Anton Bruckner
Sinfonia No. 9 em ré menor
Berliner Philharmoniker
Herbert von Karajan
Dia desses foi ao ar uma postagem do chefe com as Sinfonias Nos. 8 e 9 de Schubert interpretadas por Karajan, regendo a Filarmônica de Berlim. É claro do texto que nosso editor chefe não possui registro no Fã Clube do HvK: Comentários irônicos diziam que possivelmente o maestro tinha algum compromisso inadiável no dia da gravação da Sinfonia Nº 9, por isso acelerou o tempo dos movimentos, para acabar o quanto antes e não se atrasar. Ou talvez ele quisesse deixar a Grande menor do que ele, quem sabe.
A anedota é conhecida em diferentes variantes e aplicada a outras obras e regentes. Eu ouvi uma na qual um famoso expert da obra de Wagner teria sido escalado para reger uma importante orquestra alemã em um programa com uma de suas óperas. O tal regente teria dito aos músicos envolvidos: ‘Eu conheço essa música, vocês também conhecem a música, então vamos logo com isso’. Aparentemente todos iram jantar em um ótimo restaurante bem próximo da casa de espetáculos. Você conhece anedota semelhante? Sabe os nomes dos personagens envolvidos nessa variante?
Veja que a gravação postada era dos anos sessenta, antes que a onda dos instrumentos de época e interpretações historicamente informadas varresse o mundo da música. O famoso ciclo gravado pela DG para o bicentenário de nascimento do Ludovico, em 1970, também foi gravado nessa época e também tem algumas sinfonias (ou pelo menos alguns movimentos dessas sinfonias) nos quais o Herbert acelerou a batuta. Mesmo assim, esse ciclo continua bastante reverenciado, até hoje.
O tempo de gravação de um específico movimento certamente reflete o andamento escolhido pelo maestro, mas há outros fatores que influenciam o resultado, especialmente a observação (ou não observação) de repetições. Isso pode ser particularmente efetivo no caso das sinfonias de Schubert, que adorava as repetições.
Mas, antes que minhas considerações me façam voltar alguns andares abaixo, para mais perto das fornalhas aqui do PQP Bach main building, vamos a postagem de hoje.
Esta é a primeira de duas gravações comerciais que Karajan fez da Nona Sinfonia de Bruckner e, na minha opinião e na opinião de muita gente boa, é a melhor, mas apenas por um fio de cabelo.
Neste exato momento meu Yamaha enche a sala do PQP Bach MB com os maravilhosos primeiros acordes do magnífico adagio, movimento final dessa incompleta (?) sinfonia.
O austríaco Karajan, amado e vilipendiado por tantos, era um ótimo intérprete das obras de Bruckner. A segunda gravação da Nona, feita alguns anos depois, também para a DG, com a mesma orquestra, em 1976, faz parte do ciclo completo, que ele gravou entre 1976 e 1982. As primeiras sinfonias foram gravadas por último, provavelmente apenas para completar o ciclo, mas são bastante decentes. Ele era bom mesmo nas famosas, Quarta (a gravação para a EMI é mais interessante), a Sétima e a Oitava, ambas gravadas em diferentes momentos, para a EMI e para a DG (com a Filarmônica de Viena, a Sétima sendo sua última gravação).
Veja o que o Penguin Guide diz sobre essa gravação da Nona, feita em 1966, editada na coleção Galleria da DG: A reedição da DG Galleria oferece uma performance gloriosa da última e incompleta sinfonia de Bruckner, moldada de forma característica por Karajan e exibindo uma nobreza simples e direta que às vezes falta nesta obra. Mesmo em um campo competitivo, este disco de 1966 se destaca a um preço acessível, ao lado da nobre versão de Bruno Walter em 1959.
Mais um trechinho, traduzido de outra fonte, com a ajuda de nosso Chat PQP: A Nona Sinfonia nos confronta com Bruckner em seu momento mais introspectivo. Você sente que, ao mesmo tempo, ele está buscando novas perspectivas nesta obra, mas relutante em segui-las, possivelmente percebendo que a antiga ordem, na música e em muitas outras coisas, estava se esvaindo. Talvez isso explique a linguagem musical parcimoniosa e frequentemente sombria, como observa Richard Osborne, bem como a falta de um final. Nesta obra, Osborne opina que temos “Bruckner em sua bravura e desespero mais profundos”. Não vou me repetir. Karajan e a Filarmônica de Berlim trazem a esta obra todas as finas qualidades de interpretação e execução que foram tão evidentes nas sinfonias anteriores, especialmente na Sétima e Oitava, e entregam uma magnífica e majestosa performance. No final do Adagio, tem-se uma sensação de fim.
Anton Bruckner (1824 – 1896)
Sinfonia No. 9 em ré menor
- Feierlich, misterioso [24’54]
- Bewegt, lebhaft [10’37]
- Langsam, feierlich [25’51]
Berliner Philharmoniker
Herbert von Karajan
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MP3 | 320 KBPS | 402 MB
Aproveite!
René Denon