Achados ! E que achados !!!
Resgatei do fundo do baú peças de Antonio Carlos Gomes de cujas gravações, algumas delas, eu nem me recordo quem são os intérpretes…
A sensação foi realmente a de encontrar algo muito querido no fundo do baú: depois de acumular tanta música, estava eu faxinando meu HD, pois a gente acumula coisas até no computador… Acabei encontrando ali, jogadinha no canto, uma pastinha que há tempos não ouvia. “Vamos ver se presta, se não prestar, deleto logo esses arquivos” – pensei. “Noooossa! Tem Bidú Sayão, Caruso, Montserrat Caballé e José Carreras aqui!” – exultei, contente como quem encontra fotos antigas de pessoas queridas dentro a um livro esquecido.
Sim, tinha umas porcarias na mesma pasta que eu fiz questão de descartar. Hoje tenho coisa muito melhor, mas dessas daqui foi impossível me despedir. Ouvi tudo, ouvi de novo e fechei este conjunto que estou postando hoje.
Começa com a dulcíssima Ave Maria em duas versões: uma apenas orquestral e uma segunda cantada pela Ruth Staerke, que imprime os mais elevados sentimentos na partitura de Carlos Gomes. Depois tem Nelson Ayres, elegantíssimo, tocando a tão batida Quem Sabe (tão batida porque é belíssima, provavelmente a música mais gravada do Nhô Tonico) em seu piano, acompanhado pelo Sax de Roberto Sion e pela Camerata da OSESP. A essa versão pus na sequência mais duas, dei lugar até para uma audição menos erudita de Francisco Petrônio, acompanhado pelo refinado violão de Dilermando Reis (provavelmente a versão que sua mãe ou sua avó conheceram), e segui com a levíssima voz de Nadja Silva, que canta com harpa: um anjo!
Daí para a frente, foi necessário dar lugar às árias das óperas de Carlos Gomes, cantadas por intérpretes formidáveis: temos Enrico Caruso, por muitos considerado o maior tenor de todos os tempos, cantando Mia Piccirella e Quando Nascesti Tu. Me senti na necessidade de inserir uma intérprete brasileira no meio das árias, e eis que surge Bidú Sayão, cantando a cândida Come Serenamente. Para finalizar de maneira pomposa, Montserrat Caballé e José Carreras cantam, com uma sintonia formidável, Sento una Forza Indomita.
Que delícia! Termino de escrever estas linhas cantarolando a última faixa na frente do computador.
Carlos Gomes, Nhô Tonico, música de primeiríssima categoria para nosso deleite.
Ouça, ouça! E, claro, deleite-se!
Antonio Carlos Gomes (1836-1896)
Figurões cantam Carlos Gomes… E outros achados.
01. Ave Maria
02. Ave Maria
03. Mazurka
04. Tu m’ami
05. Quem Sabe?
06. Quem Sabe?
07. Quem Sabe?
08. Mia piccirella, da ópera Salvator Rosa
09. Quando nascesti tu, da ópera Lo Schiavo (1911)
10. Come serenamente, da ópera Lo Schiavo (1916)
11. Sento una forza indomita, da ópera Il Guarany
Créditos
01. Orquestra não identificada
02. Ruth Staerke (soprano)
03. piano e violino
04. tenor e piano
05. Nelson Ayres (piano), Roberto Sion (sax soprano), Naipe de Cordas da OSESP, Cláudio Cruz (regente)
06. Francisco Petrônio (voz), Dilermando Reis (violão)
07. Nadja Silva (soprano) e harpa
08. Enrico Caruso (tenor), orquestra não identificada
09. Enrico Caruso (tenor), orquestra não identificada
10. Bidú Sayão (soprano), orquestra não identificada
11. Montserrat Caballé (soprano), José Carreras (tenor)
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Partituras e outros que tais? Clique aqui
Bisnaga
Que jóia, hein, Bisnaga! Como é que você consegue essas relíquias? Sabe, no You Tube eu já cheguei a ver a Caballé e o Carreras cantando “Sento una forza indomita”. Mas uma que eu gostei mesmo foi a de Benisto Maresca com Niza Tank:
http://www.youtube.com/watch?v=tQad8osbsOY
E sobre Caruso, admiro muito ele, mas penso que a maioria das gravações dele não nos passam realmente uma impressão fidedigna de como era sua voz. Só ouvi dizer que ele era capaz de quebrar taças (vai saber…) Mas também achei um vídeo que mostra “a voz de Caruso reconstruída”:
http://www.youtube.com/watch?v=DoJl1DagPQg
E também esse dele cantando “Donna non Vidi Mai”, onde o autor do vídeo diz que nunca tinha ouvido a voz dele assim nem na maioria das versões restauradas:
http://www.youtube.com/watch?v=hUOYGZwieWc
Não tem nada a ver com a postagem, mas achei muito interessante.
Niza Tank é Niza Tank!
Não coloquei essa versão dela com o Benito Maresca porque já temos a versão d’O Guarani de 1959 em que ela faz a Ceci e sua voz está mais jovem e melhor.
Tenho também uma versão da “C’era una Volta un Principe” com a Bidú Sayão, mas acho a gravação com Niza (as duas que existem) superior, então não quis colocá-la.
Fique de olho: quinta teremos Niza cantando Carlos Gomes aqui de novo!
BRAVO! BRAAAAAAAAAAAAAAVVVVVVVVOOOOOOOOOOO! BELÍSSIMO.
Olá,
seria possível reupload deste link?
Grato,
Amigos,
Sei que esta mensagem não está indo para Papai Noel, mas em tempos de Natal gostaria de agradecer e pedir… ficaria muito feliz se pudessem recarregar os links abaixo:
– Les Grands Duos d’Amour: Antonio Carlos Gomes (1836-1896)…..
– Figurões cantam Carlos Gomes… E outros achados
– Os Índios Tabajaras – The Classical Guitars of Los Indios Tabajaras
De qualquer forma, já agradeço muito pelo até agora.
Feliz Natal à família Bach, João