FDP: Sempre fico impressionado com a qualidade dos corais haydnianos, desde a primeira vez que ouvi o oratório “A Criação” e aquela que considero sua obra máxima, “As Estações” (sim, podem jogar as pedras para dizer que estou maluco e que a “Criação” é A obra absolutamente imbatível do repertório haydniano) que postei aqui já há alguns anos atrás, e cujos links já devem ter ido pras cucuias, como dizem aqui pelo sul. Mas isso é outra história, porque o que temos aqui é a magnífica “Harmoniemesse”, e para variar, Harnoncourt e sua troupe dão um show.
Pleyel: Os corais em latim das missas Haydn são realmente divinos. Porém, na cantata secular em italiano “Qual Dubbio Ormai?” (Qual dúvida agora?) o coro chega só no último movimento, dá a impressão de que se atrasaram e chegaram na festa já quando a comida estava esfriando. O destaque dessa cantata é a ária para soprano com cordas e uma elaborada parte para teclado obbligato, tocada por um órgão nesta gravação do Concentus musicus Wien. Essa cantata, o Te Deum e o Stabat Mater, são obras de quando Haydn tinha seus trinta e poucos anos, enquanto a “Harmoniemesse”, ele escreveu aos setenta. O nome da missa não foi dado por Haydn: vem da grande quantidade de instrumentos de sopro na orquestração, pois uma “Banda de Harmonia” era o nome alemão para um conjunto de sopros. Naquele momento (1802) o Príncipe Esterházy tinha recontratado os músicos (dois clarinetista, dois fagotistas, etc) que haviam sido dispensados uns anos antes em um momento de relativa pindaíba da família, momento em que Haydn foi duas vezes a Londres ganhar uns trocados de outros patrões e o resto é a história das suas últimas sinfonias (1791-95).
O Stabat Mater, de 1767, tem características da fase de Haydn chamada Sturm und Drang, marcada por forte expressividade e contrastes. A obra foi publicada em Paris e Londres, com cópias também em Madri e Itália. Foi, portanto, um dos primeiros sucessos internacionais de Haydn.
Franz-Joseph Haydn (1732-1809):
CD 3
Harmoniemesse, Missa Hob.XXII:14, Si bemol maior
01 – Kyrie
02 – Gloria In Exelsis Deo
03 – Gratias Agimus Tibi
04 – Quoniam Tu Solas Credo
05 – Credo In Unum Deum
06 – Et Incarnatus Est
07 – Et Resurrexit Tertia Die
08 – Sanctus
09 – Benedictus Agnus Dei
10 – Agnus Dei
11 – Dona Nobis Pacem
Cantata “Qual Dubbio Ormai?, Hob.XXIVa:4
12 – Recitativo accompagnato: Qual dubbio ormai?
13 – Aria: Se ogni giorno Prence invito
14 – Recitativo Saggio il pensier
15 – Coro: Scenda propzio un raggio
Te Deum, Hob.XXIIIc:1, Dó maior
16 – Te Deum Laudamus
17 – Te Ergo Quasumus
18 – Aeterna Fac Cum Sanctis Tuis
Eva Mei – Soprano
Elizabeth von Magnus – Mezzo Soprano
Herbert Lippert – Tenor
Oliver Widmer – Bass baritone
Arnold Schoenberg Choir
Concentus musicus Wien
Nikolaus Harnoncourt – Conductor
CD 4
Stabat Mater, Hob.XXbis
01 – Stabat Mater Dolorosa
02 – O Quam Tristis Et Afflicta
03 – Quis Est Homo
04 – Quis Non Posset Contristari
05 – Pro Peccatis Suae Gentis
06 – Vidit Suum Dulcem Natum
07 – Eia Mater, Fons Amoris
08 – Sancta Mater, Istud Agas
09 – Fac Me Vere Tecum Flere
10 – Virgo Virginum Praeclara
11 – Flammis Ocri Ne Succedar
12 – Fac Me Cruce Custodiri
13 – Quando Corpus Morietur
14 – Paradisi Gloria
Barbara Bonney – Soprano
Elizabeth von Magnus – Mezzo Soprano
Herbert Lippert – Tenor
Alaistair Miles – Bass Baritone
Arnold Schoenberg Choir
Concentus musicus Wien
Nikolaus Harnoncourt – Conductor
CD 3 – BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE – FLAC
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CD 4 – BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE – FLAC
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FDPBach/Pleyel
Fica tranquilo, FDP. Gosto é gosto. 😉
Na minha opinião, a Harmoniemesse é a missa mais bonita de Haydn e, certamente, uma das mais bonitas de todos os tempos. Tanto é assim que em 2009, na Missa de Pentecostes, o Vaticano a executou em homenagem ao bicentenário de nascimento do compositor. E um notável exemplar do apuro técnico do compositor austríaco no manejo da voz como “instrumento musical”.
Dizem que a “felicidade” de Haydn fez a sua obra soar “menor” diante dos gênios conturbados de Beethoven e Mozart. Discordo. Haydn é tão grande quanto os dois, embora tenha tido uma vida inacreditavelmente comum e sem sobressaltos. Reconhecer a sua genialidade depende da nossa capacidade de apreciar os cenário ensolarados descortinados pelo vigor de suas sinfonias e obras corais. Sim, Haydn prova que felicidade e genialidade podem caminhar lado a lado.
Queria apenas pedir ao Fernando licença para roubar-lhe as palavras do segundo parágrafo, fazê-las minhas e assinar em baixo.
Caro e grande FDPBACH,
eu sou daqueles haydnianos fanáticos que não sabem qual é maior: A criação ou As estações. Depois de ver uma execução com o improvável Norrington no teatro da BBC(disponível nesse mundo que é a internet), estou seriamente pendendo para a segunda obra… Abraços
FdpBach, é tão importante esta postagem assim como grandiosa! Obrigado.
Apenas não estou encontrando os arquivos 5 e 6. Me desculpe se ando desvairado viajando…
manuel
Meu caro Manuel, não estás encontrando porque ainda não foram postados. Durante a semana é impossível para mim sentar no computador para fazer postagens. Aguarde um pouquinho, que logo, logo, virá.
Oi fdpbach, peço desculpas pelo afobamento! Não importa quando, aguardarei e desde já muito obrigado.
manuel
boa tarde!!! post pra lá de interessante!!! haydn sempre é algo a se parar e ouvir!!! uma sugestão: poste por favor as estações com karajan!!! é ir para o céu sem ter que morrer!!! muito obrigado!!!! ou, como diria, herr haydn: vielen dank!!!