Jazz at Preservation Hall
Paul Barbarin
Punch Miller & George Lewis
Eu tomava o bondinho da St. Charles Avenue quase no ponto final, próximo à St. Clairborne Avenue e fazia uma adorável viagem de uns quarenta minutos, em direção ao French Quarter. Depois de uma curva de noventa graus, o bondinho seguia em um trajeto que parece um arco, por uma região lindíssima. Eu preferia sentar à esquerda, para avistar as margens do Mississipi. Passávamos o Audubon Park com suas magníficas árvores, pelo Uptown com suas grandes mansões, seguindo justamente a St. Charles Avenue até o cruzamento com a Jackson Avenue, onde normalmente descia do bondinho.
À direita, o rio Mississipi, em frente, o velho mercado, e à esquerda um emaranhado de ruas e avenidas repletas de cultura, belezas, sons e sabores. New Orleans é uma das cidades mais belas dos Estados Unidos da América. Certamente é uma das mais ricas em cultura. O melting pot, Big Easy. Os nomes das avenidas e dos lugares revelam as diferentes culturas que por lá passaram e deixaram suas marcas e costumes, num rico caldo cultural. Jefferson Avenue, Napoleon Avenue, Tchoupitoulas, Calle Real ou Royal Street.
Depois de tomar um café com beignets no Café Du Monde, uma paradinha na La Madeleine, um passeio pelas lindas lojas de antiguidades, você chega à Jackson Square. Um pouco de preguiça, espiar a fauna do lugar, música nas ruas. Aí, você enfia pela St. Peter street para ir a um lugar que não se pode deixar de ir – Preservation Hall.
Este disco me fez lembrar disso tudo, com saudade, mas saudade boa, daquela que conforta, que revigora a gente.
É verdade, este disco foi gravado uns trinta anos antes de que eu andasse por lá, mas é ainda mais autêntico por isso.
O Preservation Hall foi criado em 1961 e o disco gravado em 1963, you do your math…
A criação do Preservation Hall foi fundamental para (perdão pelo trocadilho, mas a ideia é exata) preservar a autêntica cultura musical, o jazz como havia nascido por lá. Nos comentários que estão na contracapa do disco pode-se entender a importância desta instituição. ‘Tocar no Preservation Hall tirou a demanda comercial, a pressão artificial da Banda do Barbarin e também de sua seleção (de músicas): nada do tradicional atacar de The Saints, nada de acelerar o tempo da música. A música de Barbarin, The Second Line, surge com uma inocência e simplicidade que mostra o trompete de Cagnolatti e o clarinete de Cottrell, ao lado do suave dedilhar de Sayles, no que eles têm de melhor’.
O disco é composto de duas sessões. Uma ocupada pela banda de Paul Barbarin e a outra pela turma do “Punch” Miller. Eles eram tão autênticos músicos de New Orleans quanto pode haver.
- Slide, Frog, Slide (Tradicional)
- The Second Line (Paul Barbarin)
- Give It Up (Paul Barbarin)
- Too Late (Paul Barbarin)
- Take A Ferry Boat To New Orleans (Tradicional)
Paul Barbarin & His Jazz Band
Ernie Cagnolatti, trompete
Louis Cottrell, clarinete
Waldren “Frog” Joseph, trombone
Lester Santiago, piano
Emanuel Sayles, banjo
Placide Adams, baixo
Paul Barbarin, bateria
- Corrine, Corrina (Bo Chatman, J.M. Williams, Mitchell Parish)
- Hindustan (Harold Weeks, Oliver Wallace)
- Nobody Knows The Way I Feel This Morning (Tradicional)
- Tiger Rag (Original Dixieland Jazz Band)
- Preservation Blues (Tradicional)
Punch Miller’s Bunch & George Lewis
Ernest “Punch” Miller, trompete
George Lewis, clarinete
Louis Nelson, trombone
Emanuel Sayles, banjo
“Papa John” Joseph, baixo
Abbey “Chinee” Foster, bateria
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FLAC | 378 MB
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MP3 | 320 KBPS | 241 MB
Uma frase que está na contracapa do disco resume tudo com precisão fulminante: “This is happy music, and the right men are playing it”.
We are back in business, fellas!
Aproveitem!
René Denon
Gratidão da parte de um ardoroso fanático por Louis Nelson!!!!!!!!!!!!!!
Olá, Fausto!
Fico muito feliz com sua mensagem! Eu acho de enorme importância divulgar o trabalho (que é imenso) desses músicos maravilhosos. Louis Nelson é um grande músico, de família de músicos, e teve papel importante no surgimento do Preservation Hall!
Grande abraço!