IM-PER-DÍ-VEL !!!
Talvez, quem sabe?, este seja um dos melhores CDs que já postei aqui. Na minha opinião é, sem dúvida. Como dois parênteses, dois extraordinários Concertos para Piano de Prokofiev cercam o Concerto Nº 3 do maior compositor do século XX (provocação gratuita do bem, mesmo que expresse minha opinião real, àqueles que votam em Stravinsky, outro gênio indiscutível). Ao piano, Marthita em sua melhor forma. Na última vez em que veio à Porto Alegre, pedi-lhe dois autógrafos, um num antigo vinil onde interpretava peças para dois pianos junto com Nelson Freire — ela olhou para a capa e gritou “Nossa, eu um dia fui jovem, eu era um pouco mais bonita do que a bruxa de hoje, não?”, ao que assenti com entusiasmo… — e este que posto hoje — “Nossa, neste aqui eu tocava muito bem!”, e caiu na gargalhada, completando: “Gravamos tudo rapidamente. Foi perfeito. Gastamos mais tempo conversando e tirando as fotos em preto e branco para o CD”.
Tinha razão, foi tudo perfeito. O que Martha Argerich faz nestes três concertos em termos de virtuosismo e temperatura emocional é efetivamente espantoso, apenas repetível sob outra forma, tão pessoal é sua abordagem.
Não é um CD normal este que você vai baixar hoje.
Prokofiev (1891-1953): Concertos para piano Nº 1 & 3 / Bartók (1881-1945): Concerto para piano Nº 3 (Argerich / Dutoit)
Prokofiev – Piano Concerto No. 1 in D flat Op. 10
1. First movement: Allegro brioso 6:57
2. Second movement: Andante assai 4:34
3. Third movement: Allegro scherzando 4:31
Bartók – Concerto for Piano and Orchestra No. 3 Sz119
4. First movement: Allegretto 7:22
5. Second movement: Adagio religioso -[poco più mosso] – tempo I 10:45
6. Third movement: Allegro vivace – [presto] 6:50
Prokofiev – Piano Concerto No. 3 in C Op. 26
7. First movement: Andante – Allegro 9:43
8. Second movement: Tema (Andatino) and Variations 9:39
9. Third movement: Allegro ma non troppo – meno mosso – Allegro 9:51
Martha Argerich, piano
Orchestre Symphonique De Montréal
Charles Dutoit
PQP
Caro PQP, realmente desta vez eu sou obrigado a concordar com cada palavra que dissestes sobre esta incrível gravação feita por Martita. Que inveja eu tive de vc ao saber que pode assistí-la por duas vezes aí m POA, hein ? Caramba, eis um privilegiado, porque eu aqui no Rio nunca consegui ingresso nas duas vezes em ela aqui se apresentou.
Bem, mais uma vez muito obrigado pela postagem, mesmo sendo de um cd que eu já possuia, mas mesmo assim é uma ótima oportunidade para que os leitres deste blog possam apreciar um dos principais compositores do séc. XX, que, por ironia do destino, falaceu no mesmo dia que Stálin, interpretado por aquela que, juntamente com Horowitz e Richter, formam o trio dos maiores pianistas do século XX.
Grande abraço
Crlos Camargo
“(provocação gratuita do bem, mesmo que expresse minha opinião real, àqueles que votam em Stravinsky, outro gênio indiscutível)”
Engraçado, prefiro Prokofiev =P.
Baixando.
Essa argentina é uma cunhã invocada! Quanto ao Prokofiev, meu filho Pedro, 4 anos, já escuta (e gosta!!!) do “Pedro e o Lobo”. Acho que ele concorda contigo.
Provocações e comparações à parte, adoro os compositores “soviéticos”, sobretudo os russos. Viva a Rússia!!!!!!!!!!!
Prefiro os CD’s dela tocando o 3º de Rachmaninoff e o 1º de Tchaikovsky (baixei aqui mesmo) e o dela com o Concerto para piano opus 35 (se não me engano, aquele que mais parece um concerto para piano e trompete) e o 11º de Haydn (com o famoso Rondó, o mais perfeito concerto já composto em termos de FORMA). Não gosto muito de Prokofiev e prefiro a sonata para 2 pianos e percussão do Bartók.
Ah, esqueci de dizer que o Concerto para piano op. 35 é do Shostakovich.
“(…) aquele que mais parece um concerto para piano e trompete…”
Ri MUITO com esse pequeno comentário. Eu nunca tinha olhado pra este concerto desta forma! 🙂
Me decepcionei um pouco com esse 3º concerto de Bartók, me pareceu bonitinho demais, beirando o “easy-listening”, o que realmente me surpreendeu, estando eu acostumado com seus dois primeiros concertos, que foram pra mim como um soco na cara nas primeiras audições do CD com Pollini os tocando, mas depois me apaixonei totalmente pelo piano e orquestra modernos desses conertos, que não aparecem em absoluto neste terceiro.
cara, brigadão! a argerich é muito bom. abraços
Ow, quanto esta discussão de compositores, entre Prokofiev e Stravinsky, eu realmente prefiro Bartók. Discutir quem é “melhor” acho que é como discutir se feijão é melhor que arroz, e eu prefiro comer os dois.
Mas eu estou postando mesmo para dizer que venho escutando algumas coisas com o regente dessas peças aí, o Charles Dutoit, e venho gostando. Ele parece se dar bem com solistas.
Caro PQP. O que é isso?!!!! Vi no youtube o finalzinho do concerto 3 para piano do Prokofiev com a Martha. Não acreditava no que via e ouvia. Não conhecia e fui no blog para baixar. Ainda bem que estava lá! Muito obrigado por nos proporcionar estes prazeres e essas oportunidades! Obrigado também pelos seus comentários. Quanto à Martha, que lindo é ver um ser tão talentoso e tão de bem com a vida. Quanta simpatia e humildade. Quanto ao Prokofiev: mais um gênio, é claro! Não existe melhor ou maior. Gênio é gênio e tem espaço para todos em cada contexto. Escuto o concerto enquanto digito este texto com lágrimas nos olhos. Valeu! Grande abraço!