Posso estar enganado, mas creio que é a primeira vez que postamos esta obra, o único Oratório que Beethoven compôs.
“Christus am Olberge”, ou traduzindo, “Cristo no Monte das Oliveiras”, foi composto em 1803, um pouco antes da Terceira Sinfonia e de sua única ópera, “Fidélio”.
Maynard Solomon, em sua excelente biografia de Beethoven, nos esclarece alguns pontos importantes sobre essa obra:
“O oratório de Beethoven, ´Cristo no Monte das Oliveiras´, op. 85, do início de 1803, foi a sua primeira obra importante sobre um tema religioso. A escolha desse tema (…) dá uma impressão de que pode ter ocorrido um surto de impulsos religiosos em Beethoven nessa época. Talvez a profunda crise pessoal, musical e ideológica por que ele estava passando durante esses anos tivesse trazido à tona, momentaneamente, seus sentimentos religiosos. Mas, com o abrandamento da crise e a consolidação do seu ´novo caminho´, esses sentimentos, aparentemente, declinaram de novo e a música religiosa desapareceu da oficina de Beethoven por meia década. Entretanto, o estilo secular e até operístico do oratório sugere que ele pode ter sido concebido menos como uma expressão de fé do que como a exploração da presença psicológica do Cristo por um não-adepto. Com efeito, poderíamos concluir que Beethoven – não sem razão – considerou a crucificação um caso especial da morte do herói, e foi atraído pelo tema, nessa época, quase como um estudo preparatório para as suas mais profundas explorações instrumentais do heroísmo”. (SOLOMON, 257-258)
Consegui essa gravação há pouco tempo atrás, e particularmente não a ouvi com muita atenção. O nome de Plácido Domingo se destaca entre os intérpretes e não ele faz feio. Li há alguns anos atrás uma crítica a respeito de sua pronúncia da lingua alemã quando gravou o “Tanhauser” de Wagner, e essa crítica considerava sua pronúncia trôpega, imprecisa e incorreta por vezes. Lembro que a gravação desse CD é de 2003. Considero a soprano Luba Orgonasova o nome a se destacar entre esses solistas. O coro está impecável e a segura regência de Kent Nagano frente à excelente Deutches Symphonie-Orchester Berlin nos brinda com momentos muita dramaticidade e emoção.
P.S. Para quem lê inglês, o booklet do cd traz uma excelente análise da obra, além de seu libreto.
Ludwig van Beethoven (1770-1827) – Christus am Olberge
01 – Introduzione
02 – No.1. Jesus _ Jehovah, du mein Vater!
03 – Jesus _ Meine Seele ist erschuttert
04 – No.2. Seraph _ Erzittre Erde!
05 – Seraph _ Preist des Erlosers Gute
06 – No.3. Jesus, Seraph _ Verkundet, Seraph
07 – Jesus, Seraph _ So ruhe denn mit ganzer Schwere
08 – No.4. Jesus _ Willkommen, Tod!
09 – Chor der Krieger _ Wir haben ihn gesehen
10 – No.5. Jesus _ Die mich zu fangen ausgezogen sind
11 – Chor der Krieger, Chor der Junger _ Hier ist er
12 – No.6. Petrus, Jesus _ Nicht ungestraft
13 – Petrus, Jesus, Seraph _ In meinen Adern
14 – Chor der Krieger, Chor der Junger, Jesus _ Auf, auf!
15 – Chor der Engel _ Welten singen Dank und Ehre
Luba Orgonasova – Soprano
Placido Domingo – Tenor
Andreas Schmidt – Bass
Rundfunkchor Berlin
Deutsches Symphonie-Orchester Berlin
Kent Nagano – Conductor
FDP
Não consegui ouvir tudo, porque deu “arquivo danificado”. Mesmo assim, fiquei com dó de deixar esse post sem comentário.
É verdade, FDP, eu nunca tinha visto esse oratório aqui. A peça em si é muito bonita, de outro mundo, como, aliás, são todas as obras de Beethoven. Parabéns, FDP, pela postagem. Quanto ao arquivo estar danificado, não sei se ele está mesmo, ou se é problema do meu pc.
MUITO OBRIGADO pela estupenda postagem!
NUNCA ouvi uma interpretação tão digna, como esta de Kent Nagano, do Christus am Öberge, obra injustamente negligenciada de Mestre Beethoven.
Cristo no Monte das Oliveiras é oratorio, considerado uma tentativa dramática de Beethoven baseado en textos de Franz Xaver(1710-1810).Foi uma obra encomenda pelo Teatro an der Wien, servindo como oratórios de Quaresma, história da Paixão de Cristo, Jd.Gethsemani- excluindo Judas O traidor. Cantável esta ópera onde o sentimento lembra o Nazareno, dá, trata, descreve, um Jesus não correspondente às idéias reformistas, mas sim iluminado. A estréia em abril de 1803, teve um público de aplausos, contudo Beethoven no ano seguinte fez várias modificações qto a interpenetração, visivelmente orientado por Haydn em idioma alemão.Interessante que Cristo no monte das Oliveiras desfrutou de uma longa permanência do público até os anos50, e caiu no esquecimento qual a razão? Busco nas traduções do Português Brasil e à genealogia do gênero, mas alguns registros bibliográficos traz a composição única da genialidade Beethoveniana, porque Jesus no monte das Oliveiras foi modelo exemplar para Fidelio sobre mitos aspectos. Mas a pesquisa continua e bibliotecas como Vaticano deverá trazer em outros idiomas como italiano, espanhol, dentre as quatro escolas criadas nos século 17 e os pré clássicos francês, grupo de compositores ingleses, vienistas e Heitor Villa Lobos
Fale a pena essas reflexões de Beethoven suas composições sacras encomendadas e clientes : o príncipe que encomendou uma obra para o dia santo de sua mulher, e reagiu “caro Beethoven que foi que você fez de novo? Desvio de forma grave à missa de época . E ao seu editor” não gosto de dizer coisa alguma sobre minha missa, como tampouco de min….Beethoviano espírito livres estão a transitar entre Nós, o caráter é o primeiro plano, a sobrevivência, e a interpretação dos sentidos de tratamentos coices, configura, deriva vozes no condicional. Ler linguagens, intérpretes