Stefano Landi (1587-1639): Homo fugit velut umbra… (L’Arpeggiata)

Um belo disco de música antiga, modernizada pelo excelente L`Arpeggiata. Às vezes, parece música popular bem mais recente. É tudo muito lindo. Vamos falar sério: a improvisação sempre foi uma parte significativa da música dos séculos XVI e XVII. Então, por que nossa época deveria preocupar-se em fazer interpretações exatinhas e matemáticas? Curtam,  é um baita CD.

O poema da primeira faixa é este:

O come t’inganni
Se pensi che gli anni
non hann’da finire,
bisogna morire.

E’ un sogno la vita
Che par si gradita,
è breve il gioire
bisogna morire.
Non val medicina
Non giova la China,
non si può guarire,
bisogna morire.

Non vaglion sberate,
minarie, bravate
che caglia l’ardire,
bisogna morire.
Dottrina che giova,
parola non trova
che plachi l’ardire,
bisogna morire.

Non si trova modo
di scioglier’sto nodo,
non val il fuggire,
bisogna morire.
Commun’è il statuto,
non vale l’astuto
‘sto colpo schermire,
bisogna morire.

Si more cantando,
si more sonando
la Cetra, o Sampogna,
morire bisogna.
Si more danzando,
bevendo, mangiando;
con quella carogna
morire bisogna.

La Morte crudele
a tutti è infedele,
ogn’uno svergogna,
morire bisogna.
E’ pur ò pazzia
o gran frenesia,
par dirsi menzogna,
morire bisogna.

I Giovani, i Putti
e gl’Huomini tutti
s’hann’a incenerire,
bisogna morire.
I sani, gl’infermi,
i bravi, gl’inermi,
tutt’hann’a finire
bisogna morire.

E quando che meno
ti pensi, nel seno
ti vien’a finire,
bisogna morire.
Se tu non vi pensi
Hai persi li sensi,
sei morto e puoi dire:
bisogna morire.

E sua tradução pelo Google:

Oh, como você se engana!
Se pensa que os anos
nunca acabam,
você deve morrer.

A vida é um sonho
Que parece tão agradável,
A alegria é breve,
você deve morrer.

Nenhum remédio
da China serve para nada,
você não pode se curar,
você deve morrer.

Nenhum tiro,
palavras ameaçadoras, bravatas
que azedam sua coragem,
você deve morrer.

Doutrina não serve para nada,
palavras não encontram
que acalmem sua coragem,
você deve morrer.

Não há como
desatar este nó,
é inútil fugir,
você deve morrer.

O estatuto é o mesmo,
este golpe astuto
de defesa não serve para nada,
você deve morrer.

Morre-se cantando,
morre-se tocando
cítara ou sampogna,
morre-se.

Morre-se dançando,
bebendo, comendo;
Com essa carniça,
morre-se.

A Morte Cruel
é infiel a todos,
desgraça a todos,
um deve morrer.

É loucura
ou grande frenesi,
fingir que se conta uma mentira,
um deve morrer.

Jovens, crianças
e todos os homens
devem ser incinerados,
um deve morrer.

Os saudáveis, os doentes,
os corajosos, os indefesos,
todos devem acabar,
um deve morrer.

E quando você menos
pensa nisso, chega ao fim em seu coração,
um deve morrer.

Se você não pensa nisso,
você perdeu a consciência,
você está morto e pode dizer:
um deve morrer.

Stefano Landi (1587-1639): Homo fugit velut umbra… (L’Arpeggiata)

1. Passacalli della vita (‘Homo fugit velut umbra’)
2. Augelin
3. Sinfonia à 3
4. Invan lusinghi
5. Altri amor fugga
6. Canzona detta La Pozza, for lute, theorbo & harp
7. T’amai gran tempo
8. A che più l’arco tendere
9. Alla guerra d’amor
10. Balletto delle Virtù
11. Canta la cicaleta
12. Dirindin
13. Quando Rinaldo
14. Quest’Acqua
15. Amarillide, deh vieni

Christina Pluhar
Johannette Zomer
Stephan Van Dyck
Alain Buet
Marco Beasley
L`Arpeggiata

BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE

Esta parece ser a única imagem disponível de Landi
Esta parece ser a única imagem disponível de Landi

PQP

10 comments / Add your comment below

  1. Extraordinário! Muito bom mesmo!

    Mas, corroborando mais uma vez a ideia de que em música não existe interpretação definitiva, olhem esta também esta que encontrei, totalmente diferente e (no meu ouvir) TAMBÉM extraordinária!

    A propósito, encontrei procurando o que o Bisnaga, acima, já havia encontrado 🙂

    https://www.youtube.com/watch?v=oSuoTx_jmIw

  2. Mais uma contribuiçãozinha relativa à essa irresistível “Passacaglia della Vita” – na real mais della morte que della vita, mas, afinal, dizem que aquela faz parte desta de certa forma, não?

    Enfim, se Nietzsche tinha razão em dizer que “sem música a vida seria um erro”, imaginem a morte, então!

    O come t’inganni
    Se pensi che gli anni
    non hann’da finire,
    bisogna morire.

    E’ un sogno la vita
    Che par si gradita,
    è breve il gioire
    bisogna morire.
    Non val medicina
    Non giova la China,
    non si può guarire,
    bisogna morire.

    Non vaglion sberate,
    minarie, bravate
    che caglia l’ardire,
    bisogna morire.
    Dottrina che giova,
    parola non trova
    che plachi l’ardire,
    bisogna morire.

    Non si trova modo
    di scioglier’sto nodo,
    non val il fuggire,
    bisogna morire.
    Commun’è il statuto,
    non vale l’astuto
    ‘sto colpo schermire,
    bisogna morire.

    Si more cantando,
    si more sonando
    la Cetra, o Sampogna,
    morire bisogna.
    Si more danzando,
    bevendo, mangiando;
    con quella carogna
    morire bisogna.

    La Morte crudele
    a tutti è infedele,
    ogn’uno svergogna,
    morire bisogna.
    E’ pur ò pazzia
    o gran frenesia,
    par dirsi menzogna,
    morire bisogna.

    I Giovani, i Putti
    e gl’Huomini tutti
    s’hann’a incenerire,
    bisogna morire.
    I sani, gl’infermi,
    i bravi, gl’inermi,
    tutt’hann’a finire
    bisogna morire.

    E quando che meno
    ti pensi, nel seno
    ti vien’a finire,
    bisogna morire.
    Se tu non vi pensi
    Hai persi li sensi,
    sei morto e puoi dire:
    bisogna morire.

  3. Uau, Ranulfus!

    Já conhecia a (fatídica) letra. Pesada e profunda.
    Stefano Landi volta e meia sempre martela nesse ponto: a morte, a finitude da vida, o único mal irremediável ao qual todos estamos destinados.

    Abração

  4. Como pode ser tão moderna e atual, se o compositor viveu há quase 500 anos? Boa música é assim mesmo… Parabéns pela belíssima postagem.

  5. Acompanho o PQP há anos e nunca publiquei um comentário, simplesmente porque não entendo nada de música. Mas procuro ouvir cosa boa. Este é um trabalho que me agradou bastante, parabéns!

  6. Maravilhoso, delicioso, tão bom quanto Il Fasolo. Sou inteiramente a favor dessas espirituosas e emocionantes recriações. Quanto mais, melhor. Obrigado!

Deixe um comentário