Schubert
Quartetos D. 810 & D. 804
Endellion String Quartet
Compor quartetos de cordas em Viena, depois de Haydn e Mozart, e nos dias de Beethoven, não era tarefa fácil. Apesar disso, Schubert deixou quinze quartetos de cordas e iniciou a composição de mais alguns, mas a maioria deles são peças para uso quase doméstico, para serem tocados com os amigos. No entanto, em dezembro de 1820 compôs um movimento para quarteto de cordas que é conhecido agora como seu Quarteto No. 12, o Quartettsatz (Satz = movimento). Essa peça iniciou uma nova fase de produção de obras de altíssima qualidade. Ele comporia mais três quartetos, obras primas, com os quais pretendia pavimentar seu caminho em direção às grandes sinfonias. Alas! Modesto Schubert!
Este disco contêm os dois quartetos que se seguiram e faziam parte de um planejado conjunto de três a serem dedicados ao violinista Ignaz Schuppanzigh, que estreou vários quartetos de Beethoven. O terceiro quarteto planejado não se materializou, mas estes dois que foram terminados são obras maravilhosas. Estes quartetos foram compostos em 1824. O último quarteto de Schubert, em sol maior, D. 887, foi composto em junho de 1826.
O que as obras deste disco têm em comum é o fato de que seus movimentos lentos são baseados em material e temas usados em obras anteriores.
O quarteto que abre esse disco deve seu apelido, Der Tod und das Mädchen – A Morte e a Donzela, ao tema do movimento lento, emprestado de um Lied com este nome, composto alguns anos antes. Este movimento contém um conjunto de cinco variações e uma coda e apresenta a morte como uma figura confortadora. Segure a minha mão… diz a indesejada das gentes. Mas a figura da morte também é aludida nos outros movimentos, mas não da forma confortadora. Os outros movimentos estão mais para o Erlkönig, da morte impiedosa.
O movimento lento do outro quarteto foi transcrito da música incidental do terceiro entreato da peça Rosamunde. Mesmo sem completar o conjunto de três quartetos, o Rosamunde foi dedicado à Schuppanzigh, que foi o primeiro violino na sua estreia em 14 de março de 1824.
Conta-se que Schubert teria feito a um amigo a pergunta: Você conhece alguma música alegre? E teria acrescentado: Pois eu não! Se olharmos para as duas obras deste disco poderemos entender o sentido da anedota. Na mesma proporção que o primeiro quarteto é dramático, o segundo é melancólico. Encontrar a medida certa para realizar as propostas das peças é o desafio para os intérpretes. O experiente Endellion String Quartet, com a cooperação do produtor Misha Donat, passa fácil por esta prova e nos brinda com um disco adorável.
Franz Schubert (1797 – 1828)
Quarteto de Cordas No. 14 em ré menor, D 810 – Der Tod und das Mädchen
- Allegro
- Andante con moto
- Allegro molto
- Presto
Quarteto em lá menor, D. 804 – Rosamunde
- Allegro ma non troppo
- Andante
- Minuetto: Allegretto
- Allegro moderato
Endellion String Quartet
Andrew Watkinson, violino
Ralph de Souza, violino
Garfield Jackson, viola
David Waterman, violoncelo
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FLAC | 325 MB
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MP3 | 320 KBPS | 171 MB
Aqui está uma oportunidade de perscrutar o universo maduro e profundo habitado pela música de Franz Schubert. Aproveite!
René Denon
René, para um francês, uma quadrinha francesa.
Jamais on a vu
Jamais on a vera
Un nid de souris
Dans loreille dun Chat!
(este é o francês falado por Napoleão)
amplexos
manuel,
Jamais on n’a vu,
Jamais on n’verra,
Une poulette qui couve,
Des oeufs d’chocolat!
Abraços!
RD
Adorei! obrigado.
Nem só de música clássica vive o Homem!
abraço
Franz Peter Schubert , compositor austriaco célebre por seus Lieder. Nascido em Viena, herdeiro de Beethoven e precursor de Brahms cultivou ainda os generos sinfônico, sacro, pianístico e de câmara. O Lied só alcançou alto nível musical com Franz Schubert, o primeiro e maior mestre desse gênero romântico. Schubert também é romântico, pela inspiração em suas sinfonias e música de câmara, mas a forma é a do classicismo vienense de modo que também se pode falar em romantismo semiclássico!
abraços.
Olá, manuel!
Realmente, Schubert foi tudo isso. Mas no que ele foi mais inovador, na minha opinião, foi na composição de Lieder. Uma das minhas primeiras postagens foi sobre este tema: https://pqpbach.ars.blog.br/2019/03/03/schubert-lieder-dietrich-fischer-dieskau-gerald-moore/
Bem lembrado, manuel!
Abração!
René Denon