The Very Best of Julie London
With minor adjustments…
‘A small voice makes a big stir’
(Uma pequena voz causa um enorme rebuliço) era a chamada de uma reportagem de capa da revista Life em 1957 sobre Julie London, cantora e atriz loura, incandescente.
Ela nasceu Julie Peck na ensolarada Califórnia e seus pais eram do show business. Originalmente de Santa Rosa, mudou-se para Los Angeles e como milhares de garotas esperava uma oportunidade no cinema, o que acabou acontecendo. Era amante de jazz e em 1955 gravou um LP – Julie is her Name – com a música Cry me a River, que chegou a ser a nona posição do Billboard Hot 100.
Nos anos que se seguiram seus discos eram esperados ansiosamente pelo seu público por suas canções sussurradas ao microfone com uma voz de contralto sensualíssima e pelas capas nas quais ela aparecia em poses provocantes. Seu terceiro LP, em 1956 – Calendar Girl – trazia uma foto sua para cada mês do ano. Julie London foi uma cantora absolutamente espetacular. Ela admirava Billie Holiday e usava sua própria voz com maestria e inteligência. E apesar dessa imagem de mulher fatal, era uma pessoa muito reservada.
Julie London certamente escolhia seu repertório explorando esse aspecto sedutor, com canções românticas – torch songs, com títulos bem provocantes, como I’m in the Mood for Love, Make Love to Me, Your Number Please, Love Letters. O humor certamente fazia parte, como em Nice Girls Don’t Stay for Coffee ou Easy Does It.
Seu último LP com o provocante nome Yummi, Yummi, Yummi, foi lançado em 1969 trazendo a gravação de Light my Fire. Ela continuou trabalhando como atriz. Entre 1972 e 1977 ela fez o papel de Dixie McCall, a enfermeira-chefe na série Emergency, ao lado de seu marido, Bobby Troup.
Para essa seleção de músicas comecei com um álbum duplo – The Very Best of Julie London. Este álbum foi lançado no Brasil em dois volumes, mas com menos músicas do que o lançamento americano. Eu acabei escolhendo as músicas que eu gosto mais, que ouço mais frequentemente. Depois acrescentei algumas de outros LPs, mas isso cabe a você descobrir.
Tentei fazer um balanço entre as músicas românticas e aquelas mais sapecas, como Fly Me to the Moon, Let There Be Love, Wonderful ou a deliciosa Makin’ Whoopee. Ela, como californiana e atriz de filmes de faroeste, tinha uma queda pelas músicas cantadas em espanhol. Um de seus LPs – Latin in a Satin Mood – tem esse repertório, é claro que com a perspectiva americana, mas eu acho sensacional. Escolhi daí algumas músicas que estão no fim do primeiro arquivo, além de Swain (Quien será?). Você poderá ouvir uma espetacular gravação de uma música que o boss da nossa corporation jura ter sido copiada quase literalmente por um compositor romântico em seu único concerto para piano, escrito para sua amada e idolatrada esposa. A inspiração deve ter sido captada pelo título da música: Besame Mucho.
Julie também era sensível às novas tendências musicais, como você poderá ouvir nas canções Slightly out of Tune, mais conhecida pelo título original – Desafinado, e a já mencionada Light my Fire, da banda Doors e sucesso na voz de José Feliciano.
Preste bastante atenção aos acompanhamentos, que variam de canção para canção, afinal trata-se de uma compilação. Desde violinos em alguns números, passando por outras mais intimistas, com formações típicas de grupos de jazz. Na seleção você encontrará canções que se tornaram famosas nas vozes de Ella Fitzgerald, Frank Sinatra, Billie Holiday, e que encontraram em Julie London uma grande intérprete.
The Very Best of Julie London!
Volume 1
- Fly Me To The Moon (In Other Words) (Bart Howard)
- Cry Me A River (Arthur Hamilton)
- Blue Moon (Richard Rodgers & Lorenz Hart)
- Sway (Quien será?) (Luis Demetrio & Pablo Bestrán Ruiz)
- When I Fall In Love (Victor Young & Edward Heyman)
- Misty (Erroll Garner)
- Slightly Out Of Tune (Desafinado) (Tom Jobim)
- Let There Be Love (Lionel Rand)
- How Deep Is the Ocean (Irving Berlin)
- Makin’ Whoopee (Walter Donaldson & Gus Kahn)
- The More I See You (Harry Warren)
- A Taste Of Honey (Bobby Scott & Ric Marlow)
- Black Coffee (Sonny Burke & Paul Francis Webster)
- Blues In The Night (Harold Arlen)
- ‘Round Midnight (Thelonius Monk)
- As Time Goes By (Herman Hupfeld)
- Frenesi (Alberto Domínguez)
- Be Mine Tonight (Noche De Ronda) (Agustin Lara)
- Yours (Quierme Mucho) (Gonzalo Roig)
- Bésame Mucho (Consuelo Velasquez)
Volume 2
- I Left My Heart In San Francisco (George Cory & Douglass Cross)
- Diamonds Are A Girl’s Best Friend (Leo Robin & Jule Styne)
- Goody Goody (Matty Malneck)
- Light My Fire (Robby Krieger – The Doors)
- Body And Soul (Johnny Green)
- God Bless The Child (Billie Holiday)
- They Can’t Take That Away From Me (George Gershwin)
- I’ve Got You Under My Skin (feat. Bud Shank Quintet) (Cole Porter)
- Summertime (George Gershwin)
- Love For Sale (Cole Porter)
- One For My Baby (Harold Arlen & Johnny Mercer)
- You Belong To My Heart (Solamente Una Vez) (Agustín Lara)
- ‘S Wonderful (George Gershwin)
- What Is This Thingh Called Love (Cole Porter)
- Bewitched, Bothered & Bewildered (Richard Rodgers)
- I Gotta A Right To Sing The Blues (Harold Arlen)
- Say It Isn’t So (Irving Berlin)
Julie London
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MP3 | 320 KBPS | 232 MB
She had a cool, sultry singing style that never felt forced. Her sophisticated, hip phrasing was deeply nocturnal and consistently relaxed. And she loved off-beat songs and aced them with a beckoning delivery and terrific range backed by seemingly effortless vocal power. Her movie-star looks have nothing to do with her appeal for me. It’s her underappreciated jazz voice and scene-making phrasing that knock me out. [jazzwax.com]
Aproveite!
René Denon
Amo muuuuito!
Gosto dela desde que a descobri lá com meus 17 anos cantando o tema de “Laura”, já são mais de dez anos de paixão. Mas o melhor álbum dela, ainda melhor que a compilação, não tem jeito, é o All Through the Night, The Choicest of Cole Porter. A voz de Julie foi feita para cantar Porter, e as letras de Porter para serem cantadas por Julie.
Duvido alguém achar, mesmo entre as vocalistas mais poderosas, uma interpretação maior de Get Out of Town. Como o Chadbourne do Allmusic escreveu, dar vontade de fazer as malas e ir embora mesmo.