Dmitri Shostakovich (1906-1975): Sinfonia Nº 7, Op. 60, “Leningrado” (Jansons / RCO)

Dmitri Shostakovich (1906-1975): Sinfonia Nº 7, Op. 60, “Leningrado” (Jansons / RCO)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Eram outros tempos, muito diferentes. Dias antes, em Leningrado, foram planejados ataques aos alemães a fim de que eles não incomodassem durante a execução da obra através de um ajuntamento de músicos famintos e estropiados. E, assim, a Sinfonia Nº 7 de Shostakovich foi estreada em Leningrado no dia 27 de dezembro de 1941, tornando-se instantaneamente popular na URSS e no Ocidente como um símbolo da resistência ao totalitarismo e militarismo nazista.

No dia 19 de julho de 1942, a NBC transmitiu a Sétima para todos os Estados Unidos na mais espetacular iniciativa da era do rádio até então — anunciada inclusive na capa da revista Time, que ostentava (abaixo) a figura do compositor como bombeiro, uma de suas atribuições na cidade sitiada há meses.

Capa de revista Time. O mundo curvou-se ante a Sétima Sinfonia de Shostakovich.
Capa de revista Time. O mundo curvou-se ante a Sétima Sinfonia de Shostakovich.

A maioria dos compositores de peso estavam nos EUA — Schoenberg, Bartók, Stravinsky, Eisler, Hindemith, Rachmaninov — e grudaram no rádio. E tiveram uma enorme decepção. A mais popular das sinfonias era horrível. Schoenberg e Hindemith esbravejaram publicamente. Bartók ficou pasmo diante da ruindade do primeiro movimento, mas confidenciou apenas a amigos. O grande problema era, obviamente, o primeiro movimento. Após uma introdução pastoral que descreve as maravilhas do tempo pré-guerra com Stalin, há o tema da invasão, claramente inspirado no Bolero de Ravel.

Concordo que é tudo muito simples e anormal para Shostakovich, mas, anos depois, terminada a guerra e acalmados os ânimos, os críticos começaram a ver o que sempre esteve sob seus tolos narizes. A descrição musical da URSS trabalhadora, feliz, tranquila e pastoral durante o regime de Stalin era um evidente e claríssimo sarcasmo. Fato conhecido de todos — inclusive dos envolvidos — é que Shosta detestava Stalin e jamais daria uma chance a ele. Além do mais, era um homem talentoso, inteligente, complexo e muito, mas muito corajoso, apesar de seus problemas. Ora, a ironia forma-se no ato de dizer-se as coisas exatamente ao contrário e com certo exagero. Como é que ninguém deu-se conta de que aquele açúcar todo tinha o endereço de Stalin? Já o restante da música é extremamente dramático e bom.

A gravação de Mariss Jansons e da RCO é uma coisa de louco.

Dmitri Shostakovich (1906-1975): Sinfonia Nº 7, Op. 60, “Leningrado” (Jansons / RCO)

1. Shostakovich – Symphony 7 in C major, op. 60 – Leningrad: Allegretto 27:22
2. Shostakovich – Symphony 7 in C major, op. 60 – Leningrad: Moderato (poco allegretto 11:17
3. Shostakovich – Symphony 7 in C major, op. 60 – Leningrad: Adagio 18:37
4. Shostakovich – Symphony 7 in C major, op. 60 – Leningrad: Allegro non troppo 17:11

Royal Concertgebouw Orchestra
Mariss Jansons

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Quem é míope vira bombeiro, né?
Quem é míope vira bombeiro, né?

PQP

J. S. Bach (1685-1750): Oratório da Páscoa, BWV 249 & Cantata BWV 6 (Rilling)

J. S. Bach (1685-1750): Oratório da Páscoa, BWV 249 & Cantata BWV 6 (Rilling)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Vou contar um segredo para vocês. Eu estou ouvindo todos os meus CDs. Um a um, um por um. Alguns eu jogo fora ou dou depois de uma decepção. Mas às vezes bato de cara com algo excelente de que tinha esquecido. É o caso deste Vol. 11 de minhas queridas Cantatas de Bach por Helmuth Rilling. Ganhei a enorme Caixa de Cantatas de uma namorada faz uns 35 anos. 53 CDs! Minha capa é menos carnavalesca do que a que apresento, mas foi o que encontrei. Rilling estava no limite entre a música historicamente informada e o horrível passado das gravações barrocas. Adorei o mimo quando ganhei! Muito obrigado! A maturidade me ensinou que ex-mulher é cargo de confiança e que não se fala mal de nenhuma. Ainda mais eu, que casei tantas vezes até finalmente encontrar meu primeiro amor… Bem, ouçam tudo porque vale a pena. A sonhadora ária Sanfte soll mein Todeskummer (faixa 7) está de arrancar o coração, de tão linda. E o que dizer de Ach bleib bei uns, Herr Jesu Christ (faixa 14)?

J. S. Bach (1685-1750): Oratório da Páscoa, BWV 249 & Cantata BWV 6 (Rilling)

BWV 249 Osteroratorium Kommt, Eilet Und Laufet (40:53)
1 Sinfonia 4:01
2 Adagio 4:16
3 Duetto E Coro 4:41
4 Recitativo 1:06
5 Aria 8:19
6 Recitativo 0:47
7 Aria 6:08
8 Recitativo 0:55
9 Aria 6:57
10 Recitativo 0:42
11 Coro 2:45

BWV 6 Bleib Bei Uns (19:06)
12 Coro 5:37
13 Aria 4:04
14 Choral 4:25
15 Recitativo 1:00
16 Aria 3:04
17 Choral 0:47

Alto Vocals – Carolyn Watkinson (tracks: 12 to 17), Julia Hamari (tracks: 1 to 11)
Bass Vocals – Philippe Huttenlocher (tracks: 1 to 11), Walter Heldwein (tracks: 12 to 17)
Choir – Gächinger Kantorei Stuttgart
Conductor – Helmuth Rilling
Orchestra – Bach-Collegium Stuttgart
Soprano Vocals – Arleen Augér* (tracks: 1 to 11), Edith Wiens (tracks: 12 to 17)
Tenor Vocals – Adalbert Kraus

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Coelhinho da Páscoa, o que trazes pra mim?

PQP

J. Brahms (1833-1897) & J. Joachim (1831-1907): Concertos para Violino (Barton Pine, Kalmar)

J. Brahms (1833-1897) & J. Joachim (1831-1907): Concertos para Violino (Barton Pine, Kalmar)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

O húngaro Joseph Joachim é uma figurinha comum nas capas de discos. O cara escreveu notáveis cadenze para uma infinidade de Concertos para Violino românticos e clássicos. Muita gente as usa. Além de violinista, foi regente, compositor e professor. Grande amigo e intérprete de Schumann e de Brahms, foi um dos mais influentes instrumentistas de seu tempo. A carreira de Joachim foi profundamente marcada pela amizade com Brahms. A colaboração entre os dois músicos foi benéfica para ambos. A obra mais signficativa dessa amizade é seguramente este Concerto para Violino de Brahms, claro. Na composição desse concerto, Brahms foi muito auxiliado por Joachim, especialmente no tocante à técnica violinística. A cadenza do concerto foi escrita por Joachim, para variar. E há mais de uma escrita por ele.

Curiosidade: parece que sua mullher plantou-lhe um belo par de cornos… O maravilhoso Concerto Duplo para Violino, Violoncelo e Orquestra de Brahms, só existe porque… Bem, em 1884, Joachim e sua mulher se separaram depois que ele se convenceu que ela mantinha uma relação com o editor de Brahms, Fritz Simrock. Brahms, certo de que as suposições do violinista eram reles paranoias, escreveu uma carta de apoio a Amalie, que mais adiante ela usará como prova no processo de divórcio que Joseph movia contra ela. O fato motivou um esfriamento das relações de amizade entre Joachim e Brahms, que depois foram restabelecidas quando Brahms escreveu o Concerto Duplo e o enviou a Joachim para fazer as pazes. Em suma, o Concerto Duplo só existe em função dos cornos que Amalie pôs em Joseph Joachim. PQP Bach é Cultura! Porém, não misturem as coisas, Joachim foi traído, mas era um monstro em seu instrumento.

Por exemplo, em Berlim, no dia 17 agosto de 1903, o músico gravou um disco para a Gramophone Company (G&T), que chegou à nossa época como uma fascinante fonte de informações sobre o estilo violinístico do século XIX. Joachim foi o primeiro violinista a fazer uma gravação sonora. Sim, ele não era moleza.

Mas, bem, o disco ora postado abre com um Concerto para Violino e Orquestra de Joachim. Olha, se lhe sobravam galhos na testa e talento para executar peças de outros, faltava-lhe a centelha que faz de um ser humano normal um compositor. O Concerto, de quase 50 minutos, não é mau, mas também não é lá essas coisas. O que é legal neste CD duplo é que a excelente violinista Rachel Barton Pine faz quase uma tese sonora explorando a obra de dois amigos, pois também coloca versões alternativas das cadenze. Versões de Joachim e dela. Sim, Joachim e suas cadenze foram imortalizados, ele grudou-se para sempre à obra de Brahms, Beethoven e outros. Quanto à Barton Pine, o futuro dirá. Bobagem comentar o Concerto de Brahms. A gente só precisa ouvir. É impecável, perfeito, incrível.

J. Brahms (1833-1897) & J. Joachim (1831-1907): Concertos para Violino (Barton Pine, Kalmar)

Joseph Joachim: Violin Concerto in Hungarian Style in D minor, Op. 11
1. Joachim: Violin Concerto: 1st mvmt.: Allegro un poco maestoso
2. Joachim: Violin Concerto: 2nd mvmt.: Romanze: Andante
3. Joachim: Violin Concerto: 3rd mvmt.: Finale alla Zingara: Allegro con spirito

Johannes Brahms: Violin Concerto in D Major, Op. 77
4. Brahms: Violin Concerto: Allegro non troppo
5. Brahms: Violin Concerto: 1st mvmt. cadenza (by Joachim)
6. Brahms: Violin Concerto: 2nd mvmt.: Adagio
7. Brahms: Violin Concerto: 3rd mvmt.: Allegro giocoso, ma non troppo vivace
8. Cadenza by Rachel Barton-end of 1st mvmt. (Bonus Track)

Rachel Barton Pine, Violino
Chicago Symphony Orchestra
Carlos Kalmar

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Rachel Barton Pine esteve em Porto Alegre em 2013. Foi inesquecível.
Rachel Barton Pine esteve em Porto Alegre em 2013. Foi inesquecível.

PQP

Franz Berwald (1796-1868): Abertura “Estrela de Sória” / Sinfonia Nº 1, “Sérieuse” / Sinfonia Nº 2, “Capricieuse” (Kamu)

Franz Berwald (1796-1868): Abertura “Estrela de Sória” / Sinfonia Nº 1, “Sérieuse” / Sinfonia Nº 2, “Capricieuse” (Kamu)

Eu gosto muito de Berwald. Aliás, compositores suecos são raros. Escrevi “compositores eruditos suecos” e o Google mudou espertamente para “compositores escandinavos”. Citou Berwald, mas já dentro deste novo escopo. Coisas da AI. Ele escreveu 4 belas Sinfonias, das quais as duas primeiras estão aí. Franz Berwald, descendente de uma família de músicos suecos de remota origem alemã, era violinista por formação e se tornou a figura mais importante da música sueca do século XIX. Em suma, ele teve razoável sucesso em seu próprio país, eventualmente se voltando para os negócios, gerenciando uma fábrica de vidro e abrindo uma serraria. Ser músico na Suécia do século XIX devia dar uma grana… Ele acabou nomeado professor de composição da academia sueca apenas em 1867, um ano antes de  morrer.

Franz Berwald (1796-1868): Abertura “Estrela de Sória” / Sinfonia Nº 1, “Sérieuse” / Sinfonia Nº 2, “Capricieuse” (Kamu)

1 Overture to Estrella de Soria 08:08

Symphony No. 1 in G Minor, “Sinfonie serieuse”
2 I. Allegro con energia 11:26
3 II. Adagio maestoso 06:41
4 III. Stretto 05:14
5 IV. Finale: Adagio – Allegro molto 08:21

Symphony No. 2 in D Major, “Sinfonie capricieuse”
6 I. Allegro 11:49
7 II. Andante 08:41
8 III. Finale: Allegro assai 11:06

Conductor(s): Kamu, Okko
Orchestra(s): Helsingborg Symphony Orchestra

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O topetinho do bofe…

PQP

Max Bruch (1838-1920): Concerto Nº 1 para Violino e Orq. / Johannes Brahms (1833-1897): Concerto para Violino e Orq. (Little, Handley, RLPO)

Max Bruch (1838-1920): Concerto Nº 1 para Violino e Orq. / Johannes Brahms (1833-1897): Concerto para Violino e Orq. (Little, Handley, RLPO)

“Em 50 anos, serei lembrado apenas pelo meu concerto para violino em sol menor… Brahms foi um compositor muito maior do que eu porque assumiu riscos”. OK, então, neste CD, temos Bruch representado por sua melhor música e ela não parece uma obra complementar — é muito bonita. Claro que Brahms é Brahms , mas Bruch não faz feio, de modo algum. Talvez a comparação direta mais conhecida entre os concertos para violino de Brahms e Bruch venha de Hans von Bülow, que comentou que, enquanto Bruch havia escrito um concerto para violino, Brahms havia composto um contra ele. E embora isso seja talvez um pouco duro com Brahms, pode-se entender o ponto de von Bülow: Bruch usa a orquestra para apoiar seu solista, enquanto Brahms tenta tratar tanto o solista quanto a orquestra como iguais. Comparações à parte, ambos são exemplos imponentes do gênero e permanecerão estabelecidos como pedras fundamentais do repertório de concertos. Aqui, os dois concertos são tocados com raro brilho.

Tasmin Little toca num Stradivarius de 1,3 milhão de libras e ainda faz essas caras

Max Bruch (1838-1920): Concerto Nº 1 para Violino e Orq. / Johannes Brahms (1833-1897): Concerto para Violino e Orq. (Little, Handley, RLPO)

Violin Concerto No. 1 In G Minor, Op. 26
Composed By – Max Bruch
1 I Vorspiel: Allegro Moderato 8:51
2 II Adagio 9:09
3 III Finale: Allegro Energico 7:34

Violin Concerto In D, Op. 77
Composed By – Johannes Brahms
4 Allegro Non Troppo 22:15
5 Adagio 8:47
6 Allegro Giocoso, Ma Non Troppo Vivace 7:44

Conductor – Vernon Handley
Orchestra – Royal Liverpool Philharmonic Orchestra
Violin – Tasmin Little

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O Bruch tem cara de boa pessoa, né? Tomaria um chope com ele.

PQP

Dvořák: Sinfonia Nº 9, Novo Mundo / Beethoven: Grosse Fuge, Op. 133 (versão para orquestra) (Kubelik/ Bavarian Radio SO)

Dvořák: Sinfonia Nº 9, Novo Mundo / Beethoven: Grosse Fuge, Op. 133 (versão para orquestra) (Kubelik/ Bavarian Radio SO)

O nome de Rafael Kubelik é garantia de qualidade e durabilidade. Ele não deforma, não tem cheiro e não solta as tiras. E quando ele pega um boêmio a coisa se torna realmente linda. É uma gravação de referência para a Nona de Dvořák. A Nona Sinfonia foi escrita em 1892 no período em que o compositor estava nos Estados Unidos. Ao mesmo tempo que estava encantado com o novo lugar sentia saudades de sua terra. Essa confusão pra lá de fingida aparece neste Op. 95 quando temas norte-americanos dialogam com eslavos e a obra ganha um tom trágico. A obra estreou em 1893 no Carnegie Hall de Nova York em comemoração ao aniversário da conquista do novo mundo, fato que deu nome à obra. Já a transcrição de quarteto de cordas para orquestra do Fugão de Beethoven é desnecessária. Ouça a versão original e estamos conversados.

Dvořák: Sinfonia Nº 9, Novo Mundo / Beethoven: Grosse Fuge, Op. 133 (versão para orquestra) (Kubelik/ Bavarian Radio SO)

Antonín Dvorák (1841-1904) –
Symphony No. 9 in E minor, op. 95 “From the New World”
01. Adagio – Allegro molto
02. Largo
03. Scherzo (Molto vivace)
04. Allegro con fuoco

Ludwig van Beethoven (1770-1827) –
Grande Fuga em Si maior, Op. 133
05. Grande Fuga em Si maior, Op. 133

Bavarian Radio Symphony Orchestra
Rafael Kubelik, regente

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Kubelik era um boêmio e não tinha o hábito de pentear-se pela manhã.

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J. S. Bach (1685-1750): Cantatas 51, 56 e 82 (Rilling)

J. S. Bach (1685-1750): Cantatas 51, 56 e 82 (Rilling)

Meus astutos e ínclitos pequepianos, esta é uma gravação mezzo antiquada, com vibratões e instrumentos modernos, mas há algo de especial nela. Além do repertório LINDO, VERDADEIMENTE EXTRAORDINÁRIO, além do talento de Rilling, há Dietrich Fischer-Dieskau cantando. Só esta versão da Cantata BWV 82 é superior a todas as gravações de Karl Richter somadas, apenas para citar um contemporâneo de Rilling. Pois Rilling não é um romântico de Bach. E acreditem, ele está vivo até hoje. Ele é bem conhecido por suas performances da música de Bach e seus contemporâneos. Foi o primeiro a ter gravado duas vezes (em instrumentos modernos) as obras vocais completas de Bach, uma tarefa monumental envolvendo mais de 1.000 peças musicais — abrangendo 170 CDs. Ele também gravou muitas obras corais e orquestrais românticas e clássicas, incluindo as obras de Johannes Brahms.

J. S. Bach (1685-1750): Cantatas 51, 56 e 82 (Rilling)

Cantata No. 51, “Jauchzet Gott In Allen Landen,” BWV 51 (BC A134)
1 Aria 4:37
2 Recitativo 2:36
3 Aria 4:35
4 Choral 3:42
5 Aria 2:23

Cantata No. 56, “Ich Will Den Kreuzstab Gerne Tragen,” BWV 56 (BC A146)
6 Ich Will Denn Kreuzstab Gerne Tragen 8:08
7 Mein Wandel Auf Der Welt 2:22
8 Endlich, Endlich Wird Mein Joch 6:27
9 Ich Stehe Fertig Und Bereit 2:07
10 Komm, O Tod, Du Schlafes Bruder 1:42

Cantata No. 82, “Ich Habe Genug,” BWV 82 (BC A169)
11 Aria 7:39
12 Recitativo 1:34
13 Aria 9:17
14 Recitativo 54:03
15 Aria 4:02

Bass Vocals – Dietrich Fischer-Dieskau (tracks: 6 to 15)
Chorus – Gächinger Kantorei Stuttgart (tracks: 6 to 10)
Conductor – Helmuth Rilling
Orchestra – Bachcollegium Stuttgart (tracks: 6 to 15), Württembergisches Kammerorchester (tracks: 1 to 5)
Soprano Vocals – Arleen Auger (tracks: 1 to 5)

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Em 1967, uma foto de Helmuth e Martina Rilling em Nova York com Leonard Bernstein

PQP

J. S. Bach (1685-1750): A Arte da Fuga (Glenn Gould)

J. S. Bach (1685-1750): A Arte da Fuga (Glenn Gould)

Glenn Gould era um original. No auge da carreira, abandonou os concertos pelas gravações, cantava durante as mesmas, era um mago no estúdio e corrigia seu som quando isto era “roubar no jogo”, fazia entrevistas consigo mesmo, produzia notáveis programas radiofônicos. Era um gênio e um gênio do piano, mas… preferiu tocar A Arte da Fuga, ou metade dela, ao órgão. Claro, vocês sabem que Glenn Gould era dado a estranhas opções de andamentos e brigava com muita gente boa, como Lenny Bernstein. Mas eu aprovo este CD, apesar de alguns críticos atacarem a digitação muito pouco “organística” de GG. Se o CD é estranho pela utilização de órgão por parte de Gould, ele é absolutamente sensacional a partir da faixa 10, onde retorna definitivamente o piano. Ele acentua tudo de forma demasiada no órgão — não sei explicar — é também muito bonito.

Tudo bem, sei que A Arte da Fuga pode ser interpretada em qualquer instrumento ou grupo deles, não ignoro que alguns pensam tratar-se de obra para leitura, mas ouçam a faixa 10, quando Gould entra tocando (e cantando, como sempre) o Contrapunctus I… É muito bom, né? Apenas acho um pouco discutível a forma como ele finalizou a fuga inacabada. Ficou um pouco romântica, com intenção pouco clara, sei lá.

(ALÔ, PRÍNCIPE SALINAS! Ao ouvir Andras Schiff, senti falta de… Gould cantando. Como pode meu ouvido ter se acostumado desta forma à cantoria de Gould?)

J. S. Bach (1685-1750): A Arte da Fuga (Glenn Gould)

1. Die Kunst der Fuge (The Art of the Fugue), for keyboard (or other instruments), BWV 1080 Contrapunctus 1
2. Die Kunst der Fuge (The Art of the Fugue), for keyboard (or other instruments), BWV 1080 Contrapunctus 2
3. Die Kunst der Fuge (The Art of the Fugue), for keyboard (or other instruments), BWV 1080 Contrapunctus 3
4. Die Kunst der Fuge (The Art of the Fugue), for keyboard (or other instruments), BWV 1080 Contrapunctus 4
5. Die Kunst der Fuge (The Art of the Fugue), for keyboard (or other instruments), BWV 1080 Contrapunctus 5
6. Die Kunst der Fuge (The Art of the Fugue), for keyboard (or other instruments), BWV 1080 Contrapunctus 6 (a 4, im Stile francese)
7. Die Kunst der Fuge (The Art of the Fugue), for keyboard (or other instruments), BWV 1080 Contrapunctus 7 (a 4, per Augmentationem et Diminutionem)
8. Die Kunst der Fuge (The Art of the Fugue), for keyboard (or other instruments), BWV 1080 Contrapunctus 8 (a 3)
9. Die Kunst der Fuge (The Art of the Fugue), for keyboard (or other instruments), BWV 1080 Contrapunctus 9 (a 4, alla Duodecima)
10. Die Kunst der Fuge (The Art of the Fugue), for keyboard (or other instruments), BWV 1080 Contrapunctus 1
11. Die Kunst der Fuge (The Art of the Fugue), for keyboard (or other instruments), BWV 1080 Contrapunctus 2
12. Die Kunst der Fuge (The Art of the Fugue), for keyboard (or other instruments), BWV 1080 Contrapunctus 4
13. Die Kunst der Fuge (The Art of the Fugue), for keyboard (or other instruments), BWV 1080 Contrapunctus 9 (a 4, alla Duodecima)
14. Die Kunst der Fuge (The Art of the Fugue), for keyboard (or other instruments), BWV 1080 Contrapunctus 11 (a 4)
15. Die Kunst der Fuge (The Art of the Fugue), for keyboard (or other instruments), BWV 1080 Contrapunctus 13 (a 3)
16. Die Kunst der Fuge (The Art of the Fugue), for keyboard (or other instruments), BWV 1080 Contrapunctus 14 (Fuga a 3 Soggetti) unfinished
17. Prelude and Fugue on the name of “B-A-C-H,” for keyboard in B flat major (doubtful; perhaps by J.C. Kittel), BWV 898

Glenn Gould, órgão, piano

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Gould no Café da PQP Bach Corp. de Toronto

PQP

Franz Schubert (1797-1828): As Últimas Sonatas (Pollini)

Franz Schubert (1797-1828): As Últimas Sonatas (Pollini)

O grande René Denon postou estes CDs em 2019 com muito mais categoria. Bem aqui, ó. Reposto-os aqui neste cantinho só para não perder os muitos comentários.

Sei que não somente “aqueles comentaristas habituais” hostilizarão esta gravação colocada entre as melhores da DG (obrigado pela lembrança dos Originals, Lais; minha gravação é pré-Originals), como nossa comparsa Clara Schumann deverá apresentar chiliques em defesa de seu amado Alfred Brendel que, segundo ela, acarinha melhor o compositor que ela mais ama.

(Nunca entendi esta senhora que casa com um, tem Brahms por amante, mas gosta mesmo é de Schubert. A mente masculina é mais simples e burra, graças a Deus, e interessa-se por todas, prova de seu amor à humanidade.)

Schubert é o compositor que mais lamento. Apenas 31 anos! Onde ele chegaria se tivesse vivido, por exemplo, os 57 anos de Beethoven? É difícil de responder, ainda mais ouvindo suas últimas obras, amadurecidas a fórceps pelo sofrimento causado pela doença. Este criador de melodias irresistíveis trabalhava (muito) pela manhã, caminhava à tarde e bebia à noite. O bafômetro o pegaria na volta, certamente. Seria um recordista de multas. Não morreu da sífilis e sim de tifo, após ingerir um vulgar peixe contaminado. Ou seja, uma droga de um peixe podre nos tirou anos de muitas obras, certamente. Espero que, se o inferno existir, este peixe esteja lá queimando. Desgraçado, bicho ruim!

A interpretação de Pollini é completamente despida de exageros ou de virtuosismo. Ele respeita inteiramente Schubert, compositor melodista e destituído de virtuosismo pessoal ao piano, pero… nada de sentimentalismos, meus amigos. Pollini é um realista. E, com efeito, as sonatas finais desfazem o mito do Schubert fofinho, mundano e feliz. Era um indivíduo profundo e o trágico não lhe era estranho.

Minha sonata preferida é a D. 960, com seu imenso e emocionante primeiro movimento. Quando o ouço de surpresa, penso que virão o que não me vêm há anos: lágrimas. O que segue é-lhe digno, com destaque especial para o zombeteiro movimento final. O D. 959 também é extraordinário, principalmente o lindíssimo e nobre Andantino e o lied do Rondó. Também tenho indesmentível amor pela contrastante primeira peça das Drei Klavierstucke.

A Fundação Maurizio Pollini, desta vez patrocinada por PQP Bach, agradece todos os apoios recebidos e declara-se ofendida pela nefasta ironia perpetrada pelo provocador Kaissor (ou foi o Exigente?) ao querer estigmatizar nosso ídalo por ser mais divulgado em razão do perfil marcadamente “comercial” de sua gravadora. Com todo o respeito, respondemos a ele que Pollini é a Verdade e o Absoluto. Dou a Schnabel um lugar no pódio e ele que fique quieto. “O homem que inventou Beethoven”??? Arrã. Acho que foi reinventado… :¬)))

Franz Schubert (1797-1828): As Últimas Sonatas (Pollini)

CD 1

1. Piano Sonata No. 19, D.958 – Allegro
2. Piano Sonata No. 19, D.958 – Adagio
3. Piano Sonata No. 19, D.958 – Menuetto: Allegro
4. Piano Sonata No. 19, D.958 – Allegro

5. Piano Sonata No. 20 In A D.959 – Allegro
6. Piano Sonata No. 20, D.959 – Andantino
7. Piano Sonata No. 20, D.959 – Scherzo: Allegro
8. Piano Sonata No. 20, D.959 – Rondo: Allegretto

CD 2

1. Piano Sonata No. 21, D.960 – Molto Moderato
2. Piano Sonata No. 21, D.960 – Andante Sostenuto
3. Piano Sonata No. 21, D.960 – Scherzo: Allegro
4. Piano Sonata No. 21, D.960 – Allegro Ma Non Troppo

5. Allegretto In C Minor D.915

6. 3 Klavierstucke, D.946 – No. 1 In E Flat Minor – Allegro Assai
7. 3 Klavierstucke, D.946 – No.2 In E Flat – Allegretto
8. 3 Klavierstucke, D.946 – No. 3 In C – Allegro

Maurizio Pollini (Piano)

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Um Schubert engomadinho pra vocês.

PQP

Ağa / Giray / Gluck / Kraus / Mozart / Süssmayr: Dream Of The Orient (ou A Chegada dos Turcos à Europa)

Ağa / Giray / Gluck / Kraus / Mozart / Süssmayr: Dream Of The Orient (ou A Chegada dos Turcos à Europa)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Um lindo CD cheio de obras desconhecidas! Depois de 1683, quando as tropas polonesas salvaram Viena da invasão turca, esta, a Turquia, já não era uma ameaça para a Europa Ocidental e se tornou um símbolo do Oriente misterioso. Para os músicos europeus, no entanto, a Turquia era menos nebulosa. Alguns instrumentos turcos (incluindo tambores, pratos e triângulos) entraram nas orquestras europeias, com compositores emulando o som das bandas militares turcos. A introdução deste orientalismo musical na Europa é mostrada neste sensacional álbum com excelentes performances do Concerto Köln e da Sarband, um conjunto tradicional turco.

Dream Of The Orient, peças de compositores ou inspiradas pelo Oriente

1 –Concerto Köln & Sarband Introduction 1:18
2 –Concerto Köln & Sarband Overture To “Die Entführung Aus Dem Serail” 4:39
Composed By – Wolfgang Amadeus Mozart

3 –Sarband Introduction 1:22
4 –Concerto Köln & Sarband Concerto Turco Nominate “Izia Semaisi” 4:16
5 –Sarband Son Yürük Sema’i 0:55
Composed By – Traditional

6 –Concerto Köln & Sarband Overture To “La Rencontre Imprévue”
Composed By – C. W. Gluck*
2:28
7 –Sarband Introduction 0:59
8 –Sarband Uşşak Peşrevi
Composed By – Zurnazen Ibrahim Ağa 2:31

9 –Sarband & Concerto Köln Mahur Peşrevi 3:02
Composed By – Tatar Han Gazi Giray*

10 –Concerto Köln & Sarband Ballet From “Soliman II, Eller De Tre Sultaninnorna” – Allegro 3:40
Composed By – Joseph Martin Kraus

11 –Sarband Introduction 2:16
12 –Sarband Hünkar Peşrevi 2:31
Composed By – Anon.*

– Ballet From “Soliman II”
Composed By – Joseph Martin Kraus
13 –Concerto Köln & Sarband Marcia Del Sultano 0:58
14 –Concerto Köln Marcia Degli Schiavi 1:32
15 –Concerto Köln & Sarband Danza Di Elmira 1:07
16 –Concerto Köln & Sarband Marcia Dei Giannizzari 1:25
17 –Sarband Neva Ilahi – Improvisation – Neva Ilahi 5:58
Composed By – Traditional

18 –Concerto Köln Ballet from “Soliman II” – Marcia Di Roxelana 1:09
Composed By – Joseph Martin Kraus

19 –Sarband Introduction 1:15
20 –Concerto Köln Ballet from “Soliman II” – La Coronazione 1:34
Composed By – Joseph Martin Kraus

21 –Sarband Hüseyni Ilahi 1:34
Composed By – Traditional

22 –Concerto Köln Ballet from “Soliman II” – Marcia Dei Dervisci 1:12
Composed By – Joseph Martin Kraus

“Sinfonia Turchesca” In C Major
Composed By – Franz Xaver Süssmayr
23 –Concerto Köln & Sarband 1. Allegro 6:58
24 –Concerto Köln & Sarband 2. Adagio 4:08
25 –Concerto Köln & Sarband 3. [Minuetto] – Trio 3:12
26 –Concerto Köln & Sarband 4. Finale 3:51

Concerto Köln & Sarband
Vladimir Ivanoff, Werner Ehrhardt – direção

Maiores detalhes aqui.

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A gente não ganha porra nenhuma fazendo o PQP
A gente não ganha porra nenhuma fazendo o PQP

PQP

.: interlúdio :. Miles Davis: Porgy and Bess

.: interlúdio :. Miles Davis: Porgy and Bess

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Este interlúdio continua de onde o anterior parou (ou, na verdade, um passo antes): numa colaboração entre Miles Davis e Gil Evans. Gravado em quatro sessões no verão de 1958, a adaptação de Porgy and Bess, ópera de Gerswhin, veio com a publicidade em torno do filme de Otto Preminger. A película não deu certo e desagradou os criadores. Já a versão jazz, que diferença: não apenas um dos maiores best-sellers da história do gênero, também foi aclamado por toda crítica como um marco do jazz orquestral.

Sensível e melódico, Porgy and Bess é um álbum que tem Miles Davis vivendo um momento de redescoberta das harmonias, no já pós-bop:

I think a movement in jazz is beginning, away from the conventional string of chords and a return to emphasis on melodic rather than harmonic variations….When Gil wrote the arrangement of ‘I Loves You, Porgy’, he only wrote a scale for me to play. No chords. And that other passage with just two chords gives you a lot more freedom and space to hear things.

E espaço é o que se ouve. Apesar da formação com muitos músicos, a produção delicada permite a todos seu espaço – seja na orquestração do acompanhamento, seja nos solos de Davis e do genial Cannonball Adderley. Além disso, há um aspecto lúdico – porque não é nada menos do que divertido ver os tons por onde Miles e Evans enxergaram canções populares como Summertime e It Ain’t Necessarily So.

Se aqui temos uma leitura fantástica da obra de Gershwin, ela já havia rendido outra obra-prima: a gravação de Ella Fitzgerald e Louis Armstrong, mais orquestra, um ano antes. Disco este que deve pintar por aqui em breve, prometido por FDP Bach.

Miles Davis – Porgy and Bess (320)

01 The Buzzard Song 4’12
02 Bess, You Is My Woman Now 5’15
03 Gone (Evans) 3’41
04 Gone, Gone, Gone 2’06
05 Summertime 3’22
06 Prayer (Oh Doctor Jesus) 4’44
07 Fisherman, Strawberry and Devil Crab 4’10
08 My Man’s Gone Now 6’14
09 It Ain’t Necessarily So 4’29
10 Here Come de Honey Man 1’26
11 I Wants to Stay Here (a.k.a. I Loves You, Porgy) 3’41
12 There’s a Boat That’s Leaving Soon for New York 3’29
13 I Loves You, Porgy [tk1 2nd version] 4’16
14 Gone [tk 4] 3’41

Composto por George Gershwin, Ira Gershwin e DuBose Heyward
Conduzido e arranjado por Gil Evans
Produzido por Cal Lampley e Teo Macero para a Columbia

Miles Davis (trumpet, flugelhorn); Cannonball Adderley (alto saxophone); Gil Evans (arranger, conductor); Paul Chambers (bass); Jimmy Cobb (drums); Ernie Royal, Bernie Glow, Johnny Coles, Louis Mucci (trumpet), Dick Hixon, Frank Rehak, Jimmy Cleveland, Joe Bennett (trombone), Willie Ruff, Julius Watkins, Gunther Schuller (horn), Bill Barber (tuba), Phil Bodner, Jerome Richardson, Romeo Penque (flute, alto flute, clarinet); Danny Bank (alto flute & bass clarinet); Philly Joe Jones (drums on tracks 3, 4, 15).

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miles davis

Boa audição!
Bluedog, revalidado por PQP Bach

Johann Joseph Fucks, digo, Fux (1660-1741): Serenada a 8, Rondeau a 7, Sonata a 4 (Harnoncourt)

Johann Joseph Fucks, digo, Fux (1660-1741): Serenada a 8, Rondeau a 7, Sonata a 4 (Harnoncourt)

A música barroca é algo realmente sem fim e, cada vez que posto mais um bom compositor, fico impressionado com uma proporção que antes não via em minha cedeteca. O troço não acaba nunca e pasmo para a época em que meu pai nos concebeu — falo de mim, FDP e CDF. Este CD foi gravado em 1970 e relançado em 2003 pela providencial gravadora APEX, que está nos trazendo de volta coisas antológicas. Aqui, temos o grande Nikolaus Harnoncourt e seu Concentus musicus de Viena cuidando de outro austríaco, Fucks, digo, Fux. Já notaram como esses compositores barrocos viviam bastante? Fucks, digo, Fux viveu 81 anos e sei de uns vinte que ultrapassaram a idade vivida por meu pai (65 anos). Johann Joseph Fucks, digo, Fux nasceu em Hirtenfeld na Áustria. Foi filho de camponeses e autodidata em música. Foi Kappelmeister e compositor da corte. É autor do Gradus ad Parnassum, o mais importante tratado de contraponto já escrito. Fucks, digo, Fux morreu em Viena. Deixou 405 obras além do Gradus ad Parnassum que é um diálogo, em latim, entre professor e aluno, seguido de exercícios de composição.

Johann Joseph Fucks, digo, Fux (1660-1741): Serenada a 8, Rondeau a 7, Sonata a 4 (Harnoncourt)

SERENADA A 8
for 2 clarinos, 2 oboes, bassoon, 2 violins, viola and basso continuo
(from Concentus musico-instrumentalis in septem partittas, Nuremberg 1701)

1 Marche: Allegro 2’ll
2 Guigue: Prestissimo 1’27
3 Menuet 2’16
4 Aria: Più allegro 3’26
5 Ouverture 3’44
6 Menuet I, Trio II 3’20
7 Guigue: Prestissimo 1’09
8 Aria: Andante 3’23
9 Aria 0’50
10 Bourée I, II 2’ll
11 Intrada 3’22
12 Rigadon 0’51
13 Ciacona 2’59
14 Guigue: Prestissimo 0’57
15 Menuet 2’12
16 Final: Poco allegro 0’37

17 RONDEAU A 7 4’17
for violino piccolo, bassoon (fagotto conc.), violin, 3 violas and basso continuo

SONATA A QUATTRO
for violin, cornet, trombone, dulcian and organ

18 Allegro 3’26
19 Adagio 2’02
20 Allegro 3’03

TOTAL TIMING 48’12

Concentus musicus Wien
on original instruments
avec instruments originaux
mit Originalinstrumenten

Nikolaus Harnoncourt, conductor

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Sou feio mas não sou pilantra.
“My name is Fux, Johann Joseph Fux”.

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William Byrd (1543-1623): Consort and Keyboard Music / Songs and Anthems (Rose Consort of Viols / Red Byrd)

William Byrd (1543-1623): Consort and Keyboard Music / Songs and Anthems (Rose Consort of Viols / Red Byrd)

William Byrd foi um compositor inglês da Renascença. Considerado um dos maiores compositores britânicos, teve grande influência, tanto da sua Inglaterra natal como do continente. Ele escreveu em muitas das formas correntes na Inglaterra na época, incluindo vários tipos de polifonia sagrada e secular, teclado (a chamada escola virginalista) e música para grupos. Embora tenha produzido música sacra para serviços religiosos anglicanos, em algum momento durante a década de 1570 ele se tornou católico e passou a  escrever música sacra católica. Byrd foi o compositor mais importante da época de William Shakespeare. Seus salmos e motetos, bem como seus madrigais, estão entre as composições mais aclamadas do século XVI. Ele também escreveu obras para órgão e piano.

William Byrd (1543-1623): Consort and Keyboard Music / Songs and Anthems (Rose Consort of Viols / Red Byrd)

1 Pavan 03:04
2 Galliard 01:59
Byrd, William
Gueroult, Guillaume – Lyricist
3 Susanna fair 03:29
Byrd, William
4 Rejoice unto the Lord 03:24
5 John come kiss me now (from The Fitzwilliam Virginal Book) 05:18
6 Fantasia No. 2 05:21
7 Have mercy upon me, O God 03:15
8 In Nomine No. 2 03:15
9 In angel’s weed 02:56
10 Fair Britain isle 05:57
11 Fantasia 02:46
12 Triumph with pleasant melody 03:39
13 Pavan in A Minor 04:01
14 Qui passe (for my Lady Nevell) 03:07
15 Fantasia No. 3 04:11
16 In Nomine No. 5 02:33
17 Christ rising again 05:14

Total Playing Time: 01:03:29

Ensemble(s): Rose Consort of Viols, The
Choir(s): Red Byrd
Artist(s): Bonner, Tessa; Roberts, Timothy

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Byrd viveu 80 anos tendo nascido em 1543. Vá ter saúde assim no PQP

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Robert Schumann (1810-1856): Sinfonia Nº 2 / Abertura “Manfredo” / Abertura, Scherzo e Final (Sinopoli)

Robert Schumann (1810-1856): Sinfonia Nº 2 / Abertura “Manfredo” / Abertura, Scherzo e Final (Sinopoli)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Giuseppe Sinopoli (1946-2001) foi em regente genial, morto infelizmente aos 54 anos, de ataque cardíaco, enquanto dirigia uma Aida em Berlim. A Segunda Sinfonia de Schumann é minha obra favorita do compositor e a gravação de Sinopoli com a Filarmônica de Viena é a que sempre escolho ouvir. Sinopoli foi um mestre em alcançar o máximo equilíbrio orquestral e definitivamente consegue tudo nesta gravação de 1984. A acústica do Musikverein e os engenheiros da DGG colocam os instrumentos de sopro um pouco atrás das cordas, mas isso não diminui o impacto desta performance. A importância da escrita dos metais é claramente manifesta e as páginas finais da obra têm uma majestade incomparável a qualquer outra gravação da sinfonia com a qual estou familiarizado. Sinopoli prova que a escrita orquestral de Schumann pode ser traduzida com sucesso para uma grande orquestra contemporânea. E este desempenho é muito superior à sua gravação posterior com a Staatskapelle Dresden. A execução da Abertura Manfred também é definitiva. Altamente recomendado.

Robert Schumann (1810-1856): Sinfonia Nº 2 / Abertura “Manfredo” / Abertura, Scherzo e Final (Sinopoli)

01 – Symphony No. 2 in C major – I. Sostenuto assai – Allegro, ma non troppo
02 – Symphony No. 2 in C major – II. Scherzo Allegro vivace
03 – Symphony No. 2 in C major – III. Adagio espressivo
04 – Symphony No. 2 in C major – IV. Allegro molto vivace

05 – “Manfred” Overture Op. 115

06 – Overture, Scherzo & Finale, Op. 52 – I. Overture. Andante con moto – Allegro
07 – Overture, Scherzo & Finale, Op. 52 – II. Scherzo. Vivo – trio. L’istesso tempo
08 – Overture, Scherzo & Finale, Op. 52 – III. Finale. Allegro molto vivace

Wiener Philharmoniker
Staatskapelle Dresden (faixas 6 a 8)
Giuseppe Sinopoli, regente

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Uma imagem monstruosa de Robert e Clara Schumann encontrada na web alemã.

PQP

 

Leonard Bernstein (1918-1990): West Side Story (Schermerhorn)

Leonard Bernstein (1918-1990): West Side Story (Schermerhorn)

Kenneth Schermerhorn (1929-2005) estava estudando com Bernstein durante a criação de West Side Story e foi até considerado um possível maestro para a estreia. Finalmente tendo sua chance quase 50 anos depois, Schermerhorn conduz a partitura com uma autoridade e entusiasmo que revela seu conhecimento íntimo e convicções pessoais, mesmo que às vezes seus andamentos se arrastem (como em I Feel Pretty). Esta gravação utiliza a partitura de Bernstein em sua forma original, antes de passar pelas revisões necessárias para torná-la mais adequada às necessidades do teatro musical da época. Na verdade, tudo soa praticamente o mesmo, as distinções mais óbvias são alguns compassos faltando perto do final do Prólogo e o arranjo vocal diferente para America. A Sinfônica de Nashville toca com uma mistura ideal de elegância sinfônica e jazzística que mostra por que esta obra é um clássico tão maravilhoso. Apenas a gravação multimicrofonada e obviamente destinada ao estúdio, com suas vozes artificialmente próximas, decepciona um pouco. No entanto, este CD recria fielmente o mundo mágico e fascinante que é West Side Story, e qualquer pessoa que venha a esta peça novamente terá uma experiência rara e especial. (Neste link, a última versão de Bernstein).

Bernstein, Leonard
Sondheim, Stephen – Lyricist
West Side Story
1 Act I: Prologue 04:18
2 Act I: Jet Song 02:30
3 Act I: Something’s Coming 02:49
4 Act I: Blues 01:54
5 Act I: Promenade 00:22
6 Act I: Mambo 02:39
7 Act I: Maria 03:07
8 Act I: Balcony Scene / Tonight 07:21
9 Act I: America 04:59
10 Act I: Cool 04:35
11 Act I: One Hand, One Heart 04:58
12 Act I: Tonight 03:56
13 Act I: The Rumble 03:08
14 Act II: I Feel Pretty 03:57
15 Act II: Ballet Sequence 01:32
16 Act II: Transition to Scherzo 00:41
17 Act II: Scherzo 01:40
18 Act II: Somewhere 02:38
19 Act II: Procession and Nightmare 03:37
20 Act II: Gee, Officer Krupke 04:20
21 Act II: A Boy Like That / I Have a Love 06:05
22 Act II: Taunting Scene 01:07
23 Act II: Finale 02:52

Total Playing Time: 01:15:05

Composer(s): Bernstein, Leonard
Lyricist(s): Sondheim, Stephen
Conductor(s): Schermerhorn, Kenneth
Orchestra(s): Nashville Symphony Orchestra
Artist(s): Chozen, Joanna / Cooke, Marianne / Dean, Robert / Ditty, Billy / Eldred, Mike / Gabriel, Winter / Lee, Neal Richard / Lewis, Jeff / Morrison, Betsi / Prentice, Michelle / San Giovanni, Michael / Schanuel, Greg / Shenoy, Nandita / Whiting, Jeff

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Cena de Cantando na Chuva

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Franz Ignaz Beck (1734-1809): Sinfonias (Ward / Northern Chamber Orchestra)

Franz Ignaz Beck (1734-1809): Sinfonias (Ward / Northern  Chamber Orchestra)

Não adianta. Nem todos são Beethoven, Mozart ou meu pai. Mas alguns podem chegar a um bom patamar como este Beck. Suas obras são muito boas, muito agradáveis, mas sem aquela faísca que um gênio colocaria em determinado momento para virar o jogo. Ele representa a Escola de Mannheim e foi, em vida, um equivocado. Imaginem que ele fugiu da Alemanha, chegou a Veneza e Nápoles, terminando por fixar-se em Marselha por ter participado de um duelo em que pensou ter matado seu oponente. Mas não matou. Seu inimigo talvez esteja vivo até hoje… A vida é assim mesmo. Ele compôs um apreciado Stabat Mater (não Matar, como eu tinha escrito em ato falho), muitas sinfonias e aberturas. O CD é bom, muito bom até. Mas não é Mozart, nem Haydn, nem… vocês sabem.

Franz Ignaz Beck (1734-1809): Sinfonias (Ward / Northern Chamber Orchestra)

Sinfonia in B flat major
I. Allegro 03:59
II. Largo 07:28
III. Allegro 01:57

Sinfonia in D major
I. Allegro 04:25
II. Andante 03:49
III. Minuetto 02:34
IV. Presto 02:24

Sinfonia in G major
I. Allegro molto 03:34
II. Andante moderato 05:54
III. Presto 05:52

Sinfonia in D major, Op. 10. No. 2
I. Allegro 02:17
II. Andante 02:12
III. Presto 02:55

Sinfonia in E major, Op. 13, No. 1
I. Allegro 02:39
II. Andante 02:36
III. Allegro 04:08

Performed by: Northern Chamber Orchestra
Conducted by: Nicholas Ward

Total Playing Time: 49:43

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Beck tomando um ventinho Minuano em visita ao RS.

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Karol Szymanowski (1882-1937): Violin Concertos Nos. 1 & 2 / Nocturne and Tarantella (Kulka / Lasocki / Stryja)

Karol Szymanowski (1882-1937): Violin Concertos Nos. 1 & 2 / Nocturne and Tarantella (Kulka / Lasocki / Stryja)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Karol Szymanowski nasceu na Ucrânia em uma rica família cheia de artistas. Após a Revolução Russa, a família regressou à sua Polônia natal, onde Szymanowski encontrou inspiração na música folclórica. Seu lírico Concerto para Violino Nº 1 foi dedicado ao seu grande amigo, o violinista Pavel Kochański, e é notável por sua clareza de textura. Inspirado na visita de Kochański à Polônia em 1932, o Concerto para Violino Nº 2 foi escrito no final da vida criativa de Szymanowski. Os dois músicos trabalharam juntos na partitura, que mostra influências da música do povo montanhês da Polônia. O intenso e virtuoso Nocturne & Tarantella baseia-se no impressionismo de Debussy e do início de Stravinsky, mas também na cultura e no folclore do Oriente.

São gravações excepcionalmente claras destas três obras concertantes de Szymanowski, não apenas os dois Concertos para Violino, mas uma versão orquestrada do Noturno & Tarantela. A turma 100% polaca dá um show, oferecendo leituras puras e claras com entonação impecável e uso cuidadoso do vibrato. Ter um maestro e uma orquestra polonesas como acompanhantes contribui para o sentimento idiomático de cada um, com os sons orquestrais mágicos lindamente evocados, particularmente no Nº 1, a mais radical das duas obras. Kulka toca o relativamente breve Noturno e Tarantela com a mesma empatia. A Tarantella é virtuosística e extravagante, trazendo um clímax concertístico para um disco excelente.

Karol Szymanowski (1882-1937): Violin Concertos Nos. 1 & 2 / Nocturne and Tarantella (Kulka / Lasocki / Stryja)

Violin Concerto No. 1, Op. 35
1 Vivace assai – 06:12
2 Tempo comodo – Andantino – 05:59
3 Vivace scherzando – 01:29
4 Poco meno – Allegretto – 06:53
5 Vivace (Tempo I) 05:36

Violin Concerto No. 2, Op. 61 (*)
6 Moderato – Molto tranquillo – 06:12
7 Andantino sostenuto – 06:34
8 Allegramente – Molto energico – 04:01
9 Andantino – Molto tranquillo 05:25

Nocturne and Tarantella, Op. 28
10 Nocturne: Lento assai 05:49
11 Tarantella: Presto appassionato 06:02
(Fitelberg, Grzegorz – Arranger)

Conductor(s): Stryja, Karol
Orchestra(s): Polish State Philharmonic Orchestra, Katowice
Violins(s): Kulka, Konstanty Andrzej; Lasocki, Roman (*)

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Szyma declarou-se estarrecido com PL do Aborto

PQP

Dietrich Buxtehude (1637-1707): Membra Jesu Nostri — Ciclo de 7 Cantatas (Gardiner)

Ignoro quem foi o autor desta façanha. Além do bitrate rasante, todos os CDs com esta gravação de Gardiner têm também uma obra de Schütz, compositor que amo, chamada O Bone Jesu, Fili Mariae. Quem botou este CD na rede esquartejou a coisa, retirando esta peça que abria o disco e que deve ser interessante. E, por falar em esquartejamento, Membra Jesu Nostri é um ciclo de sete pequenas cantatas compostas em 1680. A letra, Salve mundi salutare – também conhecida como Rhythmica oratio – é um poema atribuído às vezes a São Bernardo de Claraval (1153), outras vezes a Arnulf de Louvain (1250), ambos da ordem cisterciense. Cada uma das sete partes em que se divide a obra é dedicada a uma parte do corpo crucificado de Jesus: pés, joelhos, mãos, costas, peito, coração e cabeça. É música sacra da melhor qualidade. Buxtehude, tenho a dizer que era imenso compositor, organista admiradíssimo por meu pai – que viajou algumas vezes para encontrá-lo e vê-lo tocar – e que seria mais conhecido, não fora a presença sufocante de papai em nossa cultura. Entre nós, os mais jovens da família, era conhecido como tio Bux.

Dietrich Buxtehude (1637-1707): Membra Jesu Nostri — Ciclo de 7 Cantatas (Gardiner)

O Bone Jesu, Fili Mariae (SWV 471) 7:42

Membra Jesu Nostri (BuxWV 75)
I. Ad Pedes 10:00
II. Ad Genua 7:14
III. Ad Manus 9:52
IV. Ad Latus 8:23
V. Ad Pectus 11:23
VI. Ad Cor 9:29
VII. Ad Faciem 8:03

Sir John Eliot Gardiner, regência;
Monteverdi Choir;
English Baroque Soloists.

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Opa, esse aí é Tiradentes que existiu e foi esquartejado! (Pintura de Pedro Américo — 1843-1905)

PQP

.: interlúdio :. Louis Armstrong: Louis Armstrong plays W. C. Handy

.: interlúdio :. Louis Armstrong: Louis Armstrong plays W. C. Handy

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Louis Armstrong Plays W.C. Handy é um lançamento de estúdio de 1954 de Louis Armstrong and His All Stars, descrito pela Allmusic como “o melhor disco de Louis Armstrong da década de 1950” e “música essencial para todas as coleções sérias de jazz”. Este encontro de dois dos maiores de Nova Orleans é indiscutivelmente insuperável. Handy ainda estava vivo para ouvir o que Armstrong fez com seu trabalho – que foi, simplesmente, borrifá-lo de magia. (O encarte cita Handy dizendo, durante as sessões de gravação, que as performances de Louis trouxeram lágrimas aos seus olhos cegos.) Apenas a primeira faixa, St. Louis Blues, já faz valer a pena ouvir o CD. WC Handy (1873-1958) foi o sujeito que popularizou o blues, adaptando uma tradição musical puramente regional da virada do século XX e dando-lhe uma boa dose de atenção e respeito. O blues de Handy é consideravelmente mais polido e elaborado do que o clássico estilo delta e tem boas letras. Armstrong canta todas as músicas com total convicção e bom humor. Ele está acompanhado em várias faixas por Velma Middleton, cujo tom brando e alcance limitado pareceriam um erro de escolha, mas ela mais do que compensa isso com um ótimo timing e, mais importante, uma química fantástica com Armstrong. Eles se separam e seguem em frente, fazendo festa sem comprometer o resultado.

Louis Armstrong: Louis Armstrong Plays W. C. Handy

A1 St. Louis Blues
Vocals – Louis Armstrong, Velma Middleton
Written-By – Handy*

A2 Yellow Dog Blues
Vocals – Louis Armstrong
Written-By – Handy*

A3 Loveless Love
Vocals – Louis Armstrong, Velma Middleton
Written-By – Handy*

A4 Aunt Hagar’s Blues
Vocals – Louis Armstrong
Written-By – Brymn*, Handy*

A5 Louis Armstrong Monologue

A6 Long Gone (From The Bowlin’ Green)
Vocals – Louis Armstrong, Velma Middleton
Written-By – C. Smith*, Handy*

B1 The Memphis Blues (Or Mister Crump)
Vocals – Louis Armstrong
Written-By – Norton*, Handy*

B2 Beale Street Blues
Vocals – Louis Armstrong
Written-By – Handy*

B3 Ole Miss Blues
Vocals – Louis Armstrong
Written-By – Handy*

B4 Chantez Les Bas (Sing ‘Em Low)
Vocals – Louis Armstrong
Written-By – Handy*

B5 Hesitating Blues
Vocals – Louis Armstrong, Velma Middleton
Written-By – Handy*

B6 Atlanta Blues (Make Me One Pallet On Your Floor)
Vocals – Louis Armstrong
Written-By – Elman*, Handy*

Bass – Arvell Shaw
Clarinet – Barney Bigard
Drums – Barrett Deems
Piano – Billy Kyle
Trombone – Trummy Young
Trumpet – Louis Armstrong
Vocals – Louis Armstrong (tracks: A1 to B2, B4 to B6), Velma Middleton (tracks: A1, A3, A5, B5)

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Velma Middleton e Louis Armstrong

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Gustav Mahler (1860-1911): Sinfonia Nº 5 (Bernstein / NYP)

Gustav Mahler (1860-1911): Sinfonia Nº 5 (Bernstein / NYP)

Esta é uma gravação de 1963 quando Bernstein ainda não tinha desenvolvido o “seu próprio Mahler”. É uma versão vendida bem baratinho pela Sony, meio que com vergonha daquilo de Lenny fez depois na DG. Foi tão, mas tão barato que comprei mesmo sabendo da decepção. Claro, é de alto nível, mas vários maestros fizeram depois versões muito superiores. Abbado, por exemplo. O excelente filme Tar fala muito nesta música que foi composta entre 1901 e 1902, principalmente durante os meses de verão na casa de férias de Mahler em Maiernigg. Entre suas características mais distintivas estão o solo de trompete que abre a obra com um motivo rítmico semelhante à abertura da Sinfonia nº 5 de Ludwig van Beethoven, os solos de trompa no terceiro movimento e o Adagietto tão frequentemente executado. A sinfonia é geralmente considerada a sinfonia mais convencional do compositor, mas mesmo assim ela tem várias peculiaridades. Ela “quase” tem uma estrutura de quatro movimentos, já que os dois primeiros podem ser facilmente vistos como um só. A sinfonia também termina com um rondó, no estilo clássico. Algumas surpresas são a marcha fúnebre que abre a peça e o Adagietto para harpa e cordas que contrasta com a orquestração complexa dos outros movimentos.

Gustav Mahler (1860-1911): Sinfonia Nº 5 (Bernstein / NYP)

Symphony No. 5 In C-Sharp Minor
1 I. Trauermarsch 12:30
2 II. Stürmisch bewegt, mit größter Vehemenz 14:20
3 III. Scherzo. Kräftig, nicht zu schnell 17:44
4 IV. Adagietto. Sehr langsam 11:00
5 V. Rondo-Finale. Allegro 13:47

Conductor – Leonard Bernstein
French Horn – James Chambers
Orchestrated By – New York Philharmonic

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Esta é a edícula onde Mahler se isolava para compor em Maiernigg. Foi construída e é mantida por PQP Bach

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Philip Glass (1937): Kronos Quartet performs Philip Glass

Philip Glass (1937): Kronos Quartet performs Philip Glass

Na verdade, acho que Glass teve um bom começo como compositor e depois foi superado por vários outros minimalistas. E olha que só ponho na conta os norte-americanos! Neste momento de decadência artística, teve que encarar a realidade e atirou-se a uma série de projetos cinematográficos, operísticos, teatrais e de merchandising pessoal — principalmente o último — , sem nunca retornar à qualidade que tinha no início de sua carreira. Mas há quem goste. E quando gostam são agressivos e escabelados na defesa de um telhado de vidro.

Aqui ele se arrisca. Os Quartetos de Cordas são um gênero importante. Basta falar no que fizeram Bartók e Shostakovich na primeira e segunda metades do século XX. Mas Glass fracassa constrangedoramente.

De uma forma estranha, quartetos de cordas sempre funcionaram assim por compositores. Eu realmente não sei por que, mas é quase impossível ficar longe dele. É a maneira compositores do passado ter pensado e que não é menos verdadeiro para mim .

Philip Glass

KRONOS QUARTET performs PHILIP GLASS

STRING QUARTET No. 5 (1991)
1) I (1:11)
2) II (3:00)
3) III (5:28)
4) IV (4:38)
5) V (7:36)

STRING QUARTET No. 4 (Buczak) (1990)
6) I (7:54)
7) II (6:18)
8) III (8:38)

STRING QUARTET No. 2 (Company) (1983)
9) I (2:09)
10) II (1:34)
11) III (1:28)
12) IV (2:04)

STRING QUARTET No. 3 (Mishima) (1985)
13) 1957-Award Montage (3:27)
14) November 25-Ichigaya (1:19)
15) 1934-Grandmother and Kimitake (2:41)
16) 1962-Body Building (1:40)
17) Blood Oath (3:11)
18) Mishima/Closing (2:56)

KRONOS QUARTET
David Harrington, violin
John Sherba, violin
Hank Dutt, viola
Joan Jeanrenaud, cello

1995 Nonesuch Records
1 CD 9 79356-2

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PQP

Kevin Volans (1949): Hunting: Gathering (Kronos)

Kevin Volans (1949): Hunting: Gathering (Kronos)

Kevin Volans nasceu em Pietermaritzburg, na África do Sul. Sua formação musical foi orientada na direção do classicismo europeu. Mais tarde, abraçou a vanguarda europeia. Inevitavelmente, porém, a África emergiu luminosa de suas composições. “A luz, as texturas, as cores e a paisagem africanas, além dos sons dos pássaros e os insetos são totalmente diferentes da Europa. É um ambiente mais ambiental do que cultural”, explica. “Você pode alternar as culturas como quiser, mas não posso negar o fundo ambiental de meu continente.”

Hunting: Gathering foi a segunda encomenda que lhe fez o Kronos Quartet. A primeira tinha sido a adaptação de White Man Sleeps para quarteto de cordas. A peça estreou em dezembro de 1987. É muito bonita. Gostei muito.

Kevin Volans (1949): Hunting: Gathering

Hunting: Gathering (1987)
Quarteto de Cordas Nº 2
1. (8:57)
2. (9:15)
3. (2:48)

KRONOS QUARTET
David Harrington, violin
John Sherba, violin
Hank Dutt, viola
Joan Jeanrenaud, cello

Elektra Nonesuch
1 CD DDD 7559-79253-2

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Kevin Volans

PQP

Astor Piazzolla (1921-1992): Five Tango Sensations com Piazzolla e o Kronos Quartet

Os mais antigos aqui no PQP sabem da enorme admiração que tenho pelo trabalho do Kronos Quartet. Sinônimo de qualidade + ousadia, o Kronos realizou este disco com, nada mais nada menos, o próprio Piazzolla ao bandoneón.

Que relevância tem o tango atualmente? Muita, certamente. Talvez seja a música mais viva em nosso continente. Na Argentina a nova geração – ouvintes e músicos — estão envolvidos com o tango, enquanto que no Brasil, apesar das muito honrosas exceções, os jovens preferem o bate-estaca americano. Criativo e de alta intensidade emocional, tango é muito mais do que seus próprios clichês. E Astor Piazzolla foi o responsável por sua renovação e retomada.

Piazzolla trouxe ao tango influências tão diversas como a do jazz, a da música erudita e a da ópera italiana, tudo misturado no gênero Nuevo Tango. Piazzolla foi proibido, saiu da Argentina, foi vaiado e combatido, teve sua vida ameaçada em razão de seu desprezo pelo convencional, desafiou e despertou paixões. Mas foi enorme como Borges para a literatura.

Five Tango Sensations é sua segunda colaboração com o Kronos Quartet. A primeira, vou procurar por aí.

ASTOR PIAZZOLLA (1921-1992)
Five Tango Sensations

1) Asleep (5:23)
2) Loving (6:10)
3) Anxiety (4:51)
4) Despertar (6:03)
5) Fear (4:00)

KRONOS QUARTET:
DAVID HARRINGTON, violin
JOHN SHERBA, violin
HANK DUTT, viola
JOAN JEANRENAUD, cello

ASTOR PIAZZOLLA, bandoneón

1991 Elektra Entertainment
1 CD DDD
9 79254-2

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Gavin Bryars (1943): After the Requiem (Gavin Bryars Ensemble + Bill Frisell + Balanescu Quartet + Saxophone Quartet)

Gavin Bryars (1943): After the Requiem (Gavin Bryars Ensemble + Bill Frisell + Balanescu Quartet + Saxophone Quartet)

Belíssimo CD do compositor erudito e baixista inglês Gavin Bryars. Ele utiliza instrumentos de cordas — como duas violas e um violoncelo — mais a guitarra de Bill Frisell e seu baixo para criar sonoridades únicas. A peça que mais gosto neste CD — Alegrasco — flerta com o jazz ao ser escrita para quatro saxofones, clarinete, cordas e guitarra. As peças Alaric I or II e a citada Alegrasco são estupendas. Ele segue estritamente a receita de Steve Reich para o futuro da música erudita:

Todos os músicos do passado, começando na Idade Média, estavam interessados na música popular. A música de Béla Bartók se fez inteiramente com fontes de música tradicional húngara. E Igor Stravinsky, ainda que gostasse de nos enganar, utilizou toda a sorte de fontes russas para seus primeros balés. A grande obra-prima Ópera dos Três Vinténs, de Kurt Weill, utiliza o estilo de cabaret da República de Weimar. Arnold Schoenberg e seus seguidores criaram um muro artificial, que nunca existiu antes. Minha geração atirou o muro abaixo e agora estamos novamente numa situação normal. Por exemplo, se Brian Eno ou David Bowie recorrem a mim e se músicos populares reutilizam minha música, como The Orb ou DJ Spooky, é uma coisa boa. Este é um procedimento histórico habitual, normal, natural.

Steve Reich

Ou seja, ele dialoga com vários estilos e sonoridades. Usa improvisação, minimalismo, música experimental e neoclassicismo. Gavin Bryars, nascido em 1943, estudou filosofia e só depois música. Seu próximo CD a ser postado por mim chama-se, sintomaticamente, Farewell to Philosophy.

Grande CD de um compositor pouco divulgado.

Gavin Bryars (1943): After the Requiem (Gavin Bryars Ensemble + Bill Frisell + Balanescu Quartet + Saxophone Quartet)

1 After The Requiem
Cello – Tony Hinnigan
Electric Guitar – Bill Frisell
Viola – Alexander Balanescu, Kate Musker
15:48

2 The Old Tower Of Löbenicht
Bass – Gavin Bryars
Bass Clarinet – Roger Heaton
Electric Guitar – Bill Frisell
Percussion – Martin Allen, Simon Limbrick
Tenor Horn, Piano – Dave Smith (3)
Violin – Alexander Balanescu
16:00

3 Alaric I Or II
Alto Saxophone – Ray Warleigh
Baritone Saxophone – Julian Argüelles
Soprano Saxophone – Evan Parker, Stan Sulzmann
15:15

4 Allegrasco
Bass – Gavin Bryars
Clarinet – Roger Heaton
Electric Guitar – Bill Frisell
Percussion – Martin Allen, Simon Limbrick
Piano – Dave Smith (3)
Violin – Alexander Balanescu
19:46

Gavin Bryars Ensemble
Bill Frisell
members of the Balanescu Quartet,
saxophone quartet: Evan Parker, Stan Sulzmann, Ray Warleigh, Julian Argüelles

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Bryars veio até a gráfica expressa do PQP Bach tirar umas cópias.

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Lutosławski / Penderecki / Mayuzumi / Cage: Quartetos de Cordas (LaSalle Quartet)

Lutosławski / Penderecki / Mayuzumi / Cage: Quartetos de Cordas (LaSalle Quartet)

Em primeiro lugar, dirijo-me aos neófitos: trata-se de música do século XX, o que pressupõe que o ouvinte conhece e gosta de música atonal, de dissonâncias, de ambientes tensos, e não procura linha melódica… Os devotos exclusivos de Mozart ou Haydn, em termos de quartetos de cordas, correm o risco de se assustarem… Por outro lado, os aventureiros correm o risco de se apaixonarem por este disco magnífico, magistral, com obras de grande intensidade e de interesse constante, que revela música profunda e soberba, no topo da sua arte, com o extraordinário Quarteto LaSalle, cuja discografia é infelizmente muito pequena.

Aqui temos um belíssimo quarteto de cordas de Lutoslawski de 1964, em dois movimentos; um de Penderecki de 1960, muito curto (menos de 7 minutos), num único movimento, muito denso, muito vivo, espetacular; um Prelúdio para quarteto de cordas de Toshiro Mayuzumi de 1961 (11 minutos), em um único movimento, e finalmente um quarteto de John Cage, de 1950, em 4 movimentos. São 4 obras, compostas ao longo de cerca de quinze anos, que dão um excelente panorama do que havia de bom naquela época, em vários estilos, com o Quarteto de Cage se destacando mais pela tendência de tocar sem vibrato e de fazer os instrumentos soarem como violas. É sem dúvida o menos denso, o menos tenso e, portanto, talvez o menos cativante, tendo Cage horror a efeitos dramáticos. O disco, no entanto, não contém fraquezas e tem o mérito de nos fazer mergulhar num estado de espírito refinado e numa atenção muito atenta com o som, o silêncio e os timbres das cordas. Quanto à interpretação, os Lasalle são de uma perfeição indescritível, pois sabem dar às pontuações toda a sua densidade, dando sentido aos mínimos detalhes. Estão claramente em osmose com a música, como estiveram com a de Ligeti, Webern ou Berg, que encontramos em outras gravações… Além disso, e para esse tipo de música isso não é um detalhe, a qualidade do som, embora com cerca de quarenta anos, são exemplares, com notável equilíbrio, especialmente nos quartetos de Lutoslawski, Penderecki e Mayuzumi (dezembro de 1967).

Lutosławski / Penderecki / Mayuzumi / Cage: Quartetos de Cordas (LaSalle Quartet)

Witold Lutosławski*– String Quartet (1964)
– 1. Introductory Movement 8:29
– 2. Main Movement 15:08

Krzysztof Penderecki– Quartetto Per Archi (1960) 6:56

Toshirō Mayuzumi*– Prelude For String Quartet (1961) 11:03

John Cage– String Quartet In Four Parts (1950)
– 1. Quietly Flowing Along 4:16
– 2. Slowly Rocking 4:55
– 3. Nearly Stationary 10:36
– 4. Quodlibet 1:33

LaSalle Quartet

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A persistência da memória (1931), de Salvador Dali.

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