Esta Sinfonia está longe de ser minha obra preferida de Shosta, mas é bastante apreciada por aí, talvez por seu simbolismo e posição histórica. É uma obra politicamente carregada, composta em meio ao cerco de Leningrado pelos nazistas durante a Segunda Guerra Mundial. Foi composta em 1941, logo após a invasão alemã da União Soviética e estreada em Leningrado em 1942, com a cidade ainda sitiada. A partitura foi levada em microfilme até a cidade. A orquestra local estava tão fragilizada pela fome que músicos do exército tiveram que ser convocados para completar os naipes. É uma sinfonia em quatro movimentos, grandiosa, com mais de uma hora de duração. O movimento mais célebre é o primeiro, com sua célebre “marcha da invasão”. Oficialmente, foi saudada como símbolo da resistência soviética ao nazismo. Mas muitos ouvintes e críticos — principalmente no Ocidente — perceberam que a sinfonia poderia ser uma crítica dupla, tanto ao terror de Hitler quanto ao de Stálin. É uma sinfonia de guerra, mas também de luto e ambiguidade moral.
Dmitri Shostakovich (1906-1975): Sinfonia Nº 7, Op. 60, “Leningrado” (Slovák)
Symphony No. 7 in C Major, Op. 60, “Leningrad”
1 I. Allegretto 26:08
2 II. Moderato (Poco allegretto) 10:15
3 III. Adagio 19:20
4 IV. Allegro non troppo 16:42
Slovak Radio Symphony Orchestra
Ladislav Slovák

PQP