João de Sousa Carvalho
Les Pages et les Chantres de la Chapelle
Vésperas de Nossa Senhora
João de Sousa Carvalho nasceu em Estremoz a 22 de Fevereiro de 1745. Aos 8 anos inicia os estudos musicais, no Colégio dos Santos Reis Magos, em Vila Viçosa, prestigiada instituição de ensino adstrita à Capela dos Duques de Bragança, fundada em 1609 pelo Duque D. Teodósio II, pai do Rei-músico D. João IV.
Aos 15 anos parte para Itália, como pensionista da corte, enviado por D. José I para se aperfeiçoar na arte da composição. Em Nápoles, ingressa no Conservatório de Santo Onofre a Capuana, conjuntamente com os irmãos Jerónimo Francisco de Lima e Braz Francisco de Lima. Aí terá tido como mestres, Nicollo Porpora, Carlo Cotumacci e Joseph Dol e também contacto com músicos como Paisiello, Piccini e Cimarosa, e com as tendências do classicismo europeu.
No Carnaval de 1766, representou-se em Roma no Teatro Delle Dame, a sua primeira ópera “La Nitteti”, sobre libreto de Metastásio.
De regresso a Lisboa em 1767, assina o livro de entradas para a Irmandade de Santa Cecília, nesse mesmo ano.
Posteriormente é nomeado professor de contraponto do Seminário da Patriarcal, onde teve como discípulos: António Leal Moreira, Marcos Portugal, João José Baldi e muito possivelmente João Domingos Bomtempo.
Cinco anos depois, em 1778 João de Sousa Carvalho é escolhido para suceder a David Perez no ensino da família real.
João de Sousa Carvalho morreu, provavelmente entre 1799 e 1800, numa das suas propriedades no Alentejo.
No capítulo da música instrumental as sonatas para tecla de Sousa Carvalho, escritas em 3 andamentos, com a sequência rápido – lento – rápido, revelam-nos um compositor com uma escrita virtuosística e brilhante. No entanto, nestas sonatas também se encontram passagens de grande expressividade, que alternam com o virtuosismo de algumas passagens.
No domínio da música sacra, Sousa Carvalho escreveu várias obras, sendo de destacar os três Te Deum que compôs para se cantarem na Acção de Graças que anualmente era oficiada, em dia de S. Silvestre, na Capela Real. O primeiro foi estreado em 1769, o segundo em 1789 e o terceiro em 1792. O Te Deum é um hino litúrgico católico atribuído a Santo Ambrósio e a Santo Agostinho, e que inicia com as palavras “Te Deum Laudamus” (A Ti, ó Deus, louvamos). Segundo a tradição, este hino foi improvisado na Catedral de Milão num arroubo de fervor religioso destes dois santos.
Música Dramática
“L’Amore Industrioso”, dramma giocoso em 3 actos sobre libreto anónimo, levado à cena no Teatro Real do Palácio da Ajuda em 31 de Março de 1769. A abertura desta ópera, escrita ao estilo da abertura italiana com a sequência de andamentos rápido – lento – rápido, tem nos andamentos rápidos uma escrita brilhante e dinâmica que contrasta com a expressividade dos andamentos lentos.
“Penelope nella partenza da Sparta”, dramma per musica em 1 acto, sobre libreto de Gaetano Martinelli, representado no Teatro Real do Palácio da Ajuda a 17 de Dezembro de 1782. Este drama agradou de tal maneira à Rainha D. Maria I, que esta foi uma das partituras que a soberana mais tarde decidiu enviar para a corte espanhola, a fim de ser representada em Madrid. “L’Eumene”, dramma serio em 3 actos sobre libreto de Zeno, estreado no Teatro Real do Palácio da Ajuda a 6 de Junho de 1773, dia do aniversário de D. José I, e a ele oferecido.
“Perseo” drama per música em duas partes, foi também um presente de aniversário, mas agora para o rei consorte D. Pedro III, marido de D. Maria I. Esta serenata foi estreada a 5 de Julho de 1779.
Ópera “Testoride Argonauta”: A ópera “Testoride Argonauta”, estreada a 5 de Julho de 1780, no Real Teatro de Queluz por ocasião do aniversário de Sua Majestade D. Pedro III, marido de D. Maria I, conta com libreto de Gaetano Martinelli
Vésperas de Nossa Senhora
Harry Crowl Jr., que gentilmente cedeu os áudios desta peça, em exclusivo depoimento para o PQPBach, comenta serem as Vésperas de Nossa Senhora uma obra de autoria duvidosa, pois no manuscrito aparece algo como “João de Sousa C.”. A música é muito bem escrita, mas é num estilo mais antigo que a as obras de Sousa Carvalho que conhecemos até agora. De qualquer maneira, falta ainda um corpus de obras disponíveis de compositores portugueses dessa época para que se possa ter um maior conhecimento da produção. É possível também que se trate de uma obra mais antiga de Sousa Carvalho.
João de Sousa Carvalho (Estremoz, 1745 – Alentejo, 1799)
01. Vesperas de Nossa Senhora: 01. Deus In Adjutorium Meum Intende
02. Vesperas de Nossa Senhora: 02. Antienne: Dum Esset Rex
03. Vesperas de Nossa Senhora: 03. Psaume: Dixit Dominus
04. Vesperas de Nossa Senhora: 04. Antienne: Laeva Ejus sub Capite Meo
05. Vesperas de Nossa Senhora: 05. Psaume: Laudate Pueri Dominum
06. Vesperas de Nossa Senhora: 06. Antienne: Nigra Sum sed Formosa
07. Vesperas de Nossa Senhora: 07. Psaume: Laetatus sum
08. Vesperas de Nossa Senhora: 08. Antienne: Jam Hiems Transiit
09. Vesperas de Nossa Senhora: 09. Psaume: Nisi Dominus
10. Vesperas de Nossa Senhora: 10. Antienne: Speciosa Facta Es
11. Vesperas de Nossa Senhora: 11. Psaume: Lauda Jerusalem
12. Vesperas de Nossa Senhora: 12. Hymne: Ave Maris Stella
13. Vesperas de Nossa Senhora: 13. Antienne: Beata Mater
14. Vesperas de Nossa Senhora: 14. Cantique: Magnificat
Vésperas de Nossa Senhora – 1996
Les Pages et les Chantres de la Chapelle
Regente: Olivier Schneebeli
Solistas: Kumi Arata, Luc Devanne, Francoise Johannel, Christopher Josey, Christian Treguier, Frederic Desenclos, Marc Duvernois, Monique Simon.
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MP3 320 kbps -132,4 MB – 57,2 min
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Boa audição.
Avicenna
Oba, Mestre Avicenna voltou de seu retiro espiritual !!!
Ebaaaaaaaaaaaaaaaa!!!!! Avicenna voltou!
Abraços, mestre!
VIVA!!! O AVICENNA VOLTOU!!!
Já estava prestes a mandar-lhe um e-mail, as segundas já não estavam belas sem as suas postagens de música colonial!
Obrigado, obrigado, obrigado!
Minha mãe ia ficar orgulhosa de ler!!!
Esta postagem foi uma das que mais downloads teve nas primeiras 12 horas, dentre as mais de 110 postagens que já efetuei!
Um abraço a todos!!
Avicenna