginar?”. Brahms queria compor uma sinfonia, todos esperavam por isso, mas ele ficava compondo outras peças: concerto para piano, música para cordas… Até que, finalmente, quando todos haviam desistido de insistir, com ele já aos 43 anos, veio a monumental Primeira Sinfonia. Ele começa sem nenhuma hesitação, no início temos um ‘bum, bum, bum, bum’ que é como nossos corações acelerados. O finale quase me mata a cada vez que o ouço. Aquelas trompas que o anunciam, nossa! A gravação é jurássica, mas em ótimo estado…
Symphony No. 1 in C minor, Op. 68 (Johannes Brahms)
1 1. Un poco sostenuto – Allegro – Meno allegro 00:13:54
2 2. Andante sostenuto 00:10:34
3 3. Un poco allegretto e grazioso 00:04:54
4 4. Adagio – Piu andante – Allegro non troppo, ma con brio – Piu allegro 00:17:49
Algumas semanas antes de sua morte, em 1949, Richard Strauss escreveu uma opereta para a escola de seu neto. É baseado na famosa história de Christoph Martin Wieland, Des Esels Schatte. A maior parte da obra é ocupada pela narração falada. Embora a narração seja proferida com grande desenvoltura pelo fantástico Peter Ustinov (ele faz todas as vozes, incluindo as femininas em falsete), o disco esgotará a paciência da maioria dos ouvintes e dificilmente provocará novas audições. A música é esquecível – é a de um compositor que nunca foi grande em sua velhice. Pobre neto, podia ter ficado sem essa. Porém, para nossa felicidade, a partitura ficou incompleta.
Des Esels Schatten (The Donkey’s Shadow), Opera (TrV 294, AV 300) (Incomplete)
A Sinfonia Nº 6 talvez seja a mais vienense das sinfonias de Dvořák, por conter fortes referências às sinfonias de Beethoven e Brahms. Enquanto o primeiro movimento é repleto do encanto e da luminosidade tão presentes em sua obra, o segundo traz outra característica do compositor: a melancolia. Se Dvořák tentou esconder o típico sabor tcheco de sua música, compondo uma sinfonia ao gosto vienense, no Scherzo ele se trai e nos brinda com uma deliciosa dança camponesa tcheca. O último movimento, doce, traz a delicada ambientação do início da Sinfonia Nº 6 de Beethoven.
Escrita em apenas duas semanas do ano de 1875, a Serenata para Cordas em mi maior, Op. 22, de Dvořák, está dividida em 5 movimentos. A estreia se deu em Praga, em dezembro do ano seguinte. “Trata-se da mais extraordinária obra musical escrita para orquestra cordas”, introduz Baldini. “Me deixem por uma vez declarar minha verdadeira paixão pela Serenata de Dvořák. Nela, o compositor tcheco consegue juntar sua criatividade melódica com uma escrita tecnicamente perfeita, e caracterizando cada movimento de uma forma única”, confessa.
Como Dvořák não é minha praia, roubei textos aqui e ali. Mas adoro a Serenata Op. 22 e a Sinfonia Nº 8, assim com o Scherzo desta Sinfonia Nº 6.
E, como disse um amigo, Dvořák com Kubelik é bilhete de primeira classe.
Antonín Dvořák (1841-1904): Sinfonia Nº 6, Op. 60 / Serenata para Cordes, Op. 22 (Kubelik)
Symphonie Nr. 6 D-Dur Op.60 (gravação de 1973)
1. Allegro Non Tanto 13:13
2. Adagio 11:27
3. Scherzo. Furiant. Presto 8:34
4. Finale. Allegro Con Spirito 11:56
Serenade fur Streichorchester E-Dur Op 22 (Serenade For Strings In E Major) (gravação de 1969)
5 Moderato 4:28
6 Tempo Di Valse 6:17
7 Scherzo: Vivace 5:21
8 Larghetto 5:03
9 Allegro Vivace 5:49
Berliner Philharmoniker [1-4]
English Chamber Orchestra [5-9]
Rafael Kubelik
A série The Originals, da DG, costuma ser tiro certo. Apesar da absoluta confusão do repertório, este CD é maravilhosamente bem interpretado pelos Oistrakh em diversas formações orquestrais. As obras são tão díspares entre si que dá vontade de ouvir tudo separadamente. Mas, enfim, eram outros tempos e ninguém morria por falta de coerência. Posto este CD por ele ter sido uma audição habitual na casa de meus pais (os outros). É um disco muito alegre do começo ao fim. De certa forma, proporciona um contraste muito caloroso com a preferência contemporânea por performances de época para a maioria destas peças. (Nota: eu AMO e PREFIRO performances de época!). Prezo especialmente os duetos de Wieniawski porque raramente são gravadas. O que é mais legal é que muitas dessas peças são populares entre estudantes de violino, e ter dois violinistas estelares tocando-as é muito gostoso de ouvir.
Bach / Jiří Benda / Händel / Sarasate / Vivaldi / Wieniawski: Obras para Violino(s) com David & Igor Oistrakh
Obras para Violino(s) com David & Igor Oistrakh
Antonio Vivaldi:
1. Concerto grosso for 2 violins, strings and continuo in A minor, Op.3/8 , RV 522 – 1. Allegro 3:58
2. Concerto grosso for 2 violins, strings and continuo in A minor, Op.3/8 , RV 522 – 2. Larghetto 4:24
3. Concerto grosso for 2 violins, strings and continuo in A minor, Op.3/8 , RV 522 – 3. Allegro 4:00
J. S. Bach:
4. Sonata in C, BWV 1037 Anh.III 187 – 1. Adagio 4:29
5. Sonata in C, BWV 1037 Anh.III 187 – 2. Allabreve 2:53
6. Sonata in C, BWV 1037 Anh.III 187 – 3. Alla breve 2:35
7. Sonata in C, BWV 1037 Anh.III 187 – 4. Presto 4:56
G.F. Handel:
8. Trio Sonata for 2 Flutes and Continuo in G minor, Op.2, No.6, HWV 391 – 1. Andante – Allegro 5:12
9. Trio Sonata for 2 Flutes and Continuo in G minor, Op.2, No.6, HWV 391 – 2. Arioso 3:36
10. Trio Sonata for 2 Flutes and Continuo in G minor, Op.2, No.6, HWV 391 – 3. Allegro 2:01
J. G. Benda:
11. Trio Sonata in E major for 2 violins and piano – 1. Moderato 6:37
12. Trio Sonata in E major for 2 violins and piano – 2. Largo 5:27
13. Trio Sonata in E major for 2 violins and piano – 3. Allegro 2:42
H. Wieniawski:
14. Etudes-Caprices for 2 violins, Op.18 – No.2 in E flat major 5:14
15. Etudes-Caprices for 2 violins, Op.18 – No.5 in E major 1:55
16. Etudes-Caprices for 2 violins, Op.18 – No.4 in A minor 1:31
P. de Sarasate:
17. Navarra for two violins, Op.33
David Oistrakh (Conductor, Violin),
Igor Oistrakh (Violin)
Franz Konwitschny (Conductor),
Gewandhaus Orchestra
Royal Philharmonic Orchestra e outros
O grupo holandês Epoca Barocca é uma das melhores coisas surgidas na interpretação de música barroca nos últimos anos. Seu núcleo é formado por Alessandro Piqué (oboé), Margarete Adorf (violino), Sergio Azzolini (fagote) e Christoph Lehmann (órgão e cravo). Quando necessário, são convidados outros músicos a fim de reforçar o time-base. Quando ouvi o grupo pela primeira vez, pensei tratar-se de Ton Koopman e fiquei satisfeito quando soube que este foi professor e incentivador da turma. Este CD é consistente, muito bom até, mas não é de enlouquecer. Agora, para quem gosta de uma sonoridade barroca absolutamente transparente e límpida, linda mesmo, este CD é fundamental.
Por muito tempo, as composições de Fasch receberam o nome do catálogo de obras de Rüdiger Pfeiffer com a abreviatura “FWV”. Em nome da International Fasch Society, Gottfried Gille criou um novo catálogo de obras, agora cronológico, sob o título “Fasch Repertory” (abreviatura: “FR”), inicialmente das obras vocais de Fasch. Ele pode ser encontrado online na atualização 2019/20. A maioria das obras sobreviventes de Johann Friedrich Fasch estão no departamento de música do SLUB Dresden e na Universidade e Biblioteca Estadual de Darmstadt. Em sua homenagem, o Festival Internacional Fasch acontece em Zerbst a cada dois anos desde 1983 como parte do Festival de Música da Saxônia-Anhalt. O Prêmio Johann Friedrich Fasch é concedido desde 1991.
Johann Friedrich Fasch (1688-1758): Trios & Sonatas (Epoca Barocca)
QUADRO IN D MINOR FOR OBOE, VIOLIN, BASSOON & B.C
1. Poco allegro
2. Largo
3. Allegro
TRIO IN E MINOR FOR OBOE, VIOLIN & B.C
4. Adagio
5. Allegro
6. Affettuoso
7. Allegro
SONATA IN C MAJOR FOR BASSOON & B.C
8. Largo
9. Allegro
10. Andante
11. Allegro assai
QUADRO IN B FLAT MAJOR FOR RECORDER, OBOE, VIOLIN & B.C
12. Largo
13. Allegro
14. Grave
15. Allegro
TRIO IN G MINOR FOR OBOE, VIOLIN & B.C
16. Andante
17. Allegro
18. Poco allegro
QUADRO IN F MAJOR FOR VIOLIN, OBOE, BASSOON & B.C
19. Largo
20. Allegro
21. Largo
22. Allegro
CANON IN F MAJOR FOR RECORDER, BASSOON & B.C
23. Andante
24. Allegro
25. Allegro
Mais um de Fasch para vocês. Apesar de ser um CD de apenas 10 anos da Harmonia Mundi, parece ser algo muito obscuro e secreto, não figurando nem na Amazon. Quase inteiramente dedicado aos sopros barrocos, o CD é bastante bom e a abordagem compreensiva da Camerata Köln auxilia em muito a bela música de Fasch. Dizem que vai cair um temporal em Porto Alegre, mas por ora está tudo muito bonito e quente na medida certa: 16 graus.
Por volta de 1728 a 1755 ele organizou uma “mudança musical” de Zerbst com colegas em Dresden e Darmstadt. Acontece que ele era moderninho. Aos 70 anos morreu em 5 de dezembro de 1758 em Zerbst. A sua música foi inovadora, sobretudo por sua preferência pela instrumentação de sopros e pelo material temático. Deixou inúmeras obras: 121 cantatas sacras, 82 suítes de abertura, 67 concertos, 32 sonatas e 19 sinfonias foram preservadas. Johann Friedrich Fasch apreciava particularmente as composições de Antonio Vivaldi e Georg Philipp Telemann. Isto emerge do inventário judicial do “Concert-Stube” (1743).
Festival Fasch!: Johann Friedrich Fasch (1688-1758): Sonatas a Quatro e Trio (Camerata Köln)
# Quartett f. Blockflöte, Oboe, Violine u. B.c. B-dur
Largo
Allegro
Grave
Allegro
# Trio f. 2 Oboen u. B.c. e-moll
Adagio
Allegro
Affettuoso
Giga
# Quartett f. Querflöte, 2 Blockflöten u. B.c. G-dur
Andante
Allegro
Affettuoso
Allegro
# Sonate f. 2 Oboen, Fagott u. B.c. g-moll
Largo
Allegro
Largo
Allegro
# Trio f. Traversflöte, Violine u. B.c. D-dur
Adagio
Allegro
Largo
Allegro
# Quartett f. 2 Oboen, Fagott u. B.c. d-moll
Largo
Allegro
Largo
Allegro
Camerata Köln
Michael Schneider / Blockflöte
Sabine Bauer / Blockflöte
Karl Kaiser / Traversflöte
Hans-Peter Westermann / Oboe
Piet Dhont / Oboe
Michael McCraw / Fagott
Annette Sichelschmidt / Violine
Rainer Zipperling / Violoncello
Harald Hoeren / Cembalo
Fasch é o cara. Neste CD, temos uma série de boas sinfonias, mas o destaque mesmo vai para os três concertos. Parece que sua musicalidade transparece mais nos solos do que nos tutti. Excentricidade ou talentos à parte, trata-se de um belo CD de música barroca que ouço enquanto vejo o Atlético-MG tirar a liderança do meu Inter, que inexplicavelmente ocupava o primeiro posto do Brasileiro.
Johann Friedrich Fasch foi o primeiro filho do diretor da escola Friedrich Georg Fasch. A mãe era Sophia Wegerig. A maioria de seus ancestrais masculinos conhecidos eram pastores ou cantores da Saxônia e da Turíngia. Após a morte de seu pai em 1700, Fasch veio morar com o irmão de sua mãe, o pastor Gottfried Wegerig, em Teuchern. Quando menino, Fasch foi cantor em Weißenfels e depois no Leipzig Thomas Alumnat sob o comando de Thomaskantor Johann Kuhnau. Depois de já ter escrito óperas para a Ópera de Naumburg em 1711 e 1712 (ou tocado na orquestra da Ópera de Brühl), foi para Darmstadt em 1714 a fim de para estudar com Christoph Graupner e Gottfried. De 1715 a 1719 ocupou o cargo de “secretário” e escriturário em Gera e, de 1719 a 1721 foi organista e escrivão municipal em Greiz. Ele então foi para Praga como maestro dos Condes Morzin. Em 1722 tornou-se diretor musical da corte em Zerbst. Seu filho Carl Friedrich Christian Fasch nasceu lá em 18 de novembro de 1736. (segue)
Festival Fasch!: Johann Friedrich Fasch (1688-1758): Concerti & Sinfoniae (Main-Barockorchester Frankfurt)
Denise Djokic… O nome pode ser sérvio, mas a moça é uma talentosa violoncelista de Halifax, Nova Escócia, Canadá. Ela tem sido tem sido elogiada em todo o mundo por suas interpretações powerful e seu maiúsculo comando do instrumento. Quando se ouve o disco, duas coisas saltam a nossos ouvidos. O som estupendo de um violoncelo bem tocado e a bela música de Britten, o maior compositor inglês desde… desde… desde Purcell, claro. Este CD é uma esplêndida mistura de força, exatidão e sensibilidade. Coisa rara. Agora, vejam só: Denise foi nomeada pela revista canadense MacLean como um dos “25 canadenses que estão mudando nosso mundo” e a Elle escolheu-a como uma das “Mulheres Mais Poderosas do Canadá”. Para quem não sabe, as Suítes para Violoncelo de Benjamin Britten são uma série de três composições para violoncelo solo, dedicadas a Mstislav Rostropovich. Britten era amigo de Rostrô, assim como de Shosta. Antes de escrever esta sensacionais suítes, Britten já havia composto para Rostrô uma cadência para o Concerto Nº 1 para Violoncelo e Orquestra de Haydn, em 1964. (Vi Rostrô em Buenos Aires tocando este Concerto de Haydn, ho, ho, ho). Rostropovich estreou o trio de obras que lhe dedicou Britten e gravou comercialmente as Suites N° 1 e 2. Na minha opinião, é um CD… IM-PER-DÍ-VEL !!!
Benjamin Britten (1913-1976): Cello Suites
1. Denise Djokic – 1. Cello Suite No. 1, Op. 72: Canto primo: Sostenuto e largamente (2:37)
2. Denise Djokic – 2. Cello Suite No. 1, Op. 72: I. Fuga: Andante moderato (4:20)
3. Denise Djokic – 3. Cello Suite No. 1, Op. 72: II. Lamento: Lento rubato (3:21)
4. Denise Djokic – 4. Cello Suite No. 1, Op. 72: Canto secondo: Sostenuto (1:33)
5. Denise Djokic – 5. Cello Suite No. 1, Op. 72: III. Serenata: Allegretto: pizzicato (2:24)
6. Denise Djokic – 6. Cello Suite No. 1, Op. 72: IV. Marcia: Alla marcia moderato (3:40)
7. Denise Djokic – 7. Cello Suite No. 1, Op. 72: Canto terzo: Sostenuto – 2:50 (2:50)
8. Denise Djokic – 8. Cello Suite No. 1, Op. 72: V. Bordone: Moderato quasi recitativo (3:45)
9. Denise Djokic – 9. Cello Suite No. 1, Op. 72: VI. Moto perpetuo e Canto quarto: Presto (3:41)
10. Denise Djokic – 10. Cello Suite No. 2, Op. 80: I. Declamato: Largo (4:21)
11. Denise Djokic – 11. Cello Suite No. 2, Op. 80: II. Fuga: Andante (4:28)
12. Denise Djokic – 12. Cello Suite No. 2, Op. 80: III. Scherzo: Allegro molto (2:11)
13. Denise Djokic – 13. Cello Suite No. 2, Op. 80: IV. Andante lento (6:05)
14. Denise Djokic – 14. Cello Suite No. 2, Op. 80: V. Ciaccona: Allegro (8:28)
15. Denise Djokic – 15. Cello Suite No. 3, Op. 87: I. Introduzione: Lento (2:47)
16. Denise Djokic – 16. Cello Suite No. 3, Op. 87: II. Marcia: Allegro (1:53)
17. Denise Djokic – 17. Cello Suite No. 3, Op. 87: III. Canto: Con moto (1:29)
18. Denise Djokic – 18. Cello Suite No. 3, Op. 87: IV. Barcarola: Lento (1:48)
19. Denise Djokic – 19. Cello Suite No. 3, Op. 87: V. Dialogo: Allegretto (2:06)
20. Denise Djokic – 20. Cello Suite No. 3, Op. 87: VI. Fuga: Andante espressivo (3:11)
21. Denise Djokic – 21. Cello Suite No. 3, Op. 87: VII. Recitativo: Fantastico (1:26)
22. Denise Djokic – 22. Cello Suite No. 3, Op. 87: VIII. Moto Perpetuo: Presto (0:57)
23. Denise Djokic – 23. Cello Suite No. 3, Op. 87: IX. Passacaglia: Lento solenne (10:22)
Essa madrugada lembrei-me dos fãs de Amaral Vieira – Suzete, Lisianne, Maria Cristina, Gladis, Henrique, Organista e tutti quanti – e reparei que nunca mais postei nada dele. Pois aí vai: uma excelente seleção de obras nacionais para cordas, interpretadas por um dos melhores conjuntos de câmara do país, a Camerata Fukuda. Destaque para as Nove meditações sobre o Stabat Mater de Amaral Vieira e para o Ponteio de Claudio Santoro. Antidestaque para a versão totalmente descaracterizada do Mourão de Guerra-Peixe/Clóvis Pereira, que distancia-se erroneamente da que é comumente ouvida (transformando o xaxado em não-sei-o-quê) e se baseia numa partitura não original (tenho a citada partitura para comparar).
Fiz o upload tomando o café da manhã.
Convergences – Brazilian Music for Strings
1 Mourão César Guerra-Peixe 3:44
2 Modinha imperial Francisco Mignone 4:46
3 Divertimento: I. Allegretto Edino Krieger 3:50
4 Divertimento: II. Seresta (Homenagem a Villa-Lobos) Edino Krieger 6:41
5 Divertimento: III. Variações e Presto Edino Krieger 4:17
6 Nove meditações sobre o “Stabat Mater”, Op. 249: I. Andante religioso Amaral Vieira 3:52
7 Nove meditações sobre o “Stabat Mater”, Op. 249: II. Andante Amaral Vieira 2:00
8 Nove meditações sobre o “Stabat Mater”, Op. 249: III. Moderato Amaral Vieira 2:31
9 Nove meditações sobre o “Stabat Mater”, Op. 249: IV. Allegro alla breve Amaral Vieira 0:46
10 Nove meditações sobre o “Stabat Mater”, Op. 249: V. Moderato Amaral Vieira 2:35
11 Nove meditações sobre o “Stabat Mater”, Op. 249: VI. Molto lento, doloroso Amaral Vieira 1:35
12 Nove meditações sobre o “Stabat Mater”, Op. 249: VII. Deciso Amaral Vieira 0:41
13 Nove meditações sobre o “Stabat Mater”, Op. 249: VIII. Allegro molto Amaral Vieira 0:32
14 Nove meditações sobre o “Stabat Mater”, Op. 249: IX. Andante Amaral Vieira 4:27
15 Suite antiga, Op. 11: I. Minueto Alberto Nepomuceno 3:26
16 Suite antiga, Op. 11: II. Ária Alberto Nepomuceno 3:38
17 Suite antiga, Op. 11: III. Rigaudon Alberto Nepomuceno 3:56
O Tamba Trio acompanhou todo mundo durante a Bossa Nova e no surgimento da MPB. Os caras eram bons bons mesmo! O trio muito acompanhou Carlos Lyra, Edu Lobo, Nara Leão, Sylvia Telles, Quarteto em Cy, João Bosco e Simone, entre outros. O Tamba começou a tomar forma em 1962 acompanhando a cantora Maysa e depois Leny Andrade atuando ao lado de Luís Carlos Vinhas (piano) e Roberto Menescal (violão). A partir de 1967, com a entrada do baixista Dório Ferreira, Bebeto passaria a atuar apenas como flautista, transformando assim o trio no quarteto Tamba 4. Dois anos depois, com a saída de Luiz Eça, que formaria o seu grupo A Sagrada Família, o pianista Laércio de Freitas entrou em seu lugar. O quarteto duraria até 1970. O Tamba Trio retornou com os três integrantes originais só em 1971, gravando dois discos pela gravadora RCA. Em 1976, começou mais um hiato e, quatro anos depois, o grupo voltou, fazendo apresentações e gravando o LP Tamba Trio 20 Anos de Sucessos, lançado em 1982. A partir de 1989, o baterista Rubens Ohana, que já participara do Tamba Trio, reintegrou-se ao conjunto, substituindo Hélcio Milito. O grupo continuou até 1992, quando faleceu Luiz Eça.
Já Edu Lobo é um gênio. Basta ouvir Borandá. Desde criança, fico impressionado com Edu Lobo, quando ele canta, em tom soturno: “Deve ser que eu rezo baixo”. Segue um texto sobre a obra-prima “Borandá”.
“Borandá” (nome de uma canção de Edu Lobo) é também uma expressão nordestina que significa ‘embora andar’. Edu Lobo lançou, em dezembro de 1964, a música “Borandá”, canção de protesto, incluída no Show Opinião. Na realidade, essa canção tinha sido muito bem aceita nos círculos bossanovistas alguns meses anteriores à encenação da peça de Oduvaldo Vianna Filho, Paulo Pontes e Armando Costa. Compositor de sólida formação e sensibilidade musicais, conviveu durante sua infância e adolescência com os gêneros da moda (samba-canção e, posteriormente, a Bossa Nova, na cidade do Rio de Janeiro) e com o frevo, a embolada, o bumba-meu-boi, cantigas infantis do Recife (por ocasião de suas férias escolares passadas com os seus familiares pernambucanos). Simpatizantes das premissas culturais do CPC e da Bossa Nova, aproximou-se de artistas engajados ou não, como Tom Jobim, Vinicius de Moraes, Sérgio Ricardo, Carlos Lyra, Gianfrancesco Guarnieri, Oduvaldo Vianna Filho, Ruy Guerra, Nara Leão, Wanda Sá. Em “Borandá” (letra e música de Edu Lobo), canção com ambientação rural, o autor procurou desmistificar a religiosidade popular dos nordestinos, vista como um entrave ou obstáculo que contribuía para a não-conscientização do homem rústico em face dos reais problemas sociais. Aproximando-se das ideias estético-políticas esboçadas por Glauber Rocha em seu filme “Deus e o Diabo na Terra do Sol”, Edu Lobo denuncia a miséria como um sintoma da seca e, paralelamente, procura desmistificar a religiosidade popular que impelia o sertanejo a assumir o papel de um ser errante, que se dirige para os grandes centros urbanos do litoral em busca de melhores condições de vida ou terras férteis em outras regiões do Nordeste. A temática dessa canção lembra problemas levantados por Graciliano Ramos em sua obra “Vida Secas”, e filmada por Nélson Pereira dos Santos em 1963-1964: “Deve ser que eu rezo baixo” e, ironicamente, o autor procura indicar uma resposta: “Pois meu Deus não ouve, não/ É melhor partir lembrando (Que ver tudo piorar)”. E, em seguida, Edu Lobo resume, em poucas linhas, o retrato sobre as condições de vida do retirante: “(…) Borandá, que a terra/ Já secou, borandá/ É borandá, que a chuva/ Não chegou, borandá”. E, sutilmente, denuncia a relação Igreja/ coronelismo e uma possível solução dos problemas sociais: “Já fiz mais de mil promessas/ Rezei tanta oração/ deve ser que eu rezo baixo/ Pois meu Deus não ouve, não/ Borandá, que a terra/ Já secou borandá/ É borandá, que a chuva/ Não chegou, borandá”. E, finalmente, sem nenhuma ilusão, o sertanejo procura outros lugares para fugir da seca: “Vou-me embora, vou chorando/ Vou-me lembrando de meu lugar/ Quanto mais eu vou pra longe/ Mais eu penso sem parar/ Que é melhor partir lembrando/ Que ver tudo piorar/ Borandá, borandá/ Vem borandá”.
Extraído de http://www.scielo.br escrito por Arnaldo Daraya Contier
Mas restante do LP tem joias como Zambi, Chegança,Reza, Canção do Amanhecer e Arrastão — esta numa curiosa gravação não tão incandescente quanto a de Elis.
Tamba Trio – Avanço — 1963
A1 Garôta De Ipanema
Written-By – Antonio Carlos Jobim, Vinicius De Moraes
A2 Mas, Que Nada !
Written-By – Jorge Ben
A3 Negro
Written-By – Roberto Menescal, Ronaldo Bôscoli*
A4 Mania De Maria
Written-By – Luiz Bonfá, Maria Helena Toledo*
A5 Vento Do Mar
Written-By – Durval Ferreira, Luiz Fernando Freire*
A6 Sonho De Maria
Written-By – Marcos Valle, Paulo Sérgio Valle
B1 Só Danço Samba
Written-By – Antonio Carlos Jobim, Vinicius De Moraes
B2 O Samba Da Minha Terra
Written-By – Dorival Caymmi
B3 Môça Flor
Written-By – Durval Ferreira, Paulo Sérgio Valle
B4 Rio
Written-By – Roberto Menescal, Ronaldo Bôscoli*
B5 Tristeza De Nós Dois
Written-By – Bebeto Castilho, Durval Ferreira, Mauricio Einhorn
B6 Esperança
Written-By – Durval Ferreira, Luiz Fernando Freire*, Mauricio*
A Música De Edu Lobo Por Edu Lobo (Com a Participação do Tamba Trio) — 1964
A1 Borandá
Written-By – Edu Lobo
2:33
A2 Resolução
Written-By – Edu Lobo, Lula Freire
2:26
A3 As Mesmas Histórias
Written-By – Edu Lobo
3:55
A4 Aleluia
Written-By – Edu Lobo, Ruy Guerra
3:20
A5 Canção Da Terra
Written-By – Edu Lobo, Ruy Guerra
2:55
A6 Zambi
Written-By – Edu Lobo, Vinicius De Moraes
3:08
B1 Reza
Written-By – Edu Lobo, Ruy Guerra
2:55
B2 Arrastão
Written-By – Edu Lobo, Vinicius De Moraes
2:29
B3 Réquiem Por Um Amor
Written-By – Edu Lobo, Ruy Guerra
1:37
B4 Chegança
Written-By – Edu Lobo, Oduvaldo Vianna Filho*
3:21
B5 Canção Do Amanhecer
Written-By – Edu Lobo, Vinicius De Moraes
1:54
B6 Em Tempo De Adeus
Written-By – Edu Lobo, Ruy Guerra
3:12
Gostei. Uma boa gravação, embora o foco no piano pudesse ser mais nítido dentro de uma acústica de igreja que certamente é estranha para um repertório tão íntimo. Para o bem e para o mal, Delius é um inglês daqueles líricos. Foi profundamente influenciado por Grieg, mas desenvolveu um estilo único, muito próprio. Sua sonatas são bonitas, especialmente a Sonata Nº 1. As obras de câmara de Delius são frequentemente ignoradas em favor de seus poemas orquestrais. Porém, estas quatro sonatas são exemplos notáveis da arte de Delius. São temperamentais, rapsódicas, contendo texturas sensuais e sutis toques de impressionismo. Às vezes melancólicas e às vezes extáticas, ouvi essas sonatas como um “Delius em sua forma mais lírica”, um clima que Tasmin Little e Piers Lane transmitem com sensibilidade. A sua forma de tocar expressiva é da mais alta qualidade, dando uma sensação de “tempo suspenso”. O violino de Little tem um tom muito bonito e Lane toca com total empatia. É difícil imaginar que essas obras possam ser tocadas melhor.
Frederick Delius (1862-1934): Sonatas para Violino e Piano (Little / Lane)
Sonata In B Op. Posth. (1892) (24:41)
1 I. Allegro Con Brio 7:42
2 II. Andante Molto Tranquillo 8:06
3 III. Allegro Con Moto 8:53
Sonata No. 1 (1905-14) (21:57)
4 I. With Easy Movement But Not Quick — II. Slow 12:49
5 III. With Vigour And Animation 9:08
No. 2 (1923) (13:17)
6 Con Moto — Lento — Molto Vivace 13:17
Sonata No. 3 (1930) (16:43)
7 I. Slow 5:53
8 II. Andante Scherzando — Meno Mosso — Tempo Primo 4:09
9 III. Lento — Con Moto 6:41
Piano – Piers Lane
Violin – Tasmin Little
Gravado no St. Silas’s Presbytery, Londres
Dantone começou a gravar muito jovem e era um cravista muito enfeitado. Suas ornamentações pesavam. Conheço umas gravações onde ele deveria fazer o contínuo, mas não havia o que o segurasse. Ele queria viver, sonhar, amar e aparecer mais do que o solista. Argh! Porém… Seja porque Bach não lhe dá espaço, seja porque meu pai impõe o mesmo respeito que impunha a mim, a WF e CPE em casa, o fato é que esta gravação do Cravo Bem Temperado é uma joia que você deve ouvir. Sim, você. Estou falando com quem, caralho? Aqui, Dantone está saudavelmente contido dentro da música de papai, o que é uma maravilha porque é um baita instrumentista. Ou então Tavinho cresceu, ficou um homenzinho, passou a cumprir funções táticas e deixou de ser aquele peladeiro ao estilo de Guiñazu, que está em todos os lugares do campo menos onde deve.
J.S. Bach: The Well Tempered Clavier. Book I (2001) 2CD
Muito a dizer. Passei vários dias ouvindo este CD. Foi difícil guardá-lo de volta na estante. Não sou um grande admirador da música de Webern, mas este Langsamer Satz für Streichquartett (Movimento lento para quarteto de cordas), certamente uma obra pré-dodecafonismo, é extraordinário.
O Quarteto Nº 8 de Shostakovich é uma das obras mais postadas no PQP. Também pudera! Escrito em cinco movimentos altamente contrastantes — um Largo de abertura tristíssimo, um Allegro molto que é uma dança furiosa, um Allegretto sarcástico, depois um Largo brutal que é finalizado por outro Largo que retorna ao primeiro movimento, quod erat demonstrandum — , sem nunca deixar o nível cair, este quarteto é uma obra ascendente na literatura para quartetos de cordas. Todo mundo o tem gravado, é incrível.
Também é incrível que Shosta o tenha escrito em apenas 3 dias, de 12 a 14 de julho de 1960. É dedicado “às vítimas da guerra e do fascismo”, mas também é uma espécie de Réquiem pessoal. Disse o compositor a respeito deste quarteto: “Acho que ninguém vai compor uma obra em minha memória, então escrevo-a eu mesmo… O tema principal deste quarteto são as notas D. Es. C. H. — em notação alemã –, que são minhas iniciais”.
O CD termina com Quarteto Nº 4 do checo Burian. Trata-se de muito boa música, mas este não é um disco de boa música, é um CD de arrasar. Mesmo assim, Burian não compromete. Ele acaba a coisa com dignidade.
Vale muito ouvir.
A. Webern / D. Shostakovich / E. Burian: Quartetos de Cordas
Webern: Langsamer Satz für Streichquartett (1905)
1. Langsamer Satz für Streichquartett
Dmitri Shostakovich: String Quartet No. 8
2. String Quartet No.8, Op.110: Largo
3. String Quartet No.8, Op.110: Allegro molto
4. String Quartet No.8, Op.110: Allegretto
5. String Quartet No.8, Op.110: Largo
6. String Quartet No.8, Op.110: Largo
Emil Frantisek Burian: String Quartet No. 4
7. String Quartet No.4, Op. 95: Volné a rázné
8. String Quartet No.4, Op. 95: Rychle s citem
9. String Quartet No.4, Op. 95: Rytmicky divoké tri
10. String Quartet No.4, Op. 95: Divoce s dramatickou silou
Rosamunde Quartett
Andreas Reiner violin
Simon Fordham violin
Helmut Nicolai viola
Anja Lechner cello
Missa Papae Marcelli ou Missa do Papa Marcelo é uma missa composta por Giovanni Pierluigi da Palestrina em homenagem ao Papa Marcelo II. É a missa mais conhecida e mais executada do compositor. Costuma ser ensinada em cursos de música. Foi tradicionalmente cantada em todas as missas de coroações papais até a coroação de Paulo VI, em 1963. A Missa Papae Marcelli consiste, como grande parte das missas renascentistas, de Kyrie eleison, Gloria in Excelsis Deo, Credo, Sanctus/Benedictus e Agnus Dei, embora preveja a inserção de passagens em cantochão. A composição da missa é livre, sem se basear em um cantus firmus nem parodiar outra peça. Talvez por causa disso, essa missa não tem a consistência temática típica das peças de Palestrina. É, a princípio, uma missa a seis vozes (há oito no Agnus Dei). Entretanto, o uso do conjunto completo fica reservado a porções específicas, sujeitas ao clima requerido pelo texto. Além disso, as combinações de vozes variam ao longo da peça. A textura é basicamente polifônica, em estilo declamatório, com pouca superposição de textos e uma clara preferência por acordes em bloco, de modo que o texto possa ser ouvido nitidamente, ao contrário do que acontece em diversas missas polifônicas do século XVI.
Giovanni Pierluigi Palestrina (1525?-1594): Missa Papae Marcelli / 8 Motets (Regensburger Domspatzen)
Missa Papae Marcelli
1 Kyrie 3:59
2 Gloria 5:48
3 Credo 8:59
4 Sanctus 3:43
5 Benedictus 2:55
6 Agnus Dei 2:32
8 Motets
7 Rorate Coeli (For 5 Voices) 3:36
8 Hodie Christus Natus Est (For 2 Four-Part Choirs) 2:28
9 Pueri Hebraeorum (For 4 Similar Voices) 2:01
10 Terra Tremuit (For 5 Voices) 2:21
11 Ascendit Deus (For 5 Voices) 2:09
12 Dum Complerentur / Dum Ergo Essent (For 6 Voices) 3:07
13 Dum Ergo Essent (For 6 Voices) 2:31
14 Ego Sum Panis Vivus (For 4 Voices) 3:06
15 Tu Es Petrus (For 6 Voices) 7:12
16 Laudate Dominum Omnes Gentes (For 2 Four-Part Choirs) 3:00