O mineiro de Boa Esperança, que foi muito jovem estudar piano no Rio de Janeiro e depois em Viena, nos deixou hoje aos 77 anos. Uma grande perda para a música brasileira e mundial.
Hoje não teremos postagens de Nelson Freire. Já foram muitas as homenagens em vida. Apenas remetemos a três janelas para o vasto mundo online lá fora, janelas que têm em comum a figura de Villa-Lobos, de quem Nelson foi um dos maiores intérpretes. O primeiro vídeo, de 1965 e postado pelo incansável Instituto Piano Brasileiro, mostra Nelson muito jovem na Alemanha tocando várias miniaturas para piano de Debussy, Scriabin e outros, incluindo a Dança (Miudinho), 4º mov. das Bachianas brasileiras No.4.
Nelson aprendeu com grandes mestres como Novaes, Rubinstein e Horowitz a arte de montar recitais de piano com pequenas peças que vão se encaixando, arte na qual o bis é essencial. Aliás, o seu disco mais recente é todo dedicado aos bises (Encores, pela Decca em 2019).
Passando para os anos 1970, um blog europeu publicou recentemente o maravilhoso álbum que Nelson gravou, também na Alemanha, pela Telefunken/Teldec. O repertório é só Villa-Lobos:
https://susato.blogspot.com/2020/11/heitor-villa-lobos-klavierwerke-nelson.html
E o segundo vídeo mostra Nelson no auge da fama, tocando o Momoprecoce, composição carnavalesca de 1929 na qual Villa-Lobos utiliza percussões que nós brasileiros conhecemos bem: chocalhos, reco-reco, tamborim… Que essa homenagem seja uma celebração alegre, se é que é possível.
Triste, perda irreparável… Tive o privilégio de ve-lo ao vivo na Sala SP, justamente como o Momoprecoce (com OSESP e Alsop). Tão difícil hoje em dia ter um brasileiro para se orgulhar, ainda mais com o nível dele…
Um choque, que tristeza com essa enorme perda
Abraço forte, aqui de Lisboa, para os meus ‘irmãos’ por esta perda enorme para todos nós.