A música europeia foi pródiga em estilos e inovações. Desde o advento da notação musical, sec. XI, do canto gregoriano e “Ars antiqua”, primórdios da polifonia; até a “Ars nova”, renascença e barroco, apogeus da polifonia vocal e instrumental; chegando, por fim, à exuberância do classicismo e romantismo… E nesta trajetória, final do sec. XIX, um novo dilema: sistema tonal, concebido ao longo de séculos, inviabilizava-se; atingira seu ápice e parecia dissolver-se…
E sobre os acordes de “Tristão e Isolda”, nova geração refletiria sobre a criação musical… A modulação permanente e os cromatismos wagnerianos, que encantaram jovens músicos, como Debussy, colocavam-nos também no final de uma jornada, do aparente esgotamento da linguagem… Liszt já havia composto sua “Bagatelle sans tonalité”. E, se muitos ainda seguiram os mestres românticos, explorando e reafirmando o sistema tonal, outros ousariam maior originalidade…
Período em que a música francesa foi protagonista. E o termo impressionista, que Debussy recusava, caracterizaria o novo estilo, que adotava certo exotismo oriental, as escalas pentatônicas e tons inteiros, além dos modos medievais… Também novas cores vocais e instrumentais, que combinavam um arcaísmo, solene e medido, às sonoridades vagas e estáticas, totalmente diversas do fluxo tonal, consolidado desde a música barroca…
- … “Claude de France”
Inovador por excelência, Debussy desafiou, permanentemente, o seu tempo. Contestador, por vezes, irônico e mordaz, desde jovem questionou mestres e tradições do conservatório de Paris, onde ingressou aos dez anos… Jovem e promissor pianista, acabou rejeitado por negligenciar provas e apresentações. No entanto, permaneceu no curso de composição, estudando com grandes nomes da época…
Também devotou admiração à Massenet, Fauré, Satie e Ravel. E propôs arte que agregasse à tradição francesa certos exotismos, orientais e até afro-americanos. Assim, resgatou modos da música medieval, mesclando-os aos acordes da música tonal e às escalas de tons inteiros, atenuando as resoluções tonais… E optou por dinâmicas discretas, entre “pianos e pianíssimos”, e eventualmente os “fortes e fortíssimos”, que resultaram em música de nuances, de imagens e cores sonoras, difusa e vaga, embora minuciosamente escrita… Além deste efeito, lânguido e estático, Debussy criou rítmicas complexas e virtuosísticas…
Em peregrinação à Bayreuth, foi impactado por Richard Wagner, pelos acordes e pelo canto de “Tristão e Isolda” – “a música do futuro”… Para Debussy, no entanto, “no lugar de um amanhecer, a música de Wagner representava um maravilhoso crepúsculo”… Então, gradualmente, afastou-se do mestre alemão, mas não de um todo, cuja influência musical foi avassaladora… Por fim, inovou e tornou-se referência da música francesa e universal – “Claude de France”…
Considerado precursor da música do séc. XX, ao lado do místico Scriabin, Debussy compôs música, por vezes, austera e solene, quase religiosa, e também de apelo erótico e sensual. Sobretudo, escreveu música evocativa, estimulado pela sensorialidade das imagens e sons da natureza – do vento, do mar e das vagas, das cores e nuances do dia e da noite, do amanhecer e do crepúsculo… Apesar deste imaginário, negava intenção de compor música descritiva. E os títulos de seus prelúdios, curiosamente, aparecem ao final da partitura, para serem ouvidos, essencialmente, como música pura…
Inutilmente, resistiu à denominação “músico impressionista” e exerceu diversas influências, desde Bartok e Messiaen, Stravinsky e Puccini, até o jazz e a bossa nova. Também musicou e foi assíduo leitor da poesia simbolista de Mallarmé, Verlaine e Baudelaire… E sua arte permanece, indissoluvelmente, ligada à virada do século XX e à Paris da “Belle Époque”… Coincidentemente, faleceu em 1918, vitimado por câncer e entristecido pelos horrores da guerra – pelo mundo que deixava de existir, ofuscado por incertezas e destruição…
- … do “Prix de Rome” ao poema “Prélude à l’après-midi d’un faune”
Desde as primeiras obras, Debussy buscou originalidade. Em Paris, era notória sua resistência à ortodoxia de Guiraud… Para Debussy, “o prazer devia ser a regra; o prazer ao ouvir”, no lugar de avaliar-se a beleza por cânones musicais… Por fim, surpreendeu ao conquistar o “Prix de Rome”, mais importante da França, com a cantata “L’enfant prodigue”...
A premiação possibilitava estudos em Roma, Itália. E, apesar da influência de Massenet, este, frente ao estilo disperso e vago, que o jovem músico experimentava, ironizava: “Ele é um enigma”… E em “Printemps” ou na cantata “La Damoiselle élue”, 1887/88, emergia um estilo, que adquiriu maior clareza, posteriormente, nas canções “Ariettes oubliées”, sobre versos de Verlaine…
A experiência em Roma pouco acrescentou ao antidiletante e futuro “Monsieur Croche”, pseudônimo em “La revue blanche”, 1901, que mostrou desapreço pela ópera italiana, de Donizetti e Verdi. Mas, interessou-se por músicos do sec. XVI – Orlando di Lassu e Palestrina, que ouviu em Santa Maria dell’Anima: “única música de Igreja que aceitarei”… E prezava as visitas do então abade Liszt à “Villa Medici”, para conhecer e interagir com os jovens músicos…
“Chabrier, Moussorgsky, Palestrina, voilà ce que j’aime” – eles são o que amo, dizia… E a música russa despertara atenção desde que atuou na casa de Nadezhda von Meck, protetora de Tchaikovsky e pioneira das ferrovias na Rússia, depois estatizadas pelos bolcheviques. Debussy viajou com a família pela França, Itália e, inclusive, Moscou… “Trio para piano e cordas”, obra juvenil, foi composto para o conjunto residencial dos von Meck… Em correspondência com Nadezhda, Tchaikovsky mostrou simpatia pela música de Debussy – “embora incipiente e singela, de um jovem músico”…
Em Roma, permaneceu entre 1885/87. No retorno à Paris, ouviu “Tristão e Isolda”, nos “Concertos Lamoureux”, e encantou-se com as escalas e sonoridades dos gamelões javaneses, na “Exposição Universelle”, 1889. Também com a liberdade harmônica e cores instrumentais de Rimski-Korsakov, regendo as próprias obras – apesar da opinião desfavorável do russo à sua música…
Período em que compôs pequenas obras para piano e canções – cerca de 27 delas, dedicadas a uma única mulher, Marie Vasnier… Embora talento reconhecido, a música de Debussy era de pouco interesse. Apesar disto, foi indicado ao comitê da “Société Nationale de Musique”, 1893, onde estreou seu “Quarteto op. 10”, obra arrojada, concebida na forma cíclica, proposta por Liszt e Franck… E o número de opus apenas dava título – uma provocação à tradição alemã, pois Debussy não numerava as obras…
Neste ano, ocorreu estreia, em Paris, de “Pelléas et Mélisande”, peça teatral do simbolista Maurice Maeterlinck. E a decisão de colocar música foi imediata. Fascinado pela peça, Debussy viajou à Ghent, Bélgica, para obter autorização do autor e adaptar uma ópera – concluída em 1895 e revisada nos anos seguintes…
E durante a composição de “Pelléas et Mélisande”, surgiria obra singular, o poema sinfônico “Prélude à l’après-midi d’un faune”, sobre poema de Mallarmé, 1894. E disse o poeta: “Diferença única, entre sua ‘tarde de um fauno’ e meu poema, é que vai além, tanto em evocações de luz e nostalgia, quanto em delicadeza, inquietação e riqueza”… A música inicia com sugestivo tema, lânguido e cromático, da flauta, evocando lento e preguiçoso despertar do fauno – criatura híbrida, parte humana, parte animal, associada ao prazer, à diversão e à fertilidade… E pontua sonhos e desejos do personagem e seus encontros com “ninfas e náiades”… Pela novidade e sedução das sonoridades, anunciava a música do sec. XX…
Assim, aos 32 anos e aparente indiferença, Debussy projetava-se no cenário parisiense. A obra foi um sucesso, embora com opinião controversa da crítica.”L’après-midi d’un faune” era parte inicial de um tríptico, com “Interlúdio” e “Final”, mas apenas o “Prelúdio” foi concluído. E após dezoito anos, teria famosa coreografia de Vaslav Nijinsky, nos “Ballets Rousses” de Serguei Diaghilev – Paris, 1912…
As inovações de Debussy deram-se pela sutileza e intimismo, no lugar da exuberância de meios… Sobretudo, buscou liberdade para experimentar e realizar o novo. E concebeu suas próprias regras, mesclando o antigo e o exótico… Certa vez, comentou: “se Mozart, Beethoven ou Wagner, batessem à minha porta, tocaria ‘Pelléas et Mélisande’ com prazer… Mas, se fosse Bach, ficaria pasmo demais…”, diante de “le bon Dieu de la musique”…
Ao tratar de “Pelléas et Mélisande”, obra densa e também revolucionária, cabe homenagear-se Maurice Maeterlinck… Ambos, compositor e autor, aos 160 anos de nascimento, sendo o belga longevo, falecido aos 86 anos, 1949…
- … “Pelléas et Mélisande”
Na virada do século XX e estreia da ópera, Debussy integrava “les apaches” – título que aludia a uma subcultura, violenta e criminosa, que assolou Paris durante a “Belle Époque”, fruto do desemprego e da destruição da cidade, durante a “Comuna de Paris”, 1871… E como “párias artísticos”, liderados por Ravel, opunham-se ao conservadorismo da “Société Nationale de Musique”, reunindo poetas e músicos inovadores, como Stravinsky e Manuel de Falla, segregados pela instituição francesa… Neste período, Debussy concluiu “Nocturnes” para orquestra…
E desde 1890, compartilhava com o excêntrico Eric Satie, os cafés e a boemia parisiense, além de apertos financeiros… E seus relacionamentos afetivos foram turbulentos, por vezes, escandalosos, resultando em crises, divórcio e sofrimento – capítulo à parte, que lhe rendeu indignação de amigos e desaprovação pública… Do casamento com Emma Bardac, nasceu a filha Claude-Emma Debussy, encantos do músico, carinhosamente apelidada “Chouchou”, a quem dedicou a suíte “Children’s Corner”…
“Pelléas et Mélisande” trata de triângulo amoroso, à semelhança de “Tristão e Isolda” e “Francesca da Rimini”… Do despertar do amor e da paixão, quando uma das partes está comprometida… Quando vínculos são rompidos e outros iniciam-se, insinuando a incapacidade de controlar-se sentimentos e amores inevitáveis. E os personagens tornam-se reféns do próprio destino, surpreendidos pela afinidade e casualidade do encontro…
E aprisionados, abandonam-se aos afetos. De um lado, inebriados e fortalecidos pelas descobertas do prazer e atração mútua; de outro, vulneráveis à sedução e ao imprevisível, por habitarem, inconscientes, universo maior que os envolve – “dos instintos naturais e dos afetos”…
E, se em “Tristão e Isolda” haverá uma poção mágica, ingerida inadvertidamente, que determinará o amor entre os personagens, sugerindo a ideia de casualidade e do inevitável; em “Pelléas et Mélisande” será o olhar, a despertar a cumplicidade e a intensificar os afetos… Levando personagens, gradualmente, a se atraírem e se reconhecerem; ou, simplesmente, se renderem ao mistério e inevitabilidade do simples olhar – quem sabe, à “inconsciente cegueira do amor”…
Sobre “Pelléas et Mélisande”, Debussy diria: “Cuidei para que a ação dramática nunca se detivesse. Para isto, prescindi de temas repetitivos. A música deve ser contínua. E se, em geral, o espectador experimenta dois tipos de emoção: a emoção musical e a emoção do personagem; cuidei para que as duas estivessem unidas. E a melodia, se me permite dizê-lo, é antilírica” (no sentido da ópera sec. XIX)… Mas, Debussy definiu “Pelléas et Mélisande” como “drama lírico” – a música transcorre na forma de “prosa melódica”, com breves interlúdios orquestrais…
O colorido orquestral domina a ação, evoluindo e pontuando drama e canto. Certamente, influência wagneriana, onde a orquestra interage e conduz a ação dramática; mas, com economia de meios, no lugar da grandiloquência do músico alemão… Também difere do singelo, por vezes simplista, acompanhamento orquestral dos séculos XVIII e XIX, onde o canto tinha proeminência – era do “bel canto”… Quem sabe, uma “ópera de câmara”, com intensa dramaticidade, intimismo e certo arcaísmo modal, típico da música de Debussy…
- … Libreto e estreia de “Pelléas et Mélisande”
Libreto de “Pelléas et Mélisande” foi elaborado pelo próprio compositor, através de cortes e modificações do texto de Maeterlinck, que autorizou e, inclusive, sugeriu alguns… Debussy encantou-se com a personalidade do autor, que “dizia coisas extraordinárias de maneira simples. E quando agradeci por ‘Pelléas’, demonstrou ser ele, quem agradecia, por colocar música no texto”…
Em 1895, Debussy tinha a ópera elaborada, mas com o desafio de encená-la: “Sou mal recebido em todos os lugares”, confidenciou ao amigo Camille Maucler. Por fim, “Théâtre national Opéra-Comique” programou estreia na “Salle Favart”, 30/04/1902. Iniciativa de André Messager, compositor e admirador de Debussy, quando assumiu direção musical, 1898…
E durante os ensaios, todas as dificuldades de uma nova obra. A música foi rejeitada pelos instrumentistas, além de incômodos de produção com o regente e com o próprio Maeterlinck – disputas entre as divas e amantes, pelo papel principal… E Albert Carré, diretor geral do “Opéra Comique”, sugeriu a escocesa Mary Garden, que conquistara os parisienses em “Louise”, de Charpentier, 1900…
Relutante de início, dado o sotaque inglês, Debussy concordou: “Era a voz suave que tinha imaginado, com charme hesitantemente terno e cativante”… E seguia, priorizando revisão da partitura – a troca frequente de cenários exigia mais “interlúdios orquestrais”, quando a música se expandia em denso colorido e beleza. Para os críticos, intensificando a influência wagneriana…
Na estreia, “Pelléas et Mélisande” foi recebida com certa inquietação, mas predominando silêncio protocolar, quem sabe, perplexidade, tal ausência de números e melodias de praxe. E amigos do músico, como Paul Dukas, Pierre Louÿs e Paul Valery, assistiram convencidos do que se tratava: “obra única e récita histórica”… De outro, mais sensível à performance, do que à reação do público, Debussy entusiasmava-se com Mary Garden: “Ato V – morte de ‘Mélisande’ – foi um assombro, cuja emoção não poderia ser maior. Voz secretamente ouvida, com doçura desvanecida; arte tão cativante, que não acreditava ser possível”…
A crítica dividiu-se. Para uns, “música doentia e sem vida”, equivalente ao “ranger de uma porta; ou um móvel arrastado”… Debussy e Saint-Saëns eram oponentes implacáveis. E o compositor de “Samson et Dalila” defenestrou a obra. Entre os jovens, no entanto, houve entusiasmo. Romain Rolland considerou “realização das mais notáveis da música francesa” e Vincent D’Indy comoveu-se com o drama e atmosfera onírica…
Das récitas seguintes, André Messager diria: “(Não foi) um triunfo, mas longe do desastre inicial. Público comportou-se calmo e curioso para ouvir uma ópera, de que tanto se falava”… Após 14 récitas, “Pelléas et Mélisande” cobria custos e, em 10 anos, atingiria centésima apresentação em Paris, 1913… E para surpresa geral, virou moda e ganhou “seguidores”, que imitavam figurinos e penteados de Mary Garden…
No âmbito folhetinesco e pouco musical, Maeterlinck, durante celeuma que antecedeu estreia, abriu conflito público com Debussy. Em artigo no “Le Figaro”, dissociou-se da ópera: “algo que me é estranho e hostil… desejo fracasso imediato”… Também ficara ressentido pelo preterimento de Georgette Leblanc, sua companheira, como “Mélisande”. Ao que Debussy confidenciava: “Leblanc não apenas canta, mas fala desafinado”, alegando despreparo artístico – a ópera entremeava canto e fala, em recitado melódico contínuo… Início dos anos 20, após imenso sucesso, Maeterlinck reconheceria: “Estava equivocado e Debussy mil vezes certo”…
Debussy concebeu o libreto em cinco atos e 15 cenas… Drama se desenvolve de forma vaga, com insinuações, simbolismos e encadeamentos inconclusivos… Ao aproximar-se do final, no entanto, fatos vão se evidenciando, em mescla de ingenuidade e sutis cumplicidades; contrapostas à sentimentos de rejeição e dor, sobretudo, do progressivo tormento de “Golaud”, diante do amor entre “Pelléas et Mélisande”, levando ao trágico desfecho: a morte do jovem “Pelléas” e, depois, de “Mélisande”…
- … Sinopse de “Pelléas et Mélisande”
Ação ocorre no reino imaginário da Allemonde.
- Personagens: Pelléas, neto de Arkel (barítono); Mélisande, esposa de Golaud (soprano); Golaud, irmão de Pelléas (barítono); Arkel, rei de Allemonde (baixo); Genevieve, mãe de Golaud e Pelléas (mezzo); Yniold, filho do 1° casamento de Golaud (soprano); um médico (baixo)
- Coros: Coro feminino (das servas)…
… Breve introdução orquestral – “Très modéré”
- Ato 1
Cena 1: Uma floresta
… Uma introdução orquestral prepara entrada de Golaud, filho de Arkel, rei da Allemonde, que vaga por uma floresta, até encontrar uma bela moça, caída junto a uma fonte. Mélisande revela seu nome, mas se recusa a falar da origem. Ao fundo da fonte, uma coroa… que Golaud quer recuperar, mas Mélisande o proíbe. A noite se aproxima e Golaud a convence de ir com ele…
Cena 2: Um quarto no castelo
… Passados seis meses, Geneviève, esposa do rei Arkel, lê uma carta ao velho rei, praticamente cego… A carta é endereçada ao filho, Pelléas, pelo irmão mais velho, Golaud. Nela, Golaud revela ter se casado com Mélisande, mas teme a ira do pai… Golaud pede à Pelléas iluminar a torre do castelo, voltada para o mar, caso Arkel aprove o casamento. Do contrário, partirá, navegando para terras distantes e nunca retornar…
Golaud era viúvo… Arkel pretendia casá-lo com a princesa Ursule, para mediar a paz com vizinhos e colocar fim à “guerras e ódios antigos”… Mas, aceita decisão e casamento de Golaud…
Pelléas entra chorando… Recebeu notícias de que um amigo está no leito de morte. E quer viajar para se despedir. Arkel preferia que Pelléas aguardasse Golaud e Mélisande. Também o rei, idoso e doente, precisava de cuidados… Mas, Pelléas parte e Geneviève recomenda iluminar a torre do castelo, para avisar Golaud, da decisão de Arkel…
Cena 3: Ao largo do castelo
… pelas terras do castelo, passeiam Geneviève e Mélisande. Ao largo, uma floresta fechada e escura. Pelléas aproxima-se. Observam o crepúsculo e o mar distante, um grande navio e a luminosidade de um farol… Mélisande pressente um naufrágio e a noite cai…
Geneviève vai ao encontro do neto, Yniold, do primeiro casamento de Golaud… Mélisande está segurando flores e Pelléas tenta ajudá-la a transpor um obstáculo. Mélisande recusa… Pelléas comenta que talvez tenha que partir no dia seguinte… Mélisande indaga porque…
- Ato 2
Cena 1: Uma fonte no parque
… Num dia de verão, Pelléas acompanha Mélisande até o parque, na “fonte dos cegos”… onde, dizia-se, as águas curavam a cegueira. Mas, desde que rei Arkel passou a sofrer da visão, local fora abandonado… Pelléas apreciava o lugar…
Mélisande recosta-se na borda do poço e tenta mirar o fundo… Muito longo e rubro, mexa de seu cabelo se desprende e cai sobre a água… Pelléas observa… E ao lembrar que Golaud encontrou Mélisande numa nascente, pergunta se o irmão tentou beijá-la…
Mélisande nada responde… E tira o anel de casamento do dedo, fazendo brincadeiras… O anel cai no poço. A torre anuncia doze horas, Pelléas tenta tranquilizá-la, mas Mélisande fica apreensiva… pergunta o que fazer e Pelléas responde: “diga a verdade”…
Cena 2: Um quarto no castelo
… Após queda de cavalo, Golaud está repousando. Quando a torre anunciava doze horas, seu cavalo disparou, causando o acidente… Mélisande, ao lado, sente-se triste e infeliz no castelo… Começa a chorar… Golaud pergunta porque, mas ela se recusa e diz querer deixar o castelo… Golaud indaga se Pelléas a incomoda… Mélisande diz que não, embora ache que Pelléas não goste dela…
Pelléas é muito jovem e desajeitado, diz Golaud, para ela não se preocupar… Mélisande reclama da escuridão no castelo… Golaud diz que não deveria chorar por tais motivos e pega sua mão, num gesto de carinho… Ao perceber ausência da aliança, se surpreende e fica furioso!…
Mélisande mente, diz que perdeu numa caverna, perto da praia, ao colher conchas com Yniold… Golaud exige que procure imediatamente, antes que a maré suba, mesmo com anoitecer se aproximando… Mélisande responde ter medo de retornar ao local… E Golaud responde: “leve Pelléas”…
Cena 3: Ao largo de uma caverna
… Na praia, Pelléas e Mélisande aproximam-se de uma caverna… Há muita escuridão e Mélisande não quer entrar… Pelléas lembra que ela precisa descrever o lugar, ao retornar… E ao sair o luar, a caverna é iluminada… Três mendigos ocupam o local… Pelléas observa que há muita fome no mundo e decide retornarem ao castelo…
- Ato 3
Cena 1: Numa torre do castelo
… De uma janela do castelo, Mèlisande canta “Mes longs cheveux” (“Meus longos cabelos”), enquanto os penteia… Estando para viajar, Pélleas se aproxima… E para despedir-se, pede para beijá-la a mão… Pelléas não consegue tocá-la, mas os longos cabelos de Mélisande caem da janela… Envolto pelas mechas, Pelléas as toca, beija e acaricia…
E para brincar, amarra os cabelos a um salgueiro, apesar das reprimendas de Mélisande… Alguém poderia vê-los… Um bando de pombos levanta voo e Golaud aproxima-se… O irmão mais velho, aparentemente, trata Pelléas e Mélisande como duas crianças, mas chama Pelléas…
Cena 2: Nas abóbadas do castelo
… Levado por Golaud, Pelléas conhece as abóbadas do castelo, onde existem masmorras e águas fétidas e estagnadas – “cheiro de morte”… Golaud segura Pelléas, para que possa se inclinar na murada e olhar o abismo, dos paredões do castelo… Pelléas se angustia e ambos se retiram…
Cena 3: Terraço na entrada das abóbadas
… Aliviado com o retorno, Pelléas volta a respirar… De uma janela na torre, observa Geneviéve e Mélisande… Golaud repreende Pelléas… A brincadeira infantil, na noite anterior, não deve se repetir!… O menor choque pode perturbar a gravidez de Mélisande… Golaud desconfia de alguma atração entre Pelléas e Mélisande, e recomenda à Pelléas afastar-se, sem parecer grosseiro…
Cena 4: Ao largo do castelo
… Na madrugada, antes do amanhecer, Golaud conversa com Yniold, seu filho…Tenta saber pelo filho, algo do comportamento de Pelléas e Mélisande, quando estão juntos… Yniold é uma criança inocente para entender a angústia do pai, mas revela que os viu, certa vez, se beijarem…
Então, Golaud leva o menino a uma janela e o ergue nos ombros para espionar… O menino responde que nada faziam, além de olhar para uma luz… Com a insistência de Golaud, Yniold fica agitado e incomodado… Golaud desiste e ambos se retiram…
- Ato 4
Cena 1: Um quarto do castelo
… Rei Arkel está melhor de saúde e pede à Pelléas acompanhá-lo em viagem… Pelléas convida Mélisande para último encontro no parque – na “fonte dos cegos”, antes de partir…
Cena 2: Um quarto do castelo
… Rei Arkel fala à Mélisande da compaixão que sentiu, quando a viu chegar ao castelo… do “olhar estranho e perplexo, constantemente, à espera de uma calamidade”… mas, “portas de uma nova fase se abrirão”, prevê Arkel… E pede que o beije…
Sangrando, Golaud adentra… Mélisande tenta ajudá-lo, mas ele rejeita e pede por sua espada… Outro camponês morrera de fome… Mélisande treme… Golaud diz que não vai matá-la… E ironiza inocência que Arkel enxerga nos olhos da esposa… Ordena que ela os feche, ou “vai fechá-los por longo tempo!”…
Golaud está possesso!… Diz que Mélisande o enoja e a arrasta pelos cabelos!… Ao deixar o local, Arkel indaga se Golaud estava bêbado… Mélisande responde que Golaud não a ama mais… “Se fosse Deus, teria piedade do coração dos homens”, diz Arkel…
Cena 3: Uma fonte no parque
… Próximo à fonte, no parque, encontra-se o jovem Yniold, a procura de algo que perdera… Uma tragédia se anuncia, mas o garoto está alheio, inocente, diante dos sentimentos opressivos, que assolam sua família… E observa rebanho de ovelhas, que se aproxima e de depois se afasta do local…
Cena 4: Uma fonte no parque
… Pelléas está receoso… quer encontrar Mélisande pela última vez, antes de partir, mas teme a ira de Golaud… sente-se profundamente envolvido e quer revelar seus sentimentos… Mélisande chega… Tenta distanciar-se, mas, diante da viagem de Pelléas, mostra afeição…
Pelléas revela seu amor e Mélisande responde que o amou desde o primeiro momento… Portões do castelo são fechados… Sem poder retornar, resignam-se ao destino… Beijam-se e percebem um vulto movendo-se nas sombras… Golaud os observava… Golaud ataca, derruba Pelléas e o mata!… Também ferida, Mélisande foge para a floresta!…
- Ato 5 – Um quarto no castelo
… Mélisande, doente, dá a luz a uma menina… Apesar de ferida, médico considera estado geral bom… Golaud sente-se culpado… Acredita ter matado Pelléas sem motivo. E que Pelléas e Mélisande haviam se beijado “apenas como irmãos”…
Mélisande acorda e Golaud pede que todos saiam… implora perdão à esposa, mas ainda dividido, a pressiona confessar seu amor por Pelléas… Ela nega, apesar da insistência e apelos desesperados de Golaud… Arkel e o médico retornam…
Arkel repreende Golaud… diz que pode matar a esposa… Golaud responde: “já matei”… Arkel tenta colocar a filha recém-nascida nos braços de Mélisande… mas, a mãe está fraca demais… Mélisande morre silenciosamente… Serviçais, que adentravam o local, ajoelham-se… Compassivo, Arkel tenta confortar o perturbado e sofrido Golaud…
– Cai o pano –
A música de Debussy é única e inconfundível. Suas inovações melódicas e harmônicas mudaram paradigmas e enriqueceram diversos gêneros: para o piano, na “chanson”, música de câmara e nos coloridos orquestrais, sobretudo, em “Pelléas et Mélisande”, obra de maior envergadura… E seu legado, marcado pela liberdade, abriu espaço à originalidade e à diversidade… Assim, no lugar de criar escola e seguidores, contribuiu para que outros desenvolvessem estilo e linguagem próprios…
Também marcantes, sua curiosidade e fascínio por culturas exóticas, e agregar novos elementos à sua música. Uma arte francesa, mas aberta e conectada ao mundo. Quem sabe, típica da Paris da “Belle Époque” e efervescente vanguarda, na virada do século XX. Assim, aos 160 anos do nascimento, podemos dizer – viva “Monsieur Croche” ou, melhor, viva “Claude de France!”…
Após estreia de “Pelléas et Mélisande”, em Paris, 1902, seguiram-se apresentações no “Manhattan Opera House”, New York, 1908; “Teatro alla Scala”, Milão, 1908, direção de Toscanini; “Covent Garden”, Londres, 1909; “Teatro Municipal”, Rio de Janeiro, 1920; “Metropolitan Opera”, New York, 1925; e outras…
- … Gravações de “Pélleas et Mélisande”
E da perplexidade inicial, “Pelléas et Mélisande” obteve grande aceitação, sendo gravada e encenada com sucesso:
- Gravação em áudio – vinil Melodies, 1941 – CD EMI, 1988
“Orchestre de la Société des Concerts du Conservatoire de Paris”, direção Roger Désormière
Solistas: Jacques Jansen (Pelléas) – Irène Joachim (Mélisande) – Henri-Bertrand Etcheverry (Golaud) – Paul Cabanel (Arkel) – Germaine Cernay (Geneviève) – Leila ben Sedira (Yniold) – Émile Rousseau (Le Berger) – Armand Narçon (Le Médecin)
“Chœurs Conductor”, Yvonne Gouverné
Gravação em estúdio. Paris, França
- Gravação em áudio, 1945 – CD Walhal Records (1996) – CD Naxos
“Metropolitan Opera Orchestra and Chorus”, direção Emil Cooper
Solistas: Martial Singher (Pelléas) – Bidú Sayao (Mélisande) – Lawrence Tibbett (Golaud) – Alexander Kpnis (Arkel) – Margaret Harshow (Geneviève) – Lilian Raymondi (Yniold) – Lorenzo Alvary (Le Berger, Le Médecin)
“Metropolitan Opera House”, New York, USA
Nesta gravação, personagem “Mélisande” realizado por Bidu Sayão, grande soprano brasileira, intérprete internacional do repertório operístico e, em especial, da música brasileira…
- Gravação em áudio – vinil London Records, 1952 – CD Decca, 2009
“L’Orchestre De La Suisse Romande”, direção Ernst Ansermet
Solistas: Pierre Mollet (Pelléas) – Suzanne Danco (Mélisande) – Heinz Rehfuss Golaud) – André Vessières (Arkel) – Hélène Bouvier (Geneviève) – Flore Wend (Yniold) – Derrik Olsen (Le Berger, Le Médecin)
- Gravação em áudio – vinil “Rodolphe Productions”, 1954
“Orchestra Sinfonica della RAI”, direção Herbert Von Karajan
Solistas: Ernst Haefliger (Pelléas) – Elisabeth Schwarzkopf (Mélisande) – Michel Roux (Golaud) – Mario Petri (Arkel) – Christiane Gayraud (Geneviève) – Graziella Sciutti (Yniold) – Franco Calabrese (Le Berger, Le Médecin)
“Coro di Roma della RAI”, direção Nino Antonellini
- Gravação em áudio – “Radio broadcast” (transmissão de rádio), Paris, 1955
“Chœur et Orchestre de l’ORTF”, direção Désiré-Émile Inghelbrecht
Solistas: Jean-Paul Jeannotte (Pelléas) – Françoise Ogéas (Mélisande) – Gérard Souzay (Golaud) – Roger Gosselin (Arkel) – Jeannine Collard (Geneviève) – Nicole Robin (Yniold) – Jacques Mars (Le Médecin)
“Champs-Elysées Theater”, Paris, França
René Leibowitz, no “L’Express”, elogiou direção de Inghelbrecht, sobretudo, performances vocais…
- Gravação em áudio – vinil Angel records, 1957 – CD “Naxos”, 2008
“French National Radio Orchestra”, direção André Cluytens
Solistas: Jacques Jansen (Pelléas) – Victoria de los Angeles (Mélisande) – Gérard Souzay (Golaud) – Pierre Froumenty (Arkel) – Jeannine Collard (Geneviève)
“Raymond St. Paul Choir”, França
- Gravação em áudio – vinil Decca, 1964 – vinil London Records, 1965 – vinil World Record Club, 1978 – CD Decca, 2003 – CD Decca 2007
“L’Orchestre De La Suisse Romande”, direção Ernst Ansermet
Solistas: Camille Maurane (Pelléas) – Erna Spoorenberg (Mélisande) – George London (Golaud) – Guus Hoekman (Arkel) – Josephine Veasey (Geneviève) – Rosine Brédy (Yniold) – Gregore Kubrack (Le Berger) – John Shirley-Quirk (Le Médecin)
“Le Chœur Du Grand Théâtre De Genève”, Suiça
- Gravação em áudio “Orfeo”, 1971
“Symfonieorchester des Bayerischen Rundfunks”, direção Rafael Kubelik
Solistas: Nicolai Gedda (Pelléas) – Helen Donath (Mélisande) – Dietrich Fischer-Dieskau (Golaud) – Peter Meven (Arkel) – Marga Schmil (Geneviève) – Walter Gampert (Le petit Yniold) – Raimund Grumbach (Un Médecin) – Josef Weber (Le Berger)
“Chor des Bayerischen Rundfunks”, direção Josef Schmidhuber
“Münich Herkulesaal”, Alemanha
- Gravação em áudio – vinil “Eurodisc”, 1978 – CD Lyrica/Ermitage
“Orchestre de Lyon”, direção Serge Baudo
Solistas: Claude Dormoy (Pelléas) – Michèle Command (Mélisande) – Gabriel Bacquier (Golaud) – Roger Soyer (Arkel) – Jocelyne Taillon (Geneviève) – Monique Pouradier (Yniold) – Xavier Tamalet (Le Berger, Le Médecin)
“Ensemble Vocal de Bourgogne”, França
- Gravação em áudio “Deutsche Grammophon”, 1978
“Berliner Philharmoniker”, direção Herbert Von Karajan
Solistas: Richard Stilwall (Pelléas) – Frederica von Stade (Mélisande) – José van Dam (Golaud) – Ruggero Raimondi (Arkel) – Nadine Denize (Geneviève) – Christine Barbaux (Yniold) – Pascal Thomas (Le Berger, Le Médecin)
“Chor der Deutschen Oper Berlin”, Alemanha, direção Walter Hagen-Groll
- Gravação em áudio “Deutsche Grammophon”, 1983
“The Metropolitan Opera Orchestra and Chorus”, direção James Levine
Solistas: Dale Duesing (Pelléas) – Jeannette Pilou (Mélisande) – José van Dam (Golaud) – Jerome Hines (Arkel) – Jocelyne Taillon (Geneviève) – David Owen (Yniold) – Norman Andersson (Le Berger) – Julien Robbins (Le Médecin)
“Metropolitan Opera House”, New York, USA
- Gravação em áudio “Decca”, 1991
“Orchestre Synphonique de Montréal”, direção Charles Dutoit
Solistas: Didier Henry (Pelléas) – Colette Alliot-Lugaz (Mélisande) – Gilles Cachemaille (Golaud) – Pierre Thau (Arkel) – Claudine Carlson (Geneviève) – Françoise Golfier (Yniold) – Phillip Ens (Le Berger, Le Médecin)
“Le Chœur de Orchestre Synphonique de Montréal”, Canadá
- Gravação em vídeo “Deutsche Grammophon”, DVD – 1992
“Orchestra of Welsh Nacional Opera”, direção Pierre Boulez
Solistas: Neill Archer (Pelléas) – Alison Hagley (Mélisande) – Donald Maxwell (Golaud) – Keneth Cox (Arkel) – Penelope Walker (Geneviève) – Samuel Burkey (Yniold) – Peter Massocchi (Le Médecin, Le Berger)
“Chorus of Welsh Nacional Opera”, direção Garet Jones
Cardiff, País de Gales
- Gravação em áudio “Deutsche Grammophon”, 1992
“Wiener Philharmoniker”, direção Claudio Abbado
Solistas: Didier Henry (Pelléas) – Colette Alliot-Lugaz (Mélisande) – Gilles Cachemaille (Golaud) – Pierre Thau (Arkel) – Claudine Carlson (Geneviève) – Françoise Golfie (Yniold) – Rudolf Mazzola (Le Médecin)
“Wiener Staatsopernchor”, Viena, Áustria
- Gravação em vídeo “NVC Arts” – DVD, 1999
“London Philharmonic Orchestra”, direção Andrew Davis
Solistas: Richard Croft (Pelléas) – Christiane Oelze (Mélisande) – John Tomlinson (Golaud) – Gwynne Howell (Arkel) – Jean Rigby (Geneviève) – Jake Arditti (Yniold) – Mark Beesley (Le Médecin) – David Gwynne (Le Berger)
“The Glyndebourne Chorus”, Glyndebourne, Reino Unido
- Gravação em áudio “Naïve”, 2000
“Orchestre National de France”, direção Bernard Haitink
Solistas: Wolfgang Holzmair (Pelléas) – Anne Sofie von Otter (Mélisande) – Laurent Naouri (Golaud) – Alain Vernhes (Arkel) – Hanna Schaer (Geneviève) – Florence Couderc (Yniold) – Jérôme Varnier (Le Berger, Le Médecin)
“Choeur de Radio France”, Paris, França
- Gravação em vídeo – 2017
“Orchestre National de France”, direção Marc Korovitch
Solistas: Jean-Sébastien Bou (Pelléas) – Patricia Petibon (Mélisande) – Kyle Ketelsen (Golaud) – Jean Teitgen (Arkel) – Sylvie Brunet-Grupposo (Geneviève) – Jennifer Courcier (Yniold) – Arnaud Richard (Le Berger, Le Médecin)
“Chœur de Radio France” – “Théâtre des Champs-Elysées” – Paris, França
- Gravação em vídeo – Teatro Colon, Buenos Aires, 2018
“Orquesta estable del Teatro Colon”, direção Enrique Arturo Diemecke
Solistas: Giuseppe Filianotti (Pelléas) – Verónica Cangemi (Mélisande) – David Maze (Golaud) – Lucas Debevec Mayer (Arkel) – Adriana Mastrángelo (Geneviève)
“Coro estable del Teatro Colon”, Buenos Aires, Argentina
- … Download no PQP Bach
Para download e compartilhamento da música de Debussy em “Pélleas et Mélisande”, sugerimos a gravação em áudio da “Orchestre de Lyon”, 1978, direção Serge Baudo e grandes solistas:
BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE (Pélleas et Mélisande, Baudo, Lyon, 1978)
- Vozes solistas e direção
No papel de “Mélisande”, o grande soprano francês Michèle Command, formada no Conservatório de Grenoble e, depois, Paris. Neste registro, Command revela bela cor vocal e musicalidade, dramaticidade e amplo domínio técnico, em obra tão peculiar. Suas performances foram elogiadas por Olivier Messiaen, em repertório do século XX…
E o excelente contralto francês Joecelyne Taillon, interpreta o personagem “Geneviève, mãe de Pelléas e Golaud”. Taillon iniciou carreira na “Ópera de Bordeaux”, em “Ariane et Barbe-Bleue”, de Paul Dukas. Seguiram-se festivais em Aix-en-Provence, Nantes e Marselha. Depois, em Glyndebourne, Bruxelas, Salzburgo e Paris…
Finalmente, convidada pelo “Metropolitan Opera”, New York, atuou em diversificado repertório, como “La Gioconda”, de Ponchielli; “Les Troyens”, de Berlioz; “Falstaff”, de Verdi; e no personagem “Erda”, em “Der Ring des Nibelungen”, de Wagner…
No personagem “Golaud”, grande barítono francês, Gabriel Bacquier… Fascinado por música desde a infância, iniciou carreira internacional em Aix-en-Provence, França. Depois atuou nos festivais de Glyndebourne, Chicago e Filadélfia; além da “Royal Opera House”, de Londres, e “Metropolitan Opera”, de New York…
Destacou-se internacionalmente nos principais papéis de barítono e, especialmente em “Golaud” de “Pelléas et Mélisande”, particularmente reconhecido. Seu extenso repertório também engloba “chansons” de Fauré, Duparc, Ravel e outros…
Interpretando Arkel, o expressivo baixo francês, Roger Soyer. A partir de suas atuações nos festivais de Aix-en-Provence, quando notabilizou-se no papel-título de “Don Giovanni”, seguiu brilhante carreira internacional, em Paris, Edimburgo, Genebra e Colônia, dividindo os palcos com grandes nomes da ópera…
Ao longo da carreira, preservou vínculos, sempre retornando à Aix-en-Provence. Condecorado pelo governo francês, tornou-se “Cavaleiro da Ordem do Mérito Nacional”…
A ópera de Debussy privilegia as vozes médias e graves. E interpretando o jovem “Pelléas”, a belíssima voz do barítono francês, Claude Dormoy, completando elenco e principais personagens…
Por 16 anos, diretor da “Orchestre de Lyon”, Serge Baudo é renomado regente francês. Nesta produção, com especial cuidado, valoriza a qualidade dos solistas e tratamento orquestral…
Em Lyon, criou “Festival Berlioz” e dirigiu trilhas sonoras para o oceanógrafo Jacques Cousteau… Ao longo da carreira, estreou as óperas “La mère coupable”, de Milhaud; e “Andrea del Sarto”, de Lesur. Além de atuar em prestigiadas salas de concerto e ópera na Europa, USA e Japão…
Finalmente, cumprimentamos e aplaudimos a orquestra e coros desta magnífica produção, genuinamente francesa, que nos permite apreciar a música de Debussy em sua única e definitiva ópera – música inovadora e representativa, que vale conhecer!
- … Outras sugestões
- Gravação em áudio de 1964: “L’Orchestre De La Suisse Romande” e “Le Chœur Du Grand Théâtre De Genève”, Suiça – com Camille Maurane (Pelléas) – Erna Spoorenberg (Mélisande) – George London (Golaud), direção Ernst Ansermet:
BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE (Pélleas et Mélisande, Ansermet, Suisse Romande, 1964)
- Gravação em Video, 2017: “Orchestre National de France” – “Chœur de Radio France” – “Théâtre des Champs-Elysées”, com belas atuações Jean-Sébastien Bou (Pelléas) – Patricia Petibon (Mélisande) – Kyle Ketelsen (Golaud), direção de Marc Korovitch:
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“Claude Debussy e a filha, Claude-Emma, apelidada ‘Chouchou’…”
“Não espere por uma crise para descobrir o que é importante em sua vida” (Platão)
Alex DeLarge