Dmitri Shostakovich (1906-1975): Quartetos Nº 2 e 12 (Éder Quartet)

O Éder dispensa apresentações. Já postamos vários quartetos com os caras e eles são espetaculares. Vamos às obras?

Os Quartetos Nº 2 e 12 de Shostakovich parecem nascer em extremos opostos — mas ambos revelam o compositor em momentos de rara intensidade. O Quarteto Nº 2 (1944) é uma ferida aberta. Escrito em plena guerra, mistura um lirismo tenso com explosões de desespero. Seu grande arco narrativo — sim, narrativo: da simplicidade inicial ao final devastado — soa como se Shostakovich tentasse organizar o caos do mundo apenas para perceber que a dor sempre retorna mais profunda. Já o Quarteto Nº 12 (1968) abre outra porta: mais austero, mais introspectivo, com harmonias que parecem deslizar para regiões sombrias e abstratas. Aqui, Shostakovich escreve como quem conversa consigo mesmo — um diálogo carregado de verdade. Se o primeiro é um grito, o segundo é um murmúrio. Se um olha o mundo em chamas, o outro olha para dentro. Juntos, mostram duas faces do mesmo artista — sempre dividido entre coragem e medo, entre resistência e esgotamento, entre a necessidade de falar e o risco de ser ouvido (ou censurado).

Dmitri Shostakovich (1906-1975): Quartetos Nº 2 e 12 (Éder Quartet)

String Quartet No. 2 In A Major, Op. 68
1 Overture: Moderato Con Moto 8:18
2 Recitativo And Romance: Adagio 8:58
3 Valse: Allegro 5:43
4 Theme With Variations: Adagio – Moderato Con Moto 11:02

String Quartet No. 12 In D Flat Major, Op. 133
5 Moderato – Allegretto 6:37
6 Allegretto 19:43

Éder Quartet:
Cello – György Éder
Viola – Sándor Papp
Violin – György Selmeczi, Péter Szüts

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Porque às vezes só resta abraçar o sofá.

PQP

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