Este é um Réquiem diferente. Um Réquiem sem solistas vocais nem coro. Um Réquiem instrumental. Com suas imagens de guerra e terror, angústia e esperança, é tentador ver neste ciclo de nove concertos de Henze um memorial para aquele capítulo da história alemã que se encerrou com a queda do Muro de Berlim. É preciso resistir à tentação: o compositor refutou categoricamente essa interpretação, pois a inspiração era pessoal, decorrente da morte de seu amigo, o Diretor Artístico da Sinfonietta de Londres, Michael Vyner, em 1989 e mais amplo do que a história de qualquer nação. Composto entre 1990 e 1992, o Réquiem instrumental e não litúrgico foi estreado em 1993 em Colônia pelo grupo acima. Os grandes estouros do Dies irae e do Rex tremendae, provocados pelos acontecimentos da Guerra do Golfo em 1991, são conduzidos pela orquestra com a mesma segurança com que a delicadeza e a quietude exigidas no Lux aeterna e no Agnus dei. Para quem não conhece, Hans Werner Henze foi um compositor alemão residente na Itália, conhecido por suas opiniões políticas marxistas que influenciam na sua obra. Trocou a Alemanha pela Itália em 1953, em razão da intolerância as suas posições políticas e a sua homossexualidade.
Requiem, Nine Sacred Concertos For Piano Solo, Trumpet Concertante And Chamber Orchestra
1 I. Introitus: Requiem 4:03
2 Il. Dies Irae 7:19
3 Ill. Ave Verum 7:16
4 IV. Lux Aeterna 7:50
5 V. Rex Tremendae 7:20
6 Vl. Agnus Dei 7:57
7 Vll. Tuba Mirum 6:49
8 VIll. Lacrimosa 6:55
9 IX. Sanctus 7:29
Conductor – Ingo Metzmacher
Ensemble – Ensemble Modern
Piano – Ueli Wiget
Trumpet – Håkan Hardenberger
PQP