Costumo ter cuidado com a música francesa. Evito 100% o uso da popular, trata-se de uma coisa horrível que deixa sequelas em quaisquer sensibilidades! E tenho muita parcimônia com os eruditos. Rameau, Couperin, Saint-Säens, Messiaen, Ravel… e o resto tem de ser muito bem escolhido. Este CD vem de dentro da zona de conforto. É um Ravel muito bom e muito bem interpretado pelos jovens Capuçons e pelo não menos Braley. Jamais imaginaria que as Sonatas e o Trio coubessem num só CD, mas Ravel era assim: compunha pouco e certo. Uma vez, dando uma olhada na relação de suas obras, descobri que conhecia a grande maioria. E é difícil encontrar algum equívoco do compositor andando por aí, né? O homem era mesmo talentoso e devia ter uma feroz autocrítica; apesar de francês, não lhe passava nada. Um CD consistente, muito bom.
Ravel: Sonatas & Trio
1. Piano Trio: I. Modéré 9:09
2. Piano Trio: II. Pantoum: Assez Vif 4:25
3. Piano Trio: III. Passacaille: Très Large 8:41
4. Piano Trio: IV. Finale: Animé 5:18
Renaud Capuçon/Gautier Capuçon/Frank Braley
5. Sonata For Violin And Piano: I. Allegretto 7:56
6. Sonata For Violin And Piano: II. Blues: Moderato 4:58
7. Sonata For Violin And Piano: III. Perpetuum Mobile 3:37
Renaud Capuçon/Frank Braley
8. Sonata For Violin And Cello (1920-22): I. Allegro 5:03
9. Sonata For Violin And Cello (1920-22): II. Très Vif 3:20
10. Sonata For Violin And Cello (1920-22): III. Lent 7:13
11. Sonata For Violin And Cello (1920-22): IV. Vif, Avec Entrain 5:58
Renaud Capuçon/Gautier Capuçon
12. Sonata Posthume For Violin And Piano 11:10
Renaud Capuçon/Frank Braley
Renaud Capuçon, violino
Gautier Capuçon, violoncelo
Frank Braley, piano
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PQP
Esse CD é maravilhoso! As únicas obras de câmara de Ravel que faltam aí é o quarteto de cordas e Introduction et Allegro. Gosto sobretudo da sonata pra piano e violino, acho muito engraçado o segundo movimento, um blues, é irônica e estranha essa maneira com que o “mais francês dos músicos franceses” (apesar de fazer tanta música espanhola!) se aproxima da mnúsica americana. Isso teria causado um profundo horror ao chauvinismo de Debussy por sinal, mas já se ajustava bem ao espírito dos “Les Six”…
@Haya de La Torre,
Me convenceu a baixar o disco:
“[…]acho muito engraçado o segundo movimento, um blues, é irônica e estranha essa maneira com que o “mais francês dos músicos franceses” (apesar de fazer tanta música espanhola!) se aproxima da música americana.”
Gostaria muito de saber o que PQP acha do Satie.
Baxei com curiosidade após ler o seu comentário tão precavido.
Gostei mt.
Debussy tem momentos até bem interessantes, mas é daqueles compositores como Liszt, uma planta que você vai arrancar do chão e leva um tombo para trás, porque sai fácil da terra! Mas eu curiosamente gosto de Lizst!
E eu pus lenha na discussão novamente… Cadê os defensores do impressionista?
Outra coisa que me ocorre: estou para entender o Messiaen. Qual que era a dele? Aquilo, para mim, não é bonito, não é definido, não é nem bem um místico, é qualquer coisa que eu pediria a Messiaen que correlacionasse com algum poema, alguma coisa que servisse de referência para eu saber o que estou ouvindo!