Joyce Arleen Auger foi uma cantora especialmente associada ao repertório vienense: Mozart, Haydn e também este álbum de Schubert gravado mais para o fim da sua vida que, infelizmente, não foi muito longa. Tampouco foi longa a vida de Franz Schubert, mas foi povoada por incontáveis melodias. O compositor Aaron Copland, em seu livro What to listen to in music, chama atenção para a gigantesca produção de Schubert como reflexo de sua personalidade como compositor, bastante diferente da de Beethoven. Isso não diminui a grandeza de Schubert, apenas o posiciona historicamente como alguém que vivia o comecinho do que entendemos como Romantismo em música e tinha certas diferenças em relação ao seu contemporâneo Beethoven, embora Schubert tivesse enorme admiração pelo alemão falecido em Viena um ano antes dele:
O tipo que mais tem fascinado a imaginação pública é o do compositor de inspiração espontânea – em outras palavras, o tipo Franz Schubert. Todos os compositores, naturalmente, são inspirados, mas esse tipo é o de inspiração mais fácil. A música parece jorrar de cada um deles. Muitas vezes, eles não são capazes de anotar as ideias na rapidez em que elas lhe ocorrem. Esse tipo de compositor pode ser identificado pela abundância da sua produção. Em certas épocas, Schubert escrevia uma canção por dia …
Invariavelmente, eles trabalham melhor nas formas mais curtas. É muito mais fácil improvisar uma canção do que improvisar uma sinfonia.
Beethoven simboliza o segundo tipo – o tipo construtivo, como se poderia chamar. Beethoven não era absolutamente um compositor ao estilo de Schubert, bem-amado da inspiração; era obrigado a seguir o caminho mais longo, começando com um tema, transformando-o em uma ideia germinal, e construindo em cima disso uma obra completa, em um trabalho diário e exigente. Desde os dias de Beethoven, esse tipo de compositor tem se revelado o mais comum. (A. Copland, trad. L. P. Horta)
Franz Schubert (1797-1828):
1. Gretchen am Spinnrade, Op. 2, D. 118
2. Heidenröslein, Op. 3.3, D. 257
3. Lieb Minna, D. 222
4. 3 Lieder, Op. 19.3, Ganymed, D. 544
5. Geheimes, Op. 14.2, D. 719
6. Auf dem See, Op. 92.2, D. 543
7. 3 Lieder, Op. 92.1, Der Musensohn, D. 764
8. Suleika I, Op. 14.1 No. 1, D. 720
9. Suleika II, Op. 31, D. 717 “Ach um deine feuchten Schwingen”
10. Daß sie hier gewesen, Op. 59.2, D. 775
11. 3 Lieder, Op. 20.1, Sei mir gegrüßt, D. 741
12. Du bist die Ruh, Op. 59.3, D. 776
13. Lachen und Weinen, Op. 59.4, D. 777
14. Seligkeit, D. 433
15. An die Nachtigall, Op. 98.1, D. 497
16. Wiegenlied (Schlafe, schlafe) D498
17. Am Grabe Anselmo’s, Op. 6.3, D. 504
18. 4 Lieder, Op. 88.4, An die Musik, D. 547
19. Die Forelle, Op. 32, D. 550
20. Auf dem Wasser zu singen, Op. 72, D. 774
21. 2 Lieder, Op. 43.1, Die junge Nonne, D. 828
22. 4 Lieder, Op. 106.4, An Sylvia, D. 891
23. Ständchen, D. 889
Fortepiano: Lambert Orkis
Soprano: Arleen Auger
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