A Sinfonia No. 5 é grande, enorme. Não me refiro apenas ao tempo cronológico, mas às dimensões e profundidade do trabalho. É uma das obras mais arrebatadores de Bruckner. Ao ouvir a Quinta Sinfonia, alçamos galáxias e realidades para além do mundo. A seguir, alguns dados importantes sobre a Quinta Sinfonia:
“Bruckner iniciou a composição de sua Quinta Sinfonia, em fevereiro de 1875, uma época de grandes dificuldades pessoais e econômicas para ele. Por causa disso, não causa admiração que esta sua obra inicie com um adagio, tempo sempre reflexivo e melancólico, presença constante na obra do músico. É a única sinfonia de Bruckner onde a lenta introdução influenciará, tanto tonal quanto tematicamente, em toda esta obra. A singulariedade do primeiro movimento, um complexo arranjo de temas e formas, com grandes espaços preenchidos separados por espaços abertos, tal qual uma “catedral sonora”, nas palavras do músico Halbreich. A constante mudança do tema, os constantes contrastes entre fortíssimos e pianíssimos, trazendo inovação à estrutura sinfônica, culminando com os belíssimos ostinati da coda. A aparência simples do adagio, só o é a primeira vista, pois possui como de costume nos adágios de Bruckner, uma bela riqueza composicional, começando de um início austero , evoluindo melodicamente através do desdobramento de modulações e mutações harmônicas, começando por um sentimento trágico que transforma-se em esperança. O scherzo que compõe o terceiro movimento demonstra toda a genialidade composicional de Bruckner, que partindo de um simples ländler, transforma-se em um dos maiores compostos pelo músico, cheio de crescendos seguidos de ríspidas paradas, uma grande demonstração da arte de conjugar extremos. O gigantesco quarto e último movimento, utilizando-se da forma sonata acrescida de uma dupla fuga onde aparecem os temas anteriores da sinfonia, transmutados em formas estranhas e imaginativas , sendo executados em uma gigantesca peça polifônica. A coda, com seus contrapontos e harmonias, utiliza-se enormemente da polifonia orquestral, que conduzirá à um dos maiores climax da música sinfônica”.
Extraído DAQUI
Anton Bruckner (1824-1896) – Sinfonia No. 5 em Si bemol maior
DISCO 3
01. Applause
02. I. Introduction. Adagio – Allegro
03. II. Adagio. Sehr lagsam
Total time: 48:03
DISCO 4
01. III. Scherzo. Molto vivace (Schnell) – Trio
02. IV. Finale. Adagio – Allegro moderato
03. Applause
Total time: 41:50
Münchner Philharmoniker
Sergiu Celibidache, regente
Carlinus
Meus três primeiros Lp’s foram as Sinfonias do Bruckner, com a regência de Bernard Haitink.
O mais curioso é que quando mais vou ouvindo outros compositores mais e mais, nos grandes momentos de celebração ou fossa, vou correndo ouvir aqueles Lp’s.
Bruckner é de digestão lenta, como Mahler… que também amo profundamente.
Como fundador do PQP Bach, quero deixar claro que AMO Anton Bruckner, mas faço questão de deixar claro que não o elogio em termos de DIMENSÕES e PROFUNDIDADE. Mais: meus FRÊMITOS são de origem puramente estética…
:¬)))
P.S. — Excelente, Carlinus!
Ai, jisuis. Postei todas as sinfonias de Bruckner no passado. Não me inrrite, Wando.
Verdade, viu, baxei tudim…
Wando,
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Avicenna
kkk
PQP, você acha Bruckner raso?
Raso, eu? Eu acho que só um idiota acharia Bruckner raso e simples. Acho-o profundérrimo!
EStava apenas fazendo uma brincadeira com o Carlinus. Talvez tenha sido uma brincadeira infeliz, mas foi apenas isso.
Ah, sim, sem problemas então. =)
Conheci esta sinfonia do Bruckner por causa da canção “Seven Nation Army” dos White Stripes e seu riff em ostinato: tãn, tãn tã-tã-tã tãn, tãn…
no classicallibrary tem ou tinha esta sinfonia, da fe, por Harnoncourt, em um dos arquivos, o de ensaio, ele faz uma aproximação entre um pequeno trecho desta obra, se bem recordo o adagio, com um pequeno trecho do requiem do seu do meu do nosso querido mozart. Carlinus, já ouviu os motetos do homem?? Locus Iste, por exemplo?
Doidera: http://nubespartem.blogspot.com/
Sim!!! é isso mesmo. Não baixei ainda mas um fidiDeus bruckneriano colocou na internet o quarteto Bruckner.
http://hotfile.com/list/1007133/cf8dec7
Bruckner cruzou o Everest já na Sinfonia 1 e foi navegando em direção ao Sagrado Unificando o Universo e quando a redenção chegou na Sinfonia 9 entregou Sua Alma e entrou no Paraíso. É isso ai meus amigos. Um abraço do Dirceu.