Krzysztof Penderecki (1933-2020): Orchestral Works (Penderecki)

IM-PER-DÍ-VEL !!!, diz PQP.

… para algo realmente extenuante. Pendereki dos anos 1960 é o meu preferido; experimental, pessimista, trágico e macabro. Como disse um amigo, “é preciso colhões para ouvir isso aqui”. Esse disco duplo tem as mais importantes obras do mestre polonês, as mais indigestas, bem diferente das últimas obras neo-românticas do compositor, período injustamente chamado (por compositores invejosos) de decadente.

A primeira obra é uma das mais perfeitas sínteses do primeiro período do compositor – Anaklasis – cuja duração é de poucos minutos. Anaklasis está para Penderecki assim com Atmospheres está para Ligeti, ambas as peças escritas por volta de 1960. Em seguida temos sua obra mais popular – Threnody (1960)– que, anos depois, passou a ter o subtítulo “para vítimas de Hiroshima”. Ela foi escrita para uma orquestra de cordas (52, no total), cujo tratamento em muitos momentos é percussivo. É inegável a originalidade dessa obra, e em termos sentimentais, a melhor tradução do horror da guerra, no mesmo nível do Survivor from Warsaw (1947) de Schoenberg e das sinfonias de Shostakovich. Obra que não mostra sinais de velhice. No disco 1, ainda destaco De Natura Sonoris I (1966) e II (1971) – desculpem mas não encontro palavra melhor – geniais (no caso do Naturas II, devo concordar com o meu amigo). Capiccio para violino e orquestra também não fica pra trás. Percebam, falo ainda do primeiro disco.

O segundo disco parece ser ainda melhor. Com o ótimo concerto para cello n.1 (1966) e a excepcional sinfonia n.1 (1973), cujo inicio é realmente excitante. É difícil acreditar que um compositor tão difícil fosse ser tão popular, talvez o mais reverenciado compositor da segunda metade do século XX. Não posso esquecer da Partita para cravo e orquestra, minha obra preferida.

Claro que muito do que foi feito e imitado nessa “famigerada” época foi justamente esquecido. Escrever música “difícil” ou “original” não dá garantia de sobrevivência. Mas passado esse período, o que ficou? Olha, é difícil dizer. Hoje, eu ouço música contemporânea sem expectativas e tenho adorado o que venho descobrindo…(continua)

CDF

Krzysztof Penderecki (1933-2020): Orchestral Works (Penderecki)

1-1 Anaklasis For Strings & Percussion
Orchestra – London Symphony Orchestra*
5:58

1-2 Threnody For The Victims Of Hiroshima
Orchestra – Polish Radio National Symphony Orchestra*
9:54

1-3 Fonogrammi
Orchestra – Polish Radio National Symphony Orchestra*
6:40

1-4 De Natura Sonoris No. 1
Orchestra – Polish Radio National Symphony Orchestra*
7:15

1-5 Capriccio For Violin & Orchestra
Orchestra – Polish Radio National Symphony Orchestra*
Violin – Wanda Wiłkomirska*
11:38

1-6 Canticum Canticorum Salomonis
Chorus – Kraków Philharmonic Chorus*
Orchestra – Polish Radio National Symphony Orchestra*
16:47

1-7 De Natura Sonoris No. 2
Orchestra – Polish Radio National Symphony Orchestra*
9:03

1-8 The Dream Of Jacob
Orchestra – Polish Radio National Symphony Orchestra*
7:31

2-1 Emanationen For Two String Orchestras
Orchestra – Polish Radio National Symphony Orchestra*
6:48

2-2 Partita For Harpsichord & Orchestra
Harpsichord – Felicja Blumental
Orchestra – Polish Radio National Symphony Orchestra*
19:15

2-3 Cello Concerto Nº 1
Cello – Siegfried Palm
Orchestra – Polish Radio National Symphony Orchestra*
14:45

Symphony Nº 1
Orchestra – London Symphony Orchestra*
(31:14)
2-4 Arche – Dynamis I 19:51
2-5 Dynamis II – Arche II 11:23

Perfomed by Polish Radio National Symphony Orchestra and London Symphony Orchestra
Conducted by Krzysztof Penderecki

BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE

Penderecki puto da cara porque PQP está atrasado

CDF (revalidação por PQP)

5 comments / Add your comment below

  1. Penderecki é demais, especialmente em sua vertente religiosa: o te deum, sua paixão de são lucas, seu credo…
    suas sinfonias também são inigualáveis, ao meu ver, a segunda (?, quem já ouviu me entenderá) e a terceira.
    Agora, o que falta é o tão prometido Requim…

  2. Penderecki é para mim o maior compositor vivo, e o melhor depois da morte da Shostakovich. Aprecio igualmente qualquer de suas fases. Não vejo decadência nele, vejo uma evolução natural após o cansaço das experimentações, sem perder o seu pessimismo. Parabéns pelo texto.

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