.:interlúdio:. Grateful Dead ao vivo em Paris, 4 de maio de 1972

Em 1967, oito grupos de rock de São Francisco conseguiram algum hype instantâneo ao aparecer no Monterey Pop Festival: Big Brother & The Holding Co., Country Joe & the Fish, the Electric Flag, the Grateful Dead, Jefferson Airplane, Moby Grape, Quicksilver Messenger Service e Steve Miller Blues Band.

The Dead (para os íntimos) eram basicamente uma banda de blues sem um cantor de blues – Pigpen tentou, Jerry Garcia nem tentou. O disco de estreia, de 67, tinha poucos destaques, espetacular apenas em sua uniformidade, e vendeu menos do que qualquer um dos outros grupos citados. Você tem que vê-los ao vivo, é o que todo mundo diz. (Robert Christgau)

Há exatos 50 anos, em sua primeira turnê na Europa, o Grateful Dead fez uma das suas apresentações mais originais e mais reverenciadas pelo séquito de fãs “deadheads”, alguns dos quais acompanhavam a banda nas turnês em que cada show era bem diferente dos outros.

Este é um show ao vivo, sem playbacks ne edições posteriores, com mais de três horas de música. Para os não iniciados na música do Grateful Dead, alguns avisos aos navegantes:

    • Melhor começar pela segunda parte do show: antes da pausa, os blues dolorosos (Hurts me too, The Stranger) e as baladas country (El Paso, Beat it on down the line) são de menos interesse exceto para os especialistas… ou então talvez sejam só para quem nasceu ao norte do México;
    • Após o intervalo, começam as jams mais saborosas: em Good Lovin’, Ron ‘Pigpen’ Mckernan comanda a banda como um grupo de câmara em improvisos livres guiados pelo frontman em tempo parcial (porque a banda nunca teve um cantor em tempo integral, sempre revezaram). As indicações “just keep it nice, easy, smooth…” e “shift gears” (troca de marcha) vão guiando os músicos. Pigpen não tinha a voz de um Howlin’ Wolf ou de um James Brown, mas ninguém imita a forma como ele conduz os músicos (duas guitarras, um baixo, um piano, um órgão e bateria) por caminhos cheios de blues, de mojo* e outras palavras intraduzíveis;
    • Esses improvisos coletivos tomavam direções realmente imprevisíveis e mudavam muito entre um show e outro. Por exemplo essa canção Good Lovin’, neste show em Paris, durou 23:18, enquanto na noite anterior havia durado 16:53; em outros shows da turnê europeia durou apenas 10 minutos;
    • Ainda sobre os improvisos coletivos guiados por Pigpen, um dos mais interessantes de toda a carreira do grupo é Turn On Your Lovelight neste show de 1970, com a participação de Janis Joplin. Pigpen e Janis eram amigos muito queridos e vizinhos em San Francisco;
Janis Joplin e Pigpen
  • Além disso, havia improvisos desses que se ouve mais frequentemente: solos de um instrumento, ou dois se revezando, enquanto a banda seguia uma harmonia e andamento previstos. Por exemplo os solos de gaita e de guitarra que se alternam em Big Boss Man, ou a estrutura de Goin’ Down the Road Feeling Bad, em que um refrão se repete alternando com vários solos dos dois guitarristas;
  • Os membros mais recentes do Grateful Dead em 1972 eram o pianista Keith Godchaux e sua esposa que faz uma participação vocal em duas ou três canções. O piano de Godchaux, mais próximo do jazz, faz uma dobradinha com o órgão Hammond B-3 de Pigpen, bem mais blues;
  • Apesar do nome e do uso de caveiras em suas capas de discos (aqui, uma gárgula parisiense), o Grateful Dead não está nada próximo do heavy metal que então nascia com bandas como Black Sabbath. A guitarra raramente (pra não dizer nunca) usa distorção, o som é mais limpo do que o blues de um Jimi Hendrix;
  • Após os blues de Pigpen, afinal chegamos ao tema do grupo sobre o qual se criou a mística mais forte: Dark Star, cantada por Jerry Garcia. Se no disco Live/Dead, de 1969, havia dois bateristas e era tudo mais percussivo e acelerado, aqui em 1972 em Paris o improviso toma rumos bem mais meditativos, mais minimalistas, com o baixo guiando boa parte do percurso. Sim, este é um daqueles discos ao vivo com solos de baixo e de bateria;
  • O baixista Phil Lesh, que esteve desde a primeira até a última formação do Grateful Dead, é o membro com mais estudos formais. Em seu período de estudante (quando tocava trompete), conheceu o também californiano Terry Riley, além dos compositores europeus Luciano Berio e Darius Milhaud quando estes deram cursos na Califórnia;
  • Em resumo é uma performance ao vivo com espaços para o inesperado e apontando para temáticas muito diversas: jazz no piano e na bateria, blues no órgão hammond e nos solos de guitarra, proximidade dos compositores minimalistas e também da divina Janis Joplin, tudo isso se misturou na região de San Francisco, que sempre viveu um certo Fla-Flu com Los Angeles, considerada pelos primeiros superficial e vendida. Com desprezo por Hollywood, mas ainda falando em nome da Califórnia, o Grateful Dead ao vivo em Paris é isso tudo na mesma noite.

Grateful Dead Live at Olympia Theater, Paris, France, 1972-05-04
Set 1
Greatest Story Ever Told, Deal, Mr. Charlie, Beat It On Down The Line, Brown Eyed Women, Chinatown Shuffle, Playin’ In The Band, You Win Again, It Hurts Me Too, He’s Gone, El Paso, Big Railroad Blues, Two Souls In Communion, Casey Jones

Set 2
Good Lovin’, Next Time You See Me, Ramble On Rose, Jack Straw, Dark Star-> Drums-> Dark Star-> Sugar Magnolia, Sing Me Back Home, Mexicali Blues, Big Boss Man, Uncle John’s Band, Goin’ Down The Road Feelin’ Bad-> Not Fade Away, Encore: One More Saturday Night

Jerry Garcia – lead guitar, vocals
Donna Jean Godchaux – vocals
Keith Godchaux – piano
Bill Kreutzmann – drums
Phil Lesh – electric bass, vocals
Ron “Pigpen” McKernan – organ, harmonica, percussion, vocals
Bob Weir – rhythm guitar, vocals

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*Mojo: Probably of Creole origin, cognate with Gullah moco (“witchcraft”), Fula moco’o (“medicine man”). 1. A magic charm or spell. 2. Supernatural skill or luck. 3. (slang) Personal magnetism; charm. 4. (slang) Sex appeal; sex drive.

Pleyel

Johannes Brahms (1833-1897): 3 Sonatas para Clarinete e Piano (Collins, Hough)

A imensamente profunda Sonata para Violino e Piano de Johannes Brahms é uma de minhas obras favoritas do compositor, já a ouvi dezenas, quiçá centenas de vezes, com os mais diversos intérpretes. Quando vi esse CD que ora vos trago, me assustei com a ‘pretensão’ do clarinetista Michael Collins em transcrevê-la para seu instrumento, mas depois de ouvir algumas vezes vi que meu temor não era justificado. Claro, uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa bem diferente, mas entendo que a essência da obra está presente, porém falta ao clarinete aquela capacidade que entendo que apenas o violino tem de se expor publicamente, sem medo, por isso a dificuldade na transcrição. Collins não é nenhum estudante de música querendo impressionar seu professor, ao contrário, trata-se de um músico experiente, e demonstra conhecer profundamente a obra e, principalmente seu instrumento. Além disso, ele conta com a cumplicidade de Stephen Hough, pianista inglês muito conhecido e com uma discografia imensa e um grande intérprete da obra de Brahms.

Dentro do não tão extenso catálogo da obra de Brahms o clarinete tem um destaque especial. Assim seu biógrafo Malcolm McDonald destaca o porquê dessa preferência:

“As quatro últimas obras de câmara de Brahms constituem um grupo invulgarmente autônomo, já que todas destacam a clarineta – instrumento de que ele gostava muito, mas que anteriormente não utilizara fora das partituras orquestrais – e foram inspiradas pela maestria do principal clarinetista da Orquestra de Meiningen, Richard Mühlfeld. Assim como o mundo deve o Concerto e o Quinteto para clarineta de Mozart à interpretação virtuosística de Anton Stadler, deve a Mühlfeld o Trio com clarineta em lá menor, op. 114, o Quinteto para clarineta e quarteto de cordas em si menor, op. 115 e as duas Sonatas para clarineta e piano que constituem o op. 120 de Brahms. (…) e as obras que compôs para ele oferecem comparativamente poucas oportunidades contínuas para o exercício da musicalidade refinada, expressão pessoal e beleza de timbre.”

Já analisando as Sonatas op. 120, McDonald, expõe:

“À sua maneira, elas eram, como o Concerto Duplo, pioneiras: como não havia modelos clássicos para tal combinação, ele estava constituindo um novo gênero, com peças que desde então têm permanecido pedras angulares do repertório para clarineta. E não só do repertório para clarineta: com alterações mínimas nas partes do solo, Brahms compôs versões alternativas para viola e piano – criando com um único lance as primeiras sonatas importantes também para este instrumento – e passou a adaptá-las também para violino. (…) Essas três versões paralelas demonstram que ele desejava que a música tivesse a mais ampla difusão possível.”

Já postamos as outras obras para clarinete que Brahms compôs, como esse aqui do colega René Denon. O foco aqui são as Sonatas, novamente indico a clássica biografia de Malcolm McDonald, que como poucos conseguem traduzir e sintetizar a obra do genial compositor em palavras.
Em se tratando de Brahms, sempre me excedo nas palavras. Lamento se a postagem ficou muito grande e com muitas citações, mas creio ser importante uma análise mais acurada e detalhada de obras tão importantes.

P.S. Vai de brinde nesta postagem a Sonata para Violino nº2 de Brahms, nas mãos de dois dos principais músicos do século XX, Sviatoslav Richter e David Oistrakh.

Johannes Brahms (1833-1897): 3 Sonatas para Clarinete e Piano (Collins, Hough)

1. Violin Sonata No. 2 in A Major, Op. 100 ‘Thun’ (Arr. M. Collins for Clarinet & Piano) I. Allegro amabile
2. Violin Sonata No. 2 in A Major, Op. 100 ‘Thun’ (Arr. M. Collins for Clarinet & Piano) II. Andante tranquillo – Vivace
3. Violin Sonata No. 2 in A Major, Op. 100 ‘Thun’ (Arr. M. Collins for Clarinet & Piano) III. Allegretto grazioso, quasi andante
4. Clarinet Sonata No. 1 in F Minor, Op. 120 No. 1 I. Allegro appassionato
5. Clarinet Sonata No. 1 in F Minor, Op. 120 No. 1 II. Andante un poco adagio
6. Clarinet Sonata No. 1 in F Minor, Op. 120 No. 1 III. Allegretto grazios
o7. Clarinet Sonata No. 1 in F Minor, Op. 120 No. 1 IV. Vivace
8. Clarinet Sonata No. 2 in E-Flat Major, Op. 120 No. 2 I. Allegro amabile
9. Clarinet Sonata No. 2 in E-Flat Major, Op. 120 No. 2 II.Allegro appassionato
10.Clarinet Sonata No. 2 in E-Flat Major, Op. 120 No. 2 III. Andante con moto – Allegro

Michael Collins – Clarineta
Stephen Hough – Piano

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Johannes Brahms (1833-1897): Integral das Sinfonias (Rattle e Filarmônica de Berlim)

Johannes Brahms (1833-1897): Integral das Sinfonias (Rattle e Filarmônica de Berlim)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Um excelente registro de uma parte importante da obra de um de meus compositores mais amados. Todos sabem que meus três compositores preferidos são Bach, Beethoven, Brahms, Mahler, Shostakovich e Bartók. Rattle aparece raivoso na estupenda Sinfonia Nº 1 e mais próximo do convencional nas outras. A orquestra… Bem, a Filarmônica de Berlim apenas segue um organismo perfeito. Temos (ou tivemos) no PQP as integrais de Abbado e de Jochum e digo-lhes: não vou fazer comparações entre tais gigantes.

A Primeira é solene e dramática. É a maior de todas as sinfonias, segundo este que vos escreve. A Segunda é mais pastoral com sua orquestração leve e brilhante. A Terceira, com dois movimentos lentos e um final sombrio, é a mais pessoal e enigmática. A Quarta tem orquestração compacta e a monumental chacona do finale remetem o ouvinte à música pré-clássica, principalmente a Bach.

Sinfonia No. 1 in C minor, Op. 68
01. Un poco sostenuto-allegro-meno allegro
02. Andante sostenuto
03. Un poco allegretto e grazioso
04. Finale

Sinfonia No. 2 in D major, op. 73
01. I. Allegro non troppo
02. II. Adagio non troppo
03. III. Allegretto grazioso (quasi andantino) – Presto ma non assai – Tempo I
04. IV. Allegro con spirito

Sinfonia Nº 3 in F Major, op. 90
01. I. Allegro con brio
02. II. Andante
03. III. Poco Allegretto
04. IV. Allegro

Sinfonia No. 4 em E menor, Op. 98
01 Allegro Non Troppo
02 Andante Moderato
03 Allegro Giocoso, Poco Meno Presto, Tempo
04 Allegro Energico E Passionato, Più Allegro

Berliner Philharmoniker
Simon Rattle

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Simon Rattle não tem como não ser feliz
Simon Rattle não tem como não ser feliz

PQP

Johannes Brahms (1833-1897): 8 Danças Húngaras, 18 Valsas, 11 Variações sobre um tema de Schumann (Jordans & Doeselaar, Piano a quatro mãos)

Depois de Bach e Beethoven, é claro que o pessoal da música historicamente informada ia chegar até o 3º B. Recentemente PQP postou os concertos de Brahms com Buchbinder e Harnoncourt, com instrumentos modernos mas concepção bastante diferente das gravações às quais estamos mais acostumados. Em 2019, András Schiff gravou os mesmos concertos utilizando um piano Blüthner de 1859. E em 2020, dois pianistas holandeses gravaram este disco para o selo belga Passacaille, utilizando um outro piano da marca alemã Blüthner (circa 1867). Essa marca de pianos com sede em Leipzig existe até hoje e é tão respeitada quanto a austríaca Bösendorfer e a alemã-americana Steinway, ainda que esta última predomine no mundo todo por motivos em parte musicais, em parte de publicidade e grana pesada.

Diferença entre um Erard (1908) de cordas paralelas e um Steinway de cordas cruzadas

Nos anos 1860 a Blüthner ainda usava cordas retas, o que dá uma sonoridade ligeiramente diferente para os harmônicos. As cordas cruzadas foram se tornando o padrão no fim do século XIX, pois permitiam acomodar cordas mais longas, o que significava mais ressonância (som mais forte) para o instrumento. Essa obsessão pela potência sonora (Freud explica?) tem a ver com o uso do piano em salas de concerto cada vez maiores. Por exemplo a principal sala de concertos de Leipzig, o Gewandhaus, tinha 500 lugares em sua primeira versão (1781), em 1842 sua versão reformada já acolhia mil pessoas e em 1884 uma nova sala com o mesmo nome tinha 1700 assentos. Após os bombardeios de 1943, o novo Gewandhaus (1977) tem 1900 lugares. Capacidade parecida com os 1739 assentos do Theatro Municipal do Rio de Janeiro quando inaugurado (1909) e com as duas mil pessoas que cabem no Concertgebouw (Amsterdam, 1888) e na Salle Pleyel (Paris, 1927).

Mas o programa de hoje não é para essas grandes salas de concerto, e por isso mesmo ele combina tão bem com a sonoridade mais delicada, mais intimista do piano Blüthner de 1867. Estamos falando de música para piano a quatro mãos, que naqueles tempos era uma ótima oportunidade para juntar lado a lado casais, mãe e filha, amigos, enfim qualquer dupla na intimidade do lar. Tanto Beethoven como Brahms têm uma série de obras publicadas para quatro mãos.

A obra-prima inquestionável de Brahms para piano a quatro mãos, já conhecida da maioria dos nossos leitores, é a série de Danças Húngaras publicadas entre 1869 e 1880. A inspiração na música popular coloca uns toques apimentados, umas pitadas de mistério e de inesperado nesse compositor que normalmente é bem mais civilizado e intelectual. As mudanças de andamento e de caráter são constantes. Vejam o que disse a revista Gramophone de março de 2022:

We have to thank Brahms for the idea of the Hungarian dance as a discrete genre. He published two volumes (for piano four hands) in 1869, and two more in 1880. It’s generally assumed that he took the idea from an 1853 concert tour in which he (aged 20) had accompanied Hungarian violinist Ede Reményi as the latter improvised in Hungarian folk style.

Years later, in the Ungärische Tänze, Brahms sincerely believed that he was arranging folk melodies (which is why he never gave them an opus number). In fact, several living composers later claimed authorship, including Reményi himself. Yet the style hongrois had been adding colour (whether original or not) to western European music for decades, for example in Haydn’s Piano Trio Hob XV:25 (1795) and Berlioz’s ‘Marche hongroise’ (1846). Liszt’s first 15 Hungarian rhapsodies (published 1851-53) had given the style a renewed currency, and it fell to 20th-century musicologists to point out that all this ear-tickling exotica was merely an (often flamboyant) imitation of a single, very particular branch of Hungarian popular music: the stylised dances performed by Roma gypsy  musicians in Budapest cafes and at aristocratic soirées.

O resto do álbum é um repertório menos conhecido de Brahms: as 18 Liebeslieder-Walzer (Valsas-canções-de-amor) foram publicadas originalmente para piano a quatro mãos e quatro solistas vocais. Entre as poucas gravações, há uma famosa, de 1937-38 com Dinu Lipatti and Nadia Boulanger ao piano e quatro cantores. Provavelmente a pedido de seu editor, Brahms arranjou essas valsas apenas para dois pianistas, sem cantores. E também fez um arranjo orquestral de algumas delas, única versão dessas valsas a ter aparecido aqui no blog. Tanto as valsas quanto as Varições sobre um tema de Robert Schumann, op.23, mostram um Brahms mais sério, com andamentos mais constantes. Especialmente nas variações sobre o tema do compositor recentemente falecido, Brahms se mostra muito reverente e respeitoso, seja por causa da ajuda que Robert Schumann deu para alavancar sua carreira, seja em respeito à viúva Clara Schumann, com quem Brahms teria passado muitas noites… tocando a quatro mãos. E vocês pensando em outra coisa, como se esse blog fosse lugar para espalhar boatos!

Até onde sabemos, trata-se da primeira gravação de Brahms a quatro mãos em um piano do século XIX. Se eu fosse você, baixava correndo por causa das Danças Húngaras, mesmo que incompletas. O resto são figurinhas raras pra completar o álbum.

Johannes Brahms (1833-1897): Música para Piano a Quatro Mãos
1-5. Hungarian Dances, WoO 1, No. 1-5
6-16. Variations on a Theme by Robert Schumann in E-Flat Major, Op. 23
17-34. Liebeslieder-Walzer, Op. 52a, No. 1-18
35-37. Hungarian Dances, WoO 1, No. 8, 11, 13

Wyneke Jordans, Leo van Doeselaar – Blüthner grand piano, Leipzig, circa 1867, stored for years in Berlin, now in the Edwin Beunk Collection (Netherlands)

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Piano Bluthner de cordas retas (circa 1867) usado nesta gravação

Pleyel