Henryk Górecki (1933-2010): Quartetos de Cordas Nros. 1 e 2 (Kronos)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Já que temos duas excelentes gravações dos quartetos de Bartók e também dos últimos de Beethoven, nada como dialogar com mano CDF postando os dois primeiros quartetos do polonês Górecki: o primeiro plenamente bartokiano, o segundo indiscutivelmente beethoveniano.

Não creio que as grandes influências recebidas por Górecki desconsiderar o polaco. Burrice seria pensar que um quarteto de cordas pode ser escrito sem a referência destes gigantes. O primeiro quarteto é eslavo até a raiz dos cabelos, com lentos corais e danças furiosas de sabor mais bartokiano do que shostakovichiano. O segundo quarteto, principalmente no Arioso: Adagio Cantabile faz referências aos últimos quartetos de Beethoven, com a utilização de um tema curto levado ao paroxismo. Neste “Quasi una Fantasia” também há muito do minimalismo. Um bom disco!

Sobre o Kronos… Bem, não vou repetir o que os mais antigos no blog já sabem: acho-os o máximo!

Górecki (1933-2010): Quartetos de Cordas Nros. 1 e 2

1. Already It Is Dusk String Quartet No. 1, Op. 62

2. Quasi Una Fantasia String Quartet No. 2, Op. 64: Largo Sostenuto – Mesto
3. Quasi Una Fantasia String Quartet No. 2, Op. 64: Deciso – Energico; Furioso, Tranquillo – Mesto
4. Quasi Una Fantasia String Quartet No. 2, Op. 64: Arioso: Adagio Cantabile
5. Quasi Una Fantasia String Quartet No. 2, Op. 64: Allegro – Sempre Con Grande Passion E Molto Marcato; Lento – Tranquillissimo

Kronos Quartet

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PQP

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    1. Interessante o post sobre Górecki, e sugiro, além da espetacular e famosa 3º sinfonia “sorrowfull songs”, uma postagem de “Kleines Requiem for eine polka” (uma obra marcante pelo caráter obsessivo da repetição frenética dos temas) e o concerto para cravo e cordas, junto com um concerto pra cravo do papai Bach, para fazermos uma boa comparação!

      Grato, Góreckiano.

  1. Caríssimo PQP excelente post, além disso temos o Kronos Quartet que é fantástico. Já que você também é fã do gênero quarteto de cordas, espero no futuro colocar os quartetos de Schnittke interpretado pelo Kronos.

  2. PQP e CDF:
    Sinto-me obrigado a deixar aqui um comentário em louvor da qualidade das últimas postagens. Mozart, Bartok, Górecki – tríade de postagens memoráveis. E já que andamos às voltas com a música de câmara, sou tentado a deixar uma sugestão. Tenho ouido alguma coisa e me deparado com pérolas camerísticas de Beethoven. Além dos famigerados quartetos, há “musts” como um iluminado octeto para sopros op. 103 ou um belíssimo trio para piano, clarinnete e cello, op. 11, entre tantas outras coisas. Quem sabe, qualquer hora, algumas dessas pérolas não dão as caras por aqui?
    Um abraço!

  3. PQP vou escrever aqui pois o post de Sibelius está lá embaixo e corre o risco de vc não ler. Se não me engano, no final do ano passado saiu uma matéria sobre 3 compositores “esquecidos” pelos musicistas e pouco executados em salas de concerto (segundo a matéria): Villa-Lobos, Sibelius e Grieg. Dizendo com todas as letras que esses compositores e suas obras são “epígonos que trataram de fazer a melhor música que seus países sem cultura musical do nível de uma Alemanha puderam fazer”, a matéria ora oscilava entre a necessidade do “redescobrimento” destes compositores, ora considerando-os “menores” e que, por isso, não só foram ignorados como muitos deles MERECEM ser ignorados, no caso Sibelius e Grieg. A matéria, cujo autor não lembro, cita inclusive a impressão que Mahler teve das obras de Grieg e Sibelius, assim como de outros compositores contemporâneos de outros países, e, em cartas dirigidas a sua esposa diz “que o melhor desses compositores ‘nacionalistas’ é a média dos nossos compositores alemães”. Ou seja, segundo Mahler, os grandes de outros países eram medianos, quanto muito, se comparados aos alemães. A despeito dessa afirmação de Mahler ( que era perfeccionista ao extremo e, por isso, passível de julgamentos errôneos), a matéria do jornal não pareceu-me fazer jus aos 3 principais mencionados (e o que se poderia esperar de uma mídia ignorante e capciosa?).
    Enfim, gostaria de saber sua opinião sobre isso tudo, já que vc é um grande admirador de Grieg, Sibelius e Villa.

  4. Olha, Sander.

    Eu não sei se esta discussão é interessante para quem prega e gosta da diversidade. Meus compositores preferidos são uns 100… Há os maiores e os menores, OK. Também não entendo muito bem o Mahler pretendia com esta classificação de criadores e epígonos. Que se retirem os epígonos do repertório, que só se ouça música alemã? Penso q teríamos que pegar e recontextualizar as declarações de Mahler. Ele não era nada idiota e se utilizava às pampas de “músicas menores”.

    Acho que o nacionalismo fez um bem tremendo à música e nunca chamaria Sibelius e Villa de epígonos. Talvez Grieg sim.

    Engraçado que Richard Strauss considerava-se inferioríssimo a Sibelius e que Schubert se achasse epígono de Beethoven.

    E o que diríamos dos dias de hoje, em que a música alemã é igual às outras?

    Ou seja, sei lá.

  5. E Sibelius considerava Bartók muito mais importante que ele próprio, conforme testemunho de Yehudi Menuhin.

    Quanto à música alemã de hoje ser igual às outras, eu não iria tão longe, pois me parece que a música erudita européia da segunda metade do século XX (e início do XXI) é centrada na escola de Darmstadt (leia-se Stockhausen, Boulez, Nono, e seus correligionários e discípulos), sob caminhos apontados principalmente por Webern. Com raras exceções, incluindo o próprio Gorecki.

    Quando falo em música alemã, não me restrinjo a compositores nascidos lá. Gyorgy Ligeti e Luigi Nono, por exemplo, tiveram suas formações e carreiras muito mais ligadas ao “Zeitgeist” (desculpe) germãnico que às suas terras natais.

    Enfim, só pra contribuir enquanto baixo o arquivo.

  6. Só pra não ser mal interpretado, quero acrescentar que não acho que a cultura alemã seja superior às outras em nada, só acho a cena musical de lá geralmente mais interessante que a dos demais países da Europa.

  7. PQP:

    Gostaria muito que vocês postassem algo (uma sinfonia – exceto a quinta, que já tenho…hehe) do Vaughan Williams. Ele é um grande compositor, com uma obra bastante variada (nove sinfonias, concertos, óperas, etc.)

    Ouvi sua quinta sinfonia e fiquei impressionado.

  8. Caríssimo PQP,
    à deriva na rede tive o raro e privilegiadíssimo prazer de encontrar este seu bom porto o qual está em par dos melhores blogs de nossa amada música que já visitei. Admirador que sou de Górecki, esses Quartetos são a mim muito preciosos.
    Saúde.

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