Um de nossos mais assíduos leitores-ouvintes pediu, dia desses, que repostássemos a gravação de Paul Lewis para as Variações Diabelli e a série das Sonatas para piano de Beethoven com Friedrich Gulda, por terem desaparecido no éter após o colapso dos servidores de compartilhamento.
Como não tenho a gravação de Lewis, e a caixa do Gulda tem um monte de CDs, vou usar o pedido do leitor-ouvinte como pretexto para postar a versão de Gulda para as Diabelli: elétrica e doida como o intérprete, e repleta do toque mágico desse bruxo do teclado, é das melhores que conheço para a obra genial.
Ludwig van BEETHOVEN (1770-1827)
Trinta e três Variações para piano sobre uma Valsa de Anton Diabelli, em Dó maior, Op. 120
01 – Thema: Vivace
02 – Variação I: Alla Marcia. Maestoso
03 – Variação II; Poco Allegro
04 – Variação III; L’istesso tempo
05 – Variação IV Un poco più Vivace
06 – Variação V: Allegro Vivace
07 – Variação VI: Allegro ma non troppo e serioso
08 – Variação VII: Un poco più allegro
09 – Variação VIII: Poco vivace
10 – Variação IX: Allegro pesante e risoluto
11 – Variação X: Presto
12 – Variação XI: Allegretto
13 – Variação XII: Un poco più mosso
14 – Variação XIII: Vivace
15 – Variação XIV: Grave e maestoso
16 – Variação XV: Presto scherzando
17 – Variação XVI: Allegro
18 – Variação XVII
19 – Variação XVIII: Poco moderato
20 – Variação XIX: Presto
21 – Variação XX: Andante
22 – Variação XXI: Allegro con brio – Meno allegro
23 – Variação XXII: Allegro molto (Alla »Notte e Giorno Faticar« di Mozart)
24 – Variação XXIII: Allegro assai
25 – Variação XXIV: Fughetta. Andante
26 – Variação XXV: Allegro
27 – Variação XXVI
28 – Variação XXVII: Vivace
29 – Variação XXVIII: Allegro
30 – Variação XXIX: Adagio ma non troppo
31 – Variação XXX: Andante, sempre cantabile
32 – Variação XXXI: Largo, molto espressivo
33 – Variação XXXII: Fuga – Allegro – Poco Adagio
34 – Variação XXXIII: Tempo di Menuetto – Moderato
Friedrich Gulda, piano
Vassily Genrikhovich
Caríssimos!! Realmente, fico sensibilizado pela preocupação em atender meu pedido… Eu adoro as Variações de Beethoven, e em particular esse ciclo feito sobre a valsinha do Diabelli. Recentemente comprei um disco do selo Regis, que é uma reencarnação (definitivamente, isso ocorre com os discos) de um LP que tive no passado, no qual o Richter russo, o Sviatoslav, toca três conjuntos de variações de Beethoven: op. 34, 0p. 76 (Ruínas de Atenas) e op. 35, as Variações sobre o tema de Prometeus – Variações “Eroica”. Mas, divago, devo dizer que esse disco do Gulda pode não ser uma primeira indicação (Kovacevich, com duas gravações, Philips e Onix, Brendel, também com mais do que uma, são apenas dois exemplos de versões mais acertadas, se isso pudesse ser dito..) é muito, muito bom! Como não deixar de se levar pelo impulso que o Gulda impõe, logo no início? É como ser arrastado por um cordão!!
Eu confesso que essa postagem me pegou num momento de reverência para com grandes pianistas de um passado recente, mas que não chegaram a ter aquele status de ídolos. Acho que o Gulda se enquadra nessa categoria. Estou ouvindo uma gravação do Concerto No. 3 de Beethoven, com o Firkusny. E olha que logo mais adiante tem o Imperador… É um disco da EMI, duas orquestras e dois regentes diferentes, pois essas gravações vieram de um tempo que disco não era feito para ser vendido a quilo, com a obrigação de ter 80 minutos de música. Walter Susskind rege a Philharmonia, no No. 3, e William Steinberg rege a Orquestra de Pittsburgh, no Imperador.
Outro disco que me deixou impressionado foi da Inger Södergren, tocando a Sonata Waldstein, a Les Adieux e a op. 90. Eu que gosto da Waldstein elétrica, a la Pletnev e Pollini, me quedei encantado com a graça da pianista sueca…
Mas, antes que eu continue por mais muitos parágrafos assim (minha mulher diz que, no Face, ninguém lê um texto deste tamanho, e ela está quase sempre certa…), devo dizer, muito obrigado!!
Abraços!
Mário
Estimado Mário,
Mais que bem-vindo a postar comentários de quaisquer metragem – ou quilometragem!
A eletricidade de Gulda arrebata tanto que chego até a botar a tola valsinha de Diabelli no “repeat”. Há gravações melhores, mas esta é meu xodó.
Tenho comigo bastante Firkušný e Södergren… e também, no prelo, o restante das variações que Diabelli encomendou aos maiores compositores do Império Austro-Húngaro. Aguarde!
Um abraço!