Alfred Schnittke (1934-1998): Symphony Nos. 3 & 7 — The Ten Symphonies

coverOuvimos um poderoso grave constante que é como o nada, ao mesmo tempo em que é tudo. Aos poucos ouvimos crescer uma massa disforme de sons que parece nascer desse grave absoluto; dessa massa podemos identificar estilos, timbres, cores e sabores diferentes. Num crescendo envolvente protagonizado por um metal, é como se desprendesse a primeira das “forças elementais” dessa obra. Outras duas “forças” se desprendem, e assim começa a sinfonia.

A terceira sinfonia é quase uma gênese, ou um “Big Bang”. É certamente o exemplo mais completo do poliestilismo de Schnittke que ouvi até agora. Não há absolutamente nenhuma citação direta à obra outros compositores, mesmo assim podemos perceber a mescla de estilos, desde o barroco (ou mesmo antes, pois notei alguma coisa de medieval em algum momento que não me lembro) até o serialismo. A obra é inteiramente instrumental.

Já a sétima sinfonia sinfonia começa com o lirismo de um belo solo de viola que ao fim dá espaço para o tão característico aspecto sombrio da música de Schnittke. No terceiro e último movimento dessa sinfonia, um tema que tem algo de clássico e de barroco vai surgindo e ao mesmo tempo desmorona o otimismo do tema em um leve mas certeiro pessimismo, o que é exatamente o que devemos sempre esperar de Schnittke.

Schnittke: The Ten Symphonies

CD 3

Alfred Schnittke (1934-1998):

Symphony No. 3
01 I. Einleitung
02 II. Sonatensatz. Allegro
03 III. Scherzo. Allegretto
04 IV. Finale. Adagio

Royal Stockholm Philharmonic Orchestra
Eri Klas, conductor

Symphony No. 7
05 I. Andante
06 II. Largo
07 III. Allegro

BBC National Orchestra of Wales
Tadaaki Otaka, conductor

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Rolezinho de leve.
Rolezinho de leve.

Luke

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