Pretendia postar algo diferente antes de voltar ao sax e aos romenos, mas o que realmente queria postar vai me demandar um pouco mais de tempo para organizar. Enquanto isso, vamos ao sax e aos romenos. Aqui está uma de minhas peças favoritas, o Concerto para saxofones e orquestra de Horia Şurianu, acompanhado por uma peça de câmara, Esquisse pour un Clair-Obscur (algo como Esboço para um Claro-Escuro).
Horia Şurianu nasceu em 1952, em Timișoara (Romênia), mas vive na França desde 1983 (naturalizou-se francês). É ligado à música espectral de uma maneira bem óbvia, como vocês poderão notar pelas duas obras aqui apresentadas. Sua obra, no entanto, é muito difícil de ser encontrada. Mesmo com enormes esforços, não tenho mais do que seis peças dele.
O Concerto para saxofones (sopranino e tenor) é uma obra muito enérgica, rítmica, pulsante, com dois movimentos rápidos entremeados por um central bem introspectivo. Apesar da linguagem moderna, é obra extremamente acessível pelo seu ânimo caloroso.
Esquisse pour un clair-obscur foi composto para saxofone soprano e um conjunto instrumental formado por flauta, clarinete, violino, violoncelo e piano. Embora não seja uma obra hermética, já não tem aquela pulsação que torna o concerto tão acessível. É obra mais introspectiva no todo, um pouco mais áspera, mas possui, curiosamente, uma delicadeza estranha que me agrada muito.
Boa audição!
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Horia Şurianu (1952- )
01 Concerto para saxofones e orquestra
02 Esquisse pour un clair-obscur, para saxofone e conjunto de câmara
Daniel Kientzy, saxofones
Orchestre de Chambre de la Radio Nationale de Roumanie (faixa 1)
Neil Thomson, regente (faixa 1)
Ensemble Archaeus (faixa 2)
Liviu Danceanu, regente (faixa 2)
PS: o cd pode ser encontrado na Amazon francesa.
itadakimasu
Caro Itadakimasu:
Bela postagem esta! Mais uma vez senti que a música produzida nesta região da Europa traz elementos do Oriente próximo. Mas eu preciso ler mais a respeito da citada música espectral, identificar o que suponho ser além-Europa, para poder fazer uma comparação entre a estética clássica européia e o “choque cultural” do leste europeu.
Bravo my friend!