Um disco agradabilíssimo, onde temos o extraordinário Trio Nº 39 – e três outros –tocado da forma como se deve: bem cigana, conforme indica a capa do CD de Minasi e sua turma. Homem simpático, organizado e querido por todos, Haydn, o pai do classicismo musical vienense, é muitas vezes considerado “menor”. Erro. Vamos a uma historinha contada pelo pessoal da Deutsche Welle?
Ao falecer aos 77 anos de idade, em 31 de maio de 1809, em Viena, Joseph Haydn era o mais popular e, sem dúvida, também um dos mais abastados compositores da Europa. Sua música era executada em todo o continente, o público aclamava cada nova obra com entusiasmo. Altezas imperiais convidavam à sua mesa o filho de um artesão e de uma cozinheira. Como os tempos eram de instabilidade política, somente duas semanas após seu sepultamento, em 1º de junho, no cemitério de Hundsthurm, pode ser realizada uma cerimônia na igreja Schottenkirche. A missa foi solenemente acompanhada pelo Réquiem de Mozart.
O CRÂNIO FURTADO
No entanto, o que aconteceria em seguida com os restos mortais de Haydn pertence à categoria do grotesco. Um conhecido seu, Joseph Carl Rosenbaum, era adepto da frenologia, doutrina criada pelo médico alemão Franz Joseph Gall. Entre outros aspectos, ela se baseava na forma craniana para analisar o talento e a inteligência de uma pessoa.
Naquele junho mesmo, Rosenbaum abriu o túmulo do compositor e roubou sua cabeça. Somente em 1820, quando os Esterházy se propuseram a transferir os restos mortais, deu-se por sua falta. Descoberto em 1895, o crânio do venerável compositor foi guardado como relíquia durante décadas pela Sociedade dos Amantes da Música de Viena.
Não foi antes de 1954 que a cabeça pôde unir-se ao corpo, num magnífico sarcófago, no mausoléu mandado construir pela família de seus empregadores, os nobres Esterházy, na Bergkirche de Eisenstadt.
Pois é. Haydn perdeu a cabeça por séculos.
F. J. Haydn (1732-1809): Trios para Piano
1 Piano Trio No. 39 in G Major, Hob. XV:25, “Gypsy”: I. Andante
2 Piano Trio No. 39 in G Major, Hob. XV:25, “Gypsy”: II. Poco adagio
3 Piano Trio No. 39 in G Major, Hob. XV:25, “Gypsy”: III. Rondo a l’Ongarese. Presto
4 Piano Trio No. 13 in B-Flat Major, Hob. XV:38: I. Allegro moderato
5 Piano Trio No. 13 in B-Flat Major, Hob. XV:38: II. Menuetto
6 Piano Trio No. 13 in B-Flat Major, Hob. XV:38: III. Finale. Presto
7 Piano Trio No. 26 in C Minor, Hob. XV:13: I. Andante
8 Piano Trio No. 26 in C Minor, Hob. XV:13: II. Allegro spiritoso
9 Piano Trio No. 5 in G Minor, Hob. XV:1: I. Moderato
10 Piano Trio No. 5 in G Minor, Hob. XV:1: II. Menuetto
11 Piano Trio No. 5 in G Minor, Hob. XV:1: III. Finale. Presto
Riccardo Minasi, violino
Maxim Emelyanychev, piano
Federico Toffano, violoncelo
PQP
que historia hein? nao seria mais ‘natural’ que os Haydn completassem o requiem? olhando pela internet sobre o requiem vi um comentario: ‘Uma das principais influências para a obra é o requiem de Michael Haydn’. Nunca ouvi nada do irmao mais novo do Joseph… alguem tem alguma gravacao dele?
Realmente IM-PER-DÍ-VEL !!!
A interpretação desses quartetos é algo de outro mundo.
Obrigado ao site pela partilha dessa pérola!
Valeu!
Obrigado por esta gravação alternativa bonita com pianoforte, como muito!
Historia macabra!!
Musica maravilhosa.
Obrigado.