Este CD, comprado após uma Editor`s Choice da Gramophone, é um acerto de cabo a rabo. Engraçado que Olivier Messiaen dizia a todos que a execução da Turangalîla deveria durar 75 minutos, não mais e não menos. Hans Rosbaud (1895-1962) a despachou em menos de 70 minutos e 80 minutos não foram suficientes para Simon Rattle (1955-)… A Turangalîla é uma estranha sinfonia escrita para piano, ondas martenot e orquestra; às vezes parece um concerto para piano para logo depois virar música discretamente eletrônica. Outras vezes é de inspiração religiosa, mas também é uma obra bastante americanizada. Aliás, não é para menos: ela foi escrita entre 1946 e 1948, por encomenda de Serge Koussevitzky para a Boston Symphony Orchestra, e estreada sob direção de Leonard Bernstein. Vocês queriam o quê?
O título da peça deriva de duas palavras de sânscrito, turanga e lîla, que em conjunto significam algo como “canção de amor e hino de alegria, movimento, ritmo, tempo, vida e morte” (curioso duas palavrinhas significarem tanta coisa, né?)
Esta complexa e esplêndida sinfonia em 10 movimentos está entre minhas absolutas preferências e a notável gravação que a Naxos nos traz é mais que satisfatória. Há muito a ouvir e sugiro o volume máximo. As ondas martenot são uma curiosidade à parte, mas as súbitas homenagens do ultra-erudito Messiaen à música americana, entremeadas de passagens dramáticas e religiosas fazem a alegria de qualquer um. Messiaen foi muito mais do que o professor de Stockhausen, Boulez e outros, foi um tremendo compositor!
Indico fortemente, é uma das mais belas composições do século XX.
E, diga-se a verdade, esta outra gravação da obra, regida por Chung, é ainda melhor! Além da gravação ter sido aprovada pelo compositor e da orquestra parecer estar tomada de eletricidade, aqui as Martenot aparecem bem mais. Neste disco de Wit (o deste post, desculpem a confusão), elas estão meio que engolidas pela orquestra.
Olivier Messiaen (1908 – 1992): Turangalîla Symphony / L’ascension
Disc 1
Turangalîla-symphonie
1. I. Introduction 00:06:40
2. II. Chant d’ amour 1 00:08:30
3. III Turangalîla 1 00:05:21
4. IV. Chant d’ amour 2 00:11:32
5. V. Joie du sang des etoiles 00:06:19
6. VI. Jardin du sommeil 00:12:29
7. VII. Turangalîla 2 00:04:01
Disc 2
1. VIII. Developpement de l’Amour 00:12:02
2. IX. Turangalîla 3 00:05:22
3. X. Final 00:08:32
Thomas Bloch, ondas martenot
Francois Weigel, piano
Polish National Radio Symphony Orchestra
Antoni Wit, Conductor
L’ascension
4. I. Majeste du Christ demandant sa gloire a son Pere 00:05:38
5. II. Alleluias sereins d’une ame qui desire le ciel 00:06:09
6. III. Alleluia sur la trompette, Alleluia sur la cymbale 00:05:48
7. IV. Priere du Christ montant vers son Pere 00:08:59
Polish National Radio Symphony Orchestra
Antoni Wit, Conductor
Total Playing Time: 01:47:22
PQP
E o ”Quarteto para o final dos Tempos”, vem quando?
PQP Bach, mandei para seu e-mail os penúltimos Links.
desculpe PQP , o Quarteto já foi postado, passei batido.
Achei meio discreta a participação das Ondas Martenot, parece que a orquestra engole seu som. Salvo o mov. “Joie du sang des etoiles”, ouve-se, durante a peça toda, uma sequência acendente ou descendente do instrumento vez ou outra, nada mais. Mas a peça é muito boa.
Bem, a minha referência em Turangalîla sempre foi a gravação de Myung-Whun-Chung a frente da orquestra da ópera da Bastilha com simplesmente ninguém menos do que Yvonne Loriod ao piano e Jeanne Loriod nas Ondas Martenot.
O pessoal é a cara do Messiaen!
Para encerrar , no booklet , ninguém menos do que o próprio Messiaen subscreve, dizendo que a gravação para ele é a definitiva.
Loriod trabalhou inclusive com Messiaen.
AH….a gravação foi feita com a presença de Messiaen.
Obrigado por mais esta referência. E trata-se realmente de um disco extraordinário, além de ser vendido ao “preço Naxos”…
Cumprimentos,
Heitor
Uma das maiores obras do século XX. Não conhecia essa gravação. A que tenho é com a Philarmonia Orchestra com o “Sapeka O Salame” na regência, alguém conhece? Adoro esse cara, por isso a intimidade. Rs!