Johann Sebastian Bach apagaria 333 velinhas dia 21 de março!
Quando Dante Michaelangelo Benvenuto Ferruccio Busoni nasceu, em 1866, perto de Florença, seu pai quis homenagear os grandes artistas toscanos dando ao filho esse nome longo e pomposo. E ao longo de toda a vida, Busoni nunca pensou pequeno. Considerado por muitos o sucessor de Liszt como compositor e pianista, foi um grande intérprete, entre outras, da Hammerklavier e da Diabelli de Beethoven, da Sonata de Liszt e das Variações Goldberg de Bach. Também compôs transcrições para piano de várias obras de Bach, atualizando-as para o gosto do romantismo do final do século XIX.
Hugo Leichtentritt, musicólogo alemão, era um de seus adoradores. Escreveu que “Busoni era um músico com uma elevação, uma força espiritual, uma completa ausência de materialismo. A impressionante clareza de sua polifonia, a elegância de seus ornamentos, a elasticidade e precisão de seus ritmos criam maravilhas sonoras nunca antes ouvidas.”
O crítico americano Harold Schoenberg, após a citação acima, questiona: Pode-se chamar isso de Bach? A erudição contemporânea diria que não. E mais uma vez, deve ser lembrado que pianistas da geração de Busoni refletiam as ideias de sua era, e não as do fim do século XX.
É verdade que o gosto atual considera a Chacona de Bach-Busoni exagerada. Mas vamos lembrar que Bach transcreveu concertos de Vivaldi do violino para o órgão, entre outras transcrições que alteravam totalmente os originais. E também é provável que o ouvinte de daqui a cem anos perceba exageros nas interpretações de Bach que hoje achamos “corretas”. O mais importante é apreciar.
Baldassare Galuppi, nascido em 1706, foi maestro di cappella na Basílica de São Marco, em Veneza. Compôs cerca de cem óperas e ficou conhecido na sua época como o grande mestre da ópera cômica, influenciando Haydn e Mozart nesse gênero.
Michelangeli, sempre com suas sonoridades muito cuidadosamente executadas, recria aqui a arte pra violino de Bach sob o olhar de Busoni, a arte pra cravo de Galuppi com um som de piano que faz esquecer que o instrumento tem martelos – pra usar aqui uma expressão de Debussy, outro compositor com o qual o som de Michelangeli se encaixa perfeitamente.
Johann Sebastian Bach (1685–1750) / Ferruccio Busoni (1866–1924)
A1. Ciaccona from Partita No.2 BWV1004
Baldassare Galuppi (1706–1785)
Sonata No.5
B1. Andante
B2. Allegro
B3. Allegro assai
Arturo Benedetti Michelangeli, piano
Media: EP
Year: 1967
Label: Melodiya D-20427-8
Country of Origin: USSR
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Pleyel
obrigado Pleyel… disco raro esse que vc postou.
curiosamente ontem eu estava ouvindo a Chaconne, por Brahms. acabei encontrando esta analise da Chaconne/Busoni, que achei interessante dar uma olhada:
https://digitalcommons.unl.edu/cgi/viewcontent.cgi?referer=https://duckduckgo.com/&httpsredir=1&article=1002&context=musicstudent