IM-PER-DÍ-VEL !!!
Com três exclamações!
Ah, já estava com saudades de colocar aquela bandeirinha do Brasil na frente do nome do compositor…
E para marcar este retorno, aposto que vos agradará por demais conhecer um tico da obra desse grande compositor de nossas terras, injustamente por nós pouco conhecido e que agora ganha no P.Q.P. a primeira postagem de obras exclusivamente suas (há uma obra sua no álbum do Sivuca, aqui)
José de Lima Siqueira (1907-1985), ou só José Siqueira, foi um prodígio que nasceu nas terras áridas da cidade de Conceição da Paraíba, no Vale do Piancó (terra também de Elba Ramalho). Filho de um mestre de banda da cidade, aprendeu logo cedo a tocar sax e trompete e, mudando-se para o Rio de Janeiro no serviço militar, em pouco tempo já integrava a Banda Sinfônica da Escola Militar. Não demoraria para que ingressasse no Instituto de Música do Rio de Janeiro e se graduasse em composição e regência. Teve uma carreira brilhante como regente, atuando em frente a orquestras de dezenas de países: Estados Unidos, Canadá, França, Portugal, Itália, Holanda, Bélgica e Rússia, entre outros. Foi ainda fundador de diversas corporações musicais, tais como a Orquestra Sinfônica Brasileira, a Orquestra Sinfônica do Rio de Janeiro, a Orquestra Sinfônica do Recife, Orquestra Sinfônica Nacional e a Orquestra de Câmara do Brasil. Foi também um dos fundadores da Ordem dos Músicos do Brasil e co-fundador da Academia Brasilieira de Música, sendo o patrono da Cadeira nº 8.
Por muitos anos lecionou na Escola de Música da atual Universidade Federal do Rio de Janeiro, mas foi afastado pelo governo militar, que o aposentou precocemente, por ser ele declaradamente comunista. Por sorte, suas partituras foram recentemente doadas para a biblioteca da Escola de Música da UFRJ, que as está organizando e catalogando…
José Siqueira, como bom modernista e nacionalista, carrega suas peças com os sons da terra, puxa elementos de ritmos regionais, mostrando-nos o quão tênue é a linha que separa o dito “erudito” do “popular”, levando-nos a questionar se é que há tal linha, por tênue que seja. O LP desta postagem é uma marca dessa sua busca e há um feliz (felicíssimo) encontro e uma fusão de estilos. Em Xangô, parece que a orquestra caiu no terreiro ou que a umbanda invadiu a sala de concertos: a voz límpida e belíssima de Alice Ribeiro (que era esposa de José Siqueira), junto com os instrumentos da orquestra, se encontra com a percussão e com as vozes rasgadas do coro, bem à forma africana. Na sequência, O Carnaval no Recife se espraia no colorido e nos ritmos tão ricos de Pernambuco, Estado vizinho, colado à terra natal de Siqueira.
Uma joia! Ouça!
José Siqueira (1907-1985)
Xangô, Cantata negra para soprano, coro misto e orquestra
1. Toada para Exu
2. Toada para todos na linha de Umbanda
3. Toada para Ogum
4. Toada para Exu, na linha de Nagô
5. Toada para Ogum, na linha de Umbanda
Alice Ribeiro, soprano
Coro Brasiliana
Orquestra Sinfônica de Paris
José Siqueira, regente
O carnaval no Recife, Suíte de Bailado
1. Caboclinho
2. Maracatu
3. Frevo
Orquestra Sinfônica do Estado da URSS
José Siqueira, regente
BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE (68Mb)
Ouça! Deleite-se! … Mas, antes ou depois disso, deixe um comentário…
Quer saber um pouco mais sobre José Siqueira?
Veja este blog. Há obras dele também aqui.
Partituras e outros que tais? Clique aqui
Bisnaga
Parabéns, Bisnaga, José Siqueira merecia esse destaque!
Parabéns, Bisnaga!
Avicenna
Valeu, Avicenna!
… E todo mundo já cantou pelo menos uma música do José Siqueira na vida: “se essa rua, se essa rua fosse minha…” ou “nessa rua, nessa rua tem um bosque…”.
Tem mais umas coisas dele que vão aparecer por aqui com o tempo. Bem legais também!
Então vocês andam fazendo arte há 5 anos? Como é que ninguém prendeu vocês? rsrsrs
Baixando agora. Texto impecável, Bisnaga! Impecável e entusiasta, sem querer, é claro, bancar o puxa-saco. Ah, é, fazia um pouquinho de tempo que você não colocava aquelas bandeirinhas; eu já tinha reparado. Depois que ouvir, eu comento mais. Parabéns!
É Brasil! Não tem jeito: meu coração bate mais forte! e o cara era fera, mesmo!
Ótima música! Bem brasileira mesmo.
Eita, é ótimo este trabalho. Bem peculiar. Me gustas mucho. Bom, uma pergunta: a parte que alguém tossiu na faixa, cabocolinho, deveria ter ocorrido? “Acredito ter sido uma falha, embora, viera de realçar… Como antes, agora o digo; é bem peculiar este trabalho. xD”
Agradeço aos senhores e senhoras “donos e feitores” deste blog, pois d muito me venho a procurar algo parecido, achei-o por acaso.
Grato, t proxima. bjs e abraços.
Leandro, se você gostou do Xangô, vai ficar extasiado com o Candomblé do José Siqueira: http://www.sul21.com.br/blogs/pqpbach/2012/07/06/jose-siqueira-1907-1985-candomble-cantata/
Vai lá, baixa e confere!
Obrigado por me apresentarem mais um compositor!