Não posso me considerar um bruckneriano. Temos outros dois colegas aqui no PQPBach com maior conhecimento de causa, que são o nosso mentor, é claro, PQPBach, e nosso esporádico colega Carlinus. Sou, digamos, um ouvinte esporádico de suas obras. Tenho algumas integrais, inclusive já postei algumas gravações. Acho que na verdade ainda temo a grandiosidade de sua obra, de seu gigantismo, de suas verdadeiras “catedrais” sonoras, como várias vezes li em algumas críticas.
Nestas postagens não pretendo me redimir diante desse fato. Não, apenas pretendo lhes mostrar três versões de primeira linha, em minha modesta opinião, das últimas três sinfonias, nas mãos bem seguras de Carlo Maria Giulini, um maestro que pouco aparece por aqui, o que é de se lamentar. Giulini gravou estas sinfonias diversas vezes, com outros grupos orquestrais, conhecia profundamente a obra de Bruckner, e atingiu o ápice de sua performance ao dirigir as sinfonias de número 7, 8 e 9 com a Filarmônca de Viena.
Vamos começar pelo começo, então, trazendo a Sétima Sinfonia, gravação esta inexplicavelmente fora do catálogo da DG. Ou então eu não soube procurar.
01 – Bruckner – Symphony No.7 in E major – 1. Allegro moderato
02 – 2. Adagio. Sehr feierlich und sehr langsam
03 – 3. Scherzo Sehr schnell
04 – 4. Finale Bewegt doch nicht schnell
Wiener Philharmoniker
Carlo Maria Giulini – Conductor
Provavelmente, aliás, certamente a culpa é minha, mas não consigo gostar de Bruckner. Há uns dias fui ouvir sua Quinta Sinfonia e me pareceu um colosso descolorido e monótono que dura mais de 1 hora. Talvez eu tenho começado mal, mas outras obras suas, como a Oitava Sinfonia, eu nem consigo ouvir por inteiro, já desanimo no começo.
Persistência, Pedro. Eu também ficava meio ressabiado com a enormidade dessas sinfonias, ainda fico. Mas dependendo do regente, você nem sente o tempo passar.
Caro Pedro.
Me considero Bruckneriano,mas no início, Bruckner e também Mahler era uma confusão total em minha cabeça. Tive que ouvir dezenas,talvez centenas de vezes para que a linguagem musical fosse assimilada e tornassem puro sentimento e emoção.
De um modo geral as Sinfonias de Bruckner ciclam entre movimentos lentos pungentes com movimentos de pura energia hercúlea.
Não desanime que serás recompensado.
Um forte abraço do Dirceu.
Baita postagem! Sou suspeito para falar de Bruckner. Tentar empurrá-lo de garganta abaixo não é uma boa ideia. Melhor ir fazendo concessões graduais, até que ele se torne um colosso em nossas confissões. Também já não gostei de Bruckner. O compositor é tão denso que exige um tempo para que seja afirmado. Acredito que a culpa não seja dele. A culpa é nossa. É necessário que nos adaptemos à sua linguagem grandiosa, eloquente e densas evocações espirituais. Nestes últimos dois meses tenho escutado Bruckner como nunca. E a cada nova audição tenho as minhas energias e forças revitalizadas; e uma grande certeza surge: Bruckner não é apenas um compositor; é uma galáxia inteira.
Grande postagem, FDP! Abraços!
Vou baixar e ouvir!
Amigo tente começar com Bruckner pela sinfonia no. 04, mas com um interpretação bem feita. Te recomendo Baremboim e Filarmonica de Berlim, ou qualquer gravação, EMI ou DG com Karajan, ou JOchum a DG é melhor. Acho que talvez vc começou com a obra errada. Tenta depois me fale. Mas ouça primeiro uma vez, para ver do que se trata a música, talvez de cara não vai gostar, depois de um tempo e ouça mais algumas vezes. É uma música difícil mesmo de ouvir.
Mas de Mahler eu gosto muitíssimo! Nele há variedade, colorido, complexidade emocional. Não vejo semelhança entre a música de Mahler e de Bruckner, nem entre Bruckner e Wagner. Bem, enfim, tudo o que até hoje li sobre Bruckner foi altamente elogioso, então o problema sou eu mesmo
. Talvez eu quisesse que ele fosse menos sobriamente germânico, um pouco mais cinematográfico. rs
Minha estratégia com Bruckener e Mahler é começar por um movimento isolado… normalmente um scherzo ou outro de um caráter mais leve… A partir do momento em que eu conheço e amo aquele movimento, me interesso pela forma como ele se encaixa no todo, e de repente aquela sinfonia não parece mais tão gigante e monstruosa.
Bruckner segue na direção da fé religiosa,devoto a Deus e ao Universo.
Mahler caminha na busca filosófica de explicar o sentido da vida,suas contradições ,e talvez como sair dela.
As obras de ambos precisam ser absovidas como o entendimento de um texto literário,no caso,uma viagem musical que os compositores nos convidam para conhecer e entender suas mensagens.
Como todo mundo tem um pai e uma mãe,a influência inicial de Bruckner foi Wagner.Mas foi só isso.Bruckner e Mahler são autênticos,cada um ao seu estilo. O tema é fascinante e não se esgota ,porque ,após Beethoven,considero Bruckner e Mahler os maiores sinfonistas da música clássica.É o que eu penso. Um forte abraço do Dirceu.