Um velho (1957) e belo LP da DG com o Quinteto para piano em lá maior, Op.81, de Dvorák, com a pianista tcheca Eva Bernáthová e o Quarteto de Cordas Janácek. O Quarteto Janáček foi fundado em 1947 por Jiří Trávníček, Adolf Sýkora, Jiří Kratochvíl e Karel Krafka, então estudantes do Conservatório de Brno. Neste período se dedicavam à obra do compositor Leoš Janáček, mas mais tarde ampliaram seu repertório. A partir de 1955 iniciaram uma agenda de recitais que os levou a diversos palcos do mundo. Gravaram muitos discos com obras de Janáček, Debussy, Mozart, Haydn, Dvorak e outros, recebendo vários prêmios por suas interpretações, incluindo o Grand Prix du Disque da Academia Charles Cros e o Preis der deutschen Schallplattenkritik. O quarteto nunca foi extinto e ainda está ativo com novos integrantes, claro.
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Dvorák compôs seu Quinteto Para Piano e Cordas nº 2, Op. 81 em 1887 na sua casa de campo, em Vysoka. O Quinteto obteve grande sucesso, sendo hoje reconhecido como uma das obras-primas do gênero.
A abertura é tranquila: o violoncelo desliza sobre o acompanhamento do piano, uma barcarola. Mas esta tranquilidade dá lugar a passagens vigorosas das cordas, às quais se sucedem trechos de grande lirismo. São nessas mudanças de humor que residem os encantos do movimento.
No segundo movimento, intitulado Dumka, também se alternam passagens lentas e rápidas. Essa é uma das formas favoritas do compositor, que também a utilizou em seu famoso Trio para Piano Dumky. O movimento tem a forma de um rondó, A-B-A-C-A-B-A, onde “A” é o refrão elegíaco ao qual se alternam trechos rápidos. Dvorák vai enriquecendo a textura do “A” a cada vez que ele retorna. Os episódios intermediários vão ganhando um crescente contraste com o início e caminhando para o vibrante clímax, uma dumka, a “dança selvagem” como a chamava Dvorák.
O brilhante Scherzo Furiant tem características de uma valsa rápida e de um Furiant, uma dança rápida do folclore da Boêmia. Dvorák usou Furiants em muitos de seus Scherzos escritos nessa época (década de 1880). Aqui, o violoncelo e a viola se alternam em pizzicatos, sob o violino, que toca o tema principal. O trio, mais lento, é uma genial transformação da melodia da abertura do primeiro movimento.
O Finale é espirituoso, alto astral. O segundo violino leva o tema a uma fuga, no desenvolvimento. Dvorák anota tranquillo para a seção central, que tem a forma de um coral. Depois dessa pausa momentânea, a peça gradualmente ganha velocidade e termina, no dizer de um comentarista, “com brilhantes floreios pentatônicos, proféticos do estilo americano de Dvorák”.
Fonte: Clássicos dos Clássicos
Antonín Dvořák (1841-1904): Quinteto para piano em lá maior, Op.81 (Bernáthova, Quarteto Janácek)
I- Allegro, ma non tanto 10min
II- Dumka: Andante con moto 10min53
III- Scherzo (Furiant): molto vivace 4min25
IV- Finale: Allegro 7min
Eva Bernáthová, piano
Quarteto de Cordas Janácek:
Jirí Trávnícek, 1º violino
Adolf Síkora, 2º violino
Jiri Kratochvil, viola
Karel Krafka, violoncelo
DGG LPM 18 379
Gravação 12-02-1957 em Beethoven-Saal, Hannover
Tempo total: 32:18
PQP
Uma obra dessas, disponibilizada com um texto desses, sem comentários ainda? Absurdo!!!!!