Gustav Mahler (1860-1911): Sinfonia Nº 3 (Haitink)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Dentre o mar de regentes, uso poucos como tábuas certas de salvação: Fricsay, Kleiber, Wand, Celibidache, Abbado, Bernstein, Temirkanov, Gardiner, Rattle. Neste século, Dudamel e Nelsons. Mas, de todos eles, o cara no qual confio mesmo é Bernard Haitink. Chegando aos 88 anos, o ex-violinista tem tantas gravações de grande qualidade como regente que dá para preencher paredes de CDs. Seus anos de Concertgebouw, Londres e Boston foram brilhantes. Vi-o recentemente em ação, à frente da Chamber Orchestra of Europe, com Alina Ibragimova. Está com tudo em cima, regendo como nunca. Aqui temos um registro recente de um concerto realizado em Munique em junho de 2016. Haitink, ao vivo, faz uma 3ª de Mahler bem diferente de suas gravações do século XX. A sinfonia está mais delicada e próxima do texto-programa do compositor. Ou seja, Haitink não estava confortável no cânone de grandiosidade normalmente utilizado. Mesmo no Olimpo, ainda se incomoda. E é notável como tudo ganhou uma vida diferente. As bandas militares da infância de Mahler ficaram mais lúdicas. A poesia é poesia — Haitink respeitou minuciosamente o modo rarefeito com que a orquestra é tratada e sublinha este fato com clareza. Enfim, não dá para deixar passar. Trata-se de algo que deve ser ouvido.

Haitink em 1984
Haitink em 1984

Gustav Mahler (1860-1911): Sinfonia Nº 3

01. Symphony No. 3 in D Minor_ I. Kräftig. Entschieden
02. Symphony No. 3 in D Minor_ II. Tempo di menuetto. Sehr mäßig
03. Symphony No. 3 in D Minor_ III. Comodo. Scherzando
04. Symphony No. 3 in D Minor_ IV. Sehr langsam. Misterioso
05. Symphony No. 3 in D Minor_ V. Lustig im Tempo und keck im Ausdruck
06. Symphony No. 3 in D Minor_ VI. Langsam. Ruhevoll. Empfunden

BERNARD HAITINK
Conductor
GERHILD ROMBERGER
Mezzosoprano
AUGSBURGER DOMSINGKNABEN
Director: Reinhard Kammler
FRAUENCHOR DES BAYERISCHEN RUNDFUNKS
Director: Yuval Weinberg
SYMPHONIEORCHESTER DES BAYERISCHEN RUNDFUNKS

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Haitink em janeiro de 2017 | Foto: PQP Bach
Haitink em janeiro de 2017 | Foto: PQP Bach

PQP

2 comments / Add your comment below

  1. Bom dia. Faz total sentido a ideia de regentes “tábuas de salvação”, e todo melômano deve ter o seu conjunto. O seu é ótimo, claro, mas não posso deixar de exibir a minha velha implicância com Claudio Abbado e Leonard Bernstein. Ao meu mísero ver, são dois regentes superestimados, mesmo com essa fama e prestígios monstruosos. Guarde-os os Céus, por sinal.
    Talvez seja o Mahler do Abbado que me fez revolver o estômago, e outras gravações que sempre considerei no mínimo duvidosas. O carisma do Bernstein alavancou bastante a carreira dele, mas não o tenho em alta conta também. Ao cabo, preferências e identificações são inevitáveis, claro.
    Saudações e paerabéns pelo excelente blog.

  2. E tenho que concordar: Haitink é O Cara! Nos tempos de titular da Concertgebouw, era um conjunto imbatível. O Mahler e o Shostakovitch desse grupo era virtualmente perfeito, só para citar exemplos básicos e bem conhecidos.

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