Cresci num mundo analógico, do Super-8, VHS, Fita K7, computadores TK-90 e programação em BASIC, longe da ilusória onipresença da internet e dos dispositivos móveis. E, na busca pelo conhecimento e cultura, só restavam os livros e os discos. Nesse mundo, os LPs de música clássica eram objetos de desejos quase intangíveis, os melhores eram importados e economizava-se meses para poder dispor de algumas pérolas do repertório. Para nós, jovens ávidos pela descoberta de novas sonoridades em cada obra, a rádio era uma realidade cotidiana, mas servia apenas ao espírito aventureiro de desbravar horizontes longínquos, já que a contemplação de uma determinada obra, uma vez apreciada, estava condicionada à sua repetição eventual numa grade de programação bastante eclética.
(A Rádio Cultura FM de S. Paulo teve papel importante nessa formação, e deixo aqui meus sinceros agradecimentos a seus colaboradores – especialmente Alfredo Alves – que me ensinaram até a pronúncia dos compositores tchecos)
Mas quando ouvia uma obra interessante na rádio, e queria saber mais sobre a obra, o compositor, sua história, suas outras obras, conhecer mais, o que fazer? Como achar? Bibliografias distantes em alemão, discos a peso de ouro, caríssimas revistas importadas? Não! Haviam as coleções de bancas de jornal!
A mais antiga que conheço foi iniciativa da então Abril Cultural, um braço da Editora Abril: “Grandes Compositores da Música Universal”, lançado em 1968. Uma capa branca, com o nome do compositor em letras garrafais, foi a primeira e única coleção que tenho notícia cujo primeiro fascículo, o de lançamento, foi dedicado a Tchaikovsky. O Concerto no.1 devia ser realmente muito popular a esta época. Em seguida veio Beethoven, Chopin, e daí em diante uma ordem mais característica. As gravações disponibilizadas eram genéricas, oriundas de catálogos obscuros, com intérpretes antigos e registros monaurais, de sonoridade sofrível. Mas o que chamava muito a atenção era o encarte. Sim, o encarte era uma maravilha! Consultores como Souza Lima, Camargo Guarnieri, Edino Krieger, Isaac Karabtchevsky e Diogo Pacheco fizeram desta uma coleção inesquecível. Para leitura.
Faltava, claro, gravações de maior qualidade. Mas o público tinha sido fisgado, era questão de tempo.
Em seguida, já na década de 80, a mesma Abril Cultural, solitária pioneira no gênero, lançou a mais famosa das coleções: “Mestres da Música”. Com cada fascículo lançado quinzenalmente, ela teve 2 edições seguidas – áureos tempos -, uma primeira em 1979 com uma barra colorida emoldurando a parte superior da capa, e outra em 1983 sem as cores e o nome do compositor em maior destaque, apesar das obras e do restante da diagramação se manter. As capas tinham várias cores e atraíam muito mais atenção. Os textos, mesmo não contando com tantas colaborações ilustres como a coleção anterior, eram feitos segundo consultoria do eminente crítico J.Jota de Moraes, o que trazia uma leitura confortável e esclarecedora. As gravações eram de melhor qualidade, pelo menos já em estéreo, mas também de catálogos esquecidos nos fundos das gravadoras, mais baratos e bem genéricos. Alguns intérpretes acabaram se tornando maestros e solistas festejados, outros nunca mais se ouviu falar.
Foi a primeira vez que ouvi Claudio Abbado e Alfred Brendel, por exemplo, mas também nunca mais soube de Hanspeter Gmur, Stanislaw Skrowaczewski ou de Rolf Reinhardt – nomes obscuros até hoje. Entretanto, a coleção deve ter sido um estrondoso sucesso, pois a encontrava em casas as mais diversas em termos de gostos musicais, e mesmo pessoas que não tinham nenhum contato com música clássica possuíam pelo menos um ou dois fascículos.
Mas ainda eram gravações, de forma geral, antigas e de catálogo duvidoso. Na verdade isso não importava muito, pois para esse tipo de coleção, o público era leigo e sua principal tarefa seria a de introduzir ao interessado o mundo da música clássica. E isso ela fez muito bem.
Mas conforme eu ia adentrando esse universo, essas gravações pareciam realmente insuficientes, a rádio já mostrava as primeiras gravações em CD (“gravação digital, com leitura por raio laser”, anunciava o locutor com pleno orgulho da novidade), e esse universo passou a ser mais relevante, deixando as coleções apenas com o mérito do texto, novamente.
Nesse ínterim, no intervalo das duas edições do “Mestres da Música”, chegou ao Brasil em 1983 a representação da editora espanhola Salvat, quebrando o monopólio da Abril de coleções de música clássica em bancas de jornal. A “Enciclopédia Salvat dos Grandes Compositores” foi um marco indelével na história das coleções, trazendo um texto denso, profundo – por vezes ininteligível e prolixo – mas também gravações de altíssimo nível. A editora espanhola tinha acordos com a PolyGram, e disponibilizou registros do catálogo da DG, DECCA e PHILIPS, coisa impensável neste lado do atlântico. Herbert von Karajan, Kurt Masur, Claudio Arrau, Wolfgang Sawallisch, Eugen Jochum e Bernard Haitink eram figuras comuns nos volumes, e, finalmente, comprávamos esses fascículos mais pela gravação que pelo próprio texto. Aliás, o texto também era problemático porque era contínuo, ou seja, você precisava fazer TODA a coleção – que não era pequena – para ter o texto completo. Ele começava num fascículo e terminava em outro. Mas finalmente tínhamos uma coleção de banca de jornal – isto é, acessível economicamente – com grandes registros da era de ouro da indústria fonográfica. Algumas dessas gravações são referência para mim até hoje. A cereja do bolo era o fato da coleção ser disponível em LP e K7.
Não sei exatamente se por alguma questão de concorrência invejosa ou simples lógica de mercado, logo depois, quando ainda “Mestres da Música” mal tinha acabado seus últimos fascículos, a Abril contra-atacou a Salvat com seu último trunfo de coleções de bancas: “Mestres pelos Mestres”, de 1984. Era uma coleção que mantinha um texto discreto, confortável e funcional, editado dos originais da coleção anterior, mas investia na qualidade das gravações, trazendo, pela primeira vez, o intérprete em letras garrafais, acima do próprio compositor. E agora, sim, havia um acordo da Abril com a Polygram, EMI e a CBS (para invejar a Salvat mesmo), lançando pérolas de catálogo a preços totalmente acessíveis.
Por motivos que não saberia descrever com propriedade (talvez o próprio excesso de coleções quase simultâneas, saturando o mercado), a coleção mais promissora da Abril naufragou no meio de sua empreitada, e ela nunca foi lançada na sua totalidade em bancas de jornal, tendo sido anunciado o fim da coleção no vigésimo fascículo. Tenho notícias de fontes remotas (e duvidosas) que a coleção completa foi depois disponibilizada por assinatura – apenas para interessados que já eram assinantes de outros veículos – mas não tenho certeza dessa informação.
O fato é que “Mestres pelos Mestres” foi a última das grandes coleções de bancas que consumimos com grande entusiasmo, não só para conhecer os compositores e as obras, mas também para ouvi-las com grandes intérpretes. Depois, a então renovada Nova Cultural lançou uma bem menos convidativa coleção italiana apenas em fita K-7 (“Clássica – a história dos gênios da Música”, de 1988, que eu saiba teve alcance bem mais modesto), e depois foi a vez da era do CD com o catálogo encalhado da DG no DG Collection, da também espanhola editora Altaya (mas que tinha textos incongruentes, para dizer o mínimo). O canto do cisne, me parece, foi quando a Abril ainda cavalgou nos descampados do CD nos idos de 1998-9 com uma pequena coleção chamada “Grandes Compositores”, em parceria com o grupo TIME-LIFE, acompanhando tendências internacionais. Mas aí já não havia nada além do próprio encarte do CD, sem textos mais densos e biografias mais profundas. Essa, com uma capa de design pífio, uma arte medonha e diagramação nula – apesar das excelentes gravações – , foi o desfecho de uma era de ouro das coleções de bancas.
A próxima geração que de certa forma promoveu o revival desta era de ouro no formato CD – de maneira modesta em termos comparativos gerais – foi da parceria com o jornal Folha de S.Paulo, que lançou três importantes coleções: “Coleção Folha de Música Clássica”, que retomava o formato de biografias suscintas com gravações de baixa circulação – na verdade uma reedição da coleção inglesa Royal Philharmonic Collection, mas com capas neutras bem pouco inspiradoras – e depois “Coleção Folha Mestres da Música Clássica”, essa sim que procurava unir bons textos com bons intérpretes novamente. Usando o mesmo catálogo disponível pela TIME-LIFE anteriormente, foi o mais próximo da experiência proporcionada no “Mestres pelos Mestres”, mas numa era em que a música distribuída pela internet começava a despontar, minguando a experiência da novidade. Uma terceira versava especificamente sobre Ópera (“Coleção Folha das Grandes Óperas”, também uma reciclagem em CD de uma tentativa anterior da Abril no LP) e também trazia gravações antigas de catálogo, encalhes das grandes gravadoras, algumas em registro mono – apesar de boas interpretações.
A Abril, através da equipe da Revista BRAVO!, já no fim do campeonato (e da vida) deu seu último suspiro do gênero lançando, em parceria com uma gravadora alemã chamada NAXOS, um revival da sua primeira experiência: “Grandes Compositores da Música Clássica” (a anterior de 1968 era da “música universal”). O problema era a gravação: a NAXOS se notabilizou como fenômeno de vendas num cenário francamente decadente por disponibilizar gravações baratas com intérpretes desconhecidos, alguns surpreendentemente bons, mas outros de gosto notoriamente duvidoso, em suma: uma loteria. Essa coleção tem exatamente essa característica.
Todas essas empreitadas de uma provável “nova era” das coleções foram definitivamente ofuscadas pelo avanço da tecnologia da distribuição de música pela internet, notadamente por streaming, cuja tendência foi largamente confirmada pelas imensas plataformas do Spotify, iTunes music e demais soluções no gênero. A era do CD já nasceu com seus dias contados. (para melhor explicar esse fenômeno, sugiro o ótimo livro de Norman Lebrecht, “Maestros, Obras-primas e Loucura: a vida secreta e morte vergonhosa da indústria da música clássica”)
Nesse cenário, essas coleções foram cultivadas com bem menos entusiasmos pelas novas gerações de ouvintes – a quem elas se destinavam prioritariamente. Apesar disso, sobrevive o texto de todas elas, já que introduz o leigo neste universo. Mas devo confessar: os textos da Abril da era dourada são ainda os que eu mais gosto.
Para os entusiastas e/ou saudosistas que têm a lembrança do impacto do “Mestres pelos Mestres”, compartilho aqui seus fascículos de minha época de descoberta desses clássicos, que tanto me marcaram. Gostaria de postar todos, mas infelizmente, nem todas as gravações foram lançadas em CD, algumas foram apenas em coletâneas comemorativas gigantes de alguns dos intérpretes, outras nunca foram. A Sonata de Liszt por Lazar Berman, por exemplo, nunca foi lançado em CD nem mesmo na caixa das gravações de Berman pela DG. Mas as que eu consegui reunir, aqui deixo disponibilizado para download, os fascículos escaneados e as gravações, em MP3.
Aproveitem!
Coleção Mestres pelos Mestres Abril
vol.01
Beethoven: Sinfonia no.3 em Mi Bemol Maior op.55 ‘Heróica’
Regente: Leonard Bernstein
Orquestra Filarmônica de Viena
Selo: DG (Gravação de 1980)
Download Textos do Fascículo
Download Disco em MP3 320Kbps 122,7Mb
Vivaldi: La Stravaganza op.4 (Concertos 1-6)
I Musici
Solista: Felix Ayo
Selo: PHILIPS (Gravação de 1963)
Download Texto do Fascículo
Download Disco em MP3 320Kbps 144Mb
Mozart: Sinfonias nos.39 (K.543) e 40 (K.550)
Regente: Sir Colin Davis
Orquestra Sinfônica de Londres
Selo: PHILIPS (Gravação de 1961)
Download Textos do Fascículo
Download Disco em MP3 320Kbps 132,1 Mb
Tchaikovsky: Sinfonia no.5 em Mi Menor op.64
Regente: Herbert von Karajan
Orquestra Filarmônica de Berlim
Selo: DG (Gravação de 1976)
Download Textos do Fascículo
Download Disco MP3 320Kbps 114Mb
Schubert: Sonata para Piano no.22 D.960, Wandere-Fantasie D.760
Solista: Alfred Brendel
Selo: PHILIPS (Gravação de 1971)
Download CAPAS do Fascículo (no text)
Download Disco MP3 320Kbps 133,8Mb
Brahms: Concerto para Violino em Ré Maior op.77
Solista: Christian Ferras
Regente: Herbert von Karajan
Orquestra Filarmônica de Berlim
Selo: DG (Gravação de 1964)
Download Textos do Fascículo
Download Disco MP3 320Kbps 96,7Mb
Schumann: Kreisleriana, op.16, Allegro op.8, Novelette op.21 no.8 & Romance op.28 no.2
Solista: Alicia de Larrocha
Selo: DECCA (Gravação de 1971)
Download Textos do Fascículo
Download LP em MP3 320Kbps 127Mb
Bach: Cantatas nos.11 (Oratório da Ascensão) & 44
Solistas: Edith Mathis, Anna Reynolds, Peter Schreier, Dietrich Fischer-Dieskau
Regente: Karl Richter
Coro e Orquestra Bach de Munique
Selo: DG (Gravação de 1975)
Download Textos do Fascículo
Download Disco MP3 320Kbps 122,1Mb
Vol.10
Chopin: Estudos op.10 e op.25
Solista: Tamás Vásáry
Selo: DG (Gravação de 1965)
Download Textos do Fascículo
Download Disco MP3 320Kbps 151,9Mb
Richard Strauss: Assim Falou Zaratustra, op.30
Regente: Karl Böhm
Orquestra Filarmônica de Berlim
Selo: DG (Gravação de 1958)
Download Textos do Fascículo
Download Disco MP3 320Kbps 80,5Mb
Rachmaninov: Concerto para Piano no.3 em Ré menor op.30
Solista: Vladimir Ashkenazy
Regente: André Previn
Orquestra Sinfônica de Londres
Selo: DECCA (Gravação de 1971)
Download Textos do Fascículo
Download Disco MP3 320Kbps 106,5Mb
Mendelssohn: Concertos para Violino op.Posth. & op.64
Solista: Salvatore Accardo
Regente: Charles Dutoit
Orquestra Filarmônica de Londres
Selo: PHILIPS (Gravação de 1976)
Download Textos do Fascículo
Download Disco MP3 320Kbps 138Mb
Ravel: Daphnis et Chloé
Regente: Seiji Ozawa
Orquestra Sinfônica de Boston
Coro do Festival de Tanglewood
Selo: DG (Gravação de 1975)
Download Textos do Fascículo
Download Disco MP3 320Kbps 121,2Mb
Haydn: Sinfonias nos.96 ‘Milagre’ e 103 ‘Rufar dos Tímpanos’
Regente: Antal Dorati
Philharmonia Hungarica
Selo: DECCA (Gravação de 1972)
Download Textos do Fascículo
Download Disco em MP3 320Kbps 126Mb
Vol.16
Berlioz: Haroldo na Itália, op.16
Solista: Pinchas Zukerman
Regente: Daniel Barenboim
Orquestra de Paris
Selo: CBS (Gravação de 1976)
Download Textos do Fascículo
Download Disco MP3 320Kbps 104,4Mb
Dvorák: Concerto para Violoncelo em Si Menor op.104
Solista: Pierre Fournier
Regente: George Szell
Orquestra Filarmônica de Berlim
Selo: DG (Gravação de 1962)
Download Textos do Fascículo
Download Disco MP3 320Kbps 89,8Mb
Mozart (II): Concertos para Piano nos.24 K.491 & 27 K.595
Solista e regente: Géza Anda
Camerata Academica do Mozarteum de Salzburgo
Selo: DG (Gravações de 1963 e 1969)
Download Textos do Fascículo
Download Disco MP3 320Kbps 138,7Mb
Vol.19
Beethoven (II): Sonatas para Piano “Patética”, “Appassionata”e “Ao Luar”
Solista: Claudio Arrau
Selo: PHILIPS (Gravações de 1962, 1963 e 1965)
Download Textos do Fascículo
Download Disco em MP3 320Kbps 148Mb
Vol.20
Chopin (II): Concerto para Piano no.1 em Mi Menor op.11
Solista: Maurizio Pollini
Regente: Paul Kletzki
Orquestra Philharmonia
Selo: EMI (Gravação de 1960)
Download CAPAS do Fascículo (no text)
Download Disco LP em MP3 320Kbps 89Mb
DAS CHUCRUTEN
Nasci em uma casa onde não se ouvia música “clássica” e não se lia literatura. Mas minha mãe sempre teve o ímpeto de me dar acesso àquilo que ela nunca teve. Ainda que ela própria não gostasse e não consumisse, fazia questão que eu tivesse contato.
Mas a gente não tinha muitos recursos, então o que chegou aqui em casa foram coleções de bancas de jornal, tanto de literatura quanto de música. Alguns livros de artes plásticas também.
Pras artes plásticas nunca dei bola, mas literatura e a música clássica são minhas grandes paixões até hoje.
Lá no início dos anos 90, talvez final dos 80, minha mãe comprou uma coleção de 10 CDs, chamada de “Jóias da Música: Os clássicos dos clássicos, que vinha com a revista Caras. Era um compilado de tudo um pouco, com excertos principais de obras maiores (era bem excerto mesmo, ao ponto de fazer Wagner parecer interessante) interpretados por grandes orquestras, mas por regentes que nunca mais ouvi falar. Já dos solistas, alguns eram bem famosos. Não vinha nenhum texto nos encartes, além das faixas e intérpretes.
Alguns anos depois, ainda nos 90, minha mãe comprou (já não lembro se por iniciativa dela ou se por pedido meu) alguns CDs de uma coleção chamada Music Maestro Series, da Istoé. Também não vinha texto, e era interpretado quase sempre por alguma orquestra russa muito boa e desconhecida (por mim, ao menos).
Ouvi-os repetidas vezes, incansavelmente, e era tudo o que eu tinha sobre isso para consumir (além dos desenhos antigos das Disney, cujas trilhas clássicas me encantavam). Foram minha portas de entrada para a música. A partir daí ia pesquisar em enciclopédias sobre os compositores. Lembro da dificuldade de descobrir quais eram as músicas que eu ouvira em algum desenho da Disney, e qual o compositor. Até que, quando adolescente, com uma situação financeira melhor da família, pude ingressar em um conservatório e ter contato mais profundo com a música e com outras pessoas que partilhavam do mesmo interesse.
Parei de ler quando apareceu isto “(era bem excerto mesmo, ao ponto de fazer Wagner parecer interessante), respeito todas as opiniões, mas Wagner foi o maior compositor dramático de todos os tempos, o autor de Tristan e Meistersinger, dois monumentos musicais que estão entre as maiores obras de todos os tempos, além das outras obras que também são obras primas. Saudações wagnerianas.
Entusiásticas saudações wagnerianas!!!
Muito obrigado!!!!
Vou baixar todos os antigos LPs em MP3 e os textos.
Acompanho essas coleções desde os anos 1980, que comprava em bancas de revistas. Ainda tenho alguns discos.
Um grande abraço.
P.S: Mais uma vez obrigado. Se tivessem os das coleções anteriores seria perfeito.
Espero que não censurem meu comentário como fizeram com a crítica minha ao Ravel de Haitink, mas Stanislaw Skrowaczewski é um importante maestro polaco que realizou muitas gravações , entre elas algumas realmente muito boas e se apresentou no Brasil em anos recentes, dirigindo a OSESP. É um maestro relativamente conhecido. Rolf Reinhardt realmente é bem desconhecido, se trata de mais um daqueles maestros alemães de província, mas foram lançadas no mercado gravações de qualidade razoável desse diretor acompanhando grandes solistas, cito a Sinfonia Espanhola de Lalo com Szeryng, obras para piano e orquestra de Bartók com Gyorgy Sandor e acompanhando ao piano Fritz Wunderlich, também podemos encontrar discos com obras orquestrais de Bartók e Debussy que estão aí para demonstrar que se tratava no mínimo de um regente competente no seu ofício.
Skrowaczewski tem uma das melhores integrais das Sinfonias de Bruckner que conheço – e inclusive tenho em mp3 algumas de suas próprias composições (no YouTube tem seu Concerto Nicolo e seu Chamber Concerto)
Olá, Isaac!
É preciso lembrar que nós não somos infalíveis e que cada um dos colaboradores do blog apresenta suas próprias opiniões e nossas escolhas refletem nossos gostos pessoais. O Stanislaw Scrowaczewski, com este nome ímpar e sendo excelente regente, não ficaria desapercebido de todos aqui.
Provavelmente você já tem as gravações de nossas postagens aqui:
https://pqpbach.ars.blog.br/2015/08/06/frederic-chopin-1810-1849-piano-concertos-no-1-e-2-rubinstein-lso-symphony-of-the-air/
https://pqpbach.ars.blog.br/2021/02/17/anton-bruckner-1824-1896-sinfonia-no-2-em-do-menor-saarbrucken-radio-symphony-orchestra-stanislaw-skrowaczewski-%d6%8e/
Mas, não custa nada verificar.
As Sinfonias de Bruckner com o Stanislaw (vou tratá-lo pelo primeiro nome….) estão na minha lista de futuras talvez postagens, dando seguimento à postagem da Segunda.
Quem sabe, para o ano.
Espero que tenha gostado das outras postagens.
Forte abraço do
René
Ainda garoto, lembro de mexer nos Grandes Compositores da Música Universal, que minha mãe tinha alguns números – Bach com dois Bradenburgos, Beethoven com a Pastoral… Engraçado que eram de um tamanho intermediário entre o LP e o compacto…
Mas fui me interessar mesmo, rockeiro que era, quando fui atrás do original do Mussorgsky daquele disco do Emerson, Lake & Palmer que eu adorava (Pictures at an Exhibition, até hoje considero a melhor transposição de um clássico para o rock). Aí o interesse pelos clássicos só cresceu…
Já adolescente, eu mesmo fiz a coleção Mestres da Música da banca de jornais, e ainda guardo os fascículos (que encadernei), os LPs despachei quando chegaram os CDs…
Bela lembrança, aprendi muito com esses exemplares de banca!! E, de uns anos pra cá, aprendo muito aqui no PQP!! Grande abraço!!
Muito obrigado por esse post.
Ele me fez voltar ao início de minha paixão pela música clássica e desde então lá se vão uns 40 anos …
Eu ainda tenho todos esses LPs que não posso ouvir mais porque não tenho toca disco de vinil.
Caíram umas lagriminhas aqui.
Boa noite.
Uma pergunta: os downloads aqui deste post pulam do volume 3 (Mozart: Sinfonias nos.39 (K.543) e 40 (K.550)) para o volume 5 (Tchaikovsky: Sinfonia no.5 em Mi Menor op.64). É o único que está faltando entre os 20. Isso acontece porque a gravação não foi lançada em CD, como está escrito no fim do post?
Grato.
Olá Caro,
sim, é exatamente esse, o volume de Liszt. Meus amigos aqui do PQP também fizeram uma força-tarefa para achar, mas essa gravação permanece inédita em arquivo digital.
Abraço,
Obrigado pela resposta.
Quantas lembranças essa postagem me trouxe … !!! Tive acesso a primeira coleção citada, aquela em que os LPs eram menores que os tradicionais de 12 polegadas, creio que tinham 10 polegadas, graças ao sogro de minha irmã, que a tinha completa, os fascículos eram guardados dentro de caixas que identificavam cada disco. Os músicos e orquestras eram totalmente desconhecidos, geralmente originários do Leste Europeu. Ali ouvi pela primeira vez o Concerto para Violino de Mendelssohn, o Oratório ‘Messias’ de Haendel, a Sinfonia Pastoral, de Beethoven, entre outras. A qualidade do som deixava a desejar, mas ao mesmo tempo, era o único acesso que tínhamos a musica clássica lá no interiorzão do estado.
Realmente, muitas lembranças, algumas já um pouco embaçadas. Na verdade, todos os músicos e orquestras eram desconhecidos para mim, na época, uma vez que não havia ouvido qualquer coisa antes. Mas nos LPzinhos dos fascículos de capas brancas, a pioneiríssima, havia notórios regentes. A Sinfonia No. 5 de Beethoven, por exemplo, que foi sempre um sucesso tipo arrasa quarteirão, é interpretada por ninguém menos do que Herr Otto Klemperer! Claro, não é a gravação feita no fim da vida do grande regente, com produção do Walter Legge, com a Phlilharmonia, mas uma gravação anterior, com uma Orquestra Sinfônica de Viena… Assim, precisamos estar atentos com estas menções de regentes do passado. Há quem seja bem zeloso destas coisas….
Abração do
René
Que memórias e saudades este post me suscitou! Também para mim a história começa com a série (branca, depois amarelada) Grandes compositores da música universal, com Tchaikowski, Beethoven (com a Quinta, não a Sexta), Chopin, Bach e os Brandenburgo 1 e 4, Lizst e Os prelúdios, Vivaldi e três concertos, Rimski-Korsakov e a espetacular A grande Páscoa russa, Brahms e a sinfonia 3, Rossini e suas aberturas, e Paganini com seu concerto 1. Depois começou a faltar dinheiro em casa e a coleção parou por aí…
Mas gostaria de destacar, neste histórico, o impacto que produziu sobre mim, da série Salvat, a leitura de Kurt Masur com a Gewandhaus das sinfonias 3 e 4 de Schumann: continuam sendo para mim, passados quase quarenta anos, a interpretação de referência destas obras-primas. Merecem comparecer por aqui! Abraços, e uma vez mais parabéns pqpbachianos!
Estas coleções deram imensa contribuição, por serem acessíveis e trazerem informações sobre obras, compositores e história da música. Com o tempo, melhoraram a qualidade sonora e incluíram grandes orquestras e intérpretes… Creio, ainda permanecem excelente alternativa e referência a todos que se interessam… Bela lembrança e felicitações!
Neste dia 4 de novembro fez 53 anos que comprei meu primeiro disco da coleção “Grandes Compositores da Música Universal”: volume dedicado a Tchaikovsky, com seu Concerto n° 1 para piano e orquestra (Friedrich Wührer/Heinrich Hollreiser). Foi uma revelação. Comecei assim minha carreira de ouvinte e leitor de música. Grande lembrança da equipe do blog! Parabéns sempre!
Gostaria de Parabenizar PQPBach e Equipe por estas Postagens que se revelam históricas. Só reforçando as “memórias” cito aqui o que disse o consagrado Maestro Roberto Minczuk que teve parte de sua carreira impulsionada ao ouvir initerruptamente os Improvisos Op. 90 (3e4) de Schubert na Coleção Abril Cultural. SCHUBERT – Capa Azul MESTRES DA MÚSICA.
Muito obrigado por esta postagem, que trouxe à tona em mim muitos bons sentimentos ligados ao início de minha relação com a música erudita! Espero que um dia possamos ver uma postagem similar com a coleção “Mestres da Música”…. Um grande abraço!!!
Excelente!!! 🙏👏👏👏
Bravo! Belo artigo. Belo blogue também. E sou da geração anterior, mais analógica ainda, cujo lazer e comunicações em casa se resumiam a televisão em preto e branco, rádio AM, nenhum telefone e uma infinidade de livros e revistas (só comecei a lidar com instrumentos musicais em 1970) além de já ser cliente da Abril não só por causa dos gibis da Disney mas também coleções em fascículos como Conhecer, quando, aos onze anos, ganhei este fascículo com Tchaikovski. Nas vitrolinhas os discos soavam bem – para mim não importava se quem interpretava era Karajan ou a Orquestra de Vila Nhocuné-In-The-Fields – , e acompanhei esta coleção até Vivaldi. Sim, os fascículos são atraentes e informativos até hoje. (Tenho até um original italiano da Fratelli Fabbri, de Liszt.)
Achei muito interessante a Abril usar para os LPs o formato de 10 polegadas, talvez por ser mais barato, mas certamente era um diferencial, pois os primeiros LPs brasileiros, em 1951, foram neste formato, que foi aos poucos dando lugar ao LP de 12.
Ah, sim, escrevo Tchaikovski com “i” em vez de “y” em atenção à fonética e ao que diz Mário de Andrade: “Se é para ser fiel à prosódia russa, usemos o alfabeto russo de uma vez!”
Um e-abraço,
Ayrton
Descobri hoje este paraíso! Amo a ópera Orfeo e Eurídice , de Gluck. Vi que tem duas postagens dela, mas os links já venceram. Por acaso pensa em algum dia compartilhá-los novamente. Ou sabe (talvez algum visitante, também) onde posso baixar? GRATÍSSIMO!!!!
Que legal esse texto, mesmo, me peguei relembrando quando descobri a música clássica, há bem menos tempo atrás, nos idos de 2010 quando estava no ensino médio, inicialmente encontrei na biblioteca da universidade onde fiz o EM a coleção da folha de capa preta, foi meu primeiro contato com muitas obras, e ainda hoje algumas gravações que encontro lá estão entre minhas preferidas, um ou dois anos depois encontrei a coleção da DG lançada pela Altaya, também lembro de ter copiado a maior parte do que encontrei na biblioteca, pegava os cds emprestados, e copiava-os no Windows Media Player (ainda em wma, eu nem sabia que tinham opções para copiar, na época), e colocava-os todos no SD do celular, até que enchi a memória do SD (na época acho que menos de 1gb), após isso fiz um esforço tremendo pra conseguir um SD de 8gb (o máximo que meu celular suportava na época). Este blog também foi boa companhia para mim nestes anos, enchi o segundo SD maior e comecei a ter de buscar alternativas, haha.
Aprendi boa parte do que sei tanto com as coleções tanto com a leitura dos textos deste blog (e o do Carlinus).
Ainda no EM a altaya lançou uma coleção de DVDs da DG, tenho alguns volumes em casa, filmagens antiquíssimas. E uns dois anos depois a Folha de SP lançou a coleção de CDs da DG, lembro de descobrir a coleção recém lançada numa viagem a SP, quando fui a uma Saraiva, comprei ali os primeiros volumes, logo ao chegar em casa descobri o site e assinei o restante da coleção, na época foi uma realização para mim, ter uma dessas coleções completa.
Boa tarde. Sei que já se passaram akguns meses desde que o último comentário aqui postado foi publicado, mas ao passar os olhos no geral dos outros comentários que aqui assim se encontram, reparei que ainda não consta o fasciculo de numero 4, com a gravação da Sonata de Liszt por Berman. Caso os senhores estejam interessados, possuo essa gravação em formatdo digital e estou a disposição para disponibilizá-la para que possa ser postada no blog a fim de integralizar a coleção. Aguardo retorno.
O concerto de violino de Beethoven para mim está congelado na versão do volume 3 da Salvat, aquela com Henryk Szeryng. Acumulei outras versões mas esta está tatuada nos afetos, cada timbre e cada raspadinha do arco gravada na memória.