Direto do túnel do tempo, trago para os senhores uma magnífica gravação de uma das minhas sinfonias favoritas, a Segunda de Brahms, onde um jovem maestro se consolidava entre os grandes regentes do final do século XX, Claudio Abbado. O ano era 1968, este que vos escreve ainda mal falava as primeiras palavras, além de mal conseguia caminhar.
Cinquenta e um anos se passaram desde então, aquele jovem maestro já nos deixou, mas antes de isso acontecer, nos proporcionou muita alegria e emoção no coração, graças a sua incrível sensibilidade artística Abbado já não está mais entre nós. E é com muita emoção que ouço esta pintura que é a Segunda de Brahms nas mãos deste jovem que ainda não conhecia muito da vida, digamos assim. Já no primeiro movimento ela mostra a que veio. Intercala momentos de lirismo, e ao mesmo tempo de tensão, a linguagem brahmsiana já está bem clara e definida, identificamos rapidamente suas principais características. Sim, sabemos que ele demorou para escrever sua primeira sinfonia, sempre dizia que depois de Beethoven, não havia mais o que se poderia expressar. Que bom que ele conseguiu superar essa barreira criativa. Que talvez tenha sido benéfica, basta analisarmos a qualidade destas quatro maravilhas que são suas sinfonias. A maturidade ajudou a moldá-las.
1. Symphony No. 2 in D, Op. 73- 1. Allegro non troppo
2. Symphony No. 2 in D, Op. 73- 2. Adagio non troppo – L’istesso tempo, ma grazioso
3. Symphony No. 2 in D, Op. 73- 3. Allegretto grazioso –
4. Symphony No. 2 in D, Op. 73- 4. Allegro con spirito
5. Academic Festival Overture, Op.80
Berliner Philharmoniker
Claudio Abbado – Conductor